Logo Correio do Estado

Controle biológico Suzano usa joaninhas para combater pragas em eucaliptos de MS Empresa abriu laboratório em Ribas do Rio Pardo para aumentar capacidade produtiva do inseto 31 MAR 2025 • POR Mariana Piell • 15h30
Joaninhas consomem até mil ovos da praga psilídeo-de-concha por dia   Divulgação

A Suzano, maior produtora mundial de celulose e referência global em bioprodutos de eucalipto, está revolucionando o manejo florestal no Brasil com uma iniciativa pioneira: o uso de joaninhas no controle biológico de pragas.

Em 2024, a empresa liberou mais de 210 mil joaninhas da espécie Olla v-nigrum em suas florestas nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão, cobrindo uma área total de 57 mil hectares.

A estratégia permitiu evitar o uso de 17,1 mil quilos de defensivos agrícolas, resultando em uma economia superior a R$ 3 milhões para a companhia.

A espécie

A joaninha Olla v-nigrum foi escolhida por sua eficácia contra o psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei), uma das pragas mais prejudiciais ao cultivo de eucalipto.

O inseto predador é capaz de consumir até mil ovos da praga por dia, contribuindo para um equilíbrio natural no ambiente sem causar superpopulação.

Para garantir o sucesso da iniciativa, a Suzano realizou dois anos de estudos detalhados sobre o comportamento do inseto, incluindo sua adaptação a diferentes temperaturas e dietas. As pesquisas foram conduzidas em parceria com instituições renomadas como a UNESP, Embrapa Florestas e Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Impactos ambientais e econômicos

Além de reduzir significativamente o uso de pesticidas químicos, o projeto fortalece a biodiversidade local e promove práticas agrícolas mais sustentáveis.

Segundo Maurício Magalhães Domingues, pesquisador da Suzano, "inovação e sustentabilidade caminham juntas na companhia". Ele ressalta que a iniciativa não apenas contribui para a preservação ambiental, mas também gera benefícios sociais como a valorização da ciência e a criação de empregos relacionados à produção dos insetos em laboratórios.

Resultados

Desde o início das pesquisas em 2022 até a liberação em larga escala em 2024, os resultados têm sido satisfatórios. A técnica já está sendo aplicada em diversas unidades florestais da Suzano, com planos de expansão para 2025.

A empresa pretende aumentar a capacidade produtiva das joaninhas em seu novo laboratório em Ribas do Rio Pardo (MS) e ampliar o número de hectares cobertos pelo controle biológico.

Assine o Correio do Estado