Cidades

CAMPO GRANDE

Após ônibus, Santa Casa é quem para agora por falta de 13° salário

Todos funcionários celetistas foram prejudicados pela falta de pagamento, que totaliza montante de aproximadamente R$14 milhões necessários para arcar com essa dívida específica

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Menos de uma semana após o transporte coletivo ser regularizado em Campo Grande, agora, a "greve" da vez fica por conta dos trabalhadores da Santa Casa de Campo Grande que reivindicam, entre outros pontos, que seja pago o 13° salário. 

Segundo repassado pela instituição, durante coletiva de imprensa convocada para a manhã de hoje (22), todos os funcionários celetistas foram prejudicados pela falta do décimo terceiro salário, o que totaliza um montante de aproximadamente R$14 milhões necessários para arcar com essa dívida específica. 

Conforme dito pela figura da presidente da Santa Casa, Alir Terra, e responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, a atual greve trata-se de uma "crise anunciada". 

"Desde 2022, têm documentos aqui onde diz o desequilíbrio econômico e financeiro da Santa Casa. Os colaboradores merecem e é justo o que estão fazendo, mas a Unidade precisa rodar, nós lidamos com pacientes. Entendemos quando eles falam que tem o direito deles... mas a vida está acima de tudo", disse Alir. 

A presidente cita que, a resolução do desequilíbrio econômico-financeiro do contrato têm inclusive recebido inclusive intermediação do Ministério Público, que afirma ter entrado com ação civil pública. 

Alir cita que a Santa Casa é o único hospital que participa da rede de urgência e emergência, o que aumenta o fluxo de pacientes e o consumo dos insumos. 

"Tudo aumenta desde a alimentação, lavagem de roupa, limpeza, tudo. Por isso que nós acabamos suspendendo tudo que era eletivo", expõe.

Greve

Kristie Lopes é técnica em enfermagem, trabalha na Santa Casa de Campo Grande há pelo menos seis anos, no setor de transplante renal e neurocirurgia, e diz que está esperando o pagamento do 13° integral desde o último dia 20, sem nenhuma resposta até então. 

Ela explica que durante o ano já houveram outros atrasos, o que Kristie classifica como "padrão da Santa Casa", o que enquanto uma funcionária mais antiga na instituição reforça não ter se acostumado, mas cita ter "pegado o ritmo". 

Usando um nariz vermelho, a trabalhadora do setor da enfermagem diz que toda a categoria do hospital se sente "feito de palhaçada". 

"Porque a gente está aqui todos os dias. Seja feriados, natal ou ano novo, sempre estamos disponíveis para poder cuidar com carinho, com atenção e a gente está se sentindo desrespeitada mesmo, porque o 13º não é um favor que eles estão fazendo, é um direito nosso, é um direito do trabalhador", diz.

Além dela, Rafaela Luz, técnica em enfermagem que há 4 anos trabalha no setor de ortopedia da Santa Casa, também frisa essa busca apenas por direitos, que esses trabalhadores e trabalhadoras sequer deveriam estar ali manifestando. 

"A gente está aqui correndo atrás de algo que é garantido por lei, está respaldado, mas eu acho que os próprios gestores, os governantes passam por cima disso. É o que a gente se sente... Palhaço. Língua de frente, humilhados. Sempre quando tem algo do tipo, quem está aqui na frente somos nós, junto com toda a equipe hospitalar.
Hoje, pela primeira vez, os médicos desceram para acompanhar a gente. Mas a maioria das vezes é o pessoal da higienização, é a enfermagem, é os técnicos e o pessoal da copa que está aqui com a gente", cita. 

Envolvendo, enfermeiros, técnicos de enfermagem, etc., Alir frisa que o Governo do Estado não possui a obrigação de dar a 13ª parcela da contratualização, porém têm adotado essa prática que a presidente da Santa Casa considera necessária nos tempos atuais. 

"O Governo deveria deixar de dar essa 13ª parcela? Sim! Desde que o contrato tenha o seu equilíbrio econômico e financeiro, porque nós somos fiscalizados tanto pela União, como pelo Estado, como pelo Município. Então os recursos serão alocados no lugar certo, desde que esses recursos existam no caixa da Santa Casa. Hoje não existem", explica Alir. 

Sem previsão de pagamento, a presidente da Santa Casa complementa que têm buscado empréstimos, com o intuito de quitar esse 13° salário principalmente, porém a própria situação atual de desequilíbrio serve de empecilho para angariar novas verbas. 

"Nós estamos tentando esse empréstimo novamente, que é o que a Santa Casa pode fazer, porque eu não posso obrigar o governo do Estado a alocar esse recurso aqui, porque esse foi alocado ao longo dos anos, antes já era alocado, mas precisamos solucionar de vez e temos que ter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato", diz. 

Alir ainda reforça que, para alcançar o dito equilíbrio econômico, falta ainda um consenso entre Estado e Município, para que atendam a reivindicação da Santa Casa "como está posto no processo judicializado", completa ela.

O que diz o governo

Abaixo, você confere na íntegra a nota de posicionamento, emitida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), através da assessoria de comunicação do Governo de Mato Grosso do Sul, a respeito da greve na Santa Casa: 

"O governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por intermédio da SES (Secretaria de Estado de Saúde), esclarece que não existe pactualização para que a gestão estadual seja a responsável pelo pagamento do 13º salário dos funcionários da Santa Casa de Campo Grande. Nos últimos anos, em caráter extraordinário, foi realizado o pagamento de uma parcela extra de repasse aos hospitais filantrópicos do Estado, como forma de auxiliá-los no custeio e no cumprimento de suas obrigações. 

A SES esclarece ainda que todos os repasses financeiros referentes à contratualização da Santa Casa, são realizados por meio de pagamentos ao município de Campo Grande sempre no quinto dia útil. De janeiro a outubro, foram repassados R$ 90.773.147,00 (noventa milhões, setecentos e setenta e três mil, cento e quarenta e sete reais, ou mensalmente R$ 9.077.314,70 – nove milhões, setenta e sete mil, trezentos e quatorze reais e setenta centavos); na parcela de novembro houve um acréscimo de R$ 516.515,89, elevando o repasse mensal ao hospital para R$ 9.593.830,59 (nova milhões, quinhentos e noventa e três mil, oitocentos e trinta reais e cinquenta e nove centavos). O Estado está  integralmente em dia com suas obrigações.

Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande.

A SES reafirma seu compromisso com a transparência, a responsabilidade fiscal e o fortalecimento da assistência hospitalar, assegurando a continuidade do atendimento à população por meio da Santa Casa de Campo Grande.

 

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polícia

Falso revendedor de carros pega veículo para vistoria e não o devolve à proprietária

Dono da empresa já havia sido denunciado por outro caso de estelionato semelhante no início do mês

28/12/2025 09h15

Divulgação/PCMS

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Uma mulher foi vítima de estelionato em Campo Grande ao anunciar a venda de um carro avaliado em R$ 170 mil nas redes sociais. Após o anúncio, a dona foi contatada por um suposto funcionário de uma empresa de revenda de veículos. Ele pegou o carro sob o pretexto de realizar vistoria cautelar, lavagem, produção de material de divulgação e apresentação a possíveis compradores, mas o veículo não foi devolvido à proprietária.

Venda

Ela foi informada, posteriormente, que o carro teria sido negociado com um suposto empresário do interior do Estado, passando a tratativa a ser conduzida pelo proprietário da empresa de revenda. Foi elaborado um contrato de compra e venda, com previsão de pagamento de 10% do valor na assinatura e o restante em até 15 dias, por meio de carta de crédito ou consórcio.

A vítima, no entanto, não recebeu nenhum valor referente à venda, e diferentes justificativas passaram a ser apresentadas para o atraso.

Além disso, a dona viu que o veículo estava anunciado em outro estabelecimento comercial, já constando como supostamente vendido para outro comprador. Isso levantou a suspeita de fraude e ela denunciou o caso à Polícia Civil na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC/CEPOL).

Recuperação do veículo

Na sexta-feira (26), a vítima apresentou à Polícia Civil a localização do carro por meio de rastreamento por GPS. Uma equipe policial foi até o local indicado e localizou o veículo no interior de um estabelecimento comercial onde o automóvel foi recuperado e apreendido.

O responsável pelo local,  a princípio um terceiro de boa-fé, foi comunicado dos fatos e se comprometeu a comparecer à Delegacia para prestar esclarecimentos. O veículo permanece apreendido e à disposição da Justiça.

Prática constante

A Polícia Civil informou ainda que há outro Boletim de Ocorrência contra o dono da empresa de revenda de veículos, registrado no início de dezembro deste ano na 1ª Delegacia de Polícia de Coxim, o que pode indicar reiteração da prática de estelionato.

As investigações seguem em andamento para esclarecimento completo dos fatos e eventual responsabilização dos envolvidos.

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EDUCAÇÃO

Com 6 mil integrantes, Sindicato dos Professores Temporários é fundado em MS

Categoria representa todos os professores do ensino básico (fundamental e médio), regular, técnico, profissionalizante e ensino superior, desde que seja profissional temporário da Rede Estadual de Ensino (REE-MS)

28/12/2025 08h40

Assembleia Geral de Fundação do SINPROTEMP-MS, realizada no dia 18 de dezembro de 2025

Assembleia Geral de Fundação do SINPROTEMP-MS, realizada no dia 18 de dezembro de 2025 Fábio Oliveira

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Mato Grosso do Sul ganhou mais um sindicato na área da educação em 2025.

Sindicato dos Professores Temporários (SINPROTEMP-MS) é específico para professores temporários da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul (REE-MS)

Foi criado em Assembleia Geral de Fundação no dia 18 de dezembro de 2025, conforme edital publicado no Diário Oficial da União e no Correio do Estado – jornal de grande circulação em MS.

A classe representa todos os professores do ensino básico (fundamental e médio), regular, técnico, profissionalizante e ensino superior, desde que seja profissional temporário da REE-MS.

Assembleia Geral de Fundação do SINPROTEMP-MS, realizada no dia 18 de dezembro de 2025Identidade visual do Sindicato dos Professores Temporários

Possui 6.229 integrantes, que são professores que integram grupos e associações vinculadas ao SINPROTEMP-MS.

Segundo o integrante do SINPROTEMP-MS, professor Fábio Oliveira Rodrigues, o sindicato foi criado para suprir a falta de defesa e representação nos sindicatos existentes: Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) e Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP).

O sindicato defende:

  • equiparação salarial com efetivos
  • pagamento correto de 13º
  • férias
  • FGTSs
  • seguro-desemprego
  • manutenção da remuneração durante todo o contrato Plano de Seguridade Social do Servidor (PSS), com licenças (maternidade, paternidade, médica)
  • realização de concursos públicos
  • vínculos bi ou trienais
  • regras claras e transparentes de lotação de professores
  • formação continuada
  • reconhecimento de titulação

De acordo com o integrante do SINPROTEMP-MS, professor Leonardo Pescinelli Martins, a Rede Estadual de Ensino possui aproximadamente 28.800 professores, dos quais cerca de 72% — em torno de 20.160 docentes — atuam em regime temporário.

Segundo Pescinelli, atualmente, um professor efetivo da REE-MS, com carga horária de 40 horas/aula, inicia a carreira com remuneração mensal em torno de R$ 13.380,00. Já o professor temporário, na mesma carga horária, recebe aproximadamente R$ 7.500,00, o que representa uma diferença salarial de cerca de 43%.

“A começar que a contratação temporária de professores, em tese, é uma exceção à regra, como um “botão de emergência”. Nosso Estado fez dessa exceção regra! Somos hoje 72% dos professores”, desabafou Pescinelli.

Segundo o integrante do SINPROTEMP-MS, professor Fábio Oliveira Rodrigues, a Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS) e Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP) não representam ou defendem os interesses dos professores temporários.

"É inaceitável que uma federação e sindicatos que afirmam representar os professores ignorem, de forma sistemática, as reivindicações dos professores temporários. Limitam-se a campanhas de filiação, mas não avançam na defesa concreta dos nossos direitos nem na conquista de melhorias reais para essa categoria no Estado. Somos mais de 60% dos docentes da Rede Estadual de Mato Grosso do Sul e exigimos respeito, representação legítima e compromisso efetivo. Esse respeito não virá de quem nos ignora. Ele será construído a partir do SINPROTEMP-MS, um sindicato criado por e para professores temporários. Estamos cansados da omissão da FETEMS, da ACP e dos SINTEDS. Foram feitas mais de 12 tentativas de diálogo com os Sindicatos existentes para tentar levar as pautas construídas pela própria classe e nenhum desses diálogos sequer saíram do campo da utopia. Era necessário então fazer a luta no campo de batalha e com as mesmas ferramentas, para garantir aos temporários dignidades!”, disse Fábio Oliveira ao Correio do Estado.

O sindicato visa defender os interesses, diminuir as desigualdades e lutar pelos direitos dos professores temporários da rede pública de ensino de Mato Grosso do Sul.

“Diante da repetição de omissões e da naturalização da precarização, eu decidi romper com a lógica do sistema vigente e propor a criação de um sindicato específico para os professores temporários, proposta que foi acolhida e fortalecida pela própria categoria. O SINPROTEMP-MS nasce dessa decisão consciente de transformar indignação em estrutura, reivindicação em proposta e mobilização em institucionalidade. A defesa dos professores temporários não surgiu de uma conjuntura momentânea, mas de uma trajetória construída ao longo dos anos, a partir da escuta direta da categoria e do enfrentamento responsável das desigualdades que se consolidaram no sistema educacional. Desde 2019, esse compromisso se materializou em ações concretas, diálogo permanente e organização coletiva. Mais do que uma entidade sindical, o sindicato expressa a convicção de que políticas públicas só se sustentam quando são construídas com quem vive a realidade da educação todos os dias”, complementou Fábio Oliveira.

O QUE DIZ A FETEMS

A presidenta da FETEMS, professora Deumeires Morais, discorda que a federação não apoia os professores temporários.

"Nós discordamos e não é verdade que a FETEMES e os 74 sindicatos municipais filiados não defendem os direitos dos profissionais temporários da educação. A FETEMES está numa campanha de mobilização desde o mês de abril para a realização de concurso público. O concurso público é para professores efetivos ou para professores temporários? Quando a FETEMS defende o processo seletivo, não está falando para professores efetivos, nós estamos defendendo professores temporários. Então, nós estamos na defesa desses professores quando falamos na realização de concurso público. Inclusive, defendemos que o concurso público, não traz só a igualdade de salário, ele traz a dignidade desse professor de poder ter o direito da carreira, estabilidade, direito de contribuir para a previdência própria, o direito de poder também se associar a Cassems na sua integralidade", explicou a presidenta ao Correio do Estado.

O QUE DIZ A ACP

De acordo com o presidente da ACP, Gilvano Bronzoni, o sindicato campo-grandense luta pelos direitos dos professores temporários e repudia quem os desrespeita.

"A princípio vemos como devaneio de alguns essas ações. Não dividimos a categoria, ao contrário, repudiamos qualquer ação que tente enfraquecer inclusive a parte mais vulnerável que são os professores temporários. A FETEMS a ACP acabaram de ganhar uma ação que contempla os professores temporários da Rede Estadual no que diz respeito a férias entre os anos de 2011 e 2019"

Veja aqui o Edital de Convocação para Fundação, Eleição e Posse da Diretoria do Sindicato da Categoria Profissional Diferenciada dos Professores Temporários de MS, publicado no Correio do Estado, em 27 de novembro de 2025.

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