Política

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Delcídio presidirá em MS partido que nasce da fusão do PTB com o Patriota

O Partido Renovação Democrática (PRD) foi aprovado por unanimidade no TSE; nova sigla usará o número 25 nas urnas

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Com a aprovação unânime dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a criação do Partido Renovação Democrática (PRD) – resultado da fusão entre o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Patriota e cujo número na urna eleitoral será o 25 –, traz à tona em Mato Grosso do Sul uma disputa pela presidência estadual da nova legenda entre o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) e o deputado estadual Lidio Lopes (Patriota), já que ambos são os atuais presidentes estaduais das duas siglas que vão se fundir.

No entanto, conforme fontes ouvidas pelo Correio do Estado, as lideranças nacionais das duas siglas já bateram o martelo em torno do nome de Delcídio do Amaral, o qual, além de ser ex-senador da República, tem projeção nacional e experiência como secretário de Estado de Infraestrutura e Habitação na gestão do governador Zeca do PT e como ministro de Minas e Energia na gestão do ex-presidente da República Itamar Franco.

Além disso, Delcídio teria melhores condições para construir o novo partido em Mato Grosso do Sul e já seria o virtual candidato da legenda para disputar a prefeitura de Corumbá, sua cidade natal, ou até mesmo a de Campo Grande, onde mora já há algum tempo.

NOVAS PERSPECTIVAS 

O Correio do Estado entrou em contato com Delcídio para confirmar as informações, mas o ex-senador revelou que a decisão sobre as presidências estaduais do PRD será tomada ao longo dos próximos dias, incluindo a de Mato Grosso do Sul. “As direções estaduais vão ser definidas agora ao longo dos próximos dias pela executiva nacional do novo partido”, informou.

Delcídio disse ainda que esse novo partido resultante da fusão do PTB com o Patriota abre novas perspectivas, “não só na construção de uma legenda para chamar de nossa, mas uma sigla que vai atrair lideranças importantes de todas as regiões do Estado, como pessoas detentoras de mandato, que desejam fazer política, mas que, dentro do status quo político de Mato Grosso do Sul, não conseguem avançar”.

O ex-senador ressaltou ainda que alguns políticos poderão se aproveitar para trocar de partido antes da janela partidária sem perder o mandato.

“Nós temos um Fundo Partidário previsto de R$ 22 milhões ainda para este ano. Então, é um fundo que nos anos subsequentes nos criará condições para fazer política, consolidar o partido, que tem um projeto político para o Estado e para o Brasil”, garantiu.

Delcídio também reforçou que será possível discutir a boa política e aquilo que é importante sob o ponto de vista da inovação, do reformismo, da renovação e de quadros e propostas para MS.

“Fico contente com esse desfecho. Demorou, mas com isso a gente resgata a oportunidade de montar uma agremiação partidária que vai honrar os sul-mato-grossenses e os brasileiros e, ao mesmo tempo, também fazer um belo papel nas eleições municipais do próximo ano, elegendo vereadoras e vereadores e lançando candidatos a prefeito em vários municípios, olhando, principalmente, os municípios polo, sendo uma grande oportunidade de se consolidar novos quadros políticos”, afirmou.

Um outro ponto importante destacado por ele é que, com a fusão, será a oportunidade de trazer novos quadros. “A gente cria aí um novo tipo de política, que acho que Mato Grosso do Sul, mais do que nunca, precisa”, finalizou.

NOVA SIGLA 

A decisão para criar o PRD teve como base o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, do TSE, que afirmou que todas as exigências da legislação sobre o tema foram cumpridas.

“A Procuradoria-Geral Eleitoral [PGE] também opinou pelo deferimento do pedido de fusão, destacando que as impugnações solicitadas versam sobre questões que não afetam matérias das competências da Justiça Eleitoral”, destacou a magistrada.

Nos últimos anos, o PTB abrigou políticos aliados do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), como Roberto Jefferson e o ex-deputado federal Daniel Silveira, além do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

No acordo que costurou o novo partido, o Patriota disse que só aceitaria os termos se Roberto Jefferson não tivesse nenhum cargo na executiva nacional. A fusão dos partidos foi acertada em outubro do ano passado, depois que as duas siglas não alcançaram a cláusula de desempenho nas eleições de 2022. A regra garante acesso ao Fundo Partidário, ao tempo de TV e à estrutura de liderança na Câmara.

As estimativas iniciais são de que o PRD deverá ter direito a uma parcela de cerca de R$ 22 milhões neste ano, com base em dados fornecidos pelo TSE. Os valores estavam bloqueados desde março por decisão da Corte.

O cálculo do montante leva em consideração a soma dos votos válidos obtidos pelo Patriota e pelo PTB nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados, ocorridas em 2 de outubro de 2022. As verbas estavam bloqueadas até que o pedido de fusão dos partidos fosse examinado pelo Plenário do TSE, o que já aconteceu.

Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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