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Desabamento de barragem no Lago do Amor não será coberto por garantia

A Secretaria Municipal de Obras identificou que o desastre não foi causado por erro de engenharia da empresa executora

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Reparos na barragem do Lago do Amor, a qual, nesta terça-feira, desabou pela segunda vez em dois anos, não serão cobertos pelo seguro-garantia.

Conforme a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos de Campo Grande (Sisep), nesse caso, não é possível exigir o seguro pela obra realizada pela empreiteira CCO Infraestrutura Ltda., uma vez que foi constatado pelos técnicos da Pasta que o desabamento não foi ocasionado por problemas na parte de engenharia da passarela.

O seguro-garantia é uma das modalidades de garantia aceitas pela nova Lei de Licitações (Lei Federal nº 14.133/2021) e que pode ser exigido em licitações de grande vulto.

Reconstruídas por conta da destruição causada pela chuva em janeiro de 2023, a barragem e a passarela reformada na Avenida Senador Filinto Müller, que custou R$ 3.859.234,27, não durou dois anos, desabando novamente durante uma chuva de 64,4 milímetros que durou 2 horas e 50 minutos na região do Lago do Amor.

De acordo com a Sisep, o motivo de a barragem ter cedido foi o bloqueio da tubulação do extravasor construído na obra que começou em 2023, mas que só foi concluída no ano passado. Esse bloqueio foi ocasionado por tronco e galhos de árvore que foram arrastados pela chuva.

“Não houve problemas na parte de engenharia, apenas o desbarrancamento de parte da obra no entorno da caixa do vertedouro. O vertedouro estava aberto dentro do previsto, o que ocorreu é que tronco e galhos de árvore que estavam caídos na margem do lago, próximo ao vertedouro principal, entraram na tubulação do extravasor construído como parte do projeto de reconstrução da Av. Filinto Müller, bloqueando a tubulação perto da comporta. Com isso, a vazão ficou comprometida e acabou ocorrendo o transbordamento, que provocou o desbarrancamento”, esclareceu a Sisep em nota.

Questionada sobre como serão feitos os reparos nesse novo desabamento, a Pasta informou que uma equipe da Sisep fará um novo aterro e o reparo na tubulação danificada. 

O planejamento das obras já está sendo organizado, porém, não há previsão de início dos reparos nem dos custos para o concerto da passarela.

Não é de hoje que ocorre problemas na reforma da barragem do Lago do Amor. 

Em outubro de 2023, durante as obras no trecho, a calçada que estava sendo refeita cedeu, ocasionando rachaduras visíveis para quem passava pela Av. Filinto Müller.

Na época, a Prefeitura de Campo Grande disse que foi constatado um vazamento no tubo em se conecta à caixa de concreto que fica próximo à comporta do vertedouro.

Para conter o vazamento, foi realizado um trabalho de impermeabilização. Parte das obras foram concluídas em setembro de 2023, contudo, uma rachadura na calçada constatada após a entrega do projeto prorrogou os trabalhos até o início do ano passado.

ASSOREAMENTO

O transbordamento do Lago do Amor quando ocorrem chuvas de grande intensidade se dá em função do assoreamento do local. O lago tem a previsão de deixar de existir caso não haja intervenção nesse processo. Isso já é do conhecimento tanto da prefeitura quanto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Estudos do Laboratório de Hidrologia, Erosão e Sedimentos (Heros) da UFMS e da Hidrosed Engenharia apontam que o processo de assoreamento do Lago do Amor está diminuindo a capacidade de armazenamento de água no local. Consequentemente, as inundações na Av. Filinto Müller estão se tornando mais frequentes.

Apesar de o lago ter um dispositivo de emergência que foi implementado para evitar inundações na via, uma vez que ele “suga” o excesso de água antes que a capacidade máxima de armazenamento seja atingida, o assoreamento tem diminuído cada vez mais o volume de retenção de água no local.

De acordo com levantamentos feitos pelo Heros e pela Hidrosed em 2008, o Lago do Amor tinha a capacidade de volume de 196.651,13 m³. 

Em 2022, isso caiu quase a metade, para 108.725,27 m³ de armazenamento de água – uma perda de 30,8% da área do lago.

EMPREITEIRA

A responsável pela obra de restauração do Lago do Amor em 2023 foi a empresa CCO Infraestrutura Ltda., a qual, como mostrou reportagem do Correio do Estado na época, havia lucrado R$ 6 milhões apenas naquele ano com contratos emergenciais com prefeituras, sem precisar de licitações.

A CCO, situada em Campo Grande e com sede secundária em Ponta Porã, é conhecida como “SOS Construções”. 

Isso porque a empresa conseguiu contratos de obras emergenciais de reparos e danos com prefeituras, formato que elimina a competição entre empresas e agiliza o processo, sem precisar passar por licitação.
De 2019 a 2023, a CCO chegou a receber R$ 53 milhões de um total de 13 contratos licitatórios de obras acordadas no município de Ponta Porã, local onde tem uma sede.

A empreiteira chegou a pertencer, por mais de duas décadas, a Francisco de Assis Cassundé, que vendeu sua parte do negócio em dezembro de 2024, antes de assumir um cargo de direção na Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul).

O acordo original estipulava que a venda seria feita em parcelas, porém, antes de efetuar o pagamento, o sócio Alberto Azevedo Júnior optou por vender a empresa a um terceiro, Maycon Matias dos Santos.

Saiba

No Lago do Amor, o vertedouro, que tem a função de controlar a vazão da água, foi construído com controle manual da comporta, ou seja, quando o nível da água do lago sobe no período de chuva, é liberada quantidade maior de água.

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TURISMO SUSTENTÁVEL

Atrativo turístico de MS renova certificado internacional de Clima Positivo

Pontos turísticos já haviam recebido essa mesma certificação em 2023 e 2024, e, com isso, recebem em 2025 pelo terceiro ano consecutivo

23/03/2025 17h30

Mergulho com Cilindro na Lagoa Misteriosa

Mergulho com Cilindro na Lagoa Misteriosa Foto: Marcio Cabral

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Recanto Ecológico Rio da Prata, Lagoa Misteriosa e Estância Mimosa, atrativos turísticos localizados em Jardim e Bonito (MS), ganharam, mais uma vez, o certificado internacional de Clima Positivo concedido pela Green Initiative.

A entrega e renovação do certificado ocorreu em 19 de março de 2025, durante a Feira Internacional de Destinos Inteligentes (FIDI), realizada em Bonito (MS).

Os atrativos turísticos já haviam recebido essa mesma certificação em 2023 e 2024. Com isso, recebem em 2025 pelo terceiro ano consecutivo.

Em 2023, a Estância Mimosa tornou-se o primeiro atrativo turístico do mundo a receber a Certificação Climate Positive, conquista que rendeu destaque no Prêmio Nacional do Turismo 2023, do Ministério do Turismo.

A instituição avalia as emissões e compensações de CO2 dos atrativos e certifica como Clima Positivo aqueles que além de neutralizarem as emissões, também removem mais carbono da atmosfera do que emitem.

Para calcular a pegada de carbono, eles adotaram princípios como relevância, exaustividade, consistência, transparência e precisão.

Além disso, consideraram três etapas de análise: pesquisa bibliográfica para obter dados sobre o ecossistema local, processamento de imagens de satélite e cálculos para estimar a quantidade total de CO2 capturado.

Todas as emissões relacionadas às operações e à cadeia de valor dos negócios foram minuciosamente avaliadas, permitindo comparações futuras e demonstrando os impactos das medidas de redução implementadas.

A Green Initiative segue padrões rígidos e estabelecidos pelo The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).

Para obterem o certificado, os atrativos turísticos sul-mato-grossenses seguiram rigorosos critérios de sustentabilidade e responsabilidade ambiental estabelecidos pela instituição.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), que estava presente no evento, parabenizou a conquista de mais um certificado.

"Eduardo [diretor do Grupo Rio da Prata], conheço a sua trajetória e, graças a empreendedores como você, que têm visão, conhecimento, capacidade de investimento e, acima de tudo, responsabilidade e amor pelo Mato Grosso do Sul e pelo Brasil, essas conquistas são possíveis. Parabéns pelo prêmio, sabemos da metodologia rigorosa envolvida, mas isso nos inspira ainda mais a seguir nossos objetivos", afirmou o governador.

Mergulho com Cilindro na Lagoa MisteriosaCachoeira da Estância Mimosa. Foto: Fernando Peres

"Realizamos essa certificação com base nos dados de 2024, avaliando nossa pegada de carbono em quatro categorias do escopo. Analisamos detalhadamente o Recanto Ecológico Rio da Prata, a Estância Mimosa e a Lagoa Misteriosa, considerando desde o consumo de matéria-prima e combustíveis fósseis até a gestão de resíduos sólidos. Além disso, atualizamos os dados de captura de carbono, levando em conta a área de florestas em regeneração. Com esse trabalho, conseguimos renovar a certificação e seguimos sendo Climate Positive", destacou a Diretora de Sustentabilidade do Grupo Rio da Prata, Luiza Coelho.

A Estância Mimosa é uma fazenda que possui 10 cachoeiras e 9 paradas para banho, ao longo de 2,8 quilômetros de trilhas e quatro horas de passeio. Está localizada na rodovia MS-178, a 24 quilômetros de Bonito.

Mergulho com Cilindro na Lagoa MisteriosaFlutuação do Rio da Prata. Foto: Divulgação/Grupo Rio da Prata

A Lagoa Misteriosa é uma caverna inundada com profundidade desconhecida. Até o momento, foi possível chegar a 220 metros de profundeza. Está localizada na BR-267/KM-512. Possui águas cristalinas em diferentes tons de azul e, a 40 metros de profundidade, é possível ver a copa das árvores que contornam o local. É considerada uma das cavernas inundadas mais profundas do Brasil.

O Recanto Ecológico Rio da Prata é uma fazenda que possui flutuação e mergulho no Rio da Prata, passeios a cavalo e observatório de aves. Está localizada na BR-267/KM-512.

BRASIL

Entenda sobre riscos psicossociais e novas regras de comunicação no trabalho

Há uma série de setores considerados como "prioridade" entre as fiscalizações, como os bancos, serviços de saúde e o de teleatendimentos

23/03/2025 17h00

Texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas.

Texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas. Arquivo/Correio do Estado

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Em maio entra em vigor uma nova redação da chamada Norma Reguladora 1 (NR-1), com um texto que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, quando os empreendimentos passarão a ser fiscalizados pelos riscos psicossociais no trabalho. 

Conforme estipulado pela lei nº 14.831/2024, há novas diretrizes para prevenção desses riscos, como bem esclarece a fonoaudióloga e especialista em expressividade, Dra. Cristiane Romano. 

Ela explica que as comunicações corporativas, quando não bem executadas, podem gerar estresse, ansiedade e inclusive afastar o trabalhador de suas atividades graças a questões ligadas à saúde mental, portanto é necessária atenção da organização para não tornar o ambiente tóxico. 

"A ausência de diálogos claros, a prática de desqualificar funcionários e o não reconhecimento de esforços impactam diretamente a segurança psicológica dos profissionais", cita a Dra. Cristiane em nota.

E no quesito comunicação disfuncional há uma série de efeitos prejudiciais, como a distorção de informações, negação de problemas evidentes, que também pode ser identificado como 'gaslighting corporativo'. 

Entre os exemplos, a fonoaudióloga lista comentários que costumam ser comuns em organizações e características dessa prática, como "você não entendeu direito"; "isso não aconteceu" ou "é exagero", que ela cita com poder de minar a autoconfiança dos trabalhadores. 

Fiscalizações

Conforme o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), o texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) classifica como fatores de risco:

  • Cargas de trabalho excessivas,
  • Exigências contraditórias/ falta de clareza em definição de funções,
  • Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador,
  • Falta de controle da forma como o trabalho é executado,
  • Má gestão de mudanças organizacionais,
  • Precariedade laboral,
  • Comunicação ineficaz,
  • Falta de apoio das chefias ou dos colegas,
  • Assédio psicológico e sexual, etc.

Há uma série de setores que, segundo o Sinait, serão considerados como "prioridade" entre as fiscalizações, como os bancos, serviços de saúde e o de teleatendimentos, por exemplo. 

O Sindicato reforça que doenças mentais são a segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, sendo que o descumprimento das diretrizes estabelecidas poderá gerar consequências financeiras para as empresas. 

Caso seja identificado, por exemplo, a ausência de medidas adequadas, o auditor fiscal do trabalho poderá denunciar a situação ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que, por sua vez, pode ajuizar ação civil pública contra essa empresa, gerando multas e outras penalidades.

 

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