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Santo Antônio

Em fila rápida, fiéis sonham em casar amigos e mostram sua fé ao padroeiro

As histórias de Santo Antônio na vida dos campo-grandenses conectam a fé ao padroeiro, agradecendo pela graça alcançada e até sonhos com casamentos em amigos mais próximos.

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Milhares de fiéis de todos os cantos de Campo Grande acordaram cedo nesta quinta-feira (13) em busca de um pedaço do tradicional bolo de Santo Antônio, na catedral que leva o nome do padroeiro da cidade. Eles foram pedir as bênçãos divinas e, claro, tentar encontrar uma das duas mil alianças para ter um final feliz com alguém.

Às 7h, o pároco da catedral, padre Wagner Divino de Souza, fez as bênçãos antes de iniciar a distribuição de 15.150 pedaços de bolo, 3 mil a mais do que foram produzidos no ano passado. Muitos já tinham comprado a ficha durante a semana, mas ainda há tempo de comprar os potes a R$10 até as 13h, isso se não acabar antes.

Sem qualquer intenção de encontrar um marido e devota do santo, a aposentada Maria Inês Ayala, de 83 anos, chegou por volta das 5h, comprou oito pedaços de bolo e agradeceu pelo “pão de cada dia” e pela vida.

“Estou aqui para colaborar com a igreja e também agradecer a vida. Desde dos 8 anos estou na luta para ganhar o meu trocadinho. Não tenho filhos e nem sou casada, porque é muito trabalho, mas a fé me chamou e estou aqui agradecendo que estou viva”, relatou. 

Neyle Bergamo aproveitou a manhã para levar os 23 potes para os amigos no trabalho. Neyle Bergamo aproveitou a manhã para levar os 23 potes para os amigos no trabalho/ Fotos: Marcelo Victor

Aproveitando a longa fila do drive-thru que chamou a atenção de pedestres e motoristas que passavam em frente à catedral, a analista de sistemas Nayle Bergamo pegou 23 potes de bolo para distribuir entre os amigos do trabalho. 

“Como meus amigos não conseguem vir hoje, já fiz aquele meio campo e consegui vender 23 fichas no trabalho. Estou aqui pegando bolo pra todos os amigos e quem sabe consiga casar todo mundo”, disse. 

Questionada se não poderia aproveitar a sorte e encontrar a sua aliança, a jovem foi sucinta.

" Mas é lógico, desses potes, um é meu. Quem sabe hoje não é o meu dia de sorte", brincou.

Outro casal que aproveitou o sistema de drive-thru foi Fernando Scardini, de 47 anos, e Michelle Scardini, de 45 anos. Eles aproveitaram a manhã para pegar 10 potes de bolo. O objetivo é levar bênçãos para dentro de casa e também, quem sabe, casar os familiares que estão solteiros.

“Eles não sabem, mas estou levando para toda família esses 10 pedaços de bolo. Quem sabe a gente consegue casar os sobrinhos”, disse Fernando. 

Fabíola Falcão segue a sua fé todos os anos em busca da sorte. Fabíola Falcão segue a sua fé todos os anos em busca da sorte/ Fotos: Marcelo Victor

Para Fabíola Falcão Pires, de 38 anos, católica e devota do santo, a mãe sempre dizia que Santo Antônio iria arrumar um marido e um casamento para ela. Ela acredita que na sétima vez é sorte e que agora chegou o momento. "Está difícil, mas não desisto!", disse.

“Minha mãe sempre me falava para eu ter fé no santo e que ele iria arrumar um marido pra mim. Estou aqui todos os anos e já encontrei 7 alianças. Acredito e tenho fé que agora chegou o momento de encontrar o meu príncipe”, relatou. 

Casado há mais de 10 anos, o autônomo Lindomar Garcia, de 52 anos, encontrou três alianças e disse que agora vai ter que casar três vezes.

“Pois é, agora vou ter que ver com a esposa uma nova cerimônia de casamento. As outras alianças, vou distribuir para os familiares que também precisam achar seus pares, a sorte bateu no meu lado”,  relatou feliz com as três alianças nas mãos.  

 Casado a decadas, Lindomar Garcia, de 52 anos, disse que está pronto para casar os amigos Casado a decadas, Lindomar Garcia, de 52 anos, disse que está pronto para casar os amigos/ Fotos: Marcelo Victor

Sou uma abençoada, estar aqui é um milagre 

No início do ano, os brasileiros como culturalmente, realizam planos para que o ano de 2024 seja melhor do que o anterior. Para a coordenadora da catedral Santo Antônio, Fernanda Correia, não foi diferente. O ano começou com um susto, quando diagnosticada com a  síndrome de guillain-barré em fevereiro. A fé ao santo das causas impossíveis, fez a coordenadora nascer novamente”. 

“O santo intercede em nossas vidas porque a gente pede. Fiquei meses no hospital, em cadeiras de rodas, com o corpo todo paralizado. Abracei ao santo, pedi uma intercessão e em três meses ele mudou a minha vida. Hoje estou aqui e faço parte da comunidade, porque devo a minha vida a ele”, relatou.  

Por conta desse milagre em sua vida pessoal, Fernanda disse que muitas pessoas ainda questionam sobre o dia 13 de junho, mas ela sempre usa a sua experiência de vida, para dizer que Santo Antônio é sim o santo das causas impossíveis. 

“Muita gente ainda me questiona que o santo é casamenteiro apenas, mas tenho certeza absoluta que se não fosse a minha fé a ele, não estaria aqui. Estou recuperada por causa desse e meu devoto e minha fé é diretamente ao Santo Antônio. Sou um milagre e todas as vezes que as pessoas questionam esse dia, passa um filme na minha cabeça por tudo que passei”, disse a coordenadora. 

Fotos: Maccelo Victor


Programação: 

Na semana em comemoração ao padroeiro de Campo Grande, está sendo realizado o o 22ª Arraial de Santo Antônio, com apresentações musicais e barracas típicas na Praça do Rádio Clube.

Ás 18h, acontece a procissão que saíra da catedral em direção  à praça do Rádio Clube, onde, às 19h, será celebrada a Santa Missa e, depois, o show da fraternidade São João Paulo II. 

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Quem é Santo Antônio? 

O Dia de Santo Antônio é comemorado em 13 de junho. Em Campo Grande, a data é considerada feriado, devido ao santo ser o padroeiro da cidade.

Neste ano, no entanto, excepcionalmente é dia útil devido ao feriado já ter sido antecipado.

Conforme os registros históricos, o nome de batismo de Santo Antônio era Fernando Antônio de Bulhões.

Nascido em Portugal, ele era o único herdeiro de uma família de nobres e resolveu seguir a vocação religiosa na adolescência e morreu aos 36 anos, em Pádua, na Itália.

Santificado por milagres realizados em Portugal, passou a ser conhecido como Santo Antônio de Pádua.

Santo Antônio também é conhecido como santo casamenteiro porque acredita-se que uma moça, em Nápoles, conseguiu, por intercessão dele, o dote necessário para que ela se casasse.

Por que Santo Antônio é o padroeiro de Campo Grande?

A história remonta à fundação da cidade. Segundo consta, o fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira, era devoto de Santo Antônio.

No caminho, antes de chegar ao que seria Campo Grande, José Antônio Pereira e sua comitiva precisou parar no caminho, em Santana de Paranaíba, onde o povoado e os homens da caravana pioneira foram assolados por uma epidemia do que chamaram de "febre maligna".

Devoto, José Antônio Pereira pediu intercessão à Santo Antônio e prometeu que, caso conseguisse ajudar a curar a doença e não perdesse nenhum homem, construiria uma igreja para o santo assim que chegasse ao novo povoado.

Ele já levava uma imagem do santo junto à comitiva.

José antônio Pereira era tido na época como bom médico, com conhecimentos em farmácia e homeopatia, e a doença que assolou parte do povoado foi extinta após ele recorrer ao santo.

Já estabelecido em Campo Grande, José Antônio Pereira deu ao novo povoado o nome de Santo Antônio de Campo Grande.

Ele cumpriu a promessa e construiu uma capela, de pau-a-pique, que foi inaugurada em março de 1878.

A capela foi erguida nas imediações do Córrego Prosa, onde mais tarde seria a esquina da Avenida Calógeras com rua 15 de Novembro, atual Travessa Lídia Baís, sendo a primeira casa de orações da cidade.

Ao longo dos anos, a igreja foi demolida e reerguida por pelo menos três vezes, devido as condições de segurança da estrutura e até para mudança de local.

Atualmente, a igreja de Santo Antônio está localizada na Travessa Lydia Baís, na esquina com a Rua 15 de Novembro, região central da Capital.

A igreja foi constituída como catedral metropolitana em 1991, na ocasião da visita do Papa João Paulo II à Campo Grande.

A partir desta data, o templo, que era denominado Matriz de Santo Antônio, passou a ser chamado de "Paróquia de Santo Antônio - Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Abadia".

A imagem de Santo Antônio encontrada na igreja ainda é a original, trazida pelo fundador da cidade.

Leis


O dia 13 de junho foi instituído como dia do Padroeiro de Campo Grande, Santo Antônio de Pádua, pela Lei nº 3.901 de 29 de outubro de 2001, sendo, a partir de então, feriado municipal.

Conforme a justificativa do projeto apresentado na Câmara, a motivação é a forte ligação de Santo Antônio com a história da Capital.

Em dezembro de 2019, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sancionou a Lei 5.458, que incluiu no anexo do Calendário Oficial de Eventos de Mato Grosso do Sul o Dia do Padroeiro do Município de Campo Grande, em comemoração ao Dia de Santo Antônio de Pádua.

No dia 13 de junho, quando reverencia-se o protetor da cidade, anualmente há procissões, missas especiais e festividades, como quermesses e o tradicional bolo de Santo Antônio, que é vendido com alianças escondidas e, diz a superstição, que quem encontra a joia, terá sorte no amor.

 

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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