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"Favorita" a vencer licitação da Lotesul é investigada em esquema de bets

Empresa do Paraná, que atua na loteria daquele estado, foi alvo da Polícia Civil do PE em investigação que prendeu Deolane

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Programada para ocorrer nesta segunda-feira, a licitação para escolher a empresa gestora da Loteria Estadual de Mato Grosso do Sul (Lotesul) tem gerado reclamação por parte de alguns empresários, que veem direcionamento no edital que estaria favorecendo principalmente uma empresa em atuação hoje, a PayBrokers.

Atualmente, a empresa controla a loteria do Paraná e, no ano passado, foi alvo de operação da Polícia Civil do Pernambuco em investigação sobre a atuação de jogos de azar por meio de bets legalizadas no Brasil.

De acordo com fonte que não quis se identificar, a PayBrokers seria hoje a única empresa que cumpriria todas as exigências presentes no edital de licitação, que já recebeu, pelo menos, dois pedidos de impugnação feitos ao governo do Estado e um terceiro encaminhado para o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), como antecipou o Correio do Estado.

Em um dos pedidos de impugnação, feito pela empresa de Dourados Criativa Technology LTDA., ela afirma que alguns pontos do edital tornam ele tendencioso, uma vez que “os benefícios recairão, tão somente, a uma empresa privada que lucrará muito mais do que o Estado e que a sociedade sul-mato-grossense, além de inviabilizar a adoção futura de produtos lotéricos competitivos”.

“É estranho que se faça um dimensionamento do mercado antes da publicação do edital de contratação de operador, visto que não estão sendo apresentados os estudos relacionados ao mercado, não está sendo indicado qual o modelo de contratação [concessão, credenciamento, permissão], não está sendo indicada quais as modalidades que serão exercidas no futuro, qual o payout os produtos terão que seguir, etc.”, diz a empresa em sua argumentação. 

“Portanto, esse edital jamais poderia ser lançado antes do edital de contratação dos operadores, sob pena de inviabilizar a participação de grandes operadores [vide casos do Rio de Janeiro e Paraná, que adotaram modelo similar]. Em compensação, o estado de Minas Gerais não promoveu tamanho equívoco e atraiu um consórcio com os dois maiores operadores de loterias do mundo, a IGT e a Scientific Games”, completa.

Quando a empresa cita a licitação do Paraná, é justamente de lá que vem a principal candidata ao posto de gestora da Lotesul. Responsável pela Loteria do Estado do Paraná (Lottopar), o consórcio PayBrokers Paraná venceu em 2023 licitação com contrato de R$ 167 milhões com o governo estadual.

O contrato paranaense, inclusive, já foi alvo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), que encontrou várias irregularidades no processo licitatório, como a falta de competitividade no edital. Os técnicos da Corte de Contas chegaram a pedir a suspensão do processo, o que não foi aprovado na época.

INVESTIGAÇÃO

A última polêmica a qual a empresa está envolvida foi a investigação da Polícia Civil do Pernambuco que levou à prisão a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra, em setembro do ano passado.

Segundo informações do G1 do Paraná, que teve acesso à investigação, a PayBrokers estaria atuando como meio de pagamentos para jogos de azar no exterior do Brasil.

De acordo com depoimentos de Deolane à polícia, apesar de não ter relação com a PayBrokers, ela emitia notas fiscais para a empresa Esporte da Sorte, que fazia pagamentos por intermédio da PayBrokers. 

A investigação, segundo o G1, ainda mostra que, entre 2022 e 2023, a “Sports Entretenimento e Promocao de Eventos Esportivos LTDA.” recebeu mais de R$ 19 milhões e repassou o dinheiro a outras três empresas, entre elas a PayBrokers. A maior parte foi para a empresa curitibana, que recebeu o maior valor: quase R$ 10 milhões.

Por causa desses indícios, o dono da PayBrokers, Edson Antônio Lenzi Filho, e Thiago Heitor Presser, ex-sócio da empresa, tiveram mandados de prisão emitidos contra eles.

Presser foi preso em Cascavel (PR), e com ele foram apreendidos R$ 70 mil, em diferentes moedas. Já Lenzi Filho não foi localizado e segue foragido. 

Na época, a empresa afirmou que estava colaborando com as autoridades e “disponibilizou espontaneamente todos os documentos e informações solicitados dos clientes-alvo da operação, permanecendo à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos necessários”.

IMPUGNAÇÃO

Matéria do Correio do Estado de ontem mostrou que dois empresários entraram com pedido de impugnação do edital. Além da Criativa Technology LTDA., o outro pedido é de Jamil Name Filho, conhecido como Jamilzinho, que atualmente está preso na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), com cinco condenações, que juntas somam 69 anos. Há também um terceiro documento, mas que pede explicação sobre o edital.

Saiba

A licitação para escolha de empresa que vai gerir a Lotesul deve ser realizada a partir das 8h30min desta segunda-feira, virtualmente, pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). Segundo a Pasta, por enquanto, o certame segue normalmente.

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BRASIL

Dia do consumidor: como se prevenir de enrascadas do comércio on-line

Um dos problemas mais comuns é a falta de entrega dos produtos

15/03/2025 20h00

Foto: JOÉDSON ALVES/AGÊNCIA BRASIL

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Não são somente as manobras do balé, nas pontas dos pés, ou os movimentos coordenados da dança contemporânea que tornam agitada a vida da artista brasiliense Daniele Dias, de 19 anos.

Ela é também professora de crianças de diferentes idades, inclusive em projetos na periferia, e tem ainda a vida universitária no curso de ciência política.

Com tanto para fazer, atua em salas e palcos com brilho nos olhos, mas no ritmo da urgência. Não pode perder tempo. A jovem professora esperava que, ao optar por comprar, em uma loja na internet, novas roupas para dançar, como collants, malhas e calças de algodão, fosse ganhar tempo. 

Ela gastou mais de R$ 350 em 20 peças e, depois, muito de sua paciência ao não receber os produtos. Histórias como a dela, de decepção ao fazer as compras de forma virtual, estão entre os principais desafios na defesa dos direitos dessa área no Brasil e motiva campanhas de esclarecimento como as que ocorrem no Dia do Consumidor, neste sábado (15).

“Primeiro, eles haviam me informado que estavam revisando a entrega e depois um aviso de ‘processando’. Na sequência, não respondiam mais os meus e-mails. Eu avisei que iria procurar meus direitos no Procon, que me atendeu rapidamente”, relata a consumidora. 

Mercado e problemas em crescimento

Não faltam motivos para atenção especial sobre o comércio on-line. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o faturamento previsto para o comércio eletrônico no Brasil em 2025 será de R$ 224,7 bilhões, o que pode significar um aumento de 10% em relação ao ano passado. 

Outros dados que ajudam a entender a dinâmica desse comércio foram revelados pelo último Relatório de Identidade Digital e Fraude da Serasa Experian, divulgado no mês passado. Uma das informações é que diminuiu a percepção dos consumidores de que as empresas adotariam medidas para protegê-los contra fraudes. Essa sensação de segurança passou de 51% para 43%. 

Ainda segundo o levantamento, 48% dos participantes da pesquisa disseram que já haviam desistido alguma vez de uma compra por falta de confiança no site ou aplicativo que oferecia produto ou serviço. Ainda assim, o comércio eletrônico registrou um crescimento médio de 1,6 ponto percentual em 2024 na comparação com o ano anterior.

No caso da professora Daniele, depois de pedir a devolução do dinheiro insistentemente por e-mail e não ser atendida inicialmente, ela precisou separar outro tempo para procurar o Procon. Após 60 dias, ela teve o dinheiro devolvido. Não desistiu de comprar on-line, mas passou a pesquisar mais. 

Veja as principais orientações do  Instituto de Defesa do Consumidor (Idec):

Segurança:

  • Escolha sites confiáveis: Procons divulgam anualmente uma lista de sites que devem ser evitados pelo consumidor.
  • Confira a reputação da empresa:  é importante buscar na própria internet avaliações do comerciante 
  • Ótima oferta ou cilada? Desconfie de qualquer oferta ‘boa demais’ porque ela pode não ser verdade.
  • Calcule o preço com o frete: não adianta receber um bom desconto se o frete é alto. 
  • Direito de arrependimento garantido: confira o período que a loja anuncia
  • Avaliações:  verifique os comentários e vá além apenas dos elogios (porque podem ser forjados)
  • Se for vítima de um golpe, faça as denúncias na polícia e nos órgãos de defesa do consumidor (Procon da sua cidade e o site consumidor.gov.br). 

Preços: 

  • Evite fazer compras no fim de semana (o "horário nobre" da internet)
  • Preços dinâmicos: deslogue das contas nas redes sociais e limpe o histórico e use navegador anônimo para encontrar preço justo
  • Mantenha os itens no carrinho de compra por alguns dias antes de comprar: sistema de vendas pode incentivar a venda com cupons
  • Custos e prazos: quanto mais rápida a entrega, também mais caro será o valor do frete

Problemas

O crescimento do comércio eletrônico se intensificou durante e depois da pandemia, mas também cresceram os problemas relacionados a esse tipo de negócio. 

De acordo com o advogado Igor Marchetti, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), um dos problemas mais comuns é o que foi enfrentado pela professora Daniele Dias, o  chamado “descumprimento de oferta”, que é a falta de entrega dos produtos. 

AÇÃO

Cresce procura de mulheres por aulas de defesa pessoal após casos recentes de feminicídio

Aulão que ensina como agir em situações de risco reuniu cerca de 20 mulheres no bairro Guanandi

15/03/2025 17h30

Procura de mulheres por aulas de defesa pessoal aumentou devido aos últimos casos de feminicidio em Campo Grande

Procura de mulheres por aulas de defesa pessoal aumentou devido aos últimos casos de feminicidio em Campo Grande Foto: Divulgação / Conselho Comunitário de Segurança Grande Aero Rancho

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Diante da repercussão de casos recentes de feminicídio, aulão gratuito de defesa pessoal para mulheres é organizado reunindo cerca de 20 alunas, na tarde deste sábado, no bairro Guanandi.

De acordo com a Lucimara Jara, Policial Civil e instrutura de defesa pessoal há 8 anos, a procura por aulas está muito grande devido aos últimos casos de feminícidio em Campo Grande.

"Sempre faço esses encontros, mas dessa vez a repercussão está bem maior", disse. Sobre as aulas a instrutora informa que o foco do ensino é a prevenção. "As aulas abordaram o básico da defesa pessoal, com foco na prevenção e como agir em situações de risco. Ensinar sobre a postura correta, como se posicionar em situações de conflito e os primeiros passos para evitar o combate físico são aspectos fundamentais", declarou.

Na tarde deste sábado (15) o aulão de defesa pessoal feminina que têm como proposta a prevenção e enfrentamento à violência contra mulheres, reuniu cerca de 20 alunas no bairro Guanandi II, a ação foi organizada pelo Conselho Comunitário de Segurança Grande Aero Rancho.

"Ensinar defesa pessoal é uma forma de empoderá-las, pois não se trata apenas de aprender golpes, mas de oferecer muitas orientações durante as aulas. A defesa pessoal te ensina a evitar o combate. Quando estou alerta, evito certos lugares, não me arrisco e não revido a xingamentos — isso já é uma forma de me proteger",informa Lucimara sobre a aula.

Para a Lucimara, é importante ações de prevenção como esta voltada para as mulheres. "Acredito que todas as mulheres deveriam aprender o básico de defesa pessoal, ou pelo menos receber algumas orientações que podem ser vitais em momentos de risco. Muitas vezes, atitudes simples, como perceber o ambiente ao seu redor e saber como reagir em determinadas situações, podem salvar vidas", conclui.

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

Casos recentes de feminicídio em Campo Grande vem alertando o poder público e a população para melhoria no atendimento e segurança de vítimas de violência doméstica.

Jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, morreu esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, na noite do dia 12 de fevereiro, em uma casa localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande.

Eles namoravam há 4 meses e moravam juntos. Caio já tinha passagens pela polícia por roubo, tentativa de suicídio, ameaça e violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.

No inicio deste mês Giseli Cristina Oliskowiski, de 40 anos, foi a 6ª vítima de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul. O crime aconteceu no fim da tarde deste sábado (1°), no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

De acordo com testemunhas, o autor do crime confessou que a agressão foi motivada após uma discussão com a vitima que teria o agredido com três tapas no rosto, momento este em que ele jogou uma pedra na cabeça da mulher. A vítima teve o corpo queimado.

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