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SAÚDE

Mortes por Covid disparam em meio ao descaso pela vacina

Na últimas 5 semanas, morreram 30 pessoas em decorrência do vírus, enquanto nas 5 semanas anteriores foram 13 vítimas; números de casos também cresceram

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Dados de boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES) referentes à Covid-19 acendem um alerta em relação ao aumento de mortes e casos da doença. Nas últimas cinco semanas, 30 pessoas morreram em decorrência do vírus, e boa parte delas tinha o esquema vacinal incompleto. Enquanto isso, nas cinco semanas anteriores, foram 13 óbitos registrados.

Conforme a SES, nos últimos 14 dias, foram registrados 12 mortes. Dessas, 10 estavam com o esquema vacinal incompleto – isto é, sem as doses primárias ou as de reforço – e apenas um não havia tomado nenhuma dose de vacina contra a Covid-19. A Pasta ainda informou que dessas últimas 12 vítimas somente duas tinham menos de 60 anos (uma de 42 anos e outra de 57 anos).

Em relação aos casos, também houve um crescimento nas últimas cinco semanas, em comparação às cinco semanas anteriores, saltando de 426 casos confirmados para 1.395, sendo 572 apenas na última semana.

A SES relatou que, diferentemente de outros vírus respiratórios – como a influenza – que circulam com maior intensidade em alguns meses do ano, a Covid-19 não se restringe a um período específico.

“As baixas coberturas vacinais contra a Covid-19 certamente têm impacto no surgimento de novos casos. A circulação viral do [vírus] SARS-CoV-2 e de outros vírus respiratórios continua, juntamente ao surgimento frequente de novas variantes”, destacou a SES.

“Precisamos manter a vacinação em dia e continuar tomando os cuidados necessários para evitar que a situação epidemiológica se torne um cenário novamente negativo”, frisou a Pasta.

VACINAÇÃO

Informações da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) apontam que, na Capital, apenas 19,25% das pessoas tomaram a quarta dose da vacina contra a Covid-19 e que 55,49% receberam a terceira dose.

Em relação à cobertura com as duas doses de imunizante contra o vírus, o índice é bem maior, de 85,9%. Já a vacina bivalente teve 21,62% de adesão.
No Estado, a cobertura vacinal monovalente é de 82,8%. Por faixa etária, a SES disse que a que mais tomou o reforço bivalente foi a de 75 a 79 anos, com 61,2% de adesão.

Os idosos, que são um grupo considerado de risco para a doença, estão divididos em cinco faixas etárias: de 60 a 64 anos, que tiveram apenas 31,3% de cobertura de reforço; de 65 a 69 anos, com 39,5% de reforço bivalente; de 70 a 74 anos, com 45,8% de cobertura; e pessoas de 80 anos ou mais, que tiveram 42,7% de adesão ao reforço.

Para Ana Paula Goldfinger, coordenadora de Imunização da SES, a falsa sensação de segurança das pessoas que tomaram uma ou duas doses e não completaram o esquema vacinal pode estar diretamente ligada ao aumento de casos e fazer com que o vírus volte a ser uma realidade no cotidiano das pessoas.

Já a Sesau esclareceu que parte dos casos de Covid-19 registrados na Capital de janeiro a setembro tinha como fator de agravamento a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), sendo 259 diagnósticos neste ano.

ESQUEMA VACINAL

O Ministério da Saúde divulgou um novo esquema vacinal para a Covid-19 no País, sendo dividido em três grupos. O primeiro deles é de crianças de 6 meses até 4 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias), com a recomendação de tomarem duas doses da vacina monovalente – a segunda deve ocorrer quatro semanas após a primeira.

A partir dos 5 anos, para as pessoas que nunca se vacinaram, é recomendado uma dose única do imunizante monovalente da Moderna. Esse grupo também abrange adultos.

Já pessoas imunocomprometidas a partir de 6 meses e grupos prioritários precisam tomar três doses de vacina, com intervalo de quatro semanas entre cada uma. Ainda, após o esquema primário completo, é recomendado que essas pessoas façam duas doses anuais de reforço, com intervalo de seis meses entre elas.

Fazem parte do grupo prioritário pessoas com 60 anos ou mais, pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores, pessoas imunocomprometidas, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente, pessoas com comorbidades, pessoas privadas de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e pessoas em situação de rua.

Saiba

Ao todo, 113 mortes por Covid-19 foram registradas em MS neste ano e 11.605 casos, confirmados. A vacinação na Capital acontece em postos de saúde, mas o imunizante está em falta para crianças. A Sesau aguarda o envio de doses pelo Ministério da Saúde, o que deve ser realizado no dia 14.

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INVESTIMENTO

CCR pode perder direito de elevar pedágio se não executar obras

As obrigações e as penalidades do novo contrato foram informadas na apresentação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias da União

25/11/2024 09h30

Enquanto o 1º lote de duplicações não for entregue, a MSVia pode ser impedida de reajustar o pedágio

Enquanto o 1º lote de duplicações não for entregue, a MSVia pode ser impedida de reajustar o pedágio Foto: Gerson Oliveira

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A CCR MSVia vai perder o direito de reajustar a tarifa de pedágio caso deixar de executar as obras do novo contrato de concessão nos primeiros três anos de administração da BR-163 em Mato Grosso do Sul.

Com a repactuação aprovada neste mês, a cobrança será reajustada em 33,8% – dos atuais R$ 7,52 a cada 100 km para R$ 10,06 –, com a meta de duplicar 75 km de pista já nos três primeiros anos, sendo 5,66 km em 12 meses. A concessionária terá de investir R$ 1,21 bilhão até 2026 e mais R$ 1 bilhão nos dois anos seguintes.

A confirmação dessas obrigações e penalidades ocorreu durante a apresentação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias do governo federal, coordenado pelo Ministério dos Transportes, na tarde do dia 21.

De acordo com o titular da Pasta, ministro Renan Filho, a política tem o potencial de injetar mais de R$ 110 bilhões para a melhoria de estradas entre 2024 e 2026.

O programa já conta com a adesão de 14 contratos de concessão referentes a rodovias que atravessam 13 unidades da Federação. São elas: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Entre esses contratos está o da CCR MSVia, que teve sua pactuação aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 13.

Na votação, foi destacado que o novo contrato vai dinamizar os investimentos, uma vez que elimina a etapa de um novo processo licitatório que demoraria anos para ser concretizado, possibilitando a injeção de recursos mais rapidamente, de acordo com o termo de solução consensual apresentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Segundo o Ministério dos Transportes, uma das principais diferenças entre a repactuação via otimização de contrato e uma relicitação é o aproveitamento de projetos já existentes e licenciamentos válidos, só que de forma atualizada.

Com isso, as novas obras devem ser iniciadas em até 30 dias após a assinatura dos termos aditivos – um processo que poderia levar quatro anos ou mais em uma relicitação, uma vez que é preciso aguardar o término dos contratos vigentes para a abertura de um novo edital de licitação, independentemente da urgência e da relevância do empreendimento.

Para Renan Filho, “o programa representa para o Brasil a retomada de obras que estavam paralisadas há muito tempo sem investimentos nem solução. Exemplos disso são a subida para a Serra de Petrópolis, no Rio, e importantes obras nos principais corredores logísticos do Brasil central, como a BR-163, fundamentais para o escoamento da produção agropecuária”.

A fim de garantir a aprovação do TCU e a autorização do Ministério dos Transportes, a empresa interessada na otimização precisa demonstrar sua capacidade de endividamento, comprovando que tem condições financeiras para realizar o investimento necessário.

Contudo, no caso da BR-163, essa agilidade ainda depende de audiência pública a ser realizada, ainda sem data definida; de um minileilão na Bolsa de Valores (B3), intitulado processo competitivo pelo TCU; e posteriormente da assinatura do novo contrato.

Pelas estimativas da Pasta, a assinatura ocorrerá no primeiro semestre do ano que vem, com novos investimentos só a partir do segundo semestre de 2025. Após esse período, começam os investimentos em novas obras, que devem alcançar R$ 1,21 bilhão no primeiro ano de concessão, chegando a R$ 2,15 bilhões em três anos e R$ 9,64 bilhões até 2054.

São com esses recursos que deverão ser entregues no primeiro ano de contrato 6,12 km de terceiras faixas (4,14% do total previsto), 1,04 km de vias marginais (4,54% do total) e 5,66 km de pista dupla, segundo o acordo consensual aprovado pela Corte de Contas.

Porém, já no primeiro ano de contrato, a CCR MSVia só vai conseguir subir o pedágio para R$ 10,06 a cada 100 km com as novas regras da concessão mais adicionais por obra executada – isso caso a execução atinja os parâmetros definidos na solução consensual, que teve suas regras estipuladas pela Portaria nº 848, de 25 de agosto de 2023.

Essa portaria define que o novo contrato deve prever “mecanismo de reclassificação tarifária vinculada à execução de obras”, como vai ser na repactuação da concessão da BR-163 com a CCR MSVia, além de “definir um período de transição de três anos com a execução de obras e serviços suficientes para garantir a qualidade, a fluidez e segurança da rodovia”.

Também estará proibida a distribuição de dividendos aos acionistas, a transferência de controle acionário e a comprovação de que existe financiamento ou aportes prévios dos acionistas como “garantia para a execução das obras”.

O texto estipula que o descumprimento do cronograma do novo termo aditivo no prazo de três anos em dois períodos trimestrais (consecutivos ou não) vai ocasionar “a extinção automática do termo aditivo vigente; o retorno do contrato a todas as condições originais, com a aplicação imediata dos descontos de reequilíbrios represados; e a instauração automática do processo de caducidade”.

Como precaução a uma possível irregularidade, a portaria determina que “os estudos contratados para a nova licitação e a assunção de novo operador permanecerão em andamento durante o período de transição”.

Saiba

O presidente do TCU, Bruno Dantas, esteve na solenidade e afirmou que a otimização dos contratos de concessão é a solução necessária para defasagens técnicas e financeiras. Ele também ressaltou a importância da solução consensual, respeitando o interesse público e promovendo uma execução eficiente e transparente das obras.

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ACIDENTE FATAL

Mulher morre após invadir pista e bater de frente com caminhão na BR-262

A jovem Alexia Cardozo Ferraz, de 27 anos, conduzia um Chevrolet Ônix quando perdeu o controle do carro na rodovia entre os municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo

25/11/2024 09h15

Acidente entre os dois veículos acabou na morte de um jovem

Acidente entre os dois veículos acabou na morte de um jovem Foto: Ribas Ordinário/Reprodução

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Uma mulher, identificada como Alexia Cardozo Ferraz, de 27 anos, morreu após perder o controle de direção de um Chevrolet Ônix, invadir a pista contrária e bater de frente com um caminhão carregado de celulose na BR-262, no fim da tarde deste domingo (24).

Segundo informações, ela estava no sentido Água Clara – Ribas do Rio Pardo e o caminhão vinha no sentido contrário, quando perdeu a direção do seu veículo. Devido à gravidade da situação, a mulher ficou presa às ferragens e morreu ainda no local.

A batida ocorreu por volta das 18 horas, também no fim da tarde. Ambos os veículos tinham placa de Três Lagoas e, logo após o acidente, os dois pegaram fogo imediatamente. Motoristas que passavam pela pista chegaram a parar e tentaram apagar as chamas com os extintores de incêndio de seus próprios carros.

Há a suspeita de outras duas mortes devido ao acidente, mas sem confirmação das autoridades. No local estiveram a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Corpo de Bombeiros de Ribas do Rio Pardo, a Polícia e perícia técnica.

Números

Segundo os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), cresce o número de registros de acidente nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul nos últimos cinco anos.

De 2019 até o 2023, cresce gradativamente o número de acidentes, feridos e mortos nas rodoviárias federais do Estado, em 2019 foram registrados 1.436 acidentes e 124 óbitos nas ocorrências em MS, comparado ao ano passado, o número de acidentes aumentou em 20%, com 1.726 registros e 184 mortes em acidentes, crescimento de óbitos nas rodovias de 48%.

De acordo com a PRF, as rodovias federais mais perigosas do Estado seguem sendo a BR-163 e a BR-262.

“As BRs do Estado com maior número de acidentes no último ano são, respectivamente, BR-163 e BR-262, o que está diretamente relacionado ao maior fluxo de veículos nessas rodovias”, disse a corporação em nota.

Um levantamento feito pelo inspetor da PRF, Tércio Baggio, que  registrou nas rodoviais do Estado a velocidade do tacógrafo de 40 caminhões ao longo da pista, em um período de dois meses, (junho e julho de 2023) mostra que boa parte dos condutores destes veículos ultrapassam os limites de 90 a 110 km por hora nas vias, chegando a 147 km de picos de velocidade.

Nos sete primeiros meses de 2020 e 2021 a Polícia Rodoviária Federal registrou 18 e 16 mortes, respectivamente, na BR-262. No mesmo período do ano passado, 31 pessoas morreram vítimas de acidentes neste trecho. Agora, em 2023, já são 23 mortes. 

Mas, apesar da queda no número de mortes nos primeiros sete meses deste ano, o total de acidentes e o de pessoas com ferimentos graves segue uma linha praticamente contínua de aumentos. 

Nos sete primeiros meses de 2020 foram 144 acidentes e 30 vítimas com ferimentos graves. No ano seguinte, os números subiram para 164 registros e 40 pessoas feridas com gravidade. Em 2022, 52 pessoas sofreram ferimentos considerados graves em 156 acidentes nos primeiros sete meses. Agora, em 2023, foram 217 ocorrências e 63 pessoas com ferimentos considerados graves pela PRF. 

Bloqueio

O Movimento Sem-Terra (MST) bloquearam totalmente, na manhã desta segunda-feira (25), o KM-492 da BR-262, altura de Anastácio, a 122 quilômetros de Campo Grande.

Dezenas de manifestantes interditaram a rodovia às 5 horas e, até o momento, segue bloqueada. A pista foi interditada por pneus, galhos de árvore, grama seca, fogo e pessoas.

Portanto, motoristas que saem de Campo Grande ou tentam chegar, via BR-262, são impedidos e têm de voltar para seu local de origem.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há um congestionamento de cerca de 1,5 km no sentido decrescente (vindo de Miranda) e de 500 metros no crescente (saindo de Anastácio).

Policiais estão no local e tentam negociar com os manifestantes a liberação da rodovia. Os sem-terra reivindicam por reforma agrária e terra para plantar.

*Colaborou Neri Kaspary, Naiara Camargo e Judson Marinho

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