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Direito Previdenciário

Juliane Penteado: Quais riscos de não planejar a aposentadoria?

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Hoje vamos falar sobre a previdência e o olhar dela como um investimento. Muitas vezes, esse assunto é negligenciado, justamente porque ainda não há a compreensão dos riscos futuros pela falta de planejamento. 

E quais esses riscos?

  • A possibilidade de não ter recursos suficientes para cobrir as despesas básicas após a aposentadoria. Sem um plano adequado, as pessoas podem depender exclusivamente da renda do sistema público de previdência social, que muitas vezes não é suficiente para manter o padrão de vida de quando estava na ativa.
  • Depender apenas da previdência social: os indivíduos estão sujeitos a possíveis mudanças nas leis e políticas governamentais que podem afetar os benefícios futuros. Alterações no sistema previdenciário podem resultar em benefícios reduzidos ou aumentar a idade mínima para se aposentar, o que pode comprometer ainda mais a estabilidade financeira quando for se aposentar.
  • Outro risco importante é o aumento da expectativa de vida. A medicina avançou e as pessoas passaram a ter um estilo de vida mais saudável, por isso, estão vivendo mais tempo. Isso significa que o período para se aposentar pode ser significativamente maior do que o esperado. Sem um plano adequado, as economias podem se esgotar antes do previsto e deixar os segurados sem recursos para cobrir as despesas de longo prazo, como cuidados de saúde e assistência médica.
  • A falta de planejamento da previdência também pode resultar em uma maior dependência de familiares e amigos. Isso é um ponto que poucas pessoas pensam. Sem recursos financeiros adequados, pode ser que o segurado tenha que contar com o apoio de outras pessoas para cobrir as despesas básicas. Isso pode criar um fardo emocional e financeiro para os entes queridos, além de comprometer os relacionamentos pessoais.

Por fim, não planejar a previdência também significa perder oportunidades de investimento e crescimento financeiro. Quando o segurado decide se planejar, seja contribuindo somente com o INSS ou ainda, complementando nos fundos de previdência privada, é possível aumentar seu ganho ao se aposentar. Sem um plano adequado, essas oportunidades são perdidas e os indivíduos podem não alcançar a segurança financeira desejada na aposentadoria.

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Leandro Provenzano: Proposta de Alteração na Escala 6x1

O que mudaria para os trabalhadores?

14/11/2024 00h05

Leandro Provenzano

Leandro Provenzano

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Recentemente, uma proposta de alteração na escala de trabalho 6x1 gerou grande interesse entre trabalhadores no Brasil. A ideia é modificar o sistema de jornada que exige seis dias consecutivos de trabalho, seguidos por um dia de descanso. Este modelo, amplamente adotado em setores como o comércio e a indústria, representa um equilíbrio entre a produtividade e o descanso do trabalhador, mas tem sido alvo de críticas e discussões sobre sua eficácia e impacto na qualidade de vida.

O que é a escala de trabalho 6x1?

A escala 6x1 é um regime de jornada previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e significa que o trabalhador atua por seis dias consecutivos e tem direito a um dia de folga. De acordo com a CLT, todo funcionário tem direito a um descanso semanal remunerado de 24 horas, que geralmente coincide com o domingo, mas pode ser ajustado para outro dia da semana.

Na prática, a escala 6x1 estabelece uma rotina de trabalho intensa que, apesar de ser equilibrada com um dia de descanso, pode causar desgaste físico e mental nos trabalhadores, especialmente em setores de alta demanda ou em jornadas extensas.

Qual é a proposta de alteração?

A proposta sugere a flexibilização da escala, possibilitando ao empregador reorganizar uma jornada de trabalho para outras configurações, como a escala 5x2, onde o trabalhador teria cinco dias de trabalho seguidos por dois dias de descanso. Outra sugestão é a escala de 12x36, onde o colaborador trabalha 12 horas e descansa 36, configuração comum na área de segurança e saúde, como hospitais.

Essa flexibilização visa atender tanto às necessidades dos setores que exigem horários mais variados quanto aos anseios dos trabalhadores por mais tempo de descanso e melhor equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho.

Impacto para os trabalhadores

Uma mudança na escala pode trazer vantagens e desafios para os trabalhadores. Vamos detalhar os pontos principais:

  1. Mais tempo de descanso: Para muitos, a alteração para uma escala como o 5x2 traria um equilíbrio maior, com dois dias de descanso consecutivos, permitindo tempo para o lazer, o convívio familiar e o descanso físico e mental.
  2. Jornada mais extensa e exaustiva: Em casos de escalas como a 12x36, embora o trabalhador tenha um intervalo maior entre as jornadas, o dia de trabalho é prolongado, o que pode ser exercitado, principalmente em atividades que excluem exercício físico constante ou alta concentração.
  3. Adequação à realidade do setor: Para setores como saúde e segurança, onde a necessidade de turnos contínuos é uma realidade, a mudança seria mais alinhada com as demandas operacionais. Porém, em setores que não possuem essa característica, as novas escalas podem trazer problemas de adaptação e desgaste.
  4. Flexibilidade e qualidade de vida: A flexibilização das jornadas, dependendo de como para a renovação, pode contribuir para um aumento da qualidade de vida, desde que o descanso seja respeitado. O risco é que, em situações de má gestão, essa flexibilização possa ser mal utilizada, levando ao aumento de horas de trabalho sem compensação por dívida.

O futuro das jornadas de trabalho, caminha para uma maior flexibilização, acompanhando as mudanças no perfil do mercado e as necessidades dos trabalhadores no Brasil e no mundo. Cabe a todos, especialmente aos órgãos responsáveis, garantir que essas mudanças resultem em melhores condições e maior proteção para os profissionais, preservando o equilíbrio entre produtividade e bem-estar.

Numa época em que toda uma geração demonstra menos interesse por trabalho, um projeto para alterar a jornada semanal do empregado, sem se preocupar com a produtividade e a geração de riqueza ao país, pode acarretar tempos difíceis pela frente, e como diz o provérbio, cuja autoria desconheço: “Homens fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes.”.

Direito Previdenciário

Juliane Penteado: Precisa qualidade do segurado para receber pensão por morte?

08/11/2024 00h05

Juliane Penteado

Juliane Penteado

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Olá, tudo bem? Estamos no mês de novembro, mês em que celebramos os que se foram. Por isso, achamos importante falarmos desse assunto, uma vez que tendo isso organizado, ao chegar o momento de ter que passar pelo luto, não haja mais uma preocupação.

É importante entendermos que quando não há a qualidade de segurado, solicitar um benefício no INSS pode ser um grande problema e uma dor de cabeça. Então fique atento aos motivos que vamos elencar aqui, e que podem motivar a perda da qualidade do segurado para pensão por morte, como comprovar e o que fazer se o INSS negar a Pensão.

O que é qualidade de segurado?

Qualidade de segurado é quando o trabalhador continua na condição de segurado do INSS, pois está mantendo suas contribuições em dia. 

Em algumas condições, mesmo sem recolhimento, esses trabalhadores ainda podem se manter nesta qualidade, o que é chamado de período de graça. Esse é o tempo em que a Previdência Social aceita o vínculo de um trabalhador, mesmo sem estar pagando a contribuição previdenciária. Ele pode ser aumentado em até 24 ou 36 meses conforme o caso e de acordo com a lei. 

Pensão por morte

Esse é um benefício previdenciário pago aos dependentes por ocasião do óbito do segurado que contribuía para a Previdencia Social.

Na lei previdenciária, temos três classes de dependentes. Importante esclarecer que em alguns casos que não preciso comprovar a dependência econômica já em outros, essa dependência econômica necessita de comprovação.

Quem são os dependentes?

Dependentes da Primeira Classe

  • o cônjuge (pessoa casada em cartório), o companheiro (pode ser união estável tanto hétero quanto homoafetiva), o filho menor de 21 anos, não emancipado, de qualquer condição (aqui pouco importa se ele é ou não capaz para o trabalho) e, por fim, o filho, maior de 21 anos, que apresente uma incapacidade grave seja ela de ordem física, intelectual ou mental. 

Para estes a dependência econômica é PRESUMIDA, não necessitando de comprovação!

Dependentes de Segunda Classe

  • Aqui só existe um - os pais do falecido. Para eles a dependência econômica não é presumida devendo ser comprovado que o filho(a) falecido era indispensável para o sustento da família.

Dependentes de Terceira Classe

  • Neste caso temos os irmãos do falecido. Pode ser menor de 21 anos, não emancipado de qualquer condição ou, se maior de 21 anos, com uma incapacidade grave seja de ordem física, intelectual ou mental. 

Também é necessária a comprovação da dependência econômica.

Segundo a legislação previdenciária, uma classe de dependentes exclui a outra. Ou seja, havendo filhos, por exemplo, os pais ou irmãos do falecido ficam excluídos.

Valor da pensão por morte?

A reforma alterou o valor da pensão por morte, que passou a ser no equivalente a uma cota familiar acrescida de um percentual por dependente.

Essa cota é de 50% + 10% por dependente, dentro desta lista que já enumerei acima.

Por exemplo:

Se um segurado que faleceu deixou apenas um dependente, o valor do benefício será de 60% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela que ele teria direito caso fosse aposentado por invalidez.

Um detalhe: a aposentadoria por invalidez tem um percentual 60% + 2% a cada ano além de 15 de contribuições. Então se o segurado tinha menos que 15 anos de tempo de contribuição, sua aposentadoria será de 60% sobre essa média.

Pois bem! Esse percentual de 10% vai aumentando quando houver mais de um dependente. 

Dois dependentes: 50% + 10% + 10% = 70%
Três dependentes: 50% + 10% + 10% + 10% = 80%
Quatro dependentes: 50% + 10% + 10% + 10% + 10% = 90%
Cinco dependentes ou mais: 50% + 10% + 10% + 10% + 10% + 10% = 100%

Nenhuma pensão poderá ser inferior ao salário mínimo. 

Existe uma exceção. Em caso de dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão será de 100%, até o limite máximo do teto da Previdência. 

Outra alteração importante é referente ao que acontece quando encerrar a qualidade de dependente de um dos beneficiários (no caso de filho, quando atingir os 21 anos, por exemplo). Nesse caso, a sua cota por dependente cessará também (ou seja, os 10% em razão desse dependente, não serão mais somados ao valor da pensão).

Como saber se o falecido tinha qualidade de segurado na época do óbito?

O segurado falecido pode ter deixado de fazer recolhimentos por mais de 12 meses, e o comum é que o INSS não analise os demais pontos que poderiam incluí-lo do período de graça e, portanto, dar direito à pensão por morte aos seus dependentes.
Neste caso, verifique se:

  1. estava desempregado;
  2. se tinha mais de 120 contribuições anteriores;
  3. se recebeu auxílio-doença, entre outras coisas.

Essas informações são importantes para serem analisadas por uma advogada previdenciarista. Inclusive temos em nosso escritório, profissionais gabaritadas para esse tipo de análise.

Quando a qualidade do segurado é perdida?

Se o falecido não estava contribuindo para o INSS e não estava no chamado “período de graça” ele a perde para Pensão por Morte. 

Por isso, observe se:

  • O falecido, na data do óbito já contava com o tempo de contribuição suficiente para obter o benefício de aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição;
  • O falecido perdeu a qualidade de segurado por motivo de doença que o impossibilitou de exercer atividade laboral, comprovado por perícia indireta, e se isso ocorreu antes de ter perdido a qualidade de segurado.

É sempre importante que os dados estejam atualizados e as contribuições feitas. Com o planejamento previdenciário é possível garantir que isso não se perca e evite dores de cabeça futuras.

Espero ter ajudado.

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