Cidades

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Os vice-governadores de Mato Grosso do Sul

Os vice-governadores de Mato Grosso do Sul

WAGNER CORDEIRO CHAGAS

22/03/2010 - 01h13
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Nos bastidores políticos de todo o País as articulações visando às eleições desse ano estão a todo vapor, e nesse contexto um dos assuntos mais frequentes diz respeito a quem vai compor as coligações como candidato aos cargos de vice. Tais discussões em torno desse cargo se devem à sua importância. Em conformidade com a Constituição Federal vigente no País, o vice-governador, assim como o vice-prefeito e o vicepresidente da República, têm suas atribuições garantidas por lei. Cabe aos que exercem a função de vice, auxiliar o titular do cargo, substituí-lo em caso de afastamento, doença ou morte. No período de 1979 a 1983, os governadores de Mato Grosso do Sul – nomeados pelo governo federal – Harry Amorim Costa, Marcelo Miranda Soares e Pedro Pedrossian não contaram com a figura do vice-governador. Como consequência disso, a administração estadual foi entregue, por duas vezes, ao então presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Londres Machado, quando da demissão de Harry e Marcelo de suas funções, pelo então presidente da República, João Figueiredo. A part ir de março de 1983, momento em que os dirigentes eleitos pela população assumiram o governo do Estado, exerceram a função de vice-governador os seguintes personagens: Ramez Tebet, George Takimoto, Ary Rigo, Braz Melo, Moacir Kohl, Egon Krackekhe e Murilo Zauith. Ramez Tebet (PMDB) foi vice de Wilson Barbosa Martins (PMDB) entre 1983 e 1986 e posteriormente, em virtude da renúncia de Wilson para concorrer ao Senado nas eleições de 1986, assumiu o governo do Estado, administrando até 1987. Anteriormente a isso, Ramez administrou o município de Três Lagoas-MS (1975-1978) e exerceu mandato de deputado estadual (1978-1982). Em 1994, elegeu-se senador da República, e se reelegeu em 2002. Ministro da Integração Nacional no governo Fernando Henrique Cardoso, no ano de 2001, logo depois exerceu a presidência do Congresso Nacional entre 2001 e 2003. Faleceu em 2006 no exercício do mandato, substituído por seu primeiro-suplente, o exdeputado federal Valter Pereira (PMDB). George Takimoto atuou como vice na segunda gestão de Marcelo Miranda Soares (PMDB) nos anos de 1987 a 1991, pelo PFL, atual Democratas (DEM). Médico douradense foi o primeiro de uma série de vice-governadores escolhidos na segunda maior cidade do Estado. Em 1990, elegeu-se deputado federal, cujo mandato se estendeu até 1995. Atualmente, preside o Partido Progressista (PP) na cidade de Dourados-MS. Ary Rigo, representante da região de Maracaju-MS, elegeu-se vice governador na chapa de Pedro Pedrossian (PTB) no pleito eleitoral de 1990. Na ocasião do mandato chefiou a Secretaria da Casa Civil desse governo. Em 1994, concorreu ao Senado pelo PTB, mas foi derrotado pela dupla Ramez Tebet (PMDB) e Lúdio Coelho (PSDB). Antes de ser vice-governador, Ary Rigo cumpriu três mandatos de deputado estadual. Nos dias atuais, este exerce seu sexto mandato no legislativo estadual pelo PSDB. Braz Melo, prefeito do município de Dourados de 1989 a 1992, tornou-se vice-governador nas eleições de 1994, na chapa do então senador Wilson Barbosa Martins (PMDB). Contudo, em 1997, Braz voltou ao comando do poder executivo municipal douradense e renunciou a vice-governadoria. Sem mandato desde 2001, quando transmitiu o cargo de prefeito a Laerte Tetila (PT), Braz tem se destacado ultimamente como um assíduo escritor em jornais douradenses. Moacir Koh l (PDT), ex-vereador e ex-prefeito do município de Coxim-MS, ascendeu ao poder executivo estadual, como vice-governador, por meio da coligação Muda MS, encabeçada por Zeca do PT, a qual venceu as eleições de 1998. Na primeira gestão Zeca, assumiu também a Secretaria de Estado de Produção. Em 2002, após rompimento de seu grupo com o governo petista, Kohl candidatou-se a governador e ficou em terceiro lugar. Em 2004, a população de Coxim deu-lhe o terceiro mandato como prefeito daquele local. Sem cargo político, encontra-se atualmente filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Egon Krackekhe, militante histórico do PT douradense, atuou como vice-governador entre 2003 e 2007, no segundo governo Zeca. A ntes do cargo, lecionou no curso de Agronomia da UFMS, campus de Dourados, atual UFGD. Nas eleições municipais de 1992, concorreu a prefeitura de Dourados. Chefiou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Cultura e Turismo, no primeiro governo do PT e como vice, acumulou funções de secretário de Estado de Planejamento, Ciência e Tecnologia. Em 2006, havia uma possibilidade de o governador Zeca renunciar para ser candidato ao Senado, fato que acabou por não ocorrer. Com isso, optou-se por lançar Egon ao cargo de senador, candidatura essa que ficou em segundo lugar. Desde 2007, o ex-vice-governador é secretário de extrativismo do Ministério do Meio Ambiente. Murilo Zauith (DEM), eleito na coligação de André Puccinelli (PMDB) em 2006, é o quarto vice-governador por Dourados. Empresário do ramo da educação foi deputado estadual por duas legislaturas (1995–1999 e 1999–2003). Nas eleições municipais de 2000, disputou à Prefeitura de Dourados, porém saiu derrotado por Laerte Tetila (PT). Também exerceu mandato de deputado federal de 2003 a 2006. Ao concorrer pela segunda vez à Prefeitura de seu município, em 2008, perdeu para o atual prefeito Ari Artuzi (PDT). Hoje, é um dos possíveis candidatos ao Senado Federal na chapa do atual governador nas eleições de 3 de outubro. Realizado esse breve levantamento a respeito daqueles políticos que figuraram como vice-governadores do Estado de Mato Grosso do Sul, é possível observar o quanto é importante o trabalho dessas pessoas. Resta agora, a nós eleitores, aguardarmos as definições político-partidárias e procurarmos conhecer a trajetória, não somente dos candidatos a governador, mas também dos postulantes a vice-governador. Afinal, como não se pode prever os acontecimentos futuros, principalmente ao tratar-se de política, é necessário que o Estado tenha um substituto digno de administrá-lo e que possibilite atender todas as demandas que uma Unidade da Federação brasileira necessite.

POLÍCIA

Homem atira contra a esposa e é preso por tentativa de feminicídio

O suspeito foi preso durante investigações que apuravam o porte ilegal de arma e crime ambiental ligado ao cativeiro de animais silvestres

22/12/2025 16h15

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Um homem foi preso pela Polícia Civil, no município de Anaurilândia, por tentativa de feminicídio no contexto de violência doméstica. As investigações tiveram início a partir de denúncias anônimas, que apontavam posse irregular de armas de fogo. 

Durante as diligências, o suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e crime ambiental, após a apreensão de armamentos, munições e a constatação de animais silvestres mantidos ilegalmente em cativeiro.

Na última quinta-feira (18), o investigado foi submetido à audiência de custódia, ocasião em que teve liberdade provisória decretada em relação a esses crimes. No entanto, antes mesmo de deixar a delegacia, foi novamente preso, desta vez por força de mandado de prisão preventiva expedido pelo Poder Judiciário da Comarca de Anaurilândia, após representação da autoridade policial. A medida foi fundamentada em investigação que reuniu provas contundentes acerca da prática de tentativa de feminicídio, levando os fatos ao conhecimento do Judiciário e do Ministério Público.

No aprofundamento das investigações, surgiram novas provas indicando que, durante a madrugada do dia 23 de novembro, o homem tentou matar a própria esposa. Um registro audiovisual juntado aos autos demonstra que, por volta das 00h35, é possível ouvir um disparo de arma de fogo. Logo após, a vítima aparece chorando e afirmando: “me deu um tiro” e, em seguida, “ele atirou em mim”.

De acordo com a Polícia Civil, na sequência das imagens, o investigado surge demonstrando frieza e ausência de arrependimento, afirmando a uma testemunha que teria errado o disparo, declaração que, conforme apurado, reforça a intenção homicida. Testemunhas confirmaram que a vítima conseguiu escapar ao se abaixar e correr no momento do tiro.

Feminicídios em MS

Durante 2025, Mato Grosso do Sul registrou 39 feminicídios. A última vítima foi Aline Barreto da Silva, de 33 anos, assassinada pelo marido, Marcelo Augusto Vinciguerra, no município de Ribas do Rio Pardo, na manhã do dia 14. 

Ao chegar no local, os policiais avistaram Aline gravemente ferida, aparentemente com cortes de facas.

A mulher foi levada para atendimento médico, mas devido a gravidade das lesões, não resistiu e morreu no hospital. Quanto ao feminicida, Marcelo foi localizado e preso em flagrante, sendo encaminhado à Delegacia da Polícia Civil do município.

O primeiro feminicídio de 2025 aparece como sendo sendo a morte de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos. 

Já o segundo feminicídio deste ano em MS foi a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.

No terceiro caso de 2025, a vítima foi Juliana Domingues, de 28 anos, assassinada com golpes de foice pelo marido, na noite do dia 18 de fevereiro, na comunidade indígena Nhu Porã, em Dourados, município localizado a 226 quilômetros de Campo Grande.

Quatro dias depois, no dia 22 de fevereiro, Mirieli dos Santos, de 26 anos, foi a quarta vítima do ano, morta a tiros pelo ex-namorado, Fausto Junior, no município de Água Clara - localizado a 193 km de Campo Grande.

No dia seguinte, Emiliana Mendes, de 65 anos, foi morta no município de Juti, localizado a 310 km de distância de Campo Grande. A vítima foi brutalmente atacada pelo suspeito, que, após esganá-la, arrastou seu corpo até uma residência e colocou em cima de um colchão, a fim de simular uma eventual morte natural. 

O sexto caso de feminicídio registrado em 2025 foi o de Giseli Cristina Oliskowiski, morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande. O crime aconteceu no dia 1º de março;

O sétimo aconteceu em Nioaque e trata-se do feminicídio de Alessandra da Silva Arruda, em 29 de março, morta aos 30 anos por Venilson Albuquerque Marques, preso em flagrante horas depois convertida posteriormente para preventiva.

Já o oitavo feminicídio foi o de Ivone Barbosa da Costa Nantes, morta a golpes de faca na região da nuca pelas mãos do então namorado no assentamento da zona rural de Sidrolândia batizado de Nazareth, em 17 de abril. 

O nono caso foi registrado com o achado do corpo de Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos, encontrado na tarde do dia 14 de maio, no Rio Aporé, em Cassilândia-MS, segundo divulgado pela Polícia Civil. De acordo com as informações, o crime aconteceu no dia 11 de maio. 

Já o décimo caso, foi o de Simone da Silva, de 35 anos, na noite do dia 14 de maio, morta a tiros na frente dos próprios filhos por William Megaioli da Silva, de 22 anos, que se entregou à polícia ainda com a arma em mãos. 

No 11º feminicídio de Mato Grosso do Sul, a vítima foi Olizandra Vera Cano, de 26 anos, que foi assassinada com golpes de faca no pescoço pelo marido de 32 anos, no dia 23 de maio. O autor acabou preso em flagrante, na cidade de Coronel Sapucaia, a 395 quilômetros de Campo Grande.

O 12º caso aconteceu no dia 25 de maio, no Hospital Regional de Nova Andradina, e vitimou Graciane de Sousa Silva, que foi vítima de diversas agressões durante quatro dias seguidos, na cidade de Angélica, distante aproximadamente 275 quilômetros de Campo Grande.

Seguindo a sequência, Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, e a filha Sophie Eugênia Borges, de apenas 10 meses, foram as 13ª e 14ª  vítimas de femicídio, em Mato Grosso do Sul. As duas foram mortas e queimadas no dia 26 de maio, no bairro São Conrado, em Campo Grande. O autor do crime, João Augusto Borges, de 21 anos, que era marido de Vanessa e pai de Sophie confessou o duplo homicídio, e afirmou que o cometeu pois Vanessa queria se separar e ele não queria pagar pensão para a filha.

Já a 15ª morte por feminicídio em Mato Grosso do Sul neste ano, foi a de Eliane Guanes, de 59 anos, que foi queimada viva pelo capataz Lourenço Xavier, de 54 anos. De acordo com as informações, ele jogou gasolina no corpo de Eliane e ateou fogo na mulher, em fazenda na região da Nhecolândia, no Pantanal de Corumbá, onde os dois trabalhavam. O crime aconteceu na noite do dia 6 de junho.

Doralice da Silva, de 42 anos, foi a 16ª vítima de 2025, morta a facadas no dia 20 de junho, após uma discussão com o companheiro Edemar Santos Souza, de 31 anos, principal suspeito. O crime ocorreu na Rua dos Pereiras, na Vila Juquita, em Maracaju, a cerca de 159 quilômetros de Campo Grande.

A 17ª vítima foi  Rose Antônia de Paula, foi encontrada morta e praticamente decapitada, em uma casa em Costa Rica no dia 28 de junho. Rose era moradora de Bonito e pretendia retornar para a cidade no dia do crime. Entretanto, vizinhas estranharam o fato de ela não ter aparecido para tomar café em uma lanchonete que costumava frequentar. Pouco tempo depois, ela foi encontrada morta.

No dia 4 de julho, a 18ª vítima foi Michely Rios Midon Orue, de 48 anos, morta a facadas pelo próprio filho, de 21 anos, que era esquizofrênico. O crime aconteceu no município de Glória de Dourados, distante aproximadamente 260 quilômetros de Campo Grande. A vítima foi morta com pelo menos cinco facadas, sendo o golpe fatal desferido na região da jugular.

O 19° caso aconteceu no dia 25 de julho, com a morte de Juliete Vieira, de 35 anos, que foi esfaqueada pelo irmão, Edivaldo Vieira, de 41 anos. O crime aconteceu na cidade de Naviraí, distante aproximadamente 359 quilômetros de Campo Grande. 

Na sequência da estatística dos feminicídios registrados desde o início, a 20.ª vítima foi a professora Cinira de Brito, morta por Anderson Aparecido de Olanda, de 41 anos, que esfaqueou a companheira com dois golpes na perna, três no abdômen e depois tirou a própria vida. 

Já a 21ª vítima de feminicídio em 2025 foi Salvadora Pereira, de 22 anos, assassinada com tiro no rosto pelo então companheiro, José Cliverson Soares, 32 anos, na frente de cerca de cinco crianças com idades entre dois e oito anos. 

Depois, o 22° caso de feminicídio foi a morte de Dahiana Ferreira Bobadilla, morta aos 24 anos por Dilson Ramón Fretes Galeano, de 41 anos, que fugiu após enterrar o corpo em cova rasa às margens do Rio Apa, em Bela Vista. 

Já a 23ª vítima de feminicídio em 2025 no Mato Grosso do Sul foi Letícia Araújo, de 25 anos, atropelada de propósito pelo marido, Vitor Ananias, 25, como registrado pelas câmeras de segurança da região. 

Após ser mantida em cárcere privado pelo então marido, Érica Regina Mota, de 46 anos, foi a 24ª vítima de feminicídio em 2025 no Mato Grosso do Sul, morta a facadas por Vagner Aurélio, de 59 anos, preso em flagrante poucas horas depois. 

O 25° feminicídio registrado foi o de Dayane Garcia, de 27 anos, que morreu na Santa Casa de Campo Grande depois de passar 77 dias internada, após ser ferida a tiros pelo ex-marido Eberson da Silva, de 31 anos, ainda em 18 de junho. 

O 26° caso foi o de Iracema Rosa da Silva, morta aos 75 anos em Dois Irmão do Buriti, por defender a filha do genro que cometia violência doméstica.

Caso confirmado, o 27° feminicídio será o de Gisele da Silva Saochine, morta aos 40 anos pelo marido no quintal de casa. Em seguida, ele a arrastou para o quarto e a incendiou. Depois, foi para o carro que estava na garagem, e colocou fogo em si mesmo, morrendo carbonizado.

O 28° foi o de Ana Taniely Gonzaga de Lima, de 25 anos, morta em Bela Vista, pelo ex que não aceitava o fim do namoro. Inconformado com o fim da relação, ele passou a insistir em uma reconciliação, até que encontrou a vítima e a agrediu com golpes de faca e também com um pedaço de madeira, causando ferimentos graves que resultaram em sua morte.

A 29ª vítima foi  Erivelte Barbosa Lima de Souza, de 48 anos, que foi esfaqueada pelo marido Adenilton José da Silva Santos, de 30 anos, em Paranaíba. Adenilton José da Silva Santos foi preso em flagrante e levado à delegacia do município. Durante o interrogatório, ele confessou o crime e contou que não conseguia lembrar o que o levou à prática, já que estava embriagado.

A 30ª vítima foi Andreia Ferreira, de 40 anos, assassinada a tiros pelo marido Carlos Alberto da Silva. Irritado após discussão do casal, Carlos usou a arma que tinha em casa para disparar contra a mulher. O homem ficou foragido, mas foi preso uma semana após o ocorrido no dia 12 de outubro.

Solene Aparecida Ferreira Corrêa, de 46 anos, foi a 31ª vítima de feminicídio. Ela foi encontrada morta no chão de sua casa, com marcas de violência e sinais de enforcamento. O caso aconteceu em Três Lagoas e a suspeita pela morte era sua companheira, identificada como Laura Rosa Gonçalves, que foi presa em flagrante.

Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, foi a 32ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul. Ela foi morta a facadas no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, na noite do dia 28 de outubro.

O 33° caso foi de Aline Silva no dia 04 de novembro, morta a facadas na frente da mãe e da filha, após se recusar a ter um relacionamento amoroso com o homem.

Já o 34° caso foi o da mulher de 43 anos, morta a facadas em Aparecida do Taboado, identificada depois como Mara Aparecida do Nascimento Gonçalves

Por fim, As vítimas do 35° e 36° feminicídios de 2025 tratam-se de um caso da mesma família, em que Rosimeire Vieira de Oliveira, de 37 anos e sua mãe, Irailde Vieira Flores de Oliveira, de 83 anos, foram mortas à facadas durante a madrugada, pelo ex-namorado de Rosimeire. 

Morta enforcada pelo companheiro na noite de segunda-feira (17 de novembro), Gabrielle Oliveira dos Santos, de 25 anos, é a 37ª vítima de feminicídio do ano, crime que ocorreu na chácara onde o casal morava, em Sonora, município localizado no extremo norte de Mato Grosso do Sul.

Faltando quase um mês para o Natal, em 24 de novembro Mato Grosso do Sul chegou ao 38° registro de feminicídio de 2025, último caso até então, quando a ex-guarda municipal Alliene Nunes Barbosa, de 50 anos, foi morta em Dourados esfaqueada pelo ex-marido, Cristian Alexandre Cebeza Henrique.

No dia 8 de dezembro, Ângela Naiara Guimarães Gurgel, esfaqueada com canivete na barriga pelo próprio marido, foi mais uma vítima de feminicídio em 2025 no Estado. O caso aconteceu no bairro Taveirópolis, em Campo Grande.

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GREVE

Governo de MS diz que está em dia com a Santa Casa e não tem responsabilidade por 13º

A proposta foi de que o 13º fosse pago parcelado, de janeiro a março. Porém, os servidores não aceitaram e querem o pagamento integral

22/12/2025 15h00

Governo afirma que não tem débitos com a Santa Casa

Governo afirma que não tem débitos com a Santa Casa FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O governo do Estado de Mato Grosso do Sul através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

A pasta também afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES. 

GREVE

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

CRISE FINANCEIRA

A Santa Casa está em crise financeira há anos. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, a Santa Casa gasta por mês R$ 1 milhão a mais do que recebe.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre governo federal, Prefeitura de Campo Grande e governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Porém, o hospital alega que o valor não seria suficiente para suportar a demanda atual da unidade de saúde, além de não sofrer reajuste desde 2023.

Sem a solução com o poder público, a instituição foi à Justiça pedir que, caso a renovação fosse feita, o repasse mensal precisaria ser corrigido para R$ 45,9 milhões (R$ 550,8 milhões por ano), além da recomposição retroativa referente aos últimos dois anos sem aumento.

Segundo documento que o Correio do Estado obteve com exclusividade, o hospital tinha um teto de R$ 46.907.889,12 para ser gasto em 2024 com internações de alta complexidade – serviços e procedimentos que exigem alta tecnologia, alto custo e infraestrutura especializada.

Porém, a entidade ultrapassou em cerca de R$ 2,5 milhões deste montante, o que resultou em um gasto operacional de R$ 49.484.607,38.

No balanço mês a mês, apenas em setembro a Santa Casa conseguiu operar as internações de alta complexidade dentro do teto, com R$ 3.825.922,38, menos de R$ 100 mil abaixo do limite mensal (R$ 3.908.990,76).

Por outro lado, outubro, segundo as informações do hospital, foi o pior mês, com gasto que chegou a R$ 4,6 milhões. Na média mensal, a instituição operou R$ 214,7 mil a mais do que o estipulado pelo teto.

De acordo com relatório anual divulgado pelo hospital em março deste ano, 2024 fechou com prejuízo de R$ 98,3 milhões, bem distinto do apresentado em 2023, quando fechou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Ao longo dos anos, o deficit acumulado da Santa Casa soma R$ 514,8 milhões. Outro fator que ajuda a explicar a conta fechando no vermelho são os constantes empréstimos que a instituição faz.

No mesmo relatório é possível constatar que o hospital ainda teria que pagar R$ 256.916.856,00 por causa de empréstimos e financiamentos, desses R$ 16.141.304,00 em circulantes (12 meses, considerado curto prazo no mundo financeiro) e R$ 240.775.552,00 em não circulantes (longo prazo).

Em relação ao repasse financeiro, 56% (R$ 18,3 milhões) é de responsabilidade do Governo Federal. Os outros 44% são oriundos do Estado (R$ 9 milhões) e do Município (R$ 5,2 milhões).


 

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