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Caminhos da vida

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Diz a sabedoria popular: “Quem não vive para servir não serve para viver”. Nessa maneira de interpretar, será necessária sensibilidade para descobrir o quanto de valor se revela na maneira de comunicar expressões que envolvam força da mente e sintonia com a realidade. Não pode simplesmente jogar palavras.

As palavras, dependendo do momento em que são proferidas, podem revelar conhecimento ou desconhecimento. 

Tudo depende do conteúdo cultivado e das oportunidades oferecidas para emitir opiniões a respeito de algo considerado de valor para o relacionamento. 

Antes de tudo, será preciso saber em que ambiente está, com quem se relaciona e sobre qual realidade analisa. Cada qual possivelmente poderá se manifestar com toda a liberdade. Sempre, porém, respeitando as demais opiniões.

Lembramos, com todo o respeito, a atitude do Mestre dos mestres quando, com seus discípulos, encontrava-se em peregrinação, tentando convencer tanto o povo quanto seus discípulos a respeito 
do Reino a ser implantado.

Enquanto andavam, o grupo, em vez de prestar atenção à proposta, falando baixinho, discutiam para o suposto novo Reino quem seria o administrador, quem assumiria os diversos e mais altos cargos. 

Não davam atenção àquilo que o Mestre tinha a propor. Olhavam e aguardavam o chamado no sentido de ocupar algum cargo privilegiado, bom salários e muitos privilégios. Esse desejo não combinava com o projeto do Mestre.

Não deixou por menos. Parou em um lugar, chamou seus discípulos e fez uma séria admoestação, mostrando claramente que o projeto dele seria totalmente o oposto de qualquer outro reino desse mundo. Mostrou que seria um reino, onde todo aquele que pensasse em ser grande, deveria assumir o cargo de ser o servo de todos. Quem desejasse possuir algo, deveria se fazer o menor, assumindo as tarefas mais humildes.

Esse será o Reino onde todos estariam em contínua atividade de servir, e não de ser servido: curar as feridas, sustentar os órfãos e as viúvas, consolar os que se encontram tristes, apaziguar a quem esteja ofendido. O grande milagre a ser celebrado diariamente será o de colocar seus bens e suas riquezas em comum, aos pés dos apóstolos. Esses distribuiriam segundo a necessidade de cada um. Assim acontecendo, ninguém passaria necessidade.

Talvez seja isso que esteja faltando em nossa sociedade, em nossas famílias e em nossas igrejas. Cada entidade, cada organização, encontra-se ocupada em seu desenvolvimento, em suas normas, e se esquecem – ou fazem questão de se isolar em seus interesses. E tudo o mais é deixado a sua própria sorte.

Mas ainda é tempo de rever a participação nessas realidades. Ainda é tempo de sair do próprio casulo e se colocar a serviço do bem, a serviço da honestidade, a serviço da justiça e a serviço da misericórdia.

Principalmente, fazer da presença nas organizações sociais e políticas de cunho beneficente a coragem e a semeadura da boa semente da caridade, do atendimento solidário. Não olhar a cor, a cultura nem a crença religiosa. Olhar a necessidade a que estejam esperançosas. São todos filhos e filhas de Deus.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Moraes está destruindo a reputação da Polícia Federal"

Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) após Moraes mandar a PF investigar quem usou o X

20/09/2024 07h00

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Deputados Câmara do DF esbanjam no exterior

Deputados distritais não tiveram o menor constrangimento ao impor ao brasiliense pagador de impostos a fatura de R$253 mil com diárias que suas excelências embolsaram enquanto batiam pernas fora do Brasil. Destinos não turísticos são descartados: o roteiro dos deputados inclui Suíça, França, Portugal, Estados Unidos, Canadá, México e Japão. São da transparência da própria Câmara Legislativa do DF os dados sobre a gastança no exterior de parlamentares eleitos para legislar no DF.

Torneira aberta

Da dinheirama entregue a suas excelências, R$227 mil foram só neste ano. O troco, R$25,9 mil, foi usado em duas viagens no ano de 2023.

Malas prontas

Doutora Jane (MDB) liderou a gastança usando R$52,3 mil em duas viagens: Japão e Estados Unidos, para onde embarca amanhã (21).

Por nossa conta

Iolando (MDB) recebeu 9 diárias e meia, no valor de R$26,7 mil, para passar uma bela temporada em Paris, por ocasião das Paraolimpíadas.

Valor de um Celta

Até junho, custaram mais R$83,2 mil as passagens dos deputados ao exterior, como a R$19,5 mil para Eduardo Pedrosa (União) ir aos EUA.

Faz-tudo de Joesley tenta melar negócio bilionário

Advogado de fé dos irmãos Batista, Francisco de Assis tem visitado o Rio para acompanhar a denúncia de “falsidade ideológica” contra Anderson Schreiber, árbitro que deu ganho de causa à Paper Excellence na disputa pela Eldorado Celulose. Francisco age para permitir aos Batista descumprir contrato de venda da Eldorado, melando a arbitragem. Mas o caso foi arquivado várias vezes pelo promotor Alexandre Themístocles: nada havia contra o árbitro. Repetiu a tática fracassada de São Paulo, ao inventar denúncia contra a Paper por “espionagem”, também arquivada.

Encrencados

Francisco se aliou a Ary Bergher, amigo de Marfan Vieira, todo-poderoso no MP do Rio. Ary e Marfan aparecem na delação de Sérgio Côrtes.

Velhos conhecidos

Ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Côrtes os acusou de negociar R$600 mil em propina. Marfan assessora o chefe do MP, Luciano Mattos.

Disfarce?

Antes de Mattos decidir se arquiva o caso, Francisco deu um mortal de costas: a J&F diz concordar em arquivar o inquérito que provocou. Hum...

Advogado anti-abuso

Um dos advogados constituídos por Elon Musk para representar a rede social X no Brasil, Sérgio Rosenthal é tido como grande crítico da metodologia da operação Lava Jato e “atos arbitrários de autoridades”.

Não deu as caras

Leitores da coluna souberam com antecedência da ausência de Lula na reunião-factoide de ontem (19) sobre incêndio. Ciente do esvaziamento, cancelou a presença e empurrou o abacaxi para Rui Costa (Casa Civil).

Hora do ‘mea culpa’

Lula deveria aproveitar o discurso na ONU para pedir perdão por nada ter feito para tentar impedir os incêndios, mesmo tendo sido avisado desde o começo do ano. Seria um sucesso. Mas não o fará.

Não é hora de passear

Se depender de Rodolfo Nogueira, Marina Silva (Meio Ambiente) pode desfazer as malas e desistir de ir aos Estados Unidos. O deputado quer sustar autorização para a ministra deixar o país no meio da crise do fogo.

Sem gestão

O deputado Evair de Melo (PP-ES) solicitou por requerimento para a CGU investigar indícios de crime do Ministério da Saúde no atraso na compra de vacinas e no prejuízo de R$260 milhões com doses da Coronavac vencidas. A repartição do Bessias deve ignorar a solicitação.

O que é crime

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) comparou a liberação para o porte de 40 gramas de maconha, que não rende punição, com o uso da rede social X (antigo Twitter): “é crime e será multado?!”.

Brasileiro é da paz

Pela pesquisa Datafolha de ontem (19), cresceu a rejeição a José Luiz Datena (PSDB), em São Paulo, após a agressão com uma cadeira contra Pablo Marçal (PRTB), cuja rejeição também aumentou.

É uma mãe...

Moisés Feltrin conseguiu uma boquinha daquelas: ganhou pensão vitalícia com salário de governador do Mato Grosso após passar 33 dias no cargo. O despudorado pagamento foi ordem do Supremo.

Pensando bem...

...já que nada faz por aqui contra os incêndios, Marina Silva decidiu exercer sua inapetência em Nova York.

PODER SEM PUDOR

Carcereiro gentil

Preso em 1964, Francisco Julião, das Ligas Camponesas, foi metido num cubículo da 2ª Companhia de Guardas, no Recife. Ele não passava bem e um oficial do Exército chamou um médico, que prescreveu apenas alimentação decente. Gentil, todos os dias o militar “contrabandeava” um litro de leite para Julião. E ainda lhe fez uma surpresa: levou-o para o banho, certo dia, em um inesperado encontro com outro preso político, Paulo Freire. Trocaram abraço, palavras, força. O oficial, o alagoano Carlito Lima, relatou a história em seu livro “Confissões de um capitão” (Garamond, Rio), prefaciado pelo ex-líder estudantil Vladimir Palmeira.

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Artigos

Independência financeira ou ilusão de liberdade?

Por Gregório José, Jornalista, radialista e filósofo

19/09/2024 07h45

Caminhos da vida

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No mês da nossa tão celebrada Independência, a Serasa nos brinda com uma pesquisa fresquinha que traça um diagnóstico de nossa autonomia... ou a falta dela. O Instituto Opinion Box conversou com 1.200 brasileiros, de todas as regiões e faixas etárias, para entender como andamos no quesito independência financeira. A resposta? Só 35% se consideram independentes. E o resto? Bem, o resto está aí, lutando para pagar as contas no fim do mês e sonhando com o dia em que os boletos deixarão de ser assombrações recorrentes.

Pagar as contas em dia e planejar gastos são os primeiros passos, certo? Ao menos é o que afirmam 48% dos entrevistados, que veem o ato de quitar as dívidas como um dos pilares dessa tal independência. Mas a ironia do nosso cotidiano não falha: 46% dos que se consideram independentes confessam que esse “sonho” os estimulou a contrair dívidas. Para muitos, a independência financeira acaba sendo um troféu de vidro – bonito de longe, mas fácil de quebrar.

Estamos brincando de independência com as regras de um jogo de tabuleiro sabotado. O brasileiro entra no mercado de trabalho, sai da casa dos pais, comemora o primeiro emprego ou a promoção, mas aí as contas chegam. E junto delas, a surpresa: autonomia? Não. É um convite ao endividamento. Somos um País em que a independência não se alcança, tropeça-se nela. E quase sempre com a cara no chão.

O brasileiro não sabe poupar, ponto. No Sudeste, 75% dizem que a independência financeira está a anos-luz de distância. E por que será? Porque controlar os gastos e planejar o orçamento são vistos como obrigações chatas, reservadas a um futuro incerto. Investir, economizar, planejar? Ah, isso fica para depois, quando der tempo ou quando sobrar dinheiro (spoiler: não vai sobrar).

E a pesquisa ainda oferece uma pitada de comédia trágica. Dos que conseguem sair de casa, casar, ter filhos ou se aventurar no primeiro emprego, muitos acabam nas mãos da dependência financeira. Isso sem contar os 49% que sentem culpa por ainda depender de alguém para pagar as contas. Culpa? É quase uma piada, como se viver no Brasil já não fosse um desafio financeiro diário.

Enquanto lá fora as economias funcionam em ciclos de crédito conscientes, por aqui, a gente ainda acredita que um carnê de 12 vezes sem juros é a chave para a liberdade financeira. E a “educação financeira”? Essa vai muito bem, obrigado... nos discursos, nas planilhas que ninguém usa e nos APPs que ninguém baixa.

Os brasileiros continuam a lutar pela sua independência financeira, mas, na prática, estamos todos jogando um Monopoly com regras que ninguém explica. E como já diriam nossos avós, o barato sai caro. O caminho para a autonomia exige mais do que pagar contas em dia. Demanda disciplina, planejamento e, quem diria, um pouco de sorte. Afinal, no país do “jeitinho”, ser financeiramente independente é, por enquanto, apenas um sonho para muitos e uma realidade frágil para poucos.

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