Em 1958, o jornalista e escritor brasileiro Nelson Rodrigues escreveu o que seria o “complexo de vira-lata”. No texto, ele define tal complexo como a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo.
Esse complexo, para o estado de Mato Grosso do Sul, está chegando ao fim.
Na última semana, nosso estado esteve na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, para participar da Brazilian Week, uma semana voltada para negócios entre empresários e fundos de investimentos do mundo todo interessados no Brasil. Representado pelo governador Eduardo Riedel, acompanhado de três secretários, e pela Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS), representada por mim e pelo vice-presidente, o Estado marcou uma presença histórica na sua estreia nesse modelo de evento.
Colocamos Mato Grosso do Sul na vitrine do mundo, entre os grandes. A semana na cidade americana teve uma agenda intensa, com compromissos que iam desde o café da manhã até o jantar, em todos os dias que a delegação permaneceu em Manhattan.
As reuniões tiveram uma grande diversificação de temas, indo do mercado financeiro, passando por fundos de investimentos internacionais, até reuniões individuais entre empresários, o Governo do Estado e a FIEMS. Todos, sem exceção, querendo informações sobre o motivo de Mato Grosso do Sul ter alcançado números excepcionais no crescimento, na geração de empregos, na erradicação da pobreza extrema, na atração de investimentos bilionários e principalmente, como tem feito isso preservando nossas riquezas ambientais.
Foi realmente uma experiência única e que nos orgulhou demais. Os maiores grupos econômicos do mundo, as maiores instituições bancárias do planeta, cujos negócios estão concentrados em Nova York, ficaram impressionados com o posicionamento de Mato Grosso do Sul frente a essas pautas e como tem se destacado, crescendo mais que o dobro da média brasileira.
Nas dezenas de reuniões que fizemos, as informações foram repassadas firmemente pelo governador do estado. Mas, o que isso pode gerar para Mato Grosso do Sul? Essa é a principal pergunta que todos fazem.
E é aí que está o nosso fim da síndrome de vira-latas.
Todo grande investimento que chega a qualquer estado brasileiro precisa ter uma semente plantada entre seus investidores. Nessa semana, nos Estados Unidos, plantamos várias. Algumas delas já começam a germinar e anunciar seus investimentos no Brasil e no nosso estado. Outras ainda precisarão de alguma negociação, mas a grande lição que fica dessa semana intensa é que hoje Mato Grosso do Sul está na vitrine e nas pautas dos principais investidores do mundo.
Na condição de representantes da indústria de Mato Grosso do Sul, a participação da FIEMS foi fundamental nessas reuniões, mostrando não somente a sintonia entre os setores público e privado, mas principalmente evidenciando ao mercado financeiro internacional que é um excelente negócio oferecer crédito às empresas já instaladas aqui, o que torna nossos produtos e nossas indústrias ainda mais competitivas com o resto do mundo, formando assim a tempestade perfeita para o desenvolvimento do nosso Estado
Apresentamos um estado pujante, ativo, sem medo de crescer e mostrar a sua cara ao mundo como melhor destino dos investimentos internacionais. Voltamos ao Brasil cheios de orgulho e o sentimento de dever cumprido, com a certeza de estarmos dando passos largos e certos para o futuro entre os grandes.
Precisamos agora que os setores produtivos e a sociedade como um todo tomem posse disso, tenham a sensação de pertencimento do melhor momento que Mato Grosso do Sul já viveu.
Vamos em frente!
Sérgio Longen - Empresário, presidente da FIEMS e vice-presidente da CNI




