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O que esperar em 2025

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Quando você estiver lendo essas linhas, o ano já estará em curso e você já saberá, com relativa precisão, se as promessas que fez em dezembro vão ser cumpridas ou não. Afinal, janeiro é o mês de Janus, o deus com um olhar voltado para frente e outro para trás, secando os olhos das angústias ainda vívidas e sorrindo das perspectivas por vir. O fato é que a esperança é a doença crônica mais comum do ser humano. O mais pessimista, se ainda respira, é porque acredita que tudo ainda pode melhorar. 

O problema dos tempos nos quais vivemos é que o horizonte do possível se tornou algo raro de perscrutar. Antes, a miragem se confundia com o horizonte. Hoje, o horizonte é a miragem. Olhamos, olhamos, mas só há uma névoa densa e inconstante, alterando-se a todo momento. Até nosso otimismo crônico sofre com esse novo desafio. Afinal, acreditar no quê?

No ano passado, acreditamos que os americanos não votariam em um candidato que pôs em risco o que parecia ser o mais sagrado princípio da sociedade daquele país: suas instituições. Pois aconteceu o que aconteceu: uma votação escandalosa, uma vitória insofismável (desta vez com todas as urnas funcionando e nenhuma acusação de fraude ou manipulação). Diante disso, como apresentarmos aos nossos filhos, aos nossos alunos, um programa ético básico para servir de balizamento para o futuro?

“Não minta, não calunie, não ameace, não ignore, não seja preconceituoso, não seja insensível , dinheiro não é tudo, o importante é o bem comum”. Como podemos dizer isso com a firmeza de quem sabe que o mundo não vai desmenti-lo? Pobre Aristóteles, como poderia imaginar que viveríamos esse processo de fratura social, essa revolta das elites, com o aplauso entusiasmado de seus súditos, os empreendedores esperançosos de, um dia, alçarem-se a essa posição de total niilismo social e indiferença com os losers. Pois é, será isso que o ano promete?

Ou não. Pois nada impede que refaçamos nossos laços, aprendamos a dar outros tipos de nós, produzamos novas texturas e inventemos novos matizes, misturando expectativas diferentes das que murcharam, perderam o viço. Nancy Fraser, importante pensadora norte-americana, fala muito da integração entre políticas de redistribuição e de reconhecimento e da invenção de um espaço comum para reagendar nossos esforços de luta por uma sociedade melhor, um espaço de paridade social no qual ninguém possa ser discriminado por ser quem é e que nenhuma relação possa ser considerada justa se não garantir o mínimo de dignidade. Uma esperança com quatro passos atrás para tentar ensaiar um passo para frente, só para variar.

O ano não parece promissor para os jovens, para os pobres, para as mulheres, para os negros, para os que têm consciência ambiental e para as pessoas que precisam do apoio do governo e de suas agências. O ano não parece promissor porque está na moda afirmar que todo mundo é vítima e que quem quiser sair dessa condição tem de fazer por si, sem ajuda de ninguém, tem de ter mentalidade vencedora e tudo o mais que é repetido pelo melhor coach da semana de todos os tempos. 

Mas, por outro lado, o ano é promissor para quem sabe que tudo isso é apenas a expressão do homem natural, do homem infantilizado e incapaz de perceber que vive em meio aos outros, que não abre mão de uma suposta liberdade que julga ter por origem e cujo exercício nega qualquer limite ou condicionamento. Como lembrava Hobbes – o primeiro a teorizar sobre esse tipo de gente –, uma vida cercada de homens naturais é pobre, infrutífera, sem esperanças. 

E, para quem sabe disso, o ano é promissor porque não há nada mais estimulante do que arregaçar as mangas e mudar o mundo, mais uma vez e tantas vezes quanto for necessário para que a esperança não pereça definitivamente.

ARTIGOS

Ano novo: hábitos novos?

03/01/2025 07h30

Arquivo

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Com a chegada do novo ano, é comum ver amigos e familiares entusiasmados com projetos que estavam apenas no papel. Surgem promessas como: “Vou perder 20 quilos!”, “Vou à academia todos os dias!” ou “Vou economizar para aquela viagem dos sonhos!”. Mas, ao longo do ano, a maioria dessas resoluções acaba abandonada. Por quê?

O problema está nas metas em si ou na forma como as encaramos? Minha dica é substituir objetivos grandiosos e imediatos por um compromisso mais significativo: a criação de novos hábitos.

Por que os hábitos superam as metas? As metas, especialmente as mais ambiciosas, muitas vezes nos levam à frustração quando não são alcançadas rapidamente. Pense na clássica situação: “Já que comi uma fatia de bolo, a dieta está perdida”. Esse tipo de pensamento, baseado no imediatismo, acaba sendo o maior inimigo dos nossos planos.

Por outro lado, os hábitos são construídos gradualmente. Eles não exigem resultados instantâneos, mas consistência. Imagine trocar o foco de “perder cinco quilos por mês” para a adoção de uma caminhada diária de 20 minutos. Pequenas ações diárias, que parecem simples no início, são as que nos levam às grandes transformações.

Outro fator que prejudica nossos planos são metas mal estruturadas. Ao criar objetivos pouco realistas, colocamos sobre nós mesmos uma pressão desnecessária. Por exemplo, alguém que planeja uma viagem internacional sem planejamento financeiro pode retornar com belas fotos, mas também com dívidas que aumentam o estresse e anulam o prazer do momento.

Como evitar frustrações? Em primeiro lugar, seja honesto consigo mesmo. Crie metas simples, mensuráveis e alcançáveis. Em vez de dizer “Vou emagrecer 20 quilos”, pense em melhorar sua relação com a comida e incluir exercícios na sua rotina. Lembre-se: o progresso acontece quando focamos no processo, e não apenas no resultado final.

Da mesma forma, se o objetivo é economizar dinheiro, em vez de definir um valor alto como meta, comece monitorando suas finanças semanalmente e identificando onde pode cortar gastos. E não se deixe levar pelo pensamento do “já que” – como em “Já que fiz um gasto desnecessário, vou gastar mais”. Perdoe-se pelos deslizes e continue no caminho.

Escolher um hábito de cada vez é essencial. Tentar mudar muitos aspectos da vida simultaneamente pode levar ao desgaste e à desistência. Utilize atividades já inseridas na sua rotina como aliadas. Por exemplo, enquanto toma o café da manhã, reserve um momento para organizar mentalmente o dia. Essas pequenas mudanças ajudam a criar um efeito cumulativo positivo.

Lembre-se de que listas intermináveis e metas inalcançáveis são mais fáceis de abandonar. Prefira transformar cada etapa em uma oportunidade de investir em você mesmo. Encontre significado nas mudanças e priorize a construção de hábitos que tragam benefícios duradouros.

O segredo não está em prometer o impossível, mas em valorizar cada passo dado. As grandes mudanças acontecem com constância, paciência e determinação – um dia de cada vez.

CLÁUDIO HUMBERTO

"É o Brasil deixando evidente o triste rumo que estamos trilhando"

Deputada Júlia Zanatta (PL-SC) sobre ida do governo Lula à posse de Nicolás Maduro

03/01/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Influência de Janja atrasa mudança na Secom

Está bem adiantada a conversa sobre a ida de Sidônio Palmeira para a Secretaria de Comunicação da Presidência, hoje ocupada pelo ministro Paulo Pimenta, que já toma café frio na Secom. O marqueteiro resistiu no início principalmente por dois motivos: ganha muito mais trabalhando na iniciativa privada e avalia que a Secom é tribo com muito cacique e pouco índio. Sidônio não “exige” carta branca para assumir a pasta, mas quer o comando da pasta centralizado, o que não acontece hoje.

Pistolão

Um grande problema é o pitaco da primeira-dama Janja, que faz lobby para Brunna Rosa, que hoje cuida das redes sociais da Presidência.

Não entra mosca

Sidônio também tem problemas com declarações de Janja que contratam uma crise que não existia, como as ofensas ao empresário Elon Musk.

Cada um por si

Até Ricardo Stuckert, o fotógrafo, entra como peso. Com acesso direto a Lula, tem trabalho independente e controla as redes sociais do chefe.

Ministro sem força

Um dos motivos que empurrou Pimenta para fora da Secom é justamente a falta de comando. Dos sete secretários, o atual ministro só indicou dois.

Brasil notifica ingleses sobre acordo em Mariana  

O governo brasileiro notificou em 11 de dezembro, pela primeira vez, a Justiça de Londres sobre o acordo de repactuação pela tragédia de Mariana, assinado com as empresas BHP, Vale e Samarco. O Ministério de Relações Exteriores enviou a íntegra do documento aos cuidados da juíza Finola O'Farrell, responsável pelo caso na corte britânica, com todos os detalhes da homologação do acordo, pelo qual as famílias vitimadas no desastre serão indenizadas em R$132 bilhões.

Valores recordes

A expectativa é que a Juíza considere na sua sentença os valores (recordes) que estão sendo pagos pelas empresas no Brasil. 

Indenização única

As vítimas que receberem pelo acordo brasileiro não podem também receber via processo na Inglaterra, de acordo com a notificação.

Cidades caem fora

Os municípios de Sobralia, Córrego Novo, São Mateus e Conceição de Barra já abandonaram a ação da Pogust Goodhead no Reino Unido.

Troca no Senado

A liderança do PT no Senado vai mudar este ano. Sai o senador Beto Faro (PA) e entra o colega Rogério Carvalho (SE). No PSD, sai Otto Alencar (BA) e entra Omar Aziz (AM).

Fatura

Como nada é de graça, o PT já começa a escolher um nome para ocupar um naco de poder na Prefeitura de Belo Horizonte. Pelo apoio a Fuad Noman (PSD), o partido vai ficar com uma secretaria com atuação social.

Fuga de dólares

Dezembro registrou saída recorde de dólares do País, a maior da série histórica, iniciada em 2008. O fluxo cambial foi negativo em US$ 24,314 bilhões. Os dados são do Banco Central e conta valores até o dia 27.

Defumou

O ano de 2024 entra para a história como um dos piores para os biomas brasileiros. Foram 278.229 focos de incêndio, o período de maior incidência desde 2010. Subiu 46% em relação a 2023 (189.891 focos).

Deu Teixeira

Pesou o veto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) a Rubinho Nunes (União) para presidência da Câmara de São Paulo e Ricardo Teixeira (União) ficou com a cadeira. Confirmou favoritismo percebido desde novembro.

Tunga

Já no primeiro dia útil do ano o Impostômetro ultrapassou a marca dos R$25 bilhões tungados do bolso do pagador de impostos. O marcador é mantido pela Associação Comercial de São Paulo.

Climão

A coisa não anda muito bem entre o vice-prefeito de São Paulo, Mello Araújo (PL), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Ausente na diplomação de Nunes, Mello não vai mais levar a Secretaria de Projetos Estratégicos.

É a boca

Constatação da deputada Adriana Ventura (Novo-SP) sobre a disparada do Dólar e a falta de confiança na economia brasileira, “Cada vez que Lula abre a boca pra falar dos juros e do câmbio só piora a situação”.

Pensando bem...

... para o Dólar o ano já começou.

PODER SEM PUDOR

O segredo do poder

Empossado governador de Minas, nos anos 40, Milton Campos marcou audiência com uma comissão de correligionários de Curvelo, à frente o deputado Raimundo Sapateiro, o único trabalhador eleito pela UDN. Como Campos demorou a receber o grupo, Sapateiro acabou cochilando numa confortável poltrona da antessala. O próprio Milton Campos o despertou:
- Então, Raimundo, já conhecia o palácio? Gostou?
- Gostei muito, governador. E só agora entendi por que os políticos brigam tanto pelo poder. É porque ele é muito macio...

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