Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Para ONGs esse governo sempre tem dinheiro"

Deputada Júlia Zanatta (PL-SC) sobre a gastança no ministério de Marina Silva

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Oposição arma ofensiva contra gastança de Lula

De volta ao Brasil após mais de uma semana roletando no exterior, Lula terá dor de cabeça no Congresso com a colossal comitiva que levou a tiracolo, 100 membros. Se multiplicam ações na Câmara, no Senado e TCU cobrando a Casa Civil, o Itamaraty e a Secom pela gastança. No Senado, a chance de dar algo é rala, já que senadores como Soraya Thronicke (Pode-MS), Teresa Leitão (PT-PE), Humberto Costa (PT-PE) e Jaques Wagner (PT-BA) colaram em Lula e viajaram por nossa conta.

Assinam os pedidos

Deputados Kim Kataguiri (União-SP), Evair de Melo (PP-ES), Mario Frias (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS) e o senador Eduardo Girão (Novo-CE).

Uma vergonha

“Ter Lula como presidente é uma vergonha nacional, ele demonstra completo desprezo pelo contribuinte”, falou Evair à coluna.

Degradação de valores

Girão avalia a farra como vingança, “É um governo que veio para se esbanjar de forma perdulária. É o fruto da degradação de valores”.

Cadê o respeito?

Pollon questiona se tem limite para a irresponsabilidade do governo. Diz que é “um verdadeiro desrespeito com o dinheiro público”.

Reajuste’ para preso supera o do salário-mínimo

Desde que o presidente Lula assumiu, o custo bruto de cada preso do sistema carcerário subiu mais do que o salário-mínimo do trabalhador que sustenta a hospedagem dos criminosos. Em 2022, último ano da gestão de Jair Bolsonaro, cada preso custou R$1.657,26. O valor deu um salto logo quando Lula assumiu, em 2023, e passou para R$1.900,57 e hoje está em R$1.909,66. Alta de R$252,40. Já o salário-mínimo passou de R$1212 (2022) para R$1.320 e hoje está em R$1.412. Subiu R$200.

Ponta a ponta

O custo varia pelo Brasil, o mais baixo está no Paraná (R$238,18) e Espírito Santo (R$391,69). Amazonas tem o custo mais alto(R$4.558,31).

Peso de ouro

Apenas em junho, último mês com os dados totalmente atualizados, os presos custaram ao cidadão a fortuna de R$1,8 bilhão.

Fonte

Os números foram levantados pela coluna com dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça.

Quem paga não esbanja

Ainda rende a viagem de Janja ao Qatar, há dias, por conta do pagador de impostos. A deputada Caroline de Toni (PL-SC) exige da Casa Civil explicações sobre R$283 mil gatos com quem não tem cargo no governo.

De olho no confisco

O deputado Alberto Fraga (PL-DF) deu um aperto no Banco Central para que devolva os valores esquecidos em bancos. O dinheiro, cerca de R$8,5 bilhões, não é do governo, mas Zé do Taxão ameaça confiscar.

Contra o trabalhador

Coitado de quem tentar sacar o FGTS pelo app. A Caixa pede foto ou versão digital dos documentos emitida pelo gov.br. Beleza. Mas a Caixa recusa o documento que o próprio gov.br gera, diz que “não é válido”.

Ideia de jerico

O deputado Luiz Philipe de Orleans e Bragança (PL-SP) vê com desconfiança o encerramento do saque-aniversário. Diz que a medida afeta 35 milhões de trabalhadores, que podem até ficar sem crédito.

Pindaíba no exterior

Davi Soares (União-SP) quer a Câmara chamando o Itamaraty e a Fazenda para explicarem a pindaíba das embaixadas brasileiras. O deputado cita risco de rescisão de contratos e calote em fornecedores.

Conta será cara

Especialista em infraestrutura, Fernando Vernalha lembra que o Marco Legal do Saneamento exige que municípios banquem os fins dos lixões nas cidades. São 3 mil lixões abertos em 1,6 mil municípios brasileiros.

Respiro pro bolso

Avança projeto que suspende o pagamento de financiamentos de pecuaristas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul de contratos de dez linhas de crédito. O motivo é a seca e o fogo na Região Pantaneira.

Palácio voador

A oposição não gostou dos planos do governo de comprar um “palácio voador” para Lula e já interpelou o Ministério da Defesa para explicar a possível compra do “brinquedo” que pode custar R$700 milhões.

Pensando bem...

...se a moda pega, as demais autoridades que usam apertados jatinhos da FAB vão pedir “upgrade” de avião.

PODER SEM PUDOR

Perdidos na noite

Logo nos primeiros dias como presidente, João Goulart chamou o assessor de imprensa, Raul Ryff, meteu-se num Fusca e saiu dirigindo na noite da desconhecida Brasília, com suas avenidas largas e superquadras distintas de qualquer cidade “normal”. De repente se deparou com um caminhão, frente a frente. Estava na contramão. O caminhoneiro aparentemente não sabia disso, e gritou: “Amigo, não sou daqui. Como faço para chegar no final da Asa Norte?” Jango olhou para Ryff e, divertido, desculpou-se: “Ih, rapaz, não sei. É que eu também não sou daqui!...” E foi embora, às gargalhadas.

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CLÁUDIO HUMBERTO

"Nosso abraço, irmão Lula!"

Nicolás Maduro, ditador e fraudador de eleições na Venezuela, saudando o velho amigo

11/12/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Lula e Dilma condecoraram ditadores e corruptos

A condecoração de Lula (PT) ao tirano deposto da Síria e a recepção de chefe de Estado ao ditador Nicolas Maduro durante mera visita de trabalho não foram casos isolados de bajulação a figuras abomináveis. A Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, mais alta condecoração brasileira, foi usada por Lula para homenagear também o francês Nicolás Sarkozy, que acabaria preso por corrupção, assim como Dilma Rousseff o fez em 2015 a Cristina Kirchner, argentina também sentenciada por ladroagem.

Até o ‘carniceiro’

A condecoração a Bashar Al-Assad, o “carniceiro de Damasco”, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, cobriu a diplomacia de vergonha.

Agressor premiado

O ex-presidente argentino Alberto Fernández, indiciado por agredir a ex-mulher, suspeito de corrupção, também foi condecorado por Lula.

Honraria a Fujimori

O tucano FHC também fez a presepada de conceder a Ordem do Cruzeiro do Sul ao peruano Alberto Fujimori, que cumpriu longa pena.

Anulações difíceis

O Senado anularia em 2002 a comenda de Fujimori, mas a honraria ao “carniceiro”, proposta por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), não anda.

PT não quer nem saber de Alckmin assumir o cargo

A cirurgia de Lula no cérebro confrontou o PT com seu maior fantasma: a posse do vice Geraldo Alckmin. Já aconteceu antes em sua trajetória, quando vice de Mário Covas, falecido no cargo. Os petistas até toleram, mas não confiam em Alckmin. Ontem cedo, com aval de Janja, “ministros da casa” plantaram que Lula não se afastaria do cargo. Ele está na UTI, incapacitado de tomar decisões, mas o vice foi impedido de exercer seu papel constitucional. Alckmin não reclama. Coisa de quem sabe esperar. 

Vice de fato

Ao vice são confiados só fatos irrelevantes, como ontem, no Rio, com o premiê eslovaco. A “vice” Janja representa Lula em eventos midiáticos.

Ela se impõe

Janja se impôs para representar relutante marido na visita à tragédia gaúcha, em setembro de 2023, e na abertura das Olimpíadas de Paris.

Virou piada

A “vingança” ficou por conta dos criadores de memes, das montagens mostrando o vice “atleta” alongando ou posando com faixa presidencial.

Osmar tinha razão

Há 47 dias, ao Diário do Poder, o deputado e médico Osmar Terra (MDB-RS) alertou para risco de piora no quadro de saúde de Lula em razão da queda no banheiro. Não deu outra.

Foi chocante

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco saíram impactados da reunião em que Lula começou a apresentar sintomas da hemorragia cerebral que o levou à cirurgia. Meio devagar, o presidente chegou a dormir durante a reunião.

Não faz tempo

A expectativa é que o Comitê de Política Monetária aumente a nova taxa Selic de 0,75% a 1 ponto percentual. A última vez que houve aumento da taxa em mais de 0,75 ponto foi em maio do ano eleitoral de 2022.

Veja bem

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, deveria começar dando o exemplo e obrigando o uso de câmeras corporais pelos policiais que fazem a segurança dos ministros do STF.

Salgou o churrasco

Coitado de quem espera pela promessa de “churrasco e cervejinha”: o preço do grupo “alimentação e bebidas” foi o que mais subiu em novembro, diz o IBGE. Só o preço das carnes subiu mais de 8%.

Malddad desagradou

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) conseguiu o improvável com o corte de gastos fake: uniu direita e esquerda para descer a borduna na proposta. Esta semana, a turma do PSB apresenta projeto alternativo.

Empréstimo é dívida

O Senado autorizou três Estados a captarem empréstimos no exterior. Bahia, governada pelo PT, fará dois com o BID e o Fida; Ceará (PT) vai pegar dinheiro do Bird; e Paraíba, governada pelo PSB, com o Banco dos Brics. No total serão mais de US$705 milhões.

Baixa motivação

Foi cancelado debate na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara ontem (10) sobre o impacto das apostas on-line no endividamento da população e na política de juros. Não há nova data para a discussão.

Pensando bem...

...com a “tabelinha” Lula-STF, quem precisa de Congresso legislando?

PODER SEM PUDOR

Um baiano nos pampas

Reza o folclore político que o gaúcho Getúlio Vargas arrumou encrenca com o general Flores da Cunha, em 1937, ao nomear o general Daltro Filho, soteropolitano, interventor no Rio Grande do Sul. “Que fizeste, Getúlio? Tu és um renegado!” Getúlio reagiu com naturalidade: “Ora, Flores, se um gaúcho pode governar o Brasil, por que um baiano não pode governar o Rio Grande?”

ARTIGOS

O mundo caótico das narrativas

10/12/2024 07h45

Arquivo

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Desde quando o mundo foi o mundo das realidades e da verdade em si? Tudo que nos chegou foi pelo processo de histórias mal engendradas, mal registradas e mal contadas. Toda a história da humanidade viajou no tempo por intermédio de narrativas, por intermédio de enunciadores que não a viveram. São elas que formaram o cerne de todas as entranhas culturais existentes no mundo. Toda nossa vida foi-nos traduzida pelos que nos precederam (lembranças são memórias atualizadas, nunca fiéis aos acontecimentos). Tudo o que deles sabemos, também o foi. Tenho insistido na tese de que a verdade, enquanto categórico universal, não nos seja acessível. 

Fatos são fenômenos irrecuperáveis na linha do espaço-tempo. Mesmo com o advento das novas mídias, “vê-se” o registro, mas não se pode recuperar a “realidade”, a “verdade” tal como se deu. Isso porque nossa capacidade de percepção do mundo é ínfima, parcial, individual: o que eu percebi, o que eu vi e o que eu inferi está absolutamente lincado a minha (in)capacidade de captar, deduzir, interpretar e enunciar o fato em si. O que vejo, creio, percebo, está contido no campo de minha potencialidade de perceber, interpretar e enunciar.

Vivemos, mesmo, mergulhados em um mundo caótico de narrativas. De enunciados e de enunciadores, a respeito da “verdade dos fatos” (inapreensíveis em si) vamos construindo narrativas possíveis dentro dos parâmetros que podemos ter. Nossas enunciações deixam nossas assinaturas, marcas e rastros de opinião, reescrevendo, diuturnamente, a história contada do nosso e único jeito de compreendê-la e transmiti-la. 

Tudo se apresenta como meras traduções. Metabolizamos o que capturamos de fora, por intermédio da filtragem do que temos por dentro. E nesse processo de captação e representação da realidade, a carregamos com pinceladas de uma cosmovisão personalíssima que constitui nossa lente de olhar o mundo. Tal como o observado vê o observador, o mundo traduzido, por recorrência de quem o captou, apresenta-se particularíssimo diante de nós.

Depois de Einstein e da física quântica, legaram um antecartesiano novo paradigma do encontro, no qual ambos (observador e observado) se auto modificam, todas as narrativas a respeito de tudo são possíveis.

Com isso, somos os que observam e os observados. Influímos e somos influenciados, modificamos o que captamos como realidade e verdade em si e as enunciamos conforme a capacidade que temos de interpretá-las e passá-las adiante. 

Somando-se ao conceito anterior, com relação à captação do mundo, a Semiótica (ciência dos signos, estudo de como lidamos com as representações) determinou que a apreensão da “realidade” se dá por intermédio de traduções sígnicas. O mundo que habitamos (e tudo que há nele) é único e individual. Vivemos a realidade que, potencialmente, podemos viver – “somos quem podemos ser” – por meio das significações que somos capazes de dar, seja com relação aos acontecimentos (aos fatos), às pessoas, à realidade, à “verdade”, à vida em si. 

Enunciadores-narradores de fatos e verdades – com nossos parcos recursos de captação, interpretação e compreensão – é o que somos. Tudo arrolado em um imenso caldeirão, no qual razão e emoção nos constituem enquanto humanos pensantes e sencientes. Somos, sim, complexidades (ainda ignorantes e narcísicas), as quais atribuímos uma capacidade que não temos. Tudo é e não é; existe e não existe, dependendo do filtro que temos e usamos. É a esse mundo de “enunciações”, “paradigmas”, “concepções” e “narrativas” que estamos todos subjugados e afetados.

Dotados da arrogante prerrogativa anacrônica de que somos capazes do que não temos condição de ser, ou seja, compreender o outro e o mundo que nos asfixia por si mesmo, tal como é, tal como somos, intérpretes do que nos chega – oriundo da esfera das significações – filtrado, de antemão, por nosso próprio lastro interpretativo. Reconhecer e conseguir vivenciar esse mundo de narrativas, talvez, seja a habilidade que precisamos reconhecer como de nossa natureza, para esse momento caótico de estar no mundo, que de toda forma é só nosso, visto que o real não existe.

A concepção que temos a respeito de tudo sempre será pessoal e intransferível. Enfim, tudo o que podemos acessar se dará, unicamente, por intermédio de traduções e de narrativas nossas e dos demais. A torre de babel não seria, assim, apenas um mito, talvez seja uma explicação.

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