Sou agradecido a Deus por ter me concedido ótimas oportunidades para representar meu País e meu Estado em importantes fóruns mundiais. Como Reitor da Uniderp, de Mato Grosso do Sul, participei de vários colóquios internacionais em que se discutiam economia, educação, meio ambiente, democracia e a possiblidade da construção de um mundo livre de guerras e da dor da fome.
Quis o destino que eu me tornasse senador da República. Assumi essa missão com um olhar regional e outro universal. Estou entre aqueles que defendem a ideia de que tudo e todos estão ligados por laços visíveis e invisíveis da grande rede que integra o planeta Terra. O que acontece no Pantanal tem dimensão mundial. Não existe nenhum hiato entre local e o universal. O mundo é uma grande aldeia unida pelos mecanismos da dialética.
Assim, com esse propósito, estive na Coreia do Norte, em abril, como representante da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, com o objetivo de participar do esforço dos povos da Península Coreana pelo retorno da paz e pelo fim das armas atômicas que estão instaladas naquela importante região do planeta. Foram dias de intenso aprendizado, que reforçaram ainda mais meu compromisso com a democracia e com a paz entre os povos.
Em novembro de 2017, também participei de duas reuniões da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo uma no Canadá e outra nos Estados Unidos da América, com o intuito de debater caminhos novos e seguros que permitam o avanço do processo de empoderamento da mulher. Apoiar as mulheres na luta por mais espaços econômicos e políticos é uma das metas da ONU. Meta que eu concordo e defendo plenamente.
Citei essas experiências, mas também quero dividir com os leitores e leitoras minha participação na 73ª Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova Iorque, entre os dias 4 e 6 do mês em curso, para tratar temas complexos e urgentes da política mundial, entre eles, a questão ambiental e o drama dos países considerados de renda média, isto é, pobres pelos critérios da ONU.
Os países considerados de renda média possuem 70% da população mundial. O Brasil é considerado país de renda média. Há uma justa e urgente preocupação da ONU com essas nações. A pobreza, infelizmente, em muitos casos, combina baixo nível de desenvolvimento econômico, conflitos sociais e desatenção com as questões ambientais e com o processo democrático. Tudo isso representa uma mistura perfeita para o caos.
A Agenda 2030 da ONU, tema central desse colóquio, objetiva criar um mundo desenvolvido e sustentável ambientalmente, com a pobreza e os conflitos entre nações erradicados. O caminho, conforme falaram representantes de vários países, passa pelo apoio das nações ricas, e é preciso mais fraternidade nas relações comerciais.
Os países em desenvolvimento necessitam de apoio concreto. As trocas internacionais precisam ser baseadas na ideia de reciprocidade. Não há como resolver esse drama com o aumento e a concentração de riqueza em poucas mãos.
A ONU tem pressa em mudar esse triste panorama. Quem tem fome também tem pressa, como dizia o grande Betinho. Encerrando, desejo um Feliz Natal para todos e um Ano-Novo cheio de realizações.