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Giba Um

"Se o cara passar o dia inteiro me xingando, vai receber do mesmo jeito"

de Lula, sobre as emendas suspensas por Flávio Dino (SFT)

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A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, está tentando, junto aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), a liberação de uma verba extra, o que soa como missão impossível. É um pedido de suplementação orçamentária para a Ceitec, a “semifabricante” de semicondutores.

Mais: para este ano, o recurso previsto é de R$ 100 milhões, insuficiente para bancar o custeiodo pessoal e retomada de produção de chips na fábrica de Porto Alegre. O presidente da Ceitec, Augusto César Gadelha, não esconde sua insatisfação com a falta de dinheiro. Periga, qualquer dia desses, pedir o boné.

Fantasminha camarada

Aos 12 anos ela ficou super conhecida ao interpretar a menina fantasma das pegadinhas do Programa Silvio
Santos. Hoje com 24 anos Anna Livya Padilha, mãe de um menino que acaba de completar 1 ano divide
em suas redes sociais a experiência da maternidade e conta que sua vida mudou completamente depois da
chegada do filho.

“Tem sido a coisa mais doida que já imaginei viver em toda a minha vida. Ele é exatamente como projetei e me trouxe muito mais do que pedi.Zulu mudou tudo. Minha vida nunca mais volta um minuto a ser o que era antes, ele ressignificou tudo”.

Ela que também atuou em Chiquititas e Carrossel diz que por enquanto sua profissão é ser mãe. “Digo que a maternidade é a única área da minha vida que não tem conciliação, sou mãe em tempo integral, mas no dia a dia tem uma rede de apoio profissional para me auxiliar enquanto trabalho”.

E completou dizendo que ela gosta de transmitir suas experiências e reflexões com seus seguidores. “Assim é o que busco com o conteúdo de maternidade, que quem estiver consumindo se sinta abraçada e que não está sozinho em qualquer fase que esteja passando”. 

Agentes da Abin em pé de guerra

A Abin será sempre um território sensível para o governo Lula. Quando não é por um motivo, é por outro. Agora, corre a informação em Brasília, de que a União dos Profissionais de Inteligência do Estado da Abin apresentou ao governo dois nomes internos para assumir a corregedoria-geral da agência. Anteriormente, houve pressão pela recondução da atual corregedora Lidiane Souza dos Santos. Contudo, existem restrições contra ela dentro do próprio Planalto.

Servidora de carreira, Lidiane chegou ao cargo em novembro de 2022, no apagar das luzes do governo Bolsonaro. O objetivo principal dos servidores é barrar a nomeação do delegado de Polícia Federal, José Fernando Moraes Chuy, para corregedoria.

Sua indicação causou protestos entre os agentes por ser considerado uma intervenção da PF no órgão. A principal atribuição do corregedor-geral é investigar irregularidades na agência – e isso não é pouca coisa.

"Estupidez"

Lula declarou, pela primeira vez, não reconhecer a vitória atribuída a Nicolás Maduro e a sugestão de refazer as eleições foi rejeitada pelo presidente e pela líder da oposição, que considerou a proposta “falta de
respeito”.

Também Diosdado Cabello, deputado chavista influente e um dos principais aliados de Maduro (muito conhecido de diversas áreas e políticos do Brasil, onde sempre circulava, há décadas), resolveu atirar: “Caracas responderá a quem se meter em assuntos internos. Essa sugestão de segundo turno é estupidez”. Mais: Cabello foi vice-presidente de Chavez.

Beleza não se põe na mesa

Desde que terminou a dupla com sua irmã (Simone) em 2022, Simaria Mendes não está muito na
mídia. Na época da separação Simaria falou que iria dar um tempo em sua carreira porque estava enfrentando problemas com a voz e que depois iria voltar em carreira solo assim como Simone fez.

Ou seja, deixou claro que não tinha a intenção de voltar com a dupla. Há semanas Simaria participou do ‘Jogo da Alegria’ mas antes de entrar de fato no jogo, ela tentou animar o público no Estádio Walmir Campelo Bezerra, o Bezerrão, em Brasília, mas o público não se animou.

Agora ela postou algumas fotos sensuais (vira e mexe ela faz isso) dando a entender que em breve poderá subir novamente nos palcos.

“Desagradável”

Há várias versões, especialmente dos círculos políticos sobre habituais declarações do presidente Lula, notadamente quando fala de improviso ou sobre assuntos que não domina – e cria alguma coisa para substituir.

A última do Chefe do Governo nesse universo de tropeções é sobre mais uma opinião sobre Nicolás Maduro e seu governo.

O ditador venezuelano é responsável por prisões, mortes, expulsão de jornalistas e até fome da população na Venezuela.

E na semana passada, Lula resolve dizer que o país não é “uma ditadura”, preferindo afirmar que a Venezuela “vive um regime desagradável”.

Dono do celular

Além das próprias revelações sobre o esquema do Supremo e no TSE para a caçada de pessoas ligadas a Bolsonaro, um detalhe intriga parlamentares do Congresso tanto quanto as denúncias: a origem das mensagens de texto e áudio documentando o esquema. Nada foi obtido por vazamento ou invasão de hacker e sim de um celular, fazendo crescer a aposta de que o aparelho foi cedido por um personagem envolvido no escândalo.

Foram citados nas primeiras reportagens os juízes Airton Vieira (TJ-SP) e Marco Antônio Vargas (TSE), integrantes do corpo auxiliar de Alexandre de Moraes (STF).

BLINDANDO MORAES

Ainda na terça-feira passada (13), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco tentou por panos quentes nas denúncias contra o ministro Alexandre de Moraes (STF) envolvendo ações “fora do rito” da Constituição e das leis em alvos pré-definidos e contra Jair Bolsonaro. Logo depois da divulgação de áudios e mensagens da denúncia, senadores se mobilizaram para propor impeachment de Moraes e criar uma CPI, mas esbarraram em Pacheco tentando blindar o ministro, o que ele continuará fazendo.

Subiu o tom O pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e pagador das despesas da última manifestação de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, subiu o tom e, na semana passada, compartilhou um vídeo no qual chama o ministro Alexandre de Moraes (STF) de “ditador desgraçado” e defende que o magistrado seja “preso por seus crimes”. E emendou: “Esse ditador de toga rasga
a Constituição e faz perseguição política implacável”.

O gabinete de Moraes vem gravando as declarações de Malafaia, repetida todos os dias em vários ambiente

CENÁRIO ATUAL

Análise do cenário atual do país combina uma economia semiestagnada, uma perspectiva de crescimento medíocre, um ajuste fiscal que não depende mais da Fazenda ou da autoridade monetária, dizem os especialistas.

Depende do Centrão, um câmbio aparentemente estrutural na faixa de R$ 5 para mais e a perseguição de uma meta impossível de inflação de 3%.

Uma pesquisa junto a 102 instituições financeiras e consultorias aponta que o dólar chegará ao fim do ano
negociado a R$ 5,40. O resto prevê uma queda limitada.

Daniela vs. Eduardo

A Procuradoria-Geral da República posicionou-se favoravelmente à queixa-crime por difamação apresentada pela cantora Daniela Mercury contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A acusação decorre da alegação que o parlamentar teria editado e divulgado um vídeo da artista. Na gravação falsa, Eduardo sustentava que Daniela deu uma declaração sobre a orientação sexual de Jesus.

A PGR argumenta que “a conduta de Eduardo é penalmente típica” e ultrapassa os limites da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar.

NA JUSTIÇA FEDERAL

O apresentador Carlos Massa (Ratinho) vai responder na Justiça Federal pela acusação de incitação à homofobia, decorrentes de comentários feitos em seu programa no SBT contra a Parada Gay, em São Paulo.

A 2ª Vara Criminal de Osasco determinou a transferência do caso para a Justiça Federal, depois de parecer favorável do Ministério Público de São Paulo. Trecho de seu comentário “Deixa a Avenida Paulista para a família ir lá brincar com as crianças.

Faz a Parada Gay no diabo do sambódromo. Lá pode porque, na minha opinião, a Parada Gay é outro carnaval dos infernos. Parada Gay é um carnaval dos viados e de sapatãos”.

MISTURA FINA

ARTHUR Lira, presidente da Câmara, irritado com a suspensão das emendas impositivas em decisão liminar de Flávio Dino (STF), tentou pedir, pessoalmente, ao presidente Lula que revertesse a ofensiva do ministro do Supremo, o que o chefe do Governo teria recusado.

Quase ao mesmo tempo, o plenário do STF endossa Dino e Lira perde a força de ter ampliado as
emendas obrigatórias. Lira também recorreu ao presidente da Alta Corte,Luís Roberto Barroso, sem sucesso.

A REVISTA Problemas Brasileiros, editada pela Fecomércio-SP, acaba de publicar uma avaliação sobre os serviços públicos com notas de 0 a 10.

Mais de 25 cidades são votadas e a campeã desse ranking é Curitiba com nota média de 6,72, seguindo-se Palmas (6,54) e Vitória (6,48). São Paulo aparece em nono lugar com 5,53 e Rio de Janeiro em 15º com 4,56.

Entre as últimas estão Maceió (3,37) e Salvador (3,34) e a lanterninhaficou com Belém (3,04).

A JUSTIÇA Eleitoral recebeu mais de 149,8 mil pedidos de registro de candidaturas femininas para as eleições de outubro. Desses, 5,7 mil são para cargos de prefeitos e vice-prefeitos, enquanto 144,1
mil são para Câmara dos Vereadores. As candidaturas femininas representam 33.9% do total.

O MINISTRO do STF, Alexandre de Moraes, determinou que a conta do Instagram do senador Marcos do Val (Podemos-ES) seja suspensa.

A conta do parlamentar já havia sido suspensa em junho do ano passado por atrapalhar as investigações sobre atos criminosos cometidos no 8 de janeiro.

Moraes também ordenou o bloqueio judicial de até R$ 50 milhões nas contas bancárias do senador. Do Val ironizou: “A quantia não existe e nunca existiu. É um bloqueio eterno”.

Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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