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Giba Um

"Simone Tebet e Fernando Haddad são uma ilha de racionalidade em meio a um terraplanismo econômico"

de ELENA LANDAU // economista que cuidou do programa econômico da campanha de Tebet

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O ex-chefe da Casa Civil do primeiro mandato de Lula, José Dirceu (era cotado para suceder o então presidente), era uma das presenças na festa dos 43 anos do PT. Sentou-se no fundo, teria pagado apenas R$ 500.

Mais: bem distante dos que pagaram R$ 10 mil e R$ 20 mil. Estava de camisa esporte e foi citado no discurso de Lula, que o chamou de “companheiro”. Um dos pivôs do mensalão (condenado pelo STF), Dirceu só atua hoje nos bastidores.

In – Drinque sem álcool: Mockmosa

Out – Drinque sem álcool: Fizz de cereja azeda

Áreas bolsonaristas

Mesmo com o afastamento do general Antônio Leite dos Santos Filho do comando do DNIT e da saída de outros diretores, há uma fatia bolsonarista que permanece incrustada na autarquia, dando cartas em assuntos estratégicos, a começar pelo governador Tarcísio de Freitas. Funcionário de carreira, ele mantém uma relação de cima para baixo, com o diretor-geral interino e com o diretor de Planejamento e Pesquisa.

Além de nomes na primeira prateleira decisória do DNIT, o bolsonarismo ferve em cargos viciais – e de poder regional. Valdemar Costa Neto (PL) deita e rola na Bahia e Ceará e Ciro Nogueira entre Piauí e Maranhão.

Debandada

A base governista do Senado arma uma retirada em bloco de assinaturas para inviabilizar CPI que pretende investigar o vandalismo em Brasília de 8 de janeiro. A preocupação do Planalto é que a CPI teria tudo para alcançar o ministro Flávio Dino (Justiça), chefe da Força Nacional de Segurança, que durante parte do tempo, só teria assistido de longe a quebradeira. O governo conta com desistências no MDB, PSD e União, com senadores mais petistas que os próprios petistas.

À força 

Depois de atropelar o Banco Central, Banco dos Brics e PGR, o governo se move contra o Sebrae Nacional, onde quer destituir Carlos Melles da presidência (ele foi reeleito em novembro passado para mais dois anos de mandato). A virada de mesa do Sebrae deverá começar hoje na reunião do conselho deliberativo nacional. O plano do Planalto é emplacar representantes do governo e marcar nova reunião de conselho para derrubar Melles. Se ele cair, o mais cotado para o cargo é Luis Barreto, que já presidiu o Sebrae no governo Dilma.

Novos Rounds

Apesar de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, continuar defendendo decisão do banco a favor dos juros mais altos, ele vem tentando uma aproximação da qual Lula não quer saber.

O presidente lembra que ele foi votar duas vezes em Bolsonaro usando camisa da seleção e até no 8 de janeiro não deixou o grupo de mensagens “Ministros de Bolsonaro”, onde trocava informações com ex-colegas como Damares Alves e até Augusto Heleno. O próximo capítulo será a nomeação de dois novos diretores para o BC escolhidos por Lula.

“Coisa julgada”

O STF está revelando que seus ministros não precisam de inimigos. Dias depois da Corte espancar a Constituição, rasgando o “trânsito em julgado”, Ricardo Lewandowski foi a um evento do PT e MST e apoiou a revogação das reformas já conquistadas.

A decisão do STF condena empresas a pagarem cinco anos de impostos que não lhe eram devidos por sentença transitada em julgado. Após o STF cancelar a “coisa julgada”, o mercado estima em R$ 300 milhões o rombo do Pão de Açúcar e de R$ 1,5 bilhão da Embraer. 

Maratona de Carnaval 

A médica anestesiologista, bailarina, passista e vencedora do Big Brother Brasil 20 Thelma Assis, ou melhor Thelminha, como ficou conhecida na casa, se tornou influenciadora digital, apresentadora e youtuber após ganhar o reality. Apesar de ser apaixonada pela medicina a fama, por enquanto, a impediu de voltar a sua profissão. Mas uma coisa que ela não deixou de fazer é se atirar no samba.

E a maratona de Carnaval este ano foi um pouco mais puxada. Ao lado de Sabrina Sato e do grupo Molejo comandou o bloco Unidos do Bar Brahma que percorreu as ruas da cidade de São Paulo no domingo (12) e agora se prepara para desfilar em São Paulo e no Rio pela primeira vez. Na capital paulista irá desfilar pela sua escola de coração Mocidade Alegre, na madrugada de sábado para domingo.

Thelminha já faz parte da escola há 18 anos. Já no Rio irá desfilar pela Mangueira na madrugada de domingo para segunda. Para aguentar o pique a ex-BBB está há alguns meses com dois personal trainers. “Um para ganhar massa muscular e outro para treinar só a parte aeróbica”. E ainda faz aulas de samba. “Sempre tenho algo a aprender, mesmo com tantos anos de samba”.  

Blocos com mais golpes

O carnaval de rua no Rio terá 456 desfiles de blocos pela cidade e o de São Paulo mais 511, incluindo o período pré-carnavalesco. A festa dos blocos abre espaço para uma rede de serviços e bens, com oportunidade de negócios de diversas áreas.

As primeiras estimativas sinalizam que nos blocos do Rio tem mais homens; nos de São Paulo, mais mulheres. A grande novidade é o festival de golpes em busca de celulares ou recheio de pochetes. Os ladrões capricham: são fantasiados e agem em grupos combinados.

Eles também estão recorrendo a outras manobras para avançar nos pertences das (e dos) carnavalescos: beijos e abraços com estranhos – e surpresa – spray de pimenta. A vítima fica meio desnorteada e ninguém consegue pegá-los no meio da multidão. Mais: como acontece todos os anos, o Rio de Janeiro depois de dias de desfiles dos blocos, ganha um aroma no ar, malgrado desta vez a cidade demanda de 34 mil posições de sanitário públicos.

Em São Paulo, como a distância entre os locais de blocos é bem maior, o aroma é menor. Quem faz a grande festa são os ambulantes: nas duas cidades, eles são registrados e no Rio, 56% são mulheres. Os novos analistas de plantão rotulam os ambulantes de microempreendedores, ao lado de lojas de fantasia e armarinhos.

Soltando a voz

De volta as novelas depois de 5 anos e vivendo Lumiar na novela Vai na Fé, Carolina Dieckmann revela porque aceitou quase de imediato o convite: “Eu já estava com super vontade de trabalhar com Rosane Svartman.

Uma mulher incrível. Eu já estava de olho nas novelas dela. Agora foram muitas coisas, foram muitas coincidências. Eu estar vindo para o Brasil e rolar esse convite”. Aproveitando sua estadia no Brasil Carol voltou a soltar sua voz em sua turnê “Karolokê” ao lado do músico Feyjão revisitando sucessos como Eu Amo Você, de Tim Maia; É o Amor, de Zezé Di Camargo e Luciano, É Tão Lindo, do Balão Mágico, Amor I Love You, de Marisa Monte, Sina, de Djavan, e uma a versão quase em capela de Love of My Life, de Queen.

"Gravata da sorte"

O presidente Lula, que classificou como positiva a reunião na semana passada, em Washington, com o presidente norte-americano Joe Biden, usou no encontro sua “gravata da sorte” (é de listas obliquas com as cores azul, verde e amarelo, lembrando a bandeira).

É a mesma que já usou em ocasiões importantes como na escolha do Rio nas Olimpíadas e até em debates na TV com Jair Bolsonaro. Na festa da posse, em janeiro, queria usar a mesma gravata, mas Janja preferiu uma gravata azul – e ele topou. 

Outros tempos

Em seu primeiro governo, Lula também chamava a atenção de Henrique Meirelles, no comando do Banco Central, por conta dos juros altos. Meirelles aconselhava calma e dizia que tudo “caminhava bem”. Lula pensou em demiti-lo e pediu a Antônio Palocci que tentasse fasciná-lo com uma candidatura ao governo de Goiás. Meirelles não topou. Lula ficou um tempo sem conversar com ele até que o presidente do BC lhe mostrasse a posição do Brasil – “mercado para grandes investimentos” – segundo a agência Standard & Poor’s. Então o presidente ficou feliz, sem saber que Meirelles tinha bons amigos na agência, com os quais poderia contar.

Futura aluna

A ex-presidente Dilma Rousseff está entusiasmada com a ideia de ser presidente do “Banco dos Brics”, com sede em Xangai e mais ainda com o possível salário de R$ 290 mil mensais. Sabe que terá tradutores à sua disposição a qualquer momento, mas pensa até em fazer um curso de chinês: poderá escolher entre o Mandarim, o mais falado da China e o Cantonês, falado em Cantão, Hong Kong e Macau. Pelo menos dizer “bom dia” e “até logo” (“obrigado”, só de vez em quando).

"Intelectual"

O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, participou em diversas posições (Educação, Ciência e Tecnologia e Casa Civil) do governo Dilma (chegou a ser hostilizado por Lula, na época) ficou contente com a possível indicação da ex-presidente para o comando do “Banco dos Brics”. E chegou até a dizer que “ela tem interesse intelectual na China” (estará baseada em Xangai)”. Ninguém tem a menor ideia de como ele descobriu isso.

Mistura fina

ARTHUR Lira, presidente da Câmara, batalha pela indicação de Romildo Rolim para uma das diretorias do Banco do Nordeste (BNB). Ele já presidiu o banco por duas vezes. Na mais recente, em 2021 foi derrubado do cargo por Valdemar Costa Neto, que denunciou irregularidades na carteira de microcrédito. Lira anda mandando e desmandando: há dias, em Vitória, anunciou que o BNB terá escritório na cidade e falou como se fosse o autor da medida.

OS ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) estranharam quando Aloízio Mercadante (BNDES) avisou que vai promover um seminário para sugerir ao governo um novo arcabouço fiscal (não é atribuição do banco). Vai debater o assunto com uma comissão interna, da qual faz parte André Lara Rezende. Mercadante tinha sonhos especiais: ele na Fazenda e Rezende no Banco Central. A equipe econômica acha que Mercadante está se intrometendo onde não é chamado.

ATÉ mesmo entre figuras importantes do governo Lula já tem quem aposte que a fritura de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, já começou. Há até apostas entre membros do governo sobre a vida útil de Haddad no posto, devido a seus discursos que pouco falam. Muitos tem certeza de que ele não vira o ano. Detalhe: o próprio Haddad tem conhecimento das profecias que lhe fazem pelas costas.

O 8 DE janeiro passou do ponto: até o deputado federal Eduardo Bolsonaro tem pregado intramuros que os ataques em Brasília tiveram em Lula o grande vencedor. E, por consequência, um grande perdedor: o próprio Jair Bolsonaro. Eduardo defende a tese de que os protestos foram um erro de cálculo. O raciocínio é que deram munição de sobra para bombardear Jair Bolsonaro e colar nele a pecha de “golpista”, “conspirador” e “criminoso”.

NÃO são poucos os que acusam (já acusavam nos governos anteriores de Lula) o ministro Luiz Marinho (Trabalho) de “estar em um barco à deriva” sem saber para onde vai. Ele desdenhou da saída do país dos aplicativos Uber e iFood, ameaçados por ativistas de Justiça do Trabalho. Agora, defende a ideia dos Correios substituírem os serviços dos aplicativos. Para comparar: os Correios têm 89 mil funcionários e só o Uber, dá trabalho a 1,5 milhão de brasileiros.

AINDA a alternativa de Luiz Marinho: o aplicativo de entregas iFood, por exemplo, tem cerca de 160 mil entregadores cadastrados no Brasil, quase o dobro de funcionários dos Correios. Mais: outra ideia de Marinho para solucionar a debandada de empresas como Uber (valor de mercado de R$ 340 bilhões) é “criar outro aplicativo”.

O EXECUTIVO Miguel Gutierrez, que passou os últimos 20 anos no comando da Americanas (acumulava diretoria e relações com investidores), está mais do que desaparecido. Não mantém redes sociais, não conta com assessoria de imprensa e a Americanas diz que Gutierrez não tem mais qualquer ligação com a empresa (ninguém sabe se houve grande acordo entre as partes). Ele mantinha o mesmo perfil agressivo de Beto Sicupira. O acionista sempre foi chamado de “pai da verdade” e “trator”.

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Giba Um

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da...

...direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço", de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez

12/12/2025 06h00

Giba Um

Giba Um Foto: Reprodução

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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) já trataram de avisar equipes de senadores que devem usar todo o prazo de 180 dias para concluir uma auditoria nos Correios, iniciada em setembro. O que significa que informações perigosas ainda não reveladas da estatal.

MAIS: as informações perigosas ainda não apresentadas, como prejuízo bilionário que virão à tona em março do ano que vem, podendo implodir no colo de Lula no começo da campanha. Este ano, a super dívida dos Correios bate em quase R$ 10 bilhões.

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Ainda tem tapete

Já estamos em contagem regressiva para o ano de 2026, só que ainda dá tempo de alguns tapetes vermelhos. Um dos últimos foi estendido no Farmasi Arena para a entrega do 32º Prêmio Multishow. O comando geral ficou por conta de Tadeu Schmidt e Kenya Sade. A noite também contou com uma homenagem à Gilberto Gil que recebeu um troféu pelo conjunto da obra de sua carreira, e claro que lembrou da filha Preta Gil, que nos deixou este ano, assim como Kanalha (suposto último affair de Preta) que levou seu troféu na categoria Axé/Pagodão do Ano que dedicou sua premiação para a filha de Gil. O grande ganhador da noite foi João Gomes, que levou 4 estatuetas das 6 indicadas, sendo três delas ao lado de Mestrinho e Jota.pê. Entre as premiações está a do álbum do ano. Individualmente João Gomes se destacou como Artista do Ano. A cantora Wenny, que é irmã de Lexa chamou a atenção com um look que tinha 120 mil pedrarias, e acessórios, incluindo chupeta, mamadeira e andador que custou cerca de R$ 60 mil. Na redes sociais explicou o look: “No meu andador, dando meus primeiros passinhos, eu chego hoje ao Prêmio Multishow!". Entre os muitos que estiveram presentes, entre concorrentes, apresentadores e convidados estavam, Sabrina Sato, Lexa, Ana Morais, Tati Machado, Iza, Lexa, Bruna Griphao, Marina Sena, Nicole Bahls, Giulia Costa, Melody, Luedji Luna entre tantos.

Lula vs. Tarcísio é cabo de alta tensão

A discussão sobre a possível intervenção na Enel São Paulo tornou-se um teste de força entre o governo federal e a gestão de Tarcísio de Freitas. Embora critique publicamente a empresa, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem atuado nos bastidores para conter um possível ímpeto intervencionista do órgão regulador. Na visão de Silveira, o afastamento do grupo italiano da operação traria desgaste para o próprio governo Lula por desencadear uma corrente elétrica de insegurança jurídica às vésperas do ano eleitoral. Politicamente, a intervenção é vista dentro do governo como um presente para Tarcísio, que posaria junto ao eleitorado como aquele que "solucionou" os apagões na capital. Tarcísio, do lado oposto, tem feito pressões sobre a Aneel pela ingerência administrativa ou até mesmo pela cassação da concessão da Enel. O governador tem também mobilizado a bancada parlamentar e prefeitos do estado para fechar o cerco à agência reguladora.

Alta tensão 2

Ainda a guerra contra a Enel: fechar o cerco significa forçar uma punição contra a distribuidora de energia. E nesse circuito, há ainda um fio que leva ao TCU. Há poucos dias, o tribunal recomendou que a Aneel analise prós e contras de uma intervenção na Enel São Paulo. O pedido fez subir a temperatura, aumentando a percepção de que o TCU levantou uma bola para o órgão regulador cortar, decretando, assim, o afastamento da Enel da operação. Por enquanto, é melhor aguardar novos capítulos.

Giba Um

Se gosta mais

Fazendo grande sucesso com o programa “Angélica ao Vivo”, às quintas-feiras na GNT em entrevista ao videocast “Conversa vai, conversa vem”, do GLOBO, a apresentadora abriu seu coração. Ela garantiu que hoje aos 52 anos, agora presta mais atenção as suas vontades. “O trabalho sempre foi me levando. Sempre fiz análise, gostei de meditar, sempre fui meio holística, mas nunca me dediquei tanto ao meu interior. Vivia o externo, o dia a dia dos programas de TV, emendava uma coisa na outra. Fiquei dos quatro aos 48 sem parar de trabalhar. Parar para sentir, saber o que estava rolando comigo, passei pelas mudanças da vida vivendo, sem olhar para elas. Quando olhei um pouco para dentro, pouco antes da pandemia, comecei a prestar atenção nos meus quereres”. Olhando mais para dentro de si e se conhecendo mais ela disse que ficou mais à vontade para falar de assuntos que são considerados tabus e que se gosta mais: “Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja”.

Giba Um

Aldo 2026

Sem maior alarde - pelo menos, por enquanto, o ex-ministro de vários governos (foi da pasta de Relações Institucionais à Defesa), Aldo Rebelo está se preparando para anunciar sua candidatura à Presidência nas eleições do ano que vem. Ele e o grupo que aposta em sua vitória - sobre Lula e eventuais governadores contra a esquerda - acham que a candidatura não ganharia ataques de  presidente e tampouco do ex-presidente encarcerado, agora achando que ganha a liberdade em pouco mais de dois anos. Aos poucos, Aldo vai montando uma estrutura de comunicação: tem até um podcast para encantar apoiadores (nesses dias, entrevistaram Chiquinho Scarpa). Mais: ele é o único político sem laços genéticos com indígenas, que fala fluentemente tupi-guarani.

Festival, de cassações

O presidente da Câmara, Hugo Motta (ninguém sabe se ele tem mais medo de Lula, do clã Bolsonaro ou de Davi Alcolumbre) deverá analisar só na semana que vem os pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As cassações de Carla Zambelli (PL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ) poderão ser avaliadas antes. Os pedidos passarão pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, depois, pelo plenário. Motta quer liquidar esses assuntos antes do final do ano. No caso de Eduardo, poderá usar o excesso de faltas. Com isso, poderia escapar da inelegibilidade e até ficar livre para retomar a cadeira em 2026.

Pérola

"Quando disse que minha candidatura tem um preço, foi um ato isolado. Vou convencer líderes da direita que meu nome é o mais viável para derrotar o PT. Meu preço é Bolsonaro livre e nas ruas. Ou seja, não tem preço",

de Flávio Bolsonaro, mudando tudo, outra vez.

Presidente frágil

Ainda Hugo Motta, presidente da Câmara: no péssimo episódio deflagrado por Glauber Braga e esticado pela truculência dos policiais da Casa, ele mandou desligar luzes, cortar o sinal da TV Câmara e expulsar jornalistas à força. A imagem de Motta piorou. Sem liderança sobre os colegas, vem se mostrando um presidente frágil, tutelado, segundo analistas, pelos padrinhos Ciro Nogueira e, claro, Arthur Lira. A troca usada para abortar a candidatura de Flávio Bolsonaro serviu para mostrar, de novo, sua dependência do Centrão. Nem a "demonstração de coragem" no episódio Glauber Braga ajudou.

Faltou gente 1

O senador Flávio Bolsonaro ofereceu, esta semana, um jantar para dirigentes do Centrão, em sua mansão em Brasília, comprada, segundo ele, por seu trabalho como advogado. O secretário do Governo da gestão Tarcísio de Freitas, Gilberto Kassab, dono do PSD e Marcos Pereira, que comanda o Republicano, partido de Tarcísio, não deram as caras. Analistas acham que Kassab não đá ponto sem nó: quis evidenciar que está fora dessa "candidatura" do Zero Um. A jornalista Vera Rosa lembrou, nesses dias, que Antônio Carlos Magalhães costumava dizer: "Jantar ao qual não vou, não vale”.

Faltou gente 2

Presidente do PP, Ciro Nogueira, foi ao jantar de Flávio, acompanhado de Antônio Rueda, que dirige (e muita gente não sabe como chegou lá) o União Brasil. Ciro não vê chance na candidatura de Flávio, mas disse que pode contar com ele. A maioria dos presentes concordou que, malgrado ele tenha desmentido, Flávio negociou mesmo a redução da pena de Bolsonaro como condição de dar um passo atrás. Detalhe: nenhum dos convidados leva a sério mesmo toda essa "ópera bufa".

Com incentivos fiscais

Ministros como Fernando Haddad e Luiz Marinho ficaram "de cabelos em pé" com o modelo de montagem de carros elétricos, com incentivos fiscais, que Lula e Geraldo Alckmin visitaram no Ceará, no novo polo da GM voltado apenas para carros elétricos. Os dois primeiros deverão ser Spark e Captiva, montados na antiga palma da Toller. A empresa quer produzir 10 mil carros elétricos por ano. Para a Fazenda, é mais uma renúncia de receita que deve ser repensada. E sem investimento da indústria, tampouco gera os empregos que se esperariam.

Duas caras 1

A luz do dia, o pastor Silas Malafaia diz que não vai trabalhar contra a indicação do evangélico Jorge Messias para o Supremo e até faz críticas a Davi Alcolumbre pelas tentativas de brecar a nomeação; nas trevas da noite, no entanto, Malafaia e lideranças religiosas ligadas a ele fazem campanha contra o advogado-geral da União. Nos últimos dias, circulam entre parlamentares da bancada da Bíblia textos associando Messias membro da Igreja Batista Cristã de Brasília à textos falsos.

Duas caras 2

Nesses textos, o indicado religioso de Lula tem seu nome ligado, falsamente, à defesa do aborto e de bandeiras LGBT. Um dos principais disseminadores dos ataques a Messias é o deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). A mobilização chegou aos corredores do Congresso onde foi arquitetada uma contraofensiva comandada pelo Pastor e deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-aliado de Bolsonaro e hoje amigo de fé de Lula. Também o ministro André Mendonça, evangélico, desmente falsidades espalhadas contra Messias.

Mistura Fina

Agora já se sabe por que o PT entrou em desespero, em outubro, para impedir a convocação à CPMI do roubo dos aposentados do desconhecido Edson Claro Medeiros Jr. que recebia o tratamento de "testemunha-bomba". Ex-braço-direito de Antônio Camilo Antunes, o "Careca do INSS", Edson Claro foi barrado pelos petistas no CPMI, mas acabou contando à Polícia Federal que Careca pagou a políticos e gente influente. O filho de Lula, Lulinha, teria recebido R$ 25 milhões, mais R$ 300 mil mensais.

Edson Claro levou pânico a petistas como Paulo Pimenta (RS), o que fez Adriana Ventura (Novo-SP) concluir: "Chegamos ao cara". Edson é uma das 60 testemunhas vetadas pela CPMI e o Planalto, conheceria o "poder destruidor" de cada uma delas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que Edson Claro não falou à CPMI, mas prestou depoimento à PF de mais de 70 horas, dando detalhes -  e nomes. E o petista desavisado Rogério Correia (MG) foi obrigado a pagar mico e retirar o requerimento.

O advogado Augusto de Arruda Botelho, que fazia a defesa de um dos diretor do Banco Master e que esteve com o ministro Dias Toffoli, do STF, em um voo a Lima, é conhecido na Alta Corte desde outros processos, como a Lava Jato. Ele defendeu Márcio Faria, da Odebrecht e que até foi preso no processo sobre a pilhagem da Petrobras. A investigação foi anulada por canetadas de Toffoli.

Botelho foi também personagem em trama com dossiê desqualificando delegados da PF na Lava Jato, acusados de criticar o PT e elogiar o PSDB. O rolo foi tamanho que, em abril de 2016, o advogado chegou a ser indiciado criminalmente. A PF não provou que ele pagou pelo dossiê. E mais: Botelho é membro do "Prerrogativas", grupo de advogados petistas que atuou no desmonte da operação Lava Jato.

A Bombril ganhou um fôlego com a aprovação do plano de recuperação judicial. verdadeiro teste de resistência, contudo, está prevista para Brasília. Trata-se da dura negociação com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A fabricante de produtos de limpeza comandada pelo empresário Ronaldo Sampaio Ferreira busca um acordo para a renegociação de cerca de R$ 2,3 bilhões em dívidas tributárias. O valor equivale a quase oito vezes o total das dívidas incluídas na recuperação judicial, em torno de R$ 330 milhões.

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artigos

A escalada do jogo de soma zero em Brasília

11/12/2025 07h30

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A recente indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) reacendeu o debate sobre a crescente dificuldade de governabilidade no âmbito do Poder Executivo.

Embora a escolha para o STF seja prerrogativa presidencial e tradicionalmente aprovada pelo Senado – gesto que reforça a legitimidade institucional e a harmonia entre os Poderes –, trata-se de um processo que raramente encontra resistência. Em 134 anos, apenas cinco indicações foram rejeitadas pelo Senado, todas ainda no início da República, sob Floriano Peixoto.

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo tem registrado o pior índice de aprovação de suas pautas no Congresso desde a redemocratização. Esse enfraquecimento ganhou corpo a partir do governo de Dilma Rousseff e se ampliou nos anos seguintes.

Michel Temer foi o único a obter vitórias relevantes, ainda que ao custo de ampliar o protagonismo de deputados e senadores. Nem Jair Bolsonaro nem Lula – apesar de sua força política e carisma – conseguiram frear o avanço das emendas parlamentares, que comprimem a margem de ação do Executivo, especialmente na área econômica.

Para tentar contrabalançar o peso crescente do Congresso sobre o Orçamento, Lula vem optando por indicar nomes alinhados ao governo para posições estratégicas, inclusive no Judiciário. A nomeação de Flávio Dino ao STF é um exemplo emblemático dessa estratégia. Em movimento inverso, o presidente também trouxe ao Executivo figuras do Judiciário, como o ex-ministro Ricardo Lewandowski, atual titular da Justiça. Essa dinâmica de avanços e recuos, porém, contribui para bloquear a capacidade dos Três Poderes de exercerem integralmente seus papéis constitucionais.

O Executivo, pressionado, tem recorrido cada vez mais à judicialização de suas políticas. O Legislativo, por sua vez, consolidou-se como um “Executivo paralelo”, operando quase como um sistema parlamentarista informal. O Judiciário, ao atuar como intérprete expansivo da Constituição, muitas vezes assume funções legislativas, criando contorcionismos jurídicos para suprir lacunas políticas.

O que emerge desse arranjo é um jogo de soma zero, que compromete a formulação de um projeto nacional coerente e moderno. Cada Poder avança sobre a esfera do outro, mas nenhum amplia, de fato, sua capacidade de governar. O resultado é um país paralisado por impasses institucionais que corroem a eficácia do Estado e dificultam a construção de consensos duradouros.
 

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