Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Veja o tamanho do poder que botamos na mão de uma única pessoa"

Damares Alves (Rep-DF) após denúncias de atuação 'fora do rito' de Alexandre de Moraes

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Sob pressão, STF recua e estraga plano de Lula

Tanto barulho por nada: sob ameaça de propostas que limitam decisões monocráticas e dão ao Congresso o poder de revisão de suas sentenças, tanto quanto interfere nas decisões dos outros Poderes, o Supremo Tribunal Federal recuou, abandonando o plano para Lula retomar o poder de liberar emendas parlamentares. Após o regabofe, uma nota oficializou o acordo pelo qual tudo continua como era: até emendas pix continuam, e impositivas. E ficam “para depois” medidas enquadrando o STF.

Lorota incorporada

Para os ministros do STF não ficarem mal, a nota incorpora a lorota de que a liberação das emendas será “transparente” e “rastreável”.

Sempre foi assim

As emendas parlamentares são pagas pelo Tesouro Nacional e nunca sai dali um único centavo sem regras transparentes e rastreabilidade.

Amigos do alheio

Lula deixou claro nas reuniões de segunda-feira que o objetivo era se apropriar das emendas e “atrelar” suas verbas a programas do governo.

Vai que é tua

Causador de toda confusão, Lula caiu fora do regabofe. Deixou aliados do STF no “mano a mano” com a turma do Congresso. Deu no que deu.

Plano de Lula era se apropriar das emendas

Para “solucionar” o impasse criado pelo Supremo a seu pedido, Lula pretendia “atrelar” as emendas parlamentares a programas do governo, como revelou em reuniões no Planalto, segunda (19). Era seu objetivo desde quando Rui Costa (Casa Civil) passou maus bocados na Comissão de Infraestrutura do Senado, em 30 de abril. Os senadores o mandaram às favas ao descobrirem que a ideia era bancar o “novo PAC” com recursos de Estados e Municípios e... de emendas parlamentares.

Pegar ou largar

Como na taxação das folhas de pagamento, Lula deu truco, seu jogo favorito: sem votos no Congresso, usa o poder no STF.

PAC empacado

Precisando conter gastos para se aproximar da meta fiscal, o governo não tem como financiar o PAC, a menos que usem dinheiro dos outros.

Aqui, não, violão

Ainda sem nada entregar, Lula pagou mico dias atrás “inaugurando” obra 100% bancada pelo Estado. O governador Jorginho Melo nem apareceu.

Ministro não sabe o que diz

Alexandre Silveira (Minas e Energia) enviou ofício à Aneel ameaçando intervir na agência de energia elétrica por “inércia” etc. Ele não sabe, mas o artigo 3º da lei 13.848, estabelece que não há tutela ou subordinação, e que só o Senado e o TCU podem fiscalizar agências.

Sentença perpétua

Rodrigo Pacheco, omisso, não presidiu a sessão de solidariedade ao colega Marcos do Val (Pode-ES), punido por Alexandre de Moraes com multa impagável de R$50 milhões. Jorge Kajuru (PSB-GO) destacou que é pena mais severa do que de bandidos tipo Beira-Mar e Pablo Escobar.

Já foi democracia

Ex-vice-presidente, Hamilton Mourão (Rep-RS) disse no Senado ver com clareza que direitos individuais mais elementares “estão completamente à mercê das preferências subjetivas de poderosa autoridade de Estado”.

Previsão frustrada

O deputado Maurício Marcon (Pode-RS) chegou a prever “reação feroz do centrão, com desfecho imprevisível”, caso o governo e o STF forçassem a barra para manter a suspensão de emendas parlamentares.

Quem legisla

Bibo Nunes (PL-RS) defende emendas impositivas, “que são constitucionais”, e espera aprovação da PEC dando ao Congresso o poder de revisar decisões do STF. “Quem legisla é o Legislativo”, avisa.

Ativismo cega

O chefe de “Políticas Digitais” de Lula adotou a fake news de que o X não dava lucro e que Elon Musk fechou sua representação, afundando o Brasil no descrédito mundial, por razões eleitorais.

Momento verdadeiro

A aglomeração dos Três Poderes no STF, para discutir a relação após a suspensão das emendas parlamentares, fez todas as negociações e votações serem abandonadas para resolver o que importa: o bolso.

Mercadante no mercado

Nos últimos anos, o BNDES bateu recorde de gastos com propaganda em 2018, R$41 milhões. Naquele ano, torrou R$8,6 milhões entre janeiro e julho. Em 2024, no mesmo período, a conta já está em R$32,4 milhões.

Pensando bem…

...em política, vale até falar mal da mãe, só não pode mexer no bolso.

PODER SEM PUDOR

Desafiá-lo era um perigo

Itamar Franco disputou o Senado pelo MDB, em 1974, contra José Augusto de Castro, da Arena. O horário gratuito era ao vivo e Castro vivia desafiando Itamar para debater, mostrando uma cadeira vazia. “Não fuja, Itamar”, provocava.

Um dia, quando o locutor da Arena repetia o desafio, Itamar invadiu o estúdio e se sentou na cadeira: “Vim para o debate.” Pânico geral. Castro viu tudo pela TV e foi correndo para o debate, que, é claro, virou bate-boca. O TRE tirou o programa do ar, enquanto – reza a lenda – Castro corria atrás de Itamar, cabo de vassoura em punho.

CLÁUDIO HUMBERTO

"O Brasil não aguenta mais dois anos de Lula"

Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) após sucessivas propostas de taxação do petista

15/01/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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PT e centrão disputam o Ministério da Saúde

É quase unanimidade no governo Lula que Nísia Trindade, ministra da Saúde, tem desempenho muito aquém no comando da pasta e tem tudo para sair da Esplanada na reforma ministerial que Lula deve deflagrou ao demitir Paulo Pimenta da Secom. Ao menos dois partidos já estão de olho na cadeira de Nísia: o PT, que sempre quer mais um naco de poder no governo, e o Progressistas, que oficialmente nem mesmo está na composição da base aliada de Lula no Congresso Nacional.

Dilma 3

Com possível saída de Alexandre Padilha das Relações Institucionais, o PT quer acomodá-lo na Saúde, cadeira que ocupou no governo Dilma.

Interesse especial

Com Flávio Dino (STF) travando as emendas parlamentares, o centrão cresceu o olho em ministérios com emendas obrigatórias, como Saúde.

Tudo nosso

O PT não pensa em perder o ministério de Padilha, vai apresentar outro nome para o posto: José Guimarães (PT-CE), líder de Lula na Câmara.

Tem que dividir

A base de Lula até reconhece o bom trânsito de Guimarães, mas já reclamou que não faz sentido manter a articulação política com o PT.

Tributarista prevê mais imposto ao agro em reforma

Especialistas em direito tributário e agrário alertam que a regulamentação da reforma tributária, na agenda do governo Lula em 2025, pode trazer prejuízos ao agronegócio. O risco é de elevação da carga tributária. Tributaristas como Lâmid Porto, Leandro Marmo e Luciano Faria, avaliam que a tributação em cascata sobre a cadeia produtiva e o aumento da burocracia podem prejudicar a competitividade do setor, que é fundamental para o bom desempenho do PIB brasileiro.

Vai apertar

Os tributaristas alertam que grande parte dos produtores que não pagam ICMS, PIS e COFINS, IPI, ISS, terão que pagar o IBS e a CBS.

Crédito escasso 

Com o IBS e a CBS incidindo sobre operações bancárias, há expectativa de dificuldade na hora de tomar crédito para produção rural.

Empregos em risco 

Lâmid explica que a exclusão de benefícios sob bens agrícolas, reduzem lucros de produtores e podem afetar a geração de empregos no campo.

Janjapalooza de milhões

É ainda maior a sangria nos caixas de estatais brasileiras para bancar o Janjapalooza, inicialmente estimado em R$33,5 milhões. O evento contou com injeção de ao menos R$83,45 milhões de empresas públicas

Cota Janjista

Mariah Queiroz, assessora do prefeito do Recife, João Campos (PSB), é quem vai assumir as redes socias na Secom e, consequentemente, o lugar de Brunna Rosa, apadrinhada por Janja e demitida por Sidônio.

Boquinha de siri

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até foi perguntado por jornalistas sobre a compensação de eventual isenção do imposto de renda para dois salários mínimos. Fez ouvidos moucos e não respondeu.

Foi rápido

Não demorou nem 24h oficialmente no cargo para que o novo ministro da propaganda de Lula Sidônio Palmeira começasse a rezar sob cartilha do PT. Já no discurso de posse, disse que a Meta fomenta “faroeste digital”.

Mudanças do BC

O Banco Central resolveu mudar a data de divulgação das estatísticas fiscais de janeiro. Diz que as instituições financeiras apresentaram “necessidade de prazo adicional” para se adaptarem ao novo sistema.

Linha-dura aprovada

Frustrou a turma que pretendia fazer uso político dos excessos da Polícia Militar de São Paulo o levantamento do Paraná Pesquisas que mostra aprovação dos militares em 53,1%. Os que desaprovam somam 25,7%.

Federação na pauta

Sem muita alternativa diante do fracasso eleitoral, caciques do PSDB, PDT e Solidariedade se reúnem nos próximos dias para discutirem uma federação para 2026. É isso ou o risco de extinção.

Lula lá?

Donald Trump convidou o presidente da China, Xi Jinping, para a cerimônia de posse como presidente dos Estados Unidos, dia 20. Javier Milei (Argentina) também foi convidado. Já Lula... ainda não foi chamado.

Pergunta na Ibovespa

Dólar abaixo dos R$6, só após o Carnaval?

PODER SEM PUDOR

O primeiro milagre de Lula

Ramez Tebet acabara de receber Lula na entrada do gabinete da presidência do Senado. Amassos de todo lado, multidão se espremendo para ver o presidente eleito, câmeras de TV, flashes espocando, empurra daqui, empurra dali. Lula finalmente chega ao gabinete, coalhado de políticos. Um deles, o ex-governador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), num esforço muito grande, consegue se levantar da cadeira de rodas que usava habitualmente. Queria cumprimentar Lula de pé. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) percebe e toma um susto:
- Ronaldo, você está andando?!

ARTIGOS

Quem cuida do cuidador?

14/01/2025 07h45

Arquivo

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Em muitas famílias que têm um membro com Alzheimer ou com alguma condição de dependência, invariavelmente, alguém precisa assumir o papel de cuidador. Esses indivíduos desempenham um papel vital, oferecem suporte emocional, físico e prático a quem mais precisa. Mas, quando o cuidador precisa de cuidados, será que alguém está atento a eles? Principalmente quando o papel de cuidador é entregue a um familiar, este invariavelmente sofre e, por mais que se dedique, não consegue reduzir as perdas do enfermo, principalmente dos portadores de Alzheimer. Este cenário descrevo em “O que Me Falta”, com base em experiências pessoais com a doença. 

Mesmo que os cuidadores sejam profissionais de saúde ou assistentes sociais, todos enfrentam desafios significativos. O desgaste do cuidador ou a síndrome de burnout são realidades preocupantes. Longas horas de trabalho, responsabilidades emocionais e a constante pressão para proporcionar o melhor podem levar à exaustão física e mental.

Sem um suporte adequado, os cuidadores correm o risco de negligenciar a própria saúde e bem-estar. O primeiro passo para apoiar o cuidador é reconhecer a importância do autocuidado. Isso envolve práticas diárias que promovem a saúde física e mental, como alimentação equilibrada, exercícios regulares e momentos de descanso. Além disso, é crucial que eles reservem um tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento, como ler um livro, caminhar no parque ou meditar. 

Uma rede de suporte robusta é essencial. Isso pode incluir familiares, amigos e colegas de trabalho que compreendam as dificuldades enfrentadas diariamente. Grupos de apoio e comunidades on-line também desempenham um papel importante, ao oferecer um espaço para compartilhar experiências e trocar conselhos. A sensação de não estar sozinho nessa jornada pode fazer uma diferença significativa. 

O acesso a serviços profissionais de saúde mental é fundamental. Psicólogos, terapeutas e conselheiros podem oferecer orientação e estratégias para lidar com o estresse e as emoções complexas que acompanham o trabalho de cuidado. Sessões regulares de terapia podem proporcionar um espaço seguro para que os cuidadores expressem suas preocupações e encontrem mecanismos de enfrentamento eficazes. 

Empresas e instituições de saúde têm a responsabilidade de implementar políticas que apoiem os cuidadores. Isso pode incluir programas de bem-estar no local de trabalho, horários flexíveis e iniciativas de reconhecimento e valorização. Políticas públicas que garantam acesso a recursos financeiros e serviços de apoio também são cruciais para assegurar que possam continuar seu trabalho essencial sem sacrificar a própria saúde.

Cuidar de quem cuida é uma responsabilidade coletiva. Reconhecer suas necessidades, oferecer suporte e implementar políticas eficazes são passos fundamentais para garantir que aqueles que dedicam suas vidas a dar suporte aos outros recebam o apoio que merecem. Somente assim podemos construir uma sociedade mais equilibrada e compassiva, em que todos, inclusive os cuidadores, possam prosperar.

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