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COMBATE AO TRÁFICO

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Eduardo Bettini: "A Operação Horus é permanente, e este é o trunfo dela"

Secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça avisa: ação de combate ao crime veio para ficar

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Na quarta-feira, 26 de agosto, uma apreensão de maconha ocorrida na zona rural de Maracaju ganhou o Brasil. Tratava-se da maior retenção de droga por policiais da história do País: 33 toneladas em um caminhão.

Se sozinho, o número impressiona, a operação que deu causa a esta ocorrência já gerou a apreensão de 352 toneladas de droga neste ano. Trata-se da Horus, ação policial coordenada pelo Ministério da Justiça por meio do Programa Vigia, e que reúne em uma integração inédita, todas as policiais - ostensivas ou judiciárias - estaduais e federais.  

O entrevistado da semana é o Secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça, Eduardo Bettini, que atua na coordenação da Operação Horus em todo o Brasil, e não pouca elogios aos policiais de Mato Grosso do Sul, onde já atuou há quase duas décadas. 

 

Neste mês de agosto, no dia 26, equipes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) realizaram a maior apreensão de maconha da história do Brasil em Maracaju. Neste ano, as polícias que atuam em Mato Grosso do Sul realizaram três das quatro maiores apreensões da história. O que está havendo?

De fato, esta apreensão de 33 toneladas em Maracaju é uma marca histórica, muito difícil de ser batida, até porque a capacidade da carreta era de 30 toneladas. Ela estava carregada, praticamente, só com maconha.  

Quer dizer então que o motorista, se estivesse em uma rodovia pavimentada, também poderia ser enquadrado por excesso de peso?

Sim, certamente. Mas voltando à primeira pergunta, é um conjunto de fatores que levou a esta apreensão, sobretudo a ação integrada das instituições, por meio do Programa Vigia e da Operação Horus, que decorre deste programa.  

A partir desta operação integrada, o efeito que tem surtido é muito bom. A cooperação das diferentes forças de segurança, e o apoio que uma têm dado uma a outra é algo nunca antes visto.  

 

A gente percebe, que até mesmo na divulgação dos feitos, os policiais tem demonstrado uma grande satisfação a cada prisão ou apreensão, e muito mais liberdade e desenvoltura para transmitir as informações. Isso também está relacionado com a atuação do programa Vigia?

Sim. Este é um dos eixos do programa, que é a valorização profissional. Todo o Vigia tem como fundamento o forte apoio às unidades que estão na ponta. Acreditamos que os policiais, de fato, estão se sentindo mais cuidados, apoiados e encorajados a realizar as apreensões e prisões.

O que muda com a Operação Horus em relação às outras ações do passado, é que a sensação de pertencimento do policial é muito grande. Isso sem dúvida é importantíssimo. E o pertencimento vem, justamente, do alinhamento de todas as forças que atuam, as estaduais e federais.

 

Voltando as volumosas apreensões de drogas, o que explica Mato Grosso do Sul já ter retido 352 toneladas desde o início do ano?

É um número impressionante. Eu me lembro que em 2003, quando atuava na linha de frente da polícia aí em Mato Grosso do Sul, participei de uma incineração de drogas apreendidas, de aproximadamente 130 toneladas. Era considerado um número recorde. Neste, em julho o total de 2019  - que já foi um ano de quebra de recordes - foi superado.  

Mas o grande volume de drogas apreendidas neste ano está diretamente ligado à metodologia de trabalho da Operação Horus e do Programa Vigia. O trabalho tem de ser sistêmico e progressivo.  

E o grande diferencial tem sido conectar as unidades de inteligência e de operação. As células do Programa Vigia atuam em perfeita harmonia. O pessoal que faz o trabalho, que integram forças diferentes, tem feito um excelente trabalho.  

Contamos com a inteligência das polícias judiciárias, como Federal e Civil, e com a atuação de forças ostensivas, como a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento de Operações de Fronteira e a Polícia Militar. Esta última, sobretudo, é muito numerosa, tem uma presença muito forte e uma capilaridade muito grande.  

 

A Operação Horus é somente uma das frentes no combate ao tráfico, como funciona?

Temos várias células que estão em constante troca de informações. As instituições atuam dentro de suas finalidades, mas a diferença é justamente essa: a conexão entre os policiais.  

Existe o trabalho investigativo, existe o trabalho com alianças internacionais, como por exemplo, o da Polícia Federal com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) para destruir plantação. Existe o trabalho de combate e investigações aos chefões das quadrilhas, feito pela Polícia Federal e as polícias civis. Destacamos também trabalhos muito positivos, feitos com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e com o DOF na região de fronteira, o que tem permitido aumentar o poder de ação das forças de seguranças em várias frentes.  

 

A Operação Horus foi instituída em Mato Grosso do Sul em setembro de 2019. Ela é permanente?

Sim, a Operação Horus é permanente, e este é um dos trunfos dela. A maioria das operações, por serem temporárias e incidentais, embora tenham sucesso no combate às organizações, abre brecha para que elas, eventualmente, venham a agir no intervalo entre as ações. A Horus é permanente, constante e progressiva. Ela não tem interrupção. É uma ação contínua: 24 horas por dia e sete dias por semana. Isso tem ajudado a gerar bons resultados.  

 

Esta ação integrada do Ministério da Justiça e das Secretarias de Segurança Pública reduziram o ciúme entre as polícias. Isso veio para ficar?

Sim, esta disputa por reconhecimento e divulgação que já existiu em outras ações era muito nociva. Ela gerava uma cisão depois das ações policiais conjuntas, e que impactava nas operações futuras. Atualmente, todos temos um cuidado muito grande em prestigiar todas as forças envolvidas nas ações e apreensões. Nenhum de nós é tão bom, quanto todos nós juntos. Esse é nosso lema no Programa Vigia. 

Polícia

Laudos indicam quadro crônico de saúde de réu que morreu na prisão em Campo Grande

O advogado do ex-policial, José Roberto de Souza, entrou com seis pedidos de internação hospitalar ao custodiado, que apresentava quadro de hipertensão, diabete e acabou não resistindo em decorrência de uma pneumonia

21/04/2024 11h09

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A defesa do policial militar reformado, José Roberto de Souza, protocolou seis pedidos de internação médica em caráter de urgência devido a doenças crônicas que acometiam o custodiado, todos negados pela Justiça. O policial reformado acabou morrendo por complicações em decorrência da Influenza do tipo A.

Com problema renal crônico e diabético, a situação de saúde de José Roberto foi deteriorando e mesmo com diversos requerimentos feitos a Justiça por parte da defesa para receber atendimento médico adequado, todos foram negados. 

O policial reformado estava preso desde o dia 16 de fevereiro de 2023, três dias após o crime que resultou na morte do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, no Procon/MS.

Às 11h, do dia 19 de abril, a defesa foi informada da morte de José Roberto de Souza. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o último pedido para tratamento médico havia sido feito pouco antes da morte de José, às 8h.

Em um dos pedidos, datado em 2 de maio de 2023, solicitava providências relacionado a internação de José Roberto de Souza em um hospital psiquiátrico, segundo os autos ele apresentava problemas psicológicos, não estava se alimentando adequadamente, o que estava debilitando sua condição física. O pedido foi negado pela Justiça.

Posteriormente, no dia 14 de dezembro de 2023, o réu teve que ser internado em decorrência de um quadro de desorientação. Exames realizados em data anterior (07/12/2023 e 09/12/2023), indicavam a possibilidade dele sofrer um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI).

"Para que se possa saber exatamente do que aqui se está a tratar e, outro caminho não há, senão gritar por socorro, para que se conceda a internação hospitalar prescrita ou mesmo a prisão domiciliar por questão de saúde, nos termos do artigo 318, inciso II, do Código de Processo Penal".

A defesa pediu internação hospitalar ou prisão domiciliar para que o policial reformado pudesse recuperar a saúde, chegando a frisar que da forma como se encontrava poderia ocorrer qualquer situação que colocasse a vida dele em risco. 

"No local onde está custodiado, em caso de indeferimento, seguramente em breve haverá noticia triste a entregar a seus entes". 

Um novo pedido de internação ou prisão domiciliar ocorreu no dia 18 de dezembro, três dias após o policial militar reformado, José Roberto de Souza, ter sido internado neste o advogado elenca as comorbidades e o quadro clínico que poderiam levar o preso a morte que são: ateromatose intracraniana e leucoaraiose que indicam riscos de acidente vascular celebral isquemico (AVCI); dispneia (falta de ar) e edema generalizado; déficit no controle de impulsos, labilidade emocional.

Diante das solicitações, o réu terminou sendo transferido do presídio militar que, de acordo com a defesa, não teria suporte para atendê-lo adequadamente (devido à falta de escolta e médicos) para outra unidade penal "comum"

 

"Ao invés de determinar que ele fosse tratado, o Tribunal de Justiça tirou a condição dele de policial militar e o direito de estar no presídio militar, e o mandou para um presídio comum. Aí ele ficou no Centro de Triagem, com o atendimento dos médicos", explicou o advogado. 

 

O Crime


No dia 13 de fevereiro deste ano, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, foi morto a tiros pelo policial militar reformado, José Roberto de Souza, durante audiência de conciliação realizada no Procon.

A vítima era proprietária da empresa Aliança Só Hilux, especializada em peças de Hilux e SW4, que havia realizado a troca do motor de uma SW4 para José Roberto.

Durante a primeira audiência de conciliação, realizada na sexta-feira anterior, dia 10 de fevereiro, José Roberto pediu que Caetano entregasse as notas fiscais referentes aos serviços prestados pela empresa para a troca do motor de seu veículo blindado, trabalho avaliado em quase R$ 30 mil.

Aproveitando as tratativas, Caetano cobrou do cliente R$ 630 reais devidos, referentes a uma troca de óleo realizada no ano anterior. Na segunda audiência, então, Caetano levaria as notas fiscais e José Roberto o dinheiro que devia.

No entanto, após uma desavença logo no início da audiência de conciliação, José Roberto efetuou três disparos contra Caetano, dois na cabeça e um na nuca. A vítima morreu no local.

Três dias após o crime, José Roberto de Souza se apresentou à polícia.

A primeira audiência que investiga o caso foi realizada no dia 3 de julho do ano passado, e ouviu testemunhas de acusação e defesa. Oito pessoas prestaram depoimento, sendo duas delas funcionárias do Procon, uma advogada que presenciou o crime, um funcionário da vítima, o investigador da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelo caso, o filho da vítima e dois conhecidos de longa data do acusado.

Valéria Christina, a conciliadora que trabalhava com o caso, não compareceu para prestar depoimento. Segundo informado durante a audiência, a servidora foi transferida para outro órgão após o ocorrido, e segue afastada desde então por questões de saúde.

 

** Colaborou Alanis Netto

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FÁTIMA DO SUL

Bombeiros localizam corpo de homem que morreu enquanto pescava com a esposa

Homem desapareceu no sábado (13), mas corpo foi encontrado apenas neste domingo (14)

14/04/2024 15h15

Rio Dourados, em Fátima do Sul (MS) Foto: MS News

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Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) localizou o corpo de Ivanor Krohn, de 57 anos, na manhã deste domingo (14), no rio Dourados, em Fátima do Sul, município localizado a 239 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela mídia local, Ivanor pescava com a esposa em uma região conhecida como Engano, quando, em determinado momento, desapareceu.

A mulher sentiu falta do marido, o chamou, procurou, mas não o encontrou. Com isso, acionou o Corpo de Bombeiros (CBMMS) através do número 193.

Os militares iniciaram as buscas ainda na tarde deste sábado (14), mas, não localizaram o homem. Na manhã deste domingo (14), populares viram um corpo boiando nas águas próximo a ponte do Rio Dourados e comunicaram o Corpo de Bombeiros.

Antes da chegada da guarnição, um pescador conseguiu resgatar o corpo e levou-o até às margens do rio. A suspeita é que ele tenha morrido afogado.

De acordo com o site MS News, ele vestia apenas uma cueca e tinha alguns ferimentos pelo corpo. A Polícia Civil investigará o caso.

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