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Após notificação, Catan tenta fugir de interpelação, mas TJMS nega imunidade

Órgão Especial rejeitou pedido do deputado estadual por 15 votos a zero e agora ele terá de apresentar provas de acusações

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Após manchar a imagem da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), usando a Casa de Leis para se esconder de uma oficial de Justiça, o deputado estadual João Henrique Miranda Soares Catan (PL) tentou, novamente, fugir da Justiça, ingressando com um agravo no Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para não precisar responder à interpelação criminal feita pelo presidente da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems), Ricardo Ayache.

O médico acionou o TJMS porque o parlamentar proferiu, sem provas, diversas acusações contra ele durante as sessões realizadas na Alems nos dias 16 e 22 de maio, entretanto, João Henrique Catan tentou barrar a medida, alegando no agravo que é deputado estadual, portanto, teria direito à imunidade parlamentar para não precisar passar pelo constrangimento de ser obrigado a provar que Ricardo Ayache, enquanto presidente da Cassems, teria desviado verbas e praticado crime de estelionato.

Para desespero do parlamentar, os 15 desembargadores do Órgão Especial do TJMS negaram, por unanimidade, o agravo interposto pela defesa de João Henrique Catan, afastando a alegação de impossibilidade de responder à interpelação criminal por se tratar de um deputado estadual e, portanto, ter direito à imunidade parlamentar.

“Decisão monocrática que deferiu o pedido de notificação judicial para que o ora agravante apresentasse, facultativamente, as explicações ou razões que entender necessárias, quanto aos fatos narrados na inicial do pedido de interpelação. Afastada a alegação de impossibilidade de determinação de interpelação judicial por se tratar o interpelado de autoridade parlamentar (deputado estadual), não incidência de imunidade parlamentar como fator impeditivo para interpelação, posto que, apesar de o presente processado poder servir como procedimento prévio de outro, não se confunde, nem se caracteriza como inquérito e/ou ação (penal ou cível), que estariam abarcados pela aludida imunidade”, trouxe a decisão do Órgão Especial do TJMS.

Ainda no entendimento dos desembargadores, em decisão tomada no dia 7 de outubro deste ano, não se faz necessária a autorização prévia da Casa de Leis para processamento ou deferimento do pedido de interpelação criminal.

“Haja vista que tal autorização só é exigível no caso de instauração de ação penal propriamente dita (do que não se trata o presente procedimento). Portanto, está mantida a decisão que deferiu o pedido de interpelação judicial. Preliminar afastada. Recurso conhecido e desprovido”, ressaltou a decisão.

Diante dos argumentos, os desembargadores do Órgão Especial do TJMS, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, com o parecer afastaram a preliminar e negaram provimento ao recurso nos termos do voto do relator.

ENTENDA O CASO

Em duas sessões da Alems, o deputado estadual João Henrique Catan usou a tribuna para acusar Ricardo Ayache de não prestar contas de suas atividades enquanto presidente da Cassems e ainda afirmou que os servidores estaduais “estão sendo assaltados por um estelionatário eleitoral”, referindo-se ao médico.

Além disso, o parlamentar também associou supostos desvios de verbas à figura de Ayache, bem como afirmou que o fato de a Cassems ter capital social de R$ 50 mil, considerando o orçamento de mais de R$ 1 bilhão, seria crime de estelionato.

A despeito da gravidade das acusações, que produzem efeitos tanto na esfera criminal quanto na cível, Catan deixou de apresentar qualquer prova das suas afirmações e sequer pôde fazê-lo, o que confirma a sua atuação manifestamente temerária, ilegal e irresponsável.

Afinal, se tais elementos existissem, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) já teria instaurado uma ação penal em desfavor do presidente da Cassems, o que até o momento não ocorreu.

Como se não bastassem as alegações da sessão realizada no dia 16 de maio, na sessão do dia 22 de maio o deputado levantou, também na tribuna da Casa de Leis, suspeitas sobre a licitude da aquisição de uma aeronave, indicando que Ayache teria praticado irregularidades na compra e na posterior transferência do avião.

Ele fez diversas afirmações de cunho dúbio, por meio de retórica, buscando atribuir ao presidente da Cassems conduta negativa, em exposição indevida e na tentativa de execração de sua imagem, como é possível observar na seguinte manifestação.

“Me pergunto como é que o presidente de uma das maiores instituições de saúde do Estado é proprietário dessa aeronave. Como que o presidente da Cassems tem tanto sucesso profissional para comprar um avião desse porte?”, questionou.

Ainda na mesma sessão, Catan afirmou que a aeronave “milionária” teria sido adquirida ilicitamente por Ayache com outros sócios, que são proprietários de empresas de oncologia, diagnósticos, etc., e trabalham diretamente com a Cassems.

“Para comprovar a extensão dos prejuízos que vêm sendo causados ao requerente com a conduta do requerido, vale anotar que as referidas alegações resultaram inclusive em publicação de matéria em 24/5/2024 no portal eletrônico MS Conservador3”, assegurou trecho do pedido de interpelação criminal.

“As alegações de irregularidade suscitadas em tribuna não foram pautadas em nenhum documento nem em outro meio de prova, mas tão somente em uma foto da aeronave e em documentos referentes à sua transferência, demonstrando o descuido, a despreocupação do requerido com institutos comezinhos de direito, especificamente de responsabilidade civil e penal, e ainda a temeridade e a irresponsabilidade em sua conduta, incompatível com a relevância da posição atualmente exercida”, continuou o texto.

Diante do exposto, o advogado de Ayache requereu ao TJMS o deferimento do pedido de interpelação de Catan nos termos do artigo 144 do Código Penal Brasileiro, que se refere ao pedido de explicações em juízo quando alguém se considera ofendido por alusões, frases ou referências que possam implicar calúnia, difamação ou injúria.

“Para que preste esclarecimentos a respeito da finalidade das alegações suscitadas em tribuna da Alems nas sessões realizadas nos dias 16/5/2024 e 22/5/2024, bem como das postagens realizadas em suas redes sociais, a respeito de ter acusado o requerente de praticar crime de estelionato e estelionato eleitoral, bem como sobre a ilicitude da aquisição e da transferência de aeronave, apresentando, por certo, as provas necessárias para corroborarem suas alegações”, trouxe trecho do pedido de interpelação criminal contra Catan, que foi distribuído ao desembargador Nélio Stábile, do Órgão Especial do TJMS.
 

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RECESSO

Riedel sai de férias e deixa Barbosinha no comando do governo

No total, serão 15 dias de recesso

02/01/2025 09h55

Vice Barbosinha e governador Riedel

Vice Barbosinha e governador Riedel DIVULGAÇÃO/Instagram

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Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), sai de férias a partir desta quinta-feira (2) e retorna na segunda-feira (13). No total, serão 10 dias de recesso.

O vice-governador, José Carlos Barbosa, mais conhecido como Barbosinha, permanecerá no comando, enquanto o chefe do executivo estiver fora.

Em suas redes sociais, Riedel ressaltou que vai tirar uns dias de recesso para ficar ao lado da família e recarregar as energias para 2025.

“Vou dedicar os próximos dias a momentos de descanso, ao lado da família, para recarregar as energias e começar 2025 com ainda mais disposição para trabalhar pelo Mato Grosso do Sul. Nesse período, o vice-governador Barbosinha estará à frente do governo, conduzindo com responsabilidade e compromisso o trabalho pelo nosso estado. Tenho plena confiança em sua capacidade de liderar com excelência, garantindo que o governo continue avançando em benefício de todos os sul-mato-grossenses”, disse o governador, em suas redes sociais.

O vice agradeceu a confiança e diz que será um grande desafio substituí-lo.

“Obrigado pela confiança governador, buscarei atender suas expectativas e ainda mais as necessidades da população neste momento em que substituí-lo será mais um grande desafio. Bom descanso, e um fraterno abraço à Mônica e às crianças”, afirmou em suas redes sociais.

De acordo com a lei, quando um governador sai de férias, quem assume é o vice. Quando o vice também está ausente, quem assume é o presidente da Assembleia Legislativa.

CAMPO GRANDE

Ao tomar posse, Adriane reforça papel da mulher e não anuncia secretariado

Prefeita deverá esperar a senadora Tereza Cristina voltar dos Estados Unidos para alinhar alguns nomes antes de fazer o comunicado

02/01/2025 08h00

A prefeita Adriane Lopes mostra o certificado de posse para o segundo mandato na Capital

A prefeita Adriane Lopes mostra o certificado de posse para o segundo mandato na Capital Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Ontem, ao tomar posse oficialmente em concorrida cerimônia no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), reforçou que a cidade já é conhecida como a “capital das oportunidades, onde sonhos e suas potencialidades podem fazer da cidade um lugar bom para se trabalhar, mas melhor ainda para se viver”.

“Quando escrevi meu discurso, lembrei de uma frase da ex-primeira-ministra do Reino Unido Margaret Thatcher, a qual quero compartilhar com vocês da plateia: ‘Na política, se você quer algo que seja falado, peça a um homem, mas se quer algo que seja feito, peça a uma mulher’”, declarou, completando que, “com muito respeito, com muito trabalho e com muita dedicação, nós vamos fazer a nossa cidade avançar sem medo de fazer o certo”.

Ainda em seu discurso, ela ressaltou que, com a vice-prefeita, Camila de Oliveira, escreveu uma nova página na história política de Campo Grande.

“Pela primeira vez em 125 anos, uma mulher eleita pelo voto popular tendo uma mulher como vice. Eu tenho a honra, Camila, de dividir esse marco histórico para Campo Grande com você”, disse.

Adriane completou que ela e Camila, cuja vitória na eleição era considerada improvável, provaram que o improvável para o mundo político não era para Deus.

“Este feito, Camila, não é apenas nosso. Ele pertence a cada mulher que já ouviu que não era capaz, que deveria se conformar com menos. Cada mulher que já travou as mesmas lutas que nós duas, que as vereadoras, que muitas mulheres que estão na plateia já travaram”, argumentou.

Para a prefeita, foi possível mostrar que, com respeito e com propostas, “a gente também pode avançar e fazer gestão com responsabilidade”.

“E quero dizer às mulheres da plateia, sonhem, não desistam, porque, com respeito e ombreando, a gente também pode ir longe”, assegurou, destacando o papel primordial na sua eleição da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que não participou da posse por estar em viagem aos Estados Unidos.

“A Tereza Cristina foi a senadora mais votada de Mato Grosso do Sul. Ela acreditou, segurou minha mão e a mão da Camila. E, hoje, nós podemos celebrar essa data e esse dia histórico para a nossa capital. Ela, com muita sabedoria, com muita força, com muita articulação e visão, nos ajudou muito nessa caminhada. Eu nunca vou poder expressar em palavras a minha gratidão a ela”, revelou.

NOVO SECRETARIADO

Apesar de ser aguardado para ontem o anúncio do novo secretariado para o segundo mandato da prefeita, mais uma vez o fato não se confirmou.

“Nos próximos dias, nós vamos anunciar para Campo Grande o secretariado, que será composto por um corpo técnico para trazer resultados positivos para o município. O objetivo é resultado, nós vamos ter um contrato de gestão com cada secretário, e eles terão metas para serem cumpridas com um prazo determinado”, avisou.

O Correio do Estado apurou que Adriane Lopes estaria aguardando o retorno da senadora Tereza Cristina dos Estados Unidos, previsto para a próxima semana, para bater o martelo sobre alguns nomes já escolhidos.

O chamado “núcleo duro” da prefeita deverá continuar, sendo ele composto por: Marco Aurélio Santullo (Governo e Relações Institucionais); Marcelo Miglioli (Infraestrutura e Serviços Públicos); Márcia Okama (Fazenda); Ademar Júnior (Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável); Lucas Bitencourt (Educação); Thelma Nogueira Lopes (Casa Civil); e Ulisses Rocha, que deverá cuidar da relação com a imprensa e os meios de comunicação.

Na segunda-feira, a prefeita informou ao Correio do Estado que, em razão da demanda para fechar as contas do último ano do seu primeiro mandato, não seria possível divulgar os nomes do seu secretariado para o segundo mandato nesta semana.

“Não consegui falar individualmente com cada um dos cotados para serem secretários e, por isso, decidi adiar o anúncio oficial. Estamos desde cedo tratando da reforma administrativa e também do fechamento das contas do exercício de 2024”, declarou.

Ela voltou a reforçar que as escolhas e as definições foram tomadas de forma bem tranquila. 

“Os nomes são de muitos dos que já estão na atual gestão e deram resultados. E muitos dos que não estão como secretários, mas que também deram resultados”, pontuou.

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