Política

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Assembleia Legislativa de MS aprova tramitação de lei e custas processuais podem dobrar de valor

Processos envolvendo contratos com bancos devem ter as taxas judiciárias aumentadas em até 100%

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A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, aprovou nesta segunda-feira (19) a tramitação do projeto de lei n° 251 que tem o objetivo de aumentar em até 100% as custas processuais em casos envolvendo contratos com bancos.

A proposta foi aprovada por quatro votos a um. Dos cinco integrantes, os deputados Barbosinha (PP), Paulo Duarte (PSB), Evander Vendramini (PP) e Gerson Claro (PP) - cotado para ser o próximo presidente da Casa de Leis- votaram a favor do projeto. Apenas  Rinaldo Modesto (Podemos) votou de forma contrária ao projeto.

O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Carlos Eduardo Contar, que é quem encaminhou a lei para o legislativo, afirmou que as demandas que envolvem contratos firmados com bancos precisam ter as custas reajustadas dado ao tempo que o Judiciário dedica nestas causas.

“O volume, as características, e os valores patrimoniais discutidos em grande parte destes processos, bem como a privilegiada atenção a eles dispensada pelo Poder Judiciário pela universalidade dos consumidores abrangidos, justificam amplamente a majoração das custas”, afirma a justificativa encaminhada para a Assembleia.

O desembargador ainda aponta que os valores arrecadados após o reajuste podem ser destinados à melhoria e manutenção das estruturas judiciárias.

Ainda de acordo com a justificativa, apenas em Campo Grande existem 8.302 processos que tratam de busca e apreensão em alienação fiduciária e contratos bancários, duas das três áreas em que as custas serão aumentadas caso o projeto passe pela Assembleia e seja sancionado pelo governo de MS.  O terceiro assunto envolve ações contra seguradoras.

Na prática, a lei quer dobrar o valor das custas, seguindo duas novas tabelas que devem ser anexadas na lei. Por lá, podem ser consultados os valores a quantidade de  UFERMS (Unidade Fiscal Estadual de Referência de MS) que será cobrada de taxa judiciária, que aumentará conforme o valor da causa.

Por exemplo, para uma causa de até R$ 5 mil, o valor da taxa judiciária será de 30 UFERMS, que atualmente é de R$ 47,40, o que totaliza R$ 1.425 em taxa judiciária, sendo que este é o mínimo tabelado.

No entanto, se o valor da causa for mais de R$ 199,9 mil, a taxa judiciária será de 250 UFERMS e mais 50 a cada fração adicional de R$ 100 mil, até o limite de 1.000 UFERMS. 

O QUE A OAB- MS DIZ

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS), Bitto Pereira, afirmou que a entidade fez uma manifestação formal contra o projeto de lei que visa aumentar em até 100% as custas processuais em determinados temas julgados. 

Ao Correio do Estado, o presidente alegou que a alteração no regimento fere o princípio da igualdade, já que as demandas que envolvam bancos, com assuntos de busca e apreensão em alienação fiduciária, contratos bancários e seguro. 

“A lei propõe aumento de quase 100% nas causas contra bancos, o que quebra o princípio da igualdade e é inconstitucional”, afirma Bitto. 

O presidente da entidade também disse que este é um assunto que precisa ser discutido por mais tempo antes de começar a tramitar na Casa de Leis.

 

ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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