Política

MATO GROSSO DO SUL

Associação de prefeitos criada há 5 anos tenta barrar lista dos "ficha suja" na Justiça

Aprefex, presidida pelo deputado Pedro Caravina (PSDB), ajuizou mandado de segurança contra lista do Tribunal de Contas

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A Associação dos Prefeitos e Ex-Prefeitos de Mato Grosso do Sul (Aprefex) ingressou com mandado de segurança coletivo contra o presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), Jerson Domingos, em que pede a suspensão dos efeitos da lista de políticos que tiveram as contas reprovadas  em julgamento colegiado da corte publicada pela corte presidida por Jerson e que poderiam ficar inelegíveis. 

A associação, pouco conhecida do público, e que agora sai em defesa dos prefeitos e ex-prefeitas de Mato Grosso do Sul é presidida pelo deputado estadual, ex-secretário de Governo e Gestão Estratégia da gestão Eduardo Riedel (PSDB), e ex-prefeito de Bataguassu, Pedro Arlei Caravina (PSDB). 

A lista atinge em cheio os planos do PSDB, partido do qual Pedro Caravina, presidente da Aprefex faz parte. Nela estão o ex-prefeito de Terenos e postulante à prefeitura de Campo Grande, o deputado federal Beto Pereira, além de outros dois tucanos, que já ocupam cargos de prefeito e que vão tentar a reeleição: Maycol Henrique Queiroz Andrade, de Paranaíba, e Nelson Cintra, de Porto Murtinho. 

Nelson Cintra aparece quatro vezes na lista, tendo irregularidades nos anos de 2011, 2013, 2016 e 2018. Já o prefeito de Paranaíba, Maycol Queiroz, foi citado por uma irregularidade no ano de 2018. 

Beto Pereira, deputado federal que irá disputar a prefeitura de Campo Grande pelo PSDB e é a principal aposta tucana em todo o Mato Grosso do Sul em 2024, teve três contratos de gestão condenados pela corte de contas em 2014 e 2015. 

Controvérsia

A lista publicada no dia 22 pelo presidente do Tribunal de Contas, Jerson Domingos, em edição extra do Diário Oficial da entidade, atende a determinação do Ministério Público Federal. Ela ocorreu no dia seguinte a um movimento peculiar: a concessão de liminares suspendendo as condenações contra ele, um longo tempo depois, concedidas pelos conselheiros Flavio Kayatt, Marcio Monteiro e pelo conselheiro substituto Leandro Lobo Ribeiro Pimentel.

Além destes tucanos, ela também tem vários ex-prefeitos, como Alcides Bernal e Gilmar Olarte, de Campo Grande; Daltro Fiuza, de Sidrolândia e Sandra Cassoni, de Itaquiraí. 

Caso o Ministério Público Eleitoral entenda que estes políticos não atendam os critérios estabelecidos pela Lei da Ficha Limpa, tendo sido condenados por corte colegiada, e a Justiça Eleitoral confirme o apontamento do MPE, os políticos citados na lista podem ficar inelegíveis. 

No mandado de segurança, os advogados da Aprefex argumentam que apenas as contas reprovadas pelo Poder Legislativo, e não pela corte de contas, deveriam ser consideradas pelo presidente do TCE-MS para ser enviada à lista. Apesar do questionamento, há casos em que tribunais de conta apresentam lista com condenações sobre atos de gestão e não apenas as contas de governo (que são as submetidas ao Legislativo) e que candidatura acaba inviabilizada. 

“O mandado de segurança ajuizado tem como objeto a publicação editada pelo Tribunal de Contas  que contém a lista dos gestores que tiveram suas contas de governo julgadas pelo Poder Legislativo, com decretação de irregularidade, entretanto, a Corte de contas inclui em sua lista os ordenadores de despesas cujas contas de gestão que foram rejeitadas com imputação de débito, por julgamento exclusivo da Corte de Contas”, disse ao Correio do Estado o advogado da Aprefex, Vinícius Monteiro Paiva.

“Nesse ponto está a irregularidade, visto que o STF julgou o RE 848826, em sede de repercussão geral (tema 835),  fixando a tese no sentido de que somente o Poder Legislativo (as Câmaras de Vereadores) pode julgar as contas dos prefeitos. Portanto, a APREFEX, na qualidade de representante da categoria moveu esta ação para ver suspensa a parte da lista que se refere às “CONTAS JULGADAS IRREGULARES COM IMPUTAÇÃO DE DÉBITO - ELEIÇÕES 2024” por contrariar entendido da Suprema Corte”, acrescentou.

Os advogados da entidade presidida pelo deputado Pedro Caravina, a Aprefex, pedem que o desembargador, Odemilson Fassa suspenda os efeitos da liminar antes mesmo da citação do presidente do Tribunal de Contas, Jerson Domingos. 

O presidente do TCE-MS ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, nem tampouco foi notificado. O Correio do Estado apurou que, juridicamente, os políticos que aparecem na lista foram à Justiça comum usando uma estratégia de não provocar a Justiça Eleitoral. 

O atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) tem adotado uma posta linha dura nos julgamentos que têm chegado à corte, indeferindo vários pedidos em que se acusa propaganda antecipada e críticas ao candidato. 

Saiba

Aprefex funciona na sede da Assomasul 

Embora sejam entidades distintas, com cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) diferentes, a Associação dos Prefeitos e Ex-Prefeitos de Mato Grosso do Sul (Aprefex), e a Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assumasul) funcionam no mesmo endereço, na Avenida Eduardo Elias Zahran, 3179, Vila Antônio Vendas, em Campo Grande. A Aprefex, porém, foi criada há cinco anos. A Assomasul existe há quatro  décadas e representa os municíios. 

Apuração

Toffoli marca acareação com investigados no caso Banco Master

Medida faz parte do processo sobre fraudes financeiras

24/12/2025 16h30

Ministro Dias Tofolli

Ministro Dias Tofolli Foto: Divulgação

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (24) a realização de uma audiência de acareação com o sócio do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino.

Eles serão ouvidos no dia 30 de dezembro, às 14h, por videoconferência. A medida faz parte do processo de investigação de fraudes financeiras que podem ter movimentado R$ 17 bilhões por meio da emissão de títulos de créditos falsos.

Os acusados são investigados pela Polícia Federal desde 2024, no âmbito da Operação Compliance Zero, deflagrada no dia 18 de novembro de 2025. Na ocasião, Vocaro foi preso, no Aeroporto de Guarulhos (SP), um dia depois de a Fictor Holding Financeira ter anunciado que compraria o Master, após a instituição financeira ter sido liquidada extrajudicialmente.

Também foram detidos os sócios de Vocaro, Augusto Ferreira Lima, Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva. Todos foram autorizados pela Justiça Federal a responder em liberdade com monitoramento por tornozeleira eletrônica e estão proibidos de exercer atividades no setor financeiro, de ter contato com outros investigados e de sair do país.

Tofffoli é relator do caso no STF, que tramita em sigilo, após decisão do ministro de acolher o pedido da defesa de Vorcaro para que o caso passasse a ser conduzido pela Corte e não mais na Justiça Federal em Brasília. A mudança foi justificada pela citação de um deputado federal, que tem foro privilegiado.

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CIRURGIA

Moraes autoriza visita de filhos de Bolsonaro enquanto ele estiver internado

Bolsonaro foi internado nesta manhã para tratar uma hérnia inguinal bilateral, sendo a primeira vez que o ex-chefe do Executivo deixou a Superintendência da Polícia Federal

24/12/2025 15h00

Ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, nesta quarta-feira, 24, a visita do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) ao quarto onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado em Brasília. Moraes determinou que os dois devem seguir as mesmas restrições impostas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já está no Hospital DF Star. Além deles, também foram autorizados os outros filhos: Jair Renan Bolsonaro e Laura Bolsonaro.

A defesa havia pedido para que Flávio e Carlos pudessem visitar ao pai com Michelle, porém, em despacho desta terça-feira, 23, onde permitia a realização do procedimento cirúrgico, o ministro do STF garantiu apenas a presença da ex-primeira-dama no hospital.

Bolsonaro foi internado nesta manhã para tratar uma hérnia inguinal bilateral. Essa foi a primeira vez que o ex-chefe do Executivo deixou a Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde 22 de novembro. Inicialmente, ele foi preso preventivamente, mas depois passou a cumprir a condenação por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Uma das determinações impostas por Moraes é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado. Não poderão ser utilizados celulares e outros equipamentos eletrônicos, salvo utensílios médicos.

Bolsonaro deve realizar a cirurgia na manhã do feriado de Natal. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o procedimento dura em torno de três a quatro horas.

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