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Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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POLÊMICA

Nelsinho apoia PL da Dosimetria e pede desprendimento a Lula para não vetar

O senador defende que chegou a hora de virar essa página da história do Brasil e avançar em temas relevantes para o País

19/12/2025 08h20

O senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD) durante a votação do PL da Dosimetria

O senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD) durante a votação do PL da Dosimetria Carlos Moura/Agência Senado

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Após o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avisar ontem que vai vetar o projeto que reduz as penas do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e de outros condenados pelos atos golpistas – o chamado PL da Dosimetria, aprovado na noite de quarta-feira pelo Senado – o senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD) pediu que o chefe do Executivo nacional tenha desprendimento para não se opor à decisão parlamentar.

“Com todo o respeito ao Poder Executivo, o Poder Legislativo deu a sua sentença ao aprovar o PL da Dosimetria e isso tem que ser respeitado. Cada um tem uma cabeça, tem uma ideia formada e isso veio da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A questão da dosimetria, que muitas das vezes se confunde com a anistia, tem uma palavra que resume exatamente esse conjunto, que é a questão do perdão”, declarou o parlamentar ao Correio do Estado.

Ele completou que o “perdão” está no DNA da história do Brasil. “Se você fizer um retrospecto, de todas as situações em que isso aconteceu, antes da Proclamação da República, na Guerra dos Farrapos, em que o troféu para você abater a Guarda Imperial ou os voluntários esfarrapados, era a cabeça daquele que foi abatido. Então, você degolava e levava a cabeça como troféu. Isso durou 10 anos. Aí o que aconteceu? O Brasil precisava avançar e o imperador Dom Pedro II fez o entendimento de que precisava implementar uma anistia de toda essa história e assim o fez”, recordou.

Nelsinho ainda citou como exemplo que, na Era Vargas, entre 1935 e 1937, Getúlio também concedeu anistia aos comunistas e aos integralistas.

“Você pode dizer que a Era Vargas está muito longe, então, cito JK, que também perdoou os envolvidos na conspiração de Aragarças. Fato repetido pelo presidente militar Emílio Garrastazu Médici, que concedeu anistia, não só para os condenados politicamente, como para os crimes correlatos”, recordou.

O senador ressaltou que a anistia tem uma palavra que precisa ser incorporada por quem lidera uma nação, que é o desprendimento.

“E quem liderou isso no tempo mais recente foi o senador menestrel das Alagoas, Teotônio Vilela, que saiu pelo Brasil afora pregando exatamente essa questão. Anistia não é justiçamento, anistia é pacificação. Para quê? Para você poder virar essa página e avançar em temas importantes para o Brasil”, argumentou.

Ele aconselhou que o presidente Lula precisa virar essa página da polarização e fazer com que o Brasil possa ter essa questão passada a limpo.

“Não vejo a hora disso acontecer, pois, estou vendo o meu mandato terminar e muitas coisas que eu gostaria que fossem discutidas, pautas interessantes, estão ficando para trás em função dessa polarização que, na minha avaliação, já está tóxica para o Brasil, beneficiando apenas os dois extremos que se retroalimentam”, assegurou.

Sobre a aprovação do PL da Dosimetria, Nelsinho disse entender que a maioria dos senadores, incluindo ele, fez a parte que cabia à Casa de Leis.

“Eu não ia ficar tentando convencer os meus colegas com esse abacaxi na mão, sem ter nenhuma opinião formada, sem ter essa pauta andando para a frente. Tanto é que assim que a matéria chegou ao Senado e o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) marcou a reunião para o dia seguinte”, ressaltou.

O senador explicou que, como se trata de um projeto de lei que não foi modificado pela Casa, não precisará voltar para a Câmara dos Deputados, seguindo direto para a Presidência da República, que já avisou que vai vetar.

“Como manda a Constituição Federal, o PL da Dosimetria retornará ao Congresso Nacional e, aí, como cada cabeça de parlamentar é uma cabeça diferente, o veto do Lula será derrubado, virando lei”, detalhou.

No entanto, conforme o parlamentar, se alguém questionar alguma coisa de algum artigo, esse questionamento vai parar no Supremo Tribunal Federal (STF) e, daí, já se sabe mais ou menos o que pode acontecer.

“Porque não foi dessa vez, assim como teve outras, em que o Supremo [Tribunal Federal] atravessou o quadrado que lhe é pertinente e entrou em áreas de ação do Congresso Nacional”, reclamou.

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