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Azambuja assegura que a fusão não trará modificação no comando do PSDB de MS

O ex-governador refutou que a presidência da legenda no Estado possa ficar nas mãos de uma liderança do Podemos

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Após a executiva nacional do PSDB autorizar o início oficial das negociações para a fusão com o Podemos e agendar para 5 de junho a decisão final sobre a formação de um novo partido, em Mato Grosso do Sul, surgiu uma dúvida sobre qual liderança das duas legendas vai comandar a nova sigla no Estado.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o presidente do PSDB em Mato Grosso do Sul, ex-governador Reinaldo Azambuja, fez questão de acabar com qualquer incerteza sobre essa questão e reforçou que o comando do novo partido que surgirá dessa fusão continuará nas mãos do ninho tucano.

“O PSDB jamais abriria mão do comando do partido aqui no Estado. Como que uma legenda com um governador, três deputados federais, seis deputados estaduais, 44 prefeitos e 256 vereadores pode ficar sem o comando da sigla aqui em Mato Grosso do Sul?”, questionou, ressaltando a força dos tucanos em relação ao Podemos.

Ainda conforme Azambuja, ele e o governador Eduardo Riedel (PSDB) entendem que apenas a fusão com o Podemos não vai resolver a situação do partido em relação à força política em nível nacional. “Depois das eleições gerais de 2026, muito provavelmente, se ficarmos apenas com essa fusão, o novo partido ficará novamente desidratado”, assegurou.

Por isso, conforme o ex-governador, tanto ele quanto o atual governador defendem que o PSDB não pode parar apenas na fusão com o Podemos. “Eu e o Riedel somos favoráveis, e já deixamos isso bem claro para o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, que, após a fusão, teremos de buscar uma ‘superfederação’ com o Republicanos e demais siglas”, argumentou.

EM NÍVEL NACIONAL

Se em Mato Grosso do Sul as lideranças tucanas não abrem mão de manter o comando do novo partido, em nível nacional, as lideranças do PSDB e do Podemos negociam um rodízio de presidente, projeto nacional para o ano que vem, e uma nova denominação.

O nome da nova legenda que poderá surgir da aliança ainda está em discussão, mas uma das possibilidades é adotar a combinação PSDB+Podemos, de modo a preservar a história e o reconhecimento das siglas junto ao eleitorado. Outras opções, no entanto, também estão sendo avaliadas, como os nomes Juntos, Moderados, Independente e Centro Democrático.

“Defendo que façamos uma consulta ampla aos filiados dos dois partidos, acompanhada de uma pesquisa científica para identificar tendências”, disse Perillo, revelando que outra discussão diz respeito ao número e ao logotipo que serão adotados. 

A possibilidade considerada mais provável é manter o número 20, atualmente usado pelo Podemos, e adotar o tucano – símbolo histórico do PSDB – como logomarca, mas assim como o nome da nova sigla, esses elementos também devem ser objeto de consulta aos filiados.

Quanto ao comando, o mais provável é que o primeiro mandato na presidência fique com a deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP). A proposta é que, nos três primeiros anos, haja um rodízio: cada partido assumiria a presidência por seis meses, em sistema de revezamento. Após esse período, a escolha do presidente passaria a seguir o rito convencional, de votação em convenção partidária.

FUSÃO

O comunicado divulgado pelo PSDB utiliza o termo fusão, que nada mais é do que a extinção de dois ou mais partidos para formar uma nova legenda, com outro nome e número. 

Na fusão, os órgãos nacionais de deliberação dos dois partidos precisam votar, em reunião conjunta e por maioria absoluta, os projetos comuns de estatuto e programa, além de eleger o órgão de direção nacional que ficará responsável por promover o registro do novo partido.

Como há uma mudança substancial no programa partidário, os deputados de ambos os partidos podem migrar para a nova legenda sem perder o mandato. Apesar do discurso de fusão, o processo será uma incorporação, com o Podemos absorvido pelo PSDB. 

Ao contrário da fusão, a incorporação não exige alteração de nome ou número, mas ambos já sinalizaram a intenção de fazer essas mudanças.

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Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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