Política

MUDANÇA

Barbosinha reforça convite para que Riedel e Azambuja ingressem no PSD

O governador em exercício também descartou voltar a disputar a prefeitura de Dourados e deve ser candidato a deputado federal em 2026

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Em entrevista concedida ao Correio do Estado, o governador em exercício, José Carlos Barbosa (PSD), o Barbosinha, revelou que o presidente nacional do seu partido, Gilberto Kassab, pediu para que fosse reforçado o convite para que o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja, ambos do PSDB, ingressassem no PSD, de olho nas eleições gerais do próximo ano.

“O PSD hoje é o maior partido do País. É a legenda que nacionalmente elegeu o maior número de prefeitos e é muito bem liderada pelo Kassab. E é um partido que está de portas abertas para que outras lideranças cheguem para se fortalecer ainda mais. Inclusive, para poder, quem sabe, ter o nosso governador Riedel e para ter o nosso ex-governador Reinaldo. O partido está de portas abertas para ambos”, assegurou.

Barbosinha complementou que o PSD sabe que eles também estão sendo cortejados por outros partidos e ainda há uma discussão muito grande sobre o futuro do PSDB. 

“Não sabemos se vai haver fusão ou se o partido continua. Há ainda a possibilidade de fundir com o PSD. Então, o que nós temos feito? Nós temos dialogado e eu tive a oportunidade, inclusive hoje de manhã [sexta-feira], de conversar com o presidente nacional Gilberto Kassab para falar a respeito do futuro da sigla aqui em Mato Grosso do Sul”, revelou.

Ele pontuou que o PSD conta no Estado com um senador da República, Nelsinho Trad, um deputado estadual, Pedro Pedrossian Neto, e o vice-governador.

“Nós queremos ter representação e vamos buscar acentuar ainda mais essa representação na bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, bem como na Assembleia Legislativa”, argumentou.

O governador em exercício assegurou que, ao longo deste ano, por meio de um diálogo muito fraterno e próximo com o governador Eduardo Riedel, será reforçada a aliança do PSD com o PSDB para que a legenda continue na base de sustentação do governo estadual, trabalhando para a reeleição do atual chefe do Executivo. 

“Eu sou um vice-governador profundamente alinhado com o governador Riedel e com o ex-governador Reinaldo. Então, eu penso que, ao longo de 2025, nós vamos estar montando esse alicerce com o PSD e com outros partidos aliados, porque não é apenas um partido, é uma composição que se projeta para a frente”, garantiu.

Barbosinha ainda acrescentou que, se neste momento perguntasse se o foco do PSD está nisso, a resposta seria não.

“Agora, o nosso foco está na gestão. Nossa preocupação é com o resultado do trabalho, e a política, obviamente, vai sendo alicerçada com o resultado desse trabalho”, ressaltou.

FUTURO POLÍTICO

A respeito de seu futuro político, ele destacou que, quem está na vida pública, sempre pensa em continuidade e permanência na política.

“Eu ainda sou jovem. Acho que eu posso contribuir muito com Mato Grosso do Sul. Agora, eu sou um sujeito disciplinado e vou dialogar ao longo de 2025 com o governador para saber aonde ele vai me escalar para eu continuar jogando. O que me dá muita tranquilidade e absoluta certeza é de que, em qualquer projeto que eu estiver tocando em 2026, vou estar sendo bem cuidado”, disse.

Porém, o governador em exercício assegurou que não vai mais disputar eleição para deputado estadual.

“Para deputado estadual eu não disputo mais. Então, se vier, vai ser para federal. Nós temos várias oportunidades, que pode ser de federal, mas posso também continuar como vice-governador e, por que não, [concorrer]ao Senado. Tudo isso depende de construção política. Nós temos um time, e não dá para você chegar e se escalar. Não posso ser candidato de mim mesmo. Eu faço parte de um grupo político e sou uma peça dessa engrenagem”, explicou.

Sobre o fato de não disputar a prefeitura de Dourados no ano passado, ele disse que sua missão é ser vice-governador.

“Eu fui eleito para representar Dourados dentro do governo. E penso que tenho como missão ajudar o governador a tocar o Estado. A tarefa de governar o Estado não é pequena”, assegurou.

O governador em exercício completou que administrar Mato Grosso do Sul é como reger uma grande orquestra sinfônica, e, para tudo correr bem, os demais músicos devem seguir a batuta do regente.

“O governador sozinho não conseguiria cumprir todas as agendas institucionais, as audiências públicas e as idas a Brasília [DF]. Ele precisa contar com a sua equipe, e eu, como vice-governador, ocupo um papel dentro dessa equipe para auxiliar o nosso governador”, ressaltou.

Para ele, o futuro político de qualquer figura pública é consequência das realizações durante o exercício de um mandato eletivo e do trabalho entregue.

“Então, é muito mais que a política eleitoral que vai acontecer em 2026, a nossa preocupação é em fazer um bom trabalho, uma boa gestão. O que vai proporcionar espaço e oportunidade em 2026, seja ela qual for, vai ser o resultado do trabalho que nós ainda estamos desenvolvendo na saúde, na educação, na infraestrutura, no saneamento básico e na assistência social”, relatou.

Nesse sentido, conforme Barbosinha, o fato de permanecer na Vice-Governadoria em Campo Grande, em vez de tentar ser prefeito de Dourados, foi uma escolha por continuar nesse trabalho de auxiliar o governador Riedel. 

“Sobre ser prefeito de Dourados, penso que já passou essa oportunidade. Quando eu disputei a eleição, em 2020, aquele era o momento de uma grande virada para Dourados, de colocar toda a minha experiência de ex-prefeito de Angélica, de ex-presidente da Sanesul por sete anos, de secretário estadual de Justiça e Segurança Pública e de um mandato bem-sucedido de deputado estadual”, citou.

Na avaliação dele, Dourados precisava de um prefeito que tivesse coragem de fazer as transformações que o município precisava.

“Agora, nas eleições do ano passado, o resultado das urnas demonstrou a insatisfação da população exatamente porque aquelas mudanças esperadas não aconteceram. Esse desafio agora está nas mãos do prefeito Marçal Filho [PSDB]”, disse.

O governador em exercício afirmou que, se analisada a administração municipal de Dourados historicamente, ela tem sido “um cemitério de políticos”.

“Se você olhar nos últimos tempos, qual é o político de Dourados que saiu da prefeitura municipal para um destaque maior? Não tem. E por que isso? Porque está faltando coragem de fazer enfrentamento, então, a missão do Marçal, e essa conversa eu tive com ele, é de ser o melhor prefeito da história de Dourados”, afirmou.

Para o vice-governador, Marçal Filho tem todas as oportunidades, porque já foi vereador, deputado estadual e deputado federal por quatro mandatos, tendo toda a vivência e a experiência necessárias para fazer as mudanças e os enfrentamentos. 

“Porque governar não é uma tarefa pura e simplesmente de querer agradar a todos. Você precisa saber onde iniciar e onde você quer chegar. E, às vezes, é preciso de remédio amargo para você melhorar a saúde daquele paciente que está debilitado, não é? E Dourados precisa de mudanças, precisa de enfrentamento, precisa de esforço de gestão para que a cidade volte a crescer”, aconselhou.

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TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

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À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

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POLÍTICA

Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

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