Política

Pré-candidatura lançada

Beto Pereira celebra reatamento de tucanos com Bolsonaro e Puccinelli

O PSDB estava estremecido com Bolsonaro desde o pedido de voto do ex-presidente a Capitão Contar em 2022, e afastado do MDB desde as eleições de 2012

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O lançamento da pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira à prefeitura de Campo Grande marcou o reatamento do PSDB de Mato Grosso do Sul com o bolsonarismo, quase dois anos depois de o ex-presidente ter pedido voto, em rede nacional, para o então candidato ao governo Capitão Contar (PRTB) contra Eduardo Riedel (PSDB), que acabou vencendo aquela eleição. 

Desta vez, os tucanos demonstraram empolgação no lançamento da pré-candidatura de Beto Pereira: o deputado federal chamou, nesta sexta-feira (28), o ex-presidente de “Presidente Bolsonaro” e disse, em entrevista coletiva à imprensa, que o posicionamento dele e do PL “é algo que será bem-vindo, somado ao desejo de mudança”, ao se referir à sua pré-candidatura a prefeito.

Na ocasião, Beto também comemorou outro apoio da semana, que acabou ofuscado pelo reatamento da aliança com o PL: o apoio de André Puccinelli (MDB).

“A vinda do ex-governador e ex-prefeito André Puccinelli (MDB) acrescenta, e muito,” disse Beto Pereira. O deputado federal e pré-candidato ainda destacou que Puccinelli tem um legado que pode contribuir significativamente para a cidade.

André Puccinelli, que sempre teve o PSDB em sua chapa quando foi prefeito de Campo Grande e governador do Estado, volta a ter o partido no arco de alianças após um divórcio que começou nas eleições de 2012, quando Reinaldo Azambuja foi candidato a prefeito da Capital (acabou ficando fora do segundo turno) e o MDB, com o ex-deputado Edson Girotto, foi derrotado por Alcides Bernal, que na época estava no PP.

Até mesmo em 2022, o divórcio MDB-PSDB continuava, com Puccinelli ficando de fora do segundo turno contra Eduardo Riedel e apoiando Capitão Contar (PRTB) no segundo turno.

Lideranças

Lideranças de vários partidos estavam no lançamento da pré-candidatura de Beto Pereira, incluindo o ex-governador Reinaldo Azambuja, principal liderança tucana e um dos que “costuraram” a aliança com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e com Jair Bolsonaro; o atual governador Eduardo Riedel; e o senador Nelsinho Trad (PSD).

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que chegou a ser cotado como um possível postulante à prefeitura, também esteve no evento de apoio a Beto Pereira.

 

Riedel

Perguntado sobre o apoio de Jair Bolsonaro, Eduardo Riedel disse que os “apoios são bem-vindos”. Conforme o governador, os apoios vêm dentro de uma proposta clara.

“O apoio se forma em torno da proposta, é isso que está acontecendo. Está se desenhando um grupo político para disputar essa eleição,” afirmou.

Ao destacar que o grupo está se formando para esta eleição, o governador tenta separar a governabilidade do grupo político. O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o apoiou no segundo turno de 2022 contra Capitão Contar, está dentro de seu governo.

A declaração foi dada horas depois de somar esforços com as ministras do Planejamento, Simone Tebet (MDB), e do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva (Rede), para combater os incêndios no Pantanal, que atingiram níveis recordes neste ano.

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Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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