Política

Na mira da Justiça

Bolsonaro: "Já estou preparado para ouvir a campanhia tocar às 6 da manhã"

Em entrevista à Bloomberg, ex-presidente comentou sobre uma possível prisão pela Polícia Federal

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou estar preparado para ser preso a qualquer momento pela Polícia Federal (PF). “Durmo bem, mas já estou preparado para ouvir a campainha tocar às seis da manhã: ‘É a Polícia Federal’”, disse ele em entrevista publicada ontem pela revista americana Bloomberg. Bolsonaro foi indiciado em três investigações: sobre suspeita de trama golpista, sobre fraude em cartão de vacinação e no caso das joias sauditas.

Não é a primeira vez que Bolsonaro comenta sobre a possibilidade de ser preso. Na semana passada, ele afirmou durante entrevista a um canal do YouTube que acorda todos os dias com a sensação de ter agentes na porta de sua casa.

À Bloomberg, o ex-presidente ainda se comparou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Eu fui esfaqueado aqui. Ele levou um tiro aí”, disse, se referindo aos ataques sofridos pelos dois durante campanhas eleitorais. Bolsonaro também traçou um paralelo entre a invasão do Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de 2021, e os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. “Ele teve o 6 de janeiro, eu, o 8 de janeiro. Eu fiquei muito feliz com a anistia que ele deu (aos envolvidos no ataque). Eu espero que não precisemos esperar eleger um conservador em 2026 para fazer o mesmo aqui”, declarou.

Inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro afirmou ser o único nome capaz de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. “Hoje, eu sou a oposição contra Lula. Qualquer outro nome que concorrer tem um sério risco de perder”, disse.

O ex-presidente declarou que pretende, com o apoio de organizações internacionais, recorrer à Justiça para viabilizar uma possível candidatura à Presidência.

 

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EM NEGOCIAÇÃO

Riedel e Azambuja são o fiel da balança para PSDB definir fusão partidária

Nas últimas semanas, ambos foram consultados pelas lideranças nacionais das legendas PSD, Podemos e Republicanos

22/02/2025 08h00

O presidente do PSDB, Marconi Perillo, o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja

O presidente do PSDB, Marconi Perillo, o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja Foto: Arquivo

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A importância do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja para a definição do PSDB nacional sobre qual partido será o escolhido para a fusão partidária, de olho nas eleições gerais do próximo ano, ficou muito clara nas últimas semanas.

Tratados como verdadeiro fiel da balança, eles receberam em Campo Grande ou mantiveram contatos em Brasília (DF) com os presidentes nacionais do PSD, Gilberto Kassab, do Podemos, deputada federal Renata Abreu, e do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira, para falar sobre a possibilidade de suas legendas serem a escolhida para a fusão com os tucanos.

Apesar de o PSDB também governar os estados do Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite, e Pernambuco, com Raquel Lira, é Mato Grosso do Sul onde o partido ainda mantém a mesma força política que o tucanato tinha entre o fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, quando comandou o Brasil, com ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e o poderoso estado de São Paulo, com Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

A relevância de ambos para a definição dessa fusão trouxe de forma secreta a Campo Grande o presidente nacional do PSD, que manteve uma reunião fechada com Riedel e Azambuja e tratou de tentar convencê-los de que seu partido seria a melhor opção para os tucanos embarcarem.

Tanto que isso levou Gilberto Kassab a considerar a opinião dos dois a respeito da fusão e veio a Mato Grosso do Sul sem reportar ao presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo. Algo que acabou sendo repetido pela presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, que se reuniu com Riedel na noite de quinta-feira.

Já o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, procurou Reinaldo Azambuja durante agenda do ex-governador em Brasília e também a pauta foi a possível fusão com o PSDB.

Diante de tanto assédio aos dois, no dia 14, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, veio a Campo Grande se reunir com as lideranças tucanos de Mato Grosso do Sul.

Na oportunidade, ele reforçou a importância de Eduardo Riedel, comunicando a realização, nos próximos dias, de uma reunião em Brasília com os três governadores do PSDB para selar o destino da legenda.

A informação foi repassada ao Correio do Estado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB e tesoureiro nacional do partido, explicando que o plano de Marconi Perillo é definir até o fim de abril qual será o caminho que a legenda tomará de olho em 2026.

PROJETO NACIONAL

A reportagem apurou que tanto Riedel quanto Azambuja teriam deixado bem claro a Perillo que não basta simplesmente escolher uma das três legendas interessadas para fazer a fusão. 

Conforme eles, faz-se necessário que o partido escolhido ou os partidos escolhidos possa ajudar na construção de um projeto nacional para o Brasil.

As duas principais lideranças tucanas de Mato Grosso do Sul são unânimes em afirmar que, antes de escolher o partido ou partidos, é preciso pensar também em um projeto de continuidade aqui no Estado, onde Riedel tentará a reeleição como governador e Azambuja buscará uma cadeira no Senado.

Eles entendem que, diferentemente do que a maioria da população pensa, o Brasil tem, sim, alternativas para disputar a Presidência da República em 2026 e, por isso, a fusão tem de passar pela construção de um projeto saudável para o País, tanto fiscal quanto financeiramente, com políticas públicas bem definidas.

Outra posição comum de Riedel e Azambuja é de que a história política do PSDB no Brasil não pode ser apagada. Nesse sentido, eles defendem que o partido busque uma forma de manter vivo o legado de mudanças aprovadas pelos tucanos, como a criação do real, o início da privatização das estatais federais e os programas sociais.

SAIBA

PSDB quer Podemos e Solidariedade

Após meses negociando uma tentativa de fusão com PSD ou MDB, o presidente do PSDB, Marconi Perillo, diz que a sigla desistiu da união com estas legendas.

Conforme Perillo, os tucanos decidiram se unir com outros dois partidos menores: Podemos e Solidariedade. O objetivo é evitar a entrada em um processo de “extinção” e manter o programa da sigla.

“O partido caminha nesta direção, de fazer fusão com partidos menores, para mantermos nosso programa, nossa história. A direção é essa. É o que a base quer, e vamos fazer”, disse Marconi Perillo, ressaltando que a possibilidade de se unir a PSD e MDB vinha provocando um racha interno.

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JUSTIÇA

Moraes vota por tornar Léo Índio réu pelo 8 de janeiro

Leonardo Rodrigues de Jesus é sobrinho de Jair Bolsonaro e primo dos filhos do ex-presidente

21/02/2025 20h00

Léo Índio, primo dos Bolsonaro, será réu por possível envolvimento no 08 de janeiro

Léo Índio, primo dos Bolsonaro, será réu por possível envolvimento no 08 de janeiro Foto: Arquivo pessoal

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (21) por tornar réu Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio e primo de filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Léo Índio foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por apoiadores do Bolsonaro.

Ele foi acusado de cinco crimes: tentativa de golpe de Estado; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; associação criminosa; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União; deterioração de patrimônio tombado da União.

O recebimento da denúncia é julgado pela Primeira Turma do Supremo em ambiente virtual, no qual os ministros enviam os votos remotamente. A sessão de julgamento começou às 11h desta sexta e segue até as 23h59 da próxima sexta (28). Relator, Moraes foi o único a votar até o momento.

“O denunciado, conforme narrado na denúncia, não só participou das manifestações antidemocráticas como também instigou e colaborou ativamente para os atos de depredação ocorridos no dia 08/01/23 contra as sedes dos Três Poderes”, escreveu o ministro.

Na denúncia, a PGR apontou para publicações em redes sociais pelo próprio Léo Índio em meio aos acontecimentos do 8 de janeiro. Numa delas, ele parece estar junto com outros apoiadores de Bolsonaro, na parte de cima do Congresso Nacional, onde ficam as cúpulas símbolo do edifício. O local pode ser acessado do nível da rua e foi invadido por centenas de pessoas na ocasião.

Em outro post feito por Léo Índio, ele aparece próximo à sede do Supremo que, ao fundo, era invadido e depredado por vândalos. A PGR também afirmou que ele frequentava o acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília, no qual apoiadores de Bolsonaro incitavam uma intervenção militar.

A defesa de Léo Índio nega que ele tenha cometido qualquer crime no contexto do 8 de janeiro e argumentou a inépcia da denúncia, por não ter individualizado o que seriam as condutas criminosas. Outro argumento é o de que não caberia ao Supremo julgá-lo, já que não possui qualquer prerrogativa de foro.

Em defesas semelhantes feitas por outros réus do 8 de Janeiro, a maioria dos ministros do Supremo tem afastado essas linhas de argumentação, confirmando a competência da Corte no caso.

Os ataques têm sido julgados sob o prisma dos chamados crimes multitudinários, “uma ação conjunta, perpetrada por inúmeros agentes, direcionada ao mesmo fim”, explicou Moraes no voto desta sexta.

“Em crimes dessa natureza, a individualização detalhada das condutas encontra barreiras intransponíveis pela própria característica coletiva da conduta, não restando dúvidas, contudo, que TODOS contribuem para o resultado”, escreveu o ministro.

*Com informações da Agência Brasil

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