Política

Eleições 2026

Bolsonaro reforça convite a Riedel e Azambuja, mas definição só dia 5 de junho

O governador e o ex-governador se encontraram com o ex-presidente da República, com Valdemar Costa Neto e senador Rogério Marinho

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Os tucanos Eduardo Riedel (governador) e Reinaldo Azambuja (ex-governador) se encontraram, nesta quarta-feira (21), em Brasília (DF), com o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o senador Rogério Marinho (PL-RN) para tratar de questões políticas.
 
Durante a reunião, conforme Azambuja, o ex-presidente voltou a reforçar o convite para que os dois deixem o “ninho tucano” e ingressem no PL para disputar as eleições gerais do próximo ano, entretanto, ambos informaram a Bolsonaro que somente no dia 5 de junho poderão tomar uma decisão final.
 
“Foi uma conversa amistosa e o Bolsonaro reforçou o convite para que eu e o Riedel façamos parte do PL para a disputa das eleições do próximo ano. O ex-presidente disse que seria muito importante a nossa presença no partido, pois ajudaria a fortalecer a legenda em Mato Grosso do Sul”, disse Azambuja ao Correio do Estado.
 
O ex-governador revelou ainda que o ex-presidente reforçou também que, independentemente da escolha do governador Riedel, o PL vai apoiar a reeleição dele em Mato Grosso do Sul. 
 
“Com relação ao projeto nacional, o Bolsonaro disse que o candidato a presidente da República pode ser ele e, caso não seja possível, espera contar com a gente para a construção de um outro projeto para enfrentar a atual gestão nacional”, pontuou.
 
Azambuja completou que ele e o governador falaram para o ex-presidente que terão de esperar até o dia 5 de junho para dar uma posição definitiva sobre o convite. “Nós combinamos com o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, que vamos esperar a realização da convenção nacional para a oficialização da fusão com o Podemos. Portanto, até lá, fica tudo na mesma”, assegurou.
 
O ex-governador voltou a lembrar que o convite para ele e Riedel ingressarem no PL foi renovado e Bolsonaro reforçou que vai aguardar a decisão de ambos para só então montar chapa para as eleições de 2026. 
 
“A ideia dele é preservar os nomes mais fortes do partido e trazer outros para fortalecer ainda mais a chapa nas proporcionais, pois na majoritária o candidato será o Riedel”, revelou Azambuja, acrescentando que o ex-presidente garantiu que pretende decidir essa questão de forma conjunta com ele e Riedel.
 
Já o governador disse ao Correio do Estado que está construindo uma frente política e o PL faz parte dela. “A conversa foi em torno disso. Temos um olhar político para essa aproximação. Lá atrás teve um convite e agora foi reforçado novamente”, argumentou.
 
Riedel ainda acrescentou que não está com a agenda de trocar de partido, por enquanto. “Estamos tratando do nosso arco de aliança para a minha reeleição, do qual já fazem parte PL, PP, PSD, PSB, Republicanos e MDB. Esse é o nosso cenário neste momento”, concluiu.

Novos destinos

O Correio do Estado apurou que o presidente estadual do PSDB, o ex-governador Reinaldo Azambuja, deve ingressar no PL do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto para concorrer ao Senado Federal nas eleições gerais de 2026, enquanto o governador Eduardo Riedel, também do PSDB, pode ir para o PP da senadora Tereza Cristina para disputar a reeleição.
 
De acordo com informações repassadas à reportagem, durante a conversa de hoje, Azambuja e Riedel iriam explicar que essa divisão de forças entre eles deve favorecer mais a direita em Mato Grosso do Sul, com o ex-governador comandando o PL e o atual governador somando forças com a ex-ministra da Agricultura e Pecuária no governo do ex-presidente.
 
Dessa forma, Bolsonaro terá mais chances de eleger um senador, no caso Azambuja, e de contar com o apoio de um governador que caminha para a reeleição em um partido que faz parte do seu arco de alianças.
 
O Correio do Estado apurou ainda que, dos três deputados federais do PSDB de Mato Grosso do Sul, Beto Pereira deve migrar para o PL e tentar a reeleição, enquanto Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende devem continuar no partido que surgirá da fusão do PSDB com o Podemos.
 
Porém, só Dagoberto deve tentar a reeleição, enquanto Geraldo buscará a viabilização de uma primeira suplência de senador ou até mesmo sair candidato ao Senado Federal. Já com relação ao destino dos seis deputados estaduais do PSDB e os três do PL, essa questão deve ser acertada entre Azambuja e Bolsonaro.
 
A reportagem também levantou que o ex-governador será o presidente estadual do PL e terá plenos poderes para comandar a legenda em Mato Grosso do Sul, tendo a missão de organizar a sigla nos 79 municípios.
 
Nesse sentido, também é esperada uma debandada da maioria dos 44 prefeitos eleitos pelo PSDB para o PL e demais siglas da direita, como PP, União Brasil e Republicanos.
 
Procurado pelo Correio do Estado, o ex-governador voltou a declarar que ainda não definiu nada sobre seu futuro partidário. “Eu e o Riedel ainda não definimos nada por enquanto. Tudo que for dito agora é especulação”, declarou.

Riedel

A respeito de Eduardo Riedel, o Correio do Estado obteve a informação de que o governador teria acertado a migração do PSDB para o PP durante o fim de semana que teve como hóspede a senadora Tereza Cristina em sua fazenda em Maracaju (MS), no feriado prolongado do dia 1º de maio. 
 
Ele tinha o convite do próprio PL, que foi feito antes das eleições municipais do ano passado, quando Bolsonaro acertou o apoio ao candidato do PSDB a prefeito de Campo Grande, o deputado federal Beto Pereira, e ficou meio que combinada a ida dele e de Reinaldo Azambuja para o partido.
 
Além disso, Riedel ainda foi assediado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que conseguiu tirar do ninho tucano a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e tinha a pretensão de conseguir fechar a trinca com o governador de Mato Grosso do Sul.
 
No PP, que formou uma superfederação com o União Brasil, da ex-deputada federal Rose Modesto, o governador terá tempo de rádio e TV, bem como um Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o famoso Fundo Eleitoral, de quase R$ 1 bilhão para o pleito de 2026.
 
Sem falar que, no PP, Riedel continuará contando, no seu arco de aliança, com o PL, PSD e também com MDB e Republicanos, que está em vias de oficializar uma federação, fortalecendo ainda mais o nome do governador para a reeleição.
 
A reportagem também procurou o governador Eduardo Riedel para ouvir o posicionamento dele e, por meio da sua assessoria de imprensa, o compromisso é esperar a definição de fusão do PSDB com o Podemos. Riedel decidiu esperar qual rumo a ser tomado após todo esse desenlace. 
 
“O prazo dado seria 1º semestre deste ano, mas, tão logo haja essa definição de fusão e eventual (ou não) posterior participação na federação que será criada entre MDB e Republicanos, Riedel anunciará seu futuro político partidário”, informou a assessoria de imprensa.

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JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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Política

Lewandowski agora apoia recriação do Ministério da Segurança Pública e cobra mais recursos

Ministro afirmou que a mudança só fará sentido se vier acompanhada de uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade

22/12/2025 22h00

Lewandowski

Lewandowski Agência Brasil

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, mudou de posição e passou a concordar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a recriação do Ministério da Segurança Pública, caso avance no Congresso a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do tema. A avaliação foi feita em entrevista ao Valor Econômico, publicada nesta segunda-feira, 22.

Ao defender a volta da pasta, Lewandowski afirmou que a mudança só fará sentido se vier acompanhada de uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade e de um reforço significativo de recursos federais. Segundo ele, sem "verbas substanciais", o novo ministério tende a ser ineficaz.

"Eu concordo com o presidente que essa divisão (Ministério da Justiça e Ministério da Segurança Pública) faria sentido, primeiro, se houvesse uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade. Em segundo lugar, se viessem verbas substanciais, porque hoje nós temos no nosso Fundo Nacional de Segurança Pública a verba irrisória de R$ 2 bilhões", afirmou.

Na entrevista, o ministro também criticou as mudanças promovidas pela Câmara dos Deputados no texto da PEC da Segurança enviado pelo governo. Embora tenha elogiado a disposição do relator, deputado Mendonça, para o diálogo, Lewandowski avaliou que a versão aprovada se distancia do eixo central da proposta do Executivo.

"A principal crítica que eu faço é que o texto está, de certa maneira, na contramão da proposta que nós apresentamos. O principal ponto da PEC era a coordenação de forças, e isso ficou de fora", disse. Para ele, ao priorizar a descentralização e o fortalecimento das forças locais, o texto pode representar um retrocesso em relação ao modelo de coordenação nacional previsto no Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado em 2018.

Lewandowski também comentou o Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado pela Câmara e pelo Senado. Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que a revisão da norma ainda passará por sua mesa. O presidente Lula já declarou que pretende vetar o texto, que reduz penas de condenados por tentativa de golpe de Estado.

"Na medida em que você ameniza as sanções contra esse tipo de atentado contra as instituições, que é gravíssimo, você pode estimular futuros atentados contra o Estado Democrático de Direito", comentou.

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