Política

polarização em Ms

Bolsonaro sonda Adriane e Marçal, enquanto Lula vai de Camila e Tiago

Figuras principais nas últimas eleições presidenciais, os dois agora vão "disputar" as prefeituras da Capital e de Dourados

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O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), polarizaram as eleições gerais do ano passado em uma disputa entre direita e esquerda.
Agora, os dois podem reeditar essa disputa em 2024 nas eleições municipais de Campo Grande e Dourados, tendo do lado da direita – com apoio de Bolsonaro – os prováveis candidatos Adriane Lopes (PP), atual prefeita de Campo Grande, que tentaria a reeleição, e o radialista Marçal Filho, ex-deputado estadual e ex-deputado federal, que pleitearia o cargo de prefeito da segunda maior cidade do Estado.

Já pelo lado da esquerda – com apoio do presidente Lula – os candidatos seriam a deputada federal Camila Jara, que tentará o cargo para a prefeitura da Capital, e o superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul, Tiago Botelho, que deverá concorrer à prefeitura de Dourados.

Segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, essa nova configuração do tabuleiro desse complicado jogo de xadrez ainda estaria sendo formatada, mas a possibilidade de ser concretizada ficou mais verossímil nesta semana com o lançamento, na noite de ontem, da pré-candidatura de Camila Jara pelo PT da Capital, já com 
o aval do presidente Lula.

Ainda, após o convite feito na tarde do dia 27 de setembro pelo ex-presidente Bolsonaro, para que o radialista Marçal Filho, líder das pesquisas de intenção de voto para a eleição para prefeito de Dourados em 2024, se filie ao PL com a garantia de ser o candidato da direita no município.

Além disso, ainda no campo da especulação, para Campo Grande, Bolsonaro estaria propenso a apoiar a candidatura de Adriane Lopes, preterindo nomes do seu próprio partido, em razão dos fortes laços de amizade com a senadora Tereza Cristina (PP), que foi ministra no seu governo.

Por outro lado, o presidente Lula também foi aconselhado pela cúpula estadual e até nacional do PT para que abrace a indicação do nome de Tiago Botelho para disputar a prefeitura de Dourados, dando início a fase de renovação das lideranças do partido.
 

REPERCUSSÃO

No caso dos prováveis candidatos da esquerda às prefeituras de Campo Grande e Dourados, o presidente do diretório municipal do PT na Capital, Agamenon Rodrigues do Prado, disse na tarde de ontem ao Correio do Estado que o nome de Camila Jara seria oficializado à noite como a pré-candidata a prefeita.

Ele confirmou que a deputada federal já começaria a pré-campanha com o apoio do PCdoB e do PV, com a missão de ser a primeira representante da esquerda no cargo.

“Ela é jovem, mulher e focada na defesa da democracia, tendo como principais bandeiras 
a defesa da gestão do presidente Lula e o combate à desigualdade social na Capital, que sofre as consequências das administrações feitas pelas oligarquias e pelas elites do município”, afirmou.
Sobre o nome de Tiago Botelho para Dourados, o presidente estadual do PT, Vladimir da Silva Ferreira, assegurou que, no momento, além dele, há também o interesse do vereador Elias Ishy em ser o candidato do partido em 2024.

“Tiago Botelho e Elias Ishy estão na disputa, e acredito que em dois meses será definido o nome. Porém, há uma tendência muito forte para que seja o Tiago, mas o Elias é uma grande liderança na cidade”, declarou.
Já no caso dos prováveis candidatos da direita para as duas cidades, o Correio do Estado ouviu Marçal Filho, o qual garantiu que recebeu ontem um convite do ex-presidente Bolsonaro para concorrer pelo partido na eleição para prefeito de Dourados em 2024.

“Na quarta-feira [4/10], eu falei realmente com Bolsonaro por meio de uma chamada de vídeo feita pelo deputado federal Rodolfo Nogueira [PL], de Brasília. Ele me ligou e disse que queria que eu falasse com Bolsonaro, e o ex-presidente falou assim: ‘E aí, Marçal, vamos enfrentar a disputa pela prefeitura? Vai encarar aí?’. Falei que sim, que vou disputar a prefeitura de Dourados, mas que ainda não tinha definido o meu futuro partidário”, relatou.

Marçal Filho complementou que também recebeu o convite para se filiar ao PSDB e sair candidato a prefeito. “Além disso, o ex-presidente não fez questão de que, para apoiar a minha candidatura a prefeito, eu tenha de me filiar ao PL. Em nenhum momento o Bolsonaro falou que eu tenho de ser candidato só pelo PL, ele deixou aberta a possibilidade de me apoiar, mesmo eu não estando no partido dele”, ressaltou.

Com relação ao provável apoio de Bolsonaro à reeleição de Adriane Lopes, o deputado estadual Coronel David disse à reportagem que defende uma candidatura própria do PL em Campo Grande.

“O PL tem força e representatividade política para lançar candidatura a prefeito de Campo Grande verdadeiramente da direita e que defenda as bases conservadoras. Time que não entra em campo não ganha partida”, opinou.

O deputado estadual João Henrique Catan compartilha do mesmo pensamento. “Eu vou apoiar e trabalhar para que o PL tenha candidato próprio. Temos nomes excepcionais conectados com o sentimento da direita do Estado”, pontuou.

Ele acrescentou que a executiva nacional do partido já deu direcionamento no sentido de que a sigla lance candidatos em todas as capitais. “É hora de coragem e união para elegermos mais de mil prefeitos”, concluiu.

"Pé direito"

Gordinho do Bolsonaro pede boicote à Havaianas após comercial com Fernanda Torres

Deputado federal jogou chinelos no lixo e disse que irá passar virada do ano ouvindo Zezé de Camargo

22/12/2025 14h45

Foto: Divulgação

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Em polêmica que envolveu boa parte da direita, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), conhecido como "Gordinho do Bolsonaro" pediu boicote à Havainas após a atriz Fernanda Torres estrelar a nova propaganda da marca"alfinetando" indiretamente o espectro bolsonarista.

Na propaganda, a atriz afirma aos espectadores que não deseja que eles comecem o próximo ano "com o pé direito", fator que revoltou o deputado, que fez questão de descartar os chinelos em uma lixeira, gravar a ação e postar em suas redes sociais.

"Passei a minha vida inteira usando chinelo havaianas, mas infelizmente como eu não vou poder virar 2026 com o pé direito, aqui em casa vai pro lixo, havainas aqui na minha casa não entra mais, e tem outra vou passar a virada escutando Zezé de Camargo", destacou Gordinho. 

Abaixo, a íntegra da propaganda estrelada pela atriz. 

"Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés. Havaianas, todo mundo usa, todo mundo ama", diz Fernanda, no comercial.

Vale destacar que o comercial gerou polêmica com outros políticos da direita. O "jogo de palavras" com a conhecida expressão popular significou, para Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), entre outros, uma indireta ao espectro político da direita.

"Eu achava que isso aqui era um símbolo nacional. Já vi muito gringo com essa bandeirinha do Brasil no pé, só que eu me enganei, disse Eduardo, antes de qualificar Fernanda Torres como alguém 'declaradamente de esquerda'", disse em suas redes sociais.

Até a publicação desta matéria, a declaração do deputado conta com 155 mil curtidas e mais de 15 mil comentários. 

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ELEIÇÕES 2026

Pré-candidato a senador, Azambuja vai tentar quebrar tabu que já dura 40 anos

O último ex-governador de MS eleito democraticamente que conseguiu ganhar uma eleição ao Senado foi Wilson Martins

22/12/2025 08h20

O ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) é pré-candidato a senador nas eleições do próximo ano

O ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) é pré-candidato a senador nas eleições do próximo ano Reprodução

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O ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) é pré-candidato a senador da República nas eleições gerais do próximo ano em Mato Grosso do Sul e, caso consiga ser eleito, quebrará um tabu que completará 40 anos em 2026.

Trata-se do fato de ser o primeiro ex-governador a ser eleito para o Senado desde as eleições de 1986, quando o advogado Wilson Barbosa Martins, do então PMDB, deixou o cargo de governador em 14 de maio daquele ano para concorrer ao cargo de senador da República.

Ele foi substituído pelo então vice-governador Ramez Tebet, também do PMDB, que ficou à frente do cargo de governador por exatos 10 meses, enquanto Wilson Martins foi eleito senador, ficando apenas um mandato, de 15 de março de 1987 a 1º de janeiro de 1995.

Depois do finado emedebista, que faleceu aos 100 anos de idade no dia 13 de fevereiro de 2018 em Campo Grande, nenhum ex-governador conseguiu tal feito, apesar de outros dois governadores eleitos pelo voto direto, Pedro Pedrossian (PTB) e Zeca do PT, tentaram, em 2002 e 2018, respectivamente.

No caso de Pedro Pedrossian, o ex-governador foi derrotado nas urnas pelo novato Delcídio do Amaral (PT), que ficou à frente do cargo por dois mandatos, acabando cassado em maio de 2016 por 74 votos a favor, uma abstenção, nenhum voto contrário, tornando-o inelegível por 11 anos.

Já Zeca do PT teve o registro de candidatura ao Senado impugnado a pedido da Procuradoria Regional Eleitoral do Estado em agosto de 2018. Na época, o então deputado federal foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) por improbidade administrativa em 2017.

Com o ex-governador petista fora do páreo, foram eleitos o então ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PSD), e a advogada Soraya Thronicke (Podemos), que, na ocasião, venceu a disputa pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, que foi eleito presidente da República e, com isso, ajudou a eleger inúmeros apoiadores na chamada “Onda Bolsonaro”.

MAIS UM TABU

Na eventualidade de ser eleito senador, o ex-governador Reinaldo Azambuja quebrará o segundo tabu consecutivo, já que em 2022 conseguiu eleger o sucessor, o então secretário estadual de Obras, Eduardo Riedel, tornando-se o primeiro gestor estadual reeleito a obter tal feito.

Ele quebrou uma escrita que já durava 32 anos em Mato Grosso do Sul. Nascido em Campo Grande, filho de Zulmira Azambuja Silva e Roberto de Oliveira Silva, o agropecuarista e político foi o 11º governador de MS. 

Filiado ao PSDB, elegeu-se prefeito de Maracaju em 1996 e foi reeleito em 2000. Já em 2006, elegeu-se deputado estadual e obteve a maior votação da história do Estado ao conquistar 47.772 votos. 

Em 2010, elegeu-se deputado federal com cerca de 122.213 votos válidos, candidatando-se a prefeito de Campo Grande em 2012, mas perdeu.

No ano de 2014, foi eleito governador, derrotando o senador Delcídio do Amaral no 2º turno. Quatro anos depois, em 2018, foi reeleito vecendo, também no 2º turno, o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT).

*SAIBA

O senador por dois mandatos, de 1º de fevereiro de 1995 a 17 de novembro de 2006, Ramez Tebet chegou a ser governador de 14 de março de 1986 até 15 de março de 1987. No entanto, ele não entra no cálculo, porque só foi eleito senador oito anos depois de deixar o cargo de governador, além disso, não chegou a disputar uma eleição para chefe do Executivo estadual, concorrendo apenas como vice-governador.

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