Os vereadores Sandro Benites (Patriota) e Marcos Tabosa (PDT) correm o risco de perderem os seus mandatos por supostas irregularidades praticadas durante a campanha eleitoral de 2020.
No caso específico de Benites, o mandato dele já foi cassado em duas instâncias: na primeira e também no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS).
Ele foi condenado por usar indevidamente verba de R$ 5 mil destinada pelo Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) às campanhas femininas de seu partido.
Já Tabosa é acusado pelo seu suplente, Roberto Martins (PDT), de não ter se afastado do cargo de presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande (Sisem) para concorrer ao pleito, o que o tornaria inelegível, conforme a legislação eleitoral.
Sobre o caso de Benites, a situação dele se agravou ainda mais após a decisão desta semana do TRE, que reconheceu a acusação por uso indevido da verba partidária e o condenou a devolver R$ 5 mil ao Tesouro Nacional.
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Esse montante seria equivalente a um terço da parcela que deveria ser destinada à vereadora do seu partido, Sônia Maria Correia dos Santos, a Soninha da Saúde.
Tática comum e ilegal
A legislação eleitoral foi aprovada para aumentar a participação das mulheres na política.
Nas eleições proporcionais (vereador, deputado estadual e deputado federal), é determinado que pelo menos 30% das candidaturas efetivamente lançadas por um partido político sejam destinadas ao gênero oposto ao da maioria.
Esse mecanismo vem sendo utilizado por diversas legendas de forma irregular, pois elas desviam recursos das candidatas para aquelas figuras, geralmente masculinas, que a sigla imagina ter mais chances de vencer o pleito.
Essa irregularidade foi exposta com mais ênfase no caso que ficou conhecido como “laranjal do PSL”, durante a campanha eleitoral de 2018.
O ex-partido do presidente Jair Bolsonaro teria utilizado mulheres com candidaturas laranjas para obter recursos e desviá-los a outros candidatos.
Segundo a denúncia, o Patriota utilizou a mesma tática para favorecer a eleição de Sandro Benites, que acabou sendo eleito vereador.
Benites
Por meio de sua assessoria, o vereador anunciou que vai ingressar com embargos infringentes ao TRE antes de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral.
“São dois processos, no processo da prestação de contas, houve o julgamento ontem, que manteve a condenação para devolver o valor de 5 mil reais, mas ainda serão apresentados embargos infringentes ao TRE. Quanto ao processo da cassação, já foi apresentado recurso da decisão e estamos esperando o processo subir para o TRE”, explicou a assessoria do parlamentar.
Caso Tabosa
O pedido de cassação do mandato ocorreu em dezembro do ano passado pelo suplente a vereador pelo PDT Roberto Martins.
Na ação, Martins afirma que Tabosa qualificou-se como servidor público na autorização para o pedido de registro. No entanto, fazia questão de destacar sua condição de presidente do Sisem para atingir uma parcela específica dos eleitores: os servidores públicos.
Durante a campanha, ele teria dito que, depois de eleito, alinharia as duas funções, como presidente e vereador.
Na ação, o suplente afirma que Tabosa pediu afastamento do cargo de servidor da Secretaria Municipal de Educação, mas não apresentou provas de que se afastou do cargo de dirigente sindical e continuou se apresentando como presidente mesmo após o fim do prazo de desincompatibilização.
O Correio do Estado tentou contato com Tabosa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.


