Política

Disputa acirrada

Candidato da prefeita vai para o "tudo ou nada" contra tucano pela presidência da Câmara

Com apoio de Adriane Lopes, Beto Avelar (PP) já tem apoio do Avante contra Papy (PSDB), que uniu PL, PT e grupo de Carlão (PSB)

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O cenário pode mudar até a manhã do próximo dia 1º de janeiro, quando será escolhido o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande para o biênio 2025-2026, mas, a julgar pela reunião ocorrida na noite de quinta-feira (19) de dezembro, a prefeita Adriane Lopes (PP) está disposta a bancar o atual líder de seu governo no Legislativo e vereador reeleito, Beto Avelar (PP), para a presidência.

Na semana passada, a impressão na Câmara era de que a disputa tinha se arrefecido e estava se formando um consenso em torno da candidatura do vereador Papy (PSDB) para a presidência da casa.

Os números ajudam a explicar este quase consenso: Papy teria, no momento, o apoio de 23 dos 29 vereadores e, do outro lado, estão os quatro vereadores do PP e mais dois vereadores do Avante, partido umbilicalmente ligado ao entorno político de Adriane Lopes e do deputado estadual Lídio Lopes, marido dela.

A candidatura de Beto Avelar foi selada em reunião ocorrida na sede do PP, e dela participaram os seis vereadores que estão com Beto Avelar.

O Correio do Estado apurou que a reunião foi convocada e articulada pelo marido de Adriane, Lídio Lopes, e que a prefeita teria sido clara em seu recado: o candidato dela é Beto Avelar. Um dos temas centrais do encontro foi a tentativa de viabilizar mais votos, uma vez que o outro lado está fortalecido.

Apesar da articulação do marido de Adriane, oficialmente, ela disse que seu aval foi dado para que os vereadores do PP viabilizassem suas candidaturas. “Não determinei um embate”, afirmou, via assessoria de imprensa.

E quem está do outro lado?

Do outro lado, apoiando Papy, está nada menos que o atual presidente da Câmara, Carlão (PSB). O vereador, que no próximo dia 31 deixará a presidência da casa após quatro anos no comando, é um dos grandes atores na articulação para que Papy seja o presidente.

Na formação sendo articulada, Carlão será o primeiro secretário. Políticos fortes no Estado, que não exercem mandato de vereador, mas que têm uma grande influência no cenário político de Mato Grosso do Sul, como o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente do diretório regional do PSDB, e seu correligionário, o governador Eduardo Riedel, também estão com Papy.

“Olha, faz 20 dias que o Beto (Avelar) tá com essa válvula aí. Desde quando o Riverton (PP) e o Delei Pinheiro (PP) disseram que não são mais candidatos”, disse Carlão ao Correio do Estado. “Agora, vamos ver se eles conseguem montar a chapa. Eles têm dois do Avante. Eles podem (concorrer), o problema é que o Papy já tem um grupo forte, mas nada é impossível”, complementou Carlão.

Puxadinho?

Carlão também disse que o grupo de Papy tem o compromisso de dar a Adriane Lopes a governabilidade necessária e que ele será aliado no que for necessário para ajudar a cidade, mas lembrou que o Legislativo tem sua força.

“Tem que ser independente, viu? Legislativo não pode ser puxadinho da casa da prefeita, não pode ser anexo do gabinete dela, mas tem que ser parceiro dela nas coisas boas para a cidade. Presidente da Câmara não pode ter barganha não”, asseverou Carlão.

No grupo de Papy há uma grande diversidade de partidos e uma convergência difícil de ver em tempos de polarização. Além dos cinco vereadores de seu partido, o PSDB — maior bancada da Câmara — também estão presentes os três vereadores do PL e os três vereadores do PT, por exemplo. O ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT), que lançou Adriane Lopes na política ao colocá-la como sua vice-prefeita nas duas vezes em que administrou Campo Grande, também está no grupo de Papy, que ainda teria os vereadores do União Brasil, Republicanos, MDB e Podemos.

Papy disse ao Correio do Estado que sua candidatura é plural e contempla vários partidos, e que a de Beto Avelar é um “interesse político individual”. “Seria melhor uma chapa de consenso, mas, se não for possível, vamos para o embate”, disse Papy.

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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