Desde anunciado a aprovação do projeto da prefeitura de Campo Grande, pela Câmara dos Vereadores, semana passada, que prevê a liberação de um bônus a ao menos 120 auditores fiscais da Secretaria de Finanças, que pode elevar de R$ 35 mil por mês para até R$ 70 mil, servidores municipais não favorecidos com aumento têm promovido debates acerca do assunto e pressionado a prefeita Adriane Lopes, do PP.
"... os servidores do município demonstraram-se indignados [com o bônus concedido], pois há anos buscam por melhorias salariais, sem qualquer respaldo da atual administração”, diz trecho do manifesto que exige tratamento igual, ou seja, também aumento.
Arquitetos, engenheiros e tecnólogos que trabalham na prefeitura reclamam que a categoria nem sequer conta com o Plano de Cargos e Carreiras,
A presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Mato Grosso do Sul (SINDARQ), Ivanete Carpes, assim protestou:
“... esses servidores são os únicos com exigência de ensino superior que ainda não possuem plano de cargos e carreira. A luta desses funcionários data de mais de 30 anos. Foram feitas várias reuniões com a administração, percorrendo várias gestões, mas os arquitetos, engenheiros e tecnólogos vêm sendo deixados de lado pela prefeitura”.
A sindicalista disse que a categoria, em dezembro do ano passado, participou de uma reunião com a prefeita, que tratou do Plano de Cargos e Carreiras.
“Acontece que o referido plano, até agora, não foi encaminhado, o que deixa todos os servidores da categoria indignados”, afirmou Ivanete.
É dito, ainda, no manifesto por aumento salarial, que categorias que cumprem funções parecidas às dos auditores fiscais recebem salários bem abaixo dos servidores favorecidos com o benefício aprovado pela Câmara dos Vereadores.
“Conforme apurado, um servidor efetivo arquiteto ou engenheiro com 11 anos de exercício recebe, após os descontos obrigatórios, o valor aproximado de R$ 7 mil reais, para uma jornada mínima de 40 horas semanais, enquanto um auditor fiscal em início de carreira, com menos de cinco anos de efetivo exercício, recebe acima do teto da prefeita, por conta das bonificações e indenizações (incluso a indenização de transporte)”.
No primeiro semestre, a Câmara dos Vereadores havia aumentado o salário da prefeita, que era de R$ 21 mil para R$ 35 mil. Contudo, o projeto foi invalidado por medida judicial.
COMPARAÇÕES
Segue o protesto dos servidores, que fizeram comparações salariais com outras prefeituras de MS.
“... um servidor arquiteto ou engenheiro da prefeitura de Dourados, após 10 anos de exercício, possui vencimento mínimo, após os descontos obrigatórios, de mais de 12 mil reais, com carga de 30 horas semanais de trabalho. Como citado, um servidor arquiteto ou engenheiro com 11 anos na prefeitura de Campo Grande (cidade com quase 1 milhão de habitantes) recebe R$ 7 mil reais, porém com uma carga de trabalho de 40 horas semanais”.
Os servidores concluem o manifesto exigindo da prefeitura uma “atenção igual” aos servidores municipais.
“Fica muito evidente a preferência da administração municipal para uma ou outra categoria de servidores, não sendo levado em consideração o nível de comprometimento e da similaridade de atribuições e competências compartilhada entre as diversas categorias de servidores da Prefeitura de Campo Grande. Deixamos claro que não queremos tirar nada de ninguém, mas combater a desigualdade e a injustiça”.


