Política

BASTIDORES

Chapa Rose Modesto, João Rocha pode ser adversária do prefeito Marcos Trad

Segundo especulações o encontro teria ocorrido em uma padaria da capital para definir os próximos passos da campanha

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A possibilidade de o PSDB lançar candidato a prefeito em Campo Grande não está totalmente descartada, mesmo tendo o partido indicado o nome do vereador João Rocha, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, para compor a chapa como vice de Marcos Trad, do PSD, que tentará a reeleição. 

Desde quinta-feira(3), o clima está tenso no ninho tucano e o atual quadro político poderá não ser o mesmo no que se refere às candidaturas majoritárias. 

Segundo informações de bastidores, o partido interessado na coligação já teria sido avisado que a aliança não será formalizada. Isso acontecendo, a deputada federal, Rose Modesto seria cabeça de chapa, tendo João Rocha como vice.

 “Da parte do PSD não existe nada decidido sobre a coligação com os tucanos’’, afirmou uma fonte, integrante do partido do prefeito. “A escolha do vice vai ocorrer no último minuto do segundo tempo e, assim mesmo, pode se usar o VAR (sigla em inglês de Vídeo Assistant Referee)” . 

A referência na área de esporte foi feita porque o sistema tem como objetivo ajudar árbitro central, no campo, a tomar decisão em lances considerados duvidosos. 

No jogo político desta campanha, sabe-se que existem pesquisas qualitativas destinadas ao consumo interno do PSD, que traduzem a realidade sobre a preferência eleitoral.

PSDB 

Reunião do PSDB na quinta-feira (4) não só expôs o racha interno como também havia praticamente unanimidade de que a aliança não seria formalizada. 

Alguns tucanos afirmaram que o prefeito Marcos Trad nunca mostrou um gesto mais firme de que faria a coligação com o PSDB, isto é, aceitando dar a vaga de vice-prefeito na sua chapa para a busca da reeleição. 

Em encontro anterior, a cúpula do PSDB decidiu precaver-se e preparou lista com quatro nomes para eventual disputa pela prefeitura: Rose Modesto e Beto Pereira, ambos com mandatos na Câmara Federal, o vereador João Rocha e o ex-secretário de Administração e secretário especial de Articula Política, Carlos Alberto de Assis.

A deputada federal, Rose Modesto nunca escondeu seu descontentamento de o partido não lançar candidato a prefeito e, inclusive, discutia internamente para viabilizar seu nome para o enfrentamento neste ano. 

Nas eleições de 2016, ela e Marcos Trad disputaram o segundo turno, mas a deputada – à época vice-governadora – foi batida nas urnas. 

Apesar da aproximação de Trad com o governador Reinaldo Azambuja e compromisso deste último com o primeiro devido ao apoio que recebeu para reeleição ao Governo, a tucana já havia declarado que, em caso de aliança, não subiria no palanque do seu ex-adversário.

Na sexta-feira (4), em seu perfil no Facebook, Rose Modesto postou uma foto dela ao lado de João Rocha e a mensagem: ‘’Mais uma semana de muito trabalho! Conversei nesta sexta com meu amigo Professor João Rocha” sobre Campo Grande. Boas perspectivas!”. 

Nos bastidores, entendeu-se como um aviso ao prefeito Marcos Trad de que o ninho está refeito e praticamente foi feita a apresentação da chapa pura dos tucanos. 

Afinal, também na política prevalece o dito popular de que ‘’para quem sabe ler, um pingo é letra”.

Foto: Reprodução/Facebook

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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Política

Lewandowski agora apoia recriação do Ministério da Segurança Pública e cobra mais recursos

Ministro afirmou que a mudança só fará sentido se vier acompanhada de uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade

22/12/2025 22h00

Lewandowski

Lewandowski Agência Brasil

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, mudou de posição e passou a concordar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a recriação do Ministério da Segurança Pública, caso avance no Congresso a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata do tema. A avaliação foi feita em entrevista ao Valor Econômico, publicada nesta segunda-feira, 22.

Ao defender a volta da pasta, Lewandowski afirmou que a mudança só fará sentido se vier acompanhada de uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade e de um reforço significativo de recursos federais. Segundo ele, sem "verbas substanciais", o novo ministério tende a ser ineficaz.

"Eu concordo com o presidente que essa divisão (Ministério da Justiça e Ministério da Segurança Pública) faria sentido, primeiro, se houvesse uma ampliação do papel da União no combate à criminalidade. Em segundo lugar, se viessem verbas substanciais, porque hoje nós temos no nosso Fundo Nacional de Segurança Pública a verba irrisória de R$ 2 bilhões", afirmou.

Na entrevista, o ministro também criticou as mudanças promovidas pela Câmara dos Deputados no texto da PEC da Segurança enviado pelo governo. Embora tenha elogiado a disposição do relator, deputado Mendonça, para o diálogo, Lewandowski avaliou que a versão aprovada se distancia do eixo central da proposta do Executivo.

"A principal crítica que eu faço é que o texto está, de certa maneira, na contramão da proposta que nós apresentamos. O principal ponto da PEC era a coordenação de forças, e isso ficou de fora", disse. Para ele, ao priorizar a descentralização e o fortalecimento das forças locais, o texto pode representar um retrocesso em relação ao modelo de coordenação nacional previsto no Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado em 2018.

Lewandowski também comentou o Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado pela Câmara e pelo Senado. Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que a revisão da norma ainda passará por sua mesa. O presidente Lula já declarou que pretende vetar o texto, que reduz penas de condenados por tentativa de golpe de Estado.

"Na medida em que você ameniza as sanções contra esse tipo de atentado contra as instituições, que é gravíssimo, você pode estimular futuros atentados contra o Estado Democrático de Direito", comentou.

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