Política

'nada disso'

Citado em julgamento por Jamilzinho, Carlão nega ter mediado encontro de PX com Alceu Bueno

Suposta conversa, acertada pelo sentenciado por mandar matar acadêmico de Direito, envolve ex-vereador assassinado em Campo Grande

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O presidente da Câmara dos Vereadores de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão, do PSB, disse ao Correio do Estado, que jamais mediou um diálogo entre Paulo Xavier, o PX, ex-capitão reformado da Polícia Militar, pai do então acadêmico de Direito, Matheus Xavier, 20, fuzilado em abril de 2019 e o ex-vereador da cidade Alceu Bueno, que foi assassinado em setembro de 2016. As duas execuções ocorreram em Campo Grande em anos e situações distintas.

Foi Jamil Name Filho, o Jamilzinho, em depoimento na semana passada, no fórum de Campo Grande, quando foi sentenciado por ser o mandante da morte do rapaz, quem saiu com essa, a de que intermediou uma conversa de negócios envolvendo PX e o ex-vereador.

O nome de Carlão surge em trecho do depoimento de Jamilzinho em que ele cita as possíveis motivações que levaram o ex-capitão a se tornar seu desafeto. Antes de "inimigo", PX trabalhava como uma espécie de segurança na casa de Jamilzinho.

O réu, no caso, disse que certa vez PX o procurou e pediu a ele que precisava resolver um "problema" com o então vereador Alceu Bueno, à época do PSL.

Jamilzinho, no depoimento, disse ter respondido a PX que "não conhecia" Alceu Bueno, mas que teria acesso a Carlão, o presidente da Câmara.

Ainda conforme depoimento de Jamilzinho, o interesse de PX em dialogar com Bueno teria a ver com um chácara situada aos arredores de Campo Grande. PX seria dono de parte da área em questão, mas o imóvel estaria sob o domínio do então vereador.

Pelo dito no depoimento, a conversa teria ocorrido entre PX e Alceu Bueno na casa de Jamil Name, pai de Jamilzinho.

E também, que a conversa surtira efeito, pois Bueno teria dito ao Name pai que "não queria criar problemas". A partir daí, Jamilzinho passou a falar de outras coisas.

VERSÃO NEGADA

O presidente da Câmara, contudo, disse na tarde desta segunda-feira (24), que "não conhece" PX e que jamais "tratou" com Jamilzinho "nada" sobre o eventual encontro com o "finado Alceu Bueno", como disse.

Carlão, afirmou, no entanto, que conhecia Jamil Name, que ia na casa dele, mas que as conversas se resumiam em "programas filantropos e falavam de política", jamais de negócios.

O presidente do legislativo municipal contou também que o "finado" também era amigo de Jamil Name, deixando a entender que o interesse em conversar com Alceu Bueno poderia ser tratado "com o próprio" e por seu intermédio.

O presidente disse ainda que assim que Jamil pai e Jamilzinho filho foram presos [setembro de 2019] já havia "uns quatro anos que não conversa com Jamil e não ia mais à casa dele".

"Nunca intermediei nada", reforçou o parlamentar.

RELAÇÃO PX X JAMILZINHO

Jamilzinho e PX eram próximos enquanto o ex-capitão trabalhava na casa dos Name.

Daí, por conta de uma briga de Jamil pai e filho que envolveu um advogado paulista numa disputa por terras de uma fazenda em Jardim, a amizade de Jamilzinho e PX se desataram.

Pelo contado por Name Filho no julgamento, PX teria optado em ficar "do lado" do advogado, não dele. PX nega essa versão.

A discórdia provocou uma tragédia. De acordo as investigações anotadas no processo sobre o assassinato do filho de PX, o acadêmico de Direito, Jamilzinho teria mandado matar o ex-capitão por ter virado desafeto. 

Ocorre que dois pistoleiros supostamente contratados para a empreitada, ao invés de executarem PX, erraram o alvo e quem morreu no lugar do pai foi o filho. Matheus foi fuzilado quando manobrava o carro do pai para sair da garagem da casa.

Depois disso, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deflagrou a Omertà, operação que pôs na cadeia os supostos chefes de uma milícia armada que matava os desafetos. Para o MPMS, Jamil e = Jamilzinho seriam os cabeças da organização e foram presos em setembro de 2019. O pai morreu em 2021 quando, ainda encarcerado, morreu vítima da Covid-19.

Pela morte do rapaz, Jamilzinho pegou 23,6 anos de cadeia. Ele está encarcerado num presídio federal, em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

SOLUÇÃO CONTESTADA

O então vereador Alceu Bueno morreu no dia 20 de setembro de 2016, em Campo Grande. Ele teria sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). Foi assassinado e teve o corpo queimado. O veículo dele foi achado depois. também destruído pelo fogo.

Em julho de 2017, três pessoas foram condenadas pela morte do ex-vereador, dois homens e uma mulher.

Cada um pegou em torno de 20 anos de prisão. À época do crime, alguns parentes e amigos do então parlamentar disseram que desconfiavam da ideia que apontava Alceu Bueno vítima de latrocínio.

 

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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