Política

EM 1ª E 2ª INSTÂNCIAs

Coffee Break foi desmembrada
e 1ª instância vai definir se aceita ação

Paulo Siufi recebeu foro privilegiado e será julgado pelo Órgão Especial

IZABELA JORNADA

07/08/2017 - 17h00
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A ação relacionada à Coffee Break já foi encaminhada para o Fórum e para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. O processo inicial foi desmembrado e voltou para a mão do juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Competência Residual, que agora vai decidir se aceita ou arquiva a denúncia.

O desmembramento foi necessário porque Paulo Siufi (PMDB) assumiu cadeira na Assembleia Legislativa e ganhou foro privilegiado. Com isso, somente a ação que ele responde será analisada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça. Os julgamentos em 2ª instância tendem a ser mais demorados do que na 1ª instância.

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou 24 pessoas, entre políticos e empresários, pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, com base na investigação da Operação Coffee Break.

Entre os denunciados está Siufi, que foi retirado do processo inicial por ter alcançado foro privilegiado ao ser eleito deputado estadual neste ano e ter substituído o prefeito eleito de Campo Grande Marcos Trad na Assembleia Legislativa.

“Siufi será julgado a qualquer momento pelo Órgão Especial que é composto por 15 desembargadores e já tem até relator, o desembargador Julio Siqueira”, explicou o advogado André Borges, que faz a defesa de um dos réus da ação, o vereador Otávio Trad (PTB).

O processo segue em segredo de Justiça. “Não sei porquê, mas pode ser por sigilo bancário”, disse o advogado. 

Siufi, único com foro privilegiado na ação, disse que considera natural o trâmite e que está com a consciência tranquila. "Gostaria de esclarecer isso o quanto antes", afirmou.

OUTROS DENUNCIADOS

Além de Siufi e do vereador Otávio Trad, o ex-governador do Estado André Puccinelli (PMDB), os ex-prefeitos de Campo Grande Nelson Trad Filho (PTB) e Gilmar Olarte (sem partido) também foram denunciados. 

O procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, entregou o documento, com 361 páginas, ao Tribunal de Justiça no dia 31 de maio de 2016. Segundo o procurador, todos participaram de esquema de “compra e venda” de votos para cassação do mandato do então prefeito Alcides Bernal (PP).

Os outros denunciados são: ex-vereadores Mário César (PMDB), Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PTB), José Airton Saraiva (DEM), Flávio César (PSDB), Edil Albuquerque (PTB), Edson Shimabukuro (PTR), Jamal Salém (PR) e os atuais vereadores  Eduardo Romero (Rede), João Rocha (PSDB), Gilmar da Cruz (PRB), Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), e Alceu Bueno, que morreu em 2016.

Também foram denunciados os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos, João Roberto Baird, Carlos Eduardo Belineti Naegele, Fábio Portela Machinsky, Luiz Pedro Gomes Guimarães, Raimundo Nonato de Carvalho e o procurador da Câmara Municipal, André Luiz Scaff.

GAECO

Conforme Passos, a Operação Coffee Break teve início em investigação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), a partir de representação que atribuía a Olarte e a seu assessor, Ronan Edson Feitosa Lima, a prática de delitos criminais.

Coordenada por Marcos Alex, investigações revelaram que os dois atuaram em conjunto em razão de suas funções públicas, em delitos de corrupção e lavagem de dinheiro. Também foram apurados indícios da existência de corrupção ativa e passiva para a cassação do mandato do prefeito Alcides Bernal.

Em julho de 2015, a Polícia Federal, MPE e Controladoria-Geral da União (CGU) deflagaram a Operação Lama Asfáltica, destinada a apurar má versação de verbas estaduais.

“Nesta investigação foram realizadas interceptações telefônicas que demonstraram a existência da conjugação de empresários, políticos e terceiros com objetivo de promover a cassação do mandato do prefeito”, disse Passos.

Ainda segundo o procurador-geral, o MPE conseguiu demonstrar que, com a cassação de Bernal, seriam restabelecidos privilégios aos empresários, como contratos de seus interesses.

Aos vereadores, seria garantida entrega de secretarias municipais estratégicas, além de benefício de indicar aliados em cargos comissionados, “ampliando suas esferas de poder de atuação”.

Quanto a Gilmar Olarte, houve “ambição política do vice-prefeito de ocupar o cargo máximo do Executivo Municipal, exercendo poder e desfrutando de benefícios lícitos e ilícitos”.

*Colaborou Glaucea Vaccari 

*Editada às 18h27 para acréscimo de informações.

Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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