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Com Lula, Tebet assina com prefeitos liberação de US$ 16 milhões para Ponta Porã e Corumbá

Municípios tiveram projetos de infraestrutura aprovados na quarta-feira (2/7) no Conselho Mercado Comum do Mercosul, em Buenos Aires, Argentina

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Em Buenos Aires, capital da Argentina, o Conselho Mercado Comum do Mercosul (CMC) aprovou mais dois projetos brasileiros para obtenção de financiamento do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), na modalidade de recursos não reembolsáveis. 

Os projetos aprovados são da área de infraestrutura nas cidades de Ponta Porã (MS), para Desenvolvimento na Faixa de Fronteira e Corumbá (MS), de Redução nos Níveis de Água. O Focem irá aportar cerca de US$ 16 milhões nas iniciativas.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), receberam, na Residência Oficial do Brasil em Buenos Aires, os prefeitos dos municípios de Ponta Porã, Eduardo Campos (PSDB), e Corumbá, Gabriel Alves de Oliveira (PSB). 

Em seguida, na Embaixada do Brasil, a ministra Simone Tebet e os prefeitos assinaram o convênio de financiamento dos projetos, com a presença do Representante Permanente do Brasil junto ao Mercosul, Embaixador Antônio Simões e do Diretor da Secretaria do Mercosul, Jimmy Voss. 

Tebet destacou que a aprovação de projetos importantes para municípios da região de fronteira se torna símbolo de um Brasil que volta a olhar para suas fronteiras não como limites, “mas como pontos de encontro”.

Com essa aprovação, o Brasil passa agora a ter três novos projetos voltados ao desenvolvimento de regiões de fronteira com países do Mercosul, após 12 anos impedido de captar recursos com o Fundo, devido à inadimplência. Em 2023, o Ministério do Planejamento e Orçamento saldou dívida de US$ 99 milhões com o Focem, o que permitiu que o país voltasse a apresentar projetos ao Fundo.

Com a quitação da dívida, o Ministério organizou um processo seletivo de propostas que atendessem a municípios na Faixa de Fronteira do Brasil com os vizinhos do Bloco. Em abril de 2024, após recepção e avaliação de 26 propostas (que somavam mais de R$ 1 bilhão em pleitos), a Comissão de Financiamentos Externos – Cofiex selecionou 8 projetos brasileiros a serem apresentados ao Focem (dentro do valor ainda remanescente ao Brasil, de US$ 70 milhões).

Na seleção, foram considerados critérios como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região afetada, o potencial de redução das desigualdades regionais e o papel do projeto na integração física e social com os demais países do Mercosul.

“Hoje, celebramos os primeiros frutos desse novo ciclo. E mais virão. Porque acreditamos que a integração regional se faz, é claro, com acordos e muita diplomacia, mas também com obras estruturantes, com água limpa, com ruas seguras, com dignidade para as pessoas que vivem nas nossas fronteiras. São elas que vivenciam no seu dia-a-dia todos os desafios e também merecem presenciar os benefícios da nossa integração”, afirmou a ministra Simone Tebet.

A ministra lembrou que os projetos aprovados integram as Rotas de Integração Sul-Americana, iniciativa liderada pelo Ministério, através da Secretaria de Articulação Institucional. “São rotas que conectam não apenas territórios, mas também sonhos. E é por isso que a presença dos prefeitos de Corumbá e de Ponta Porã e do presidente da Sanesul aqui hoje é tão simbólica: são eles que estarão na linha de frente, garantindo que cada real investido se transforme em qualidade de vida para a população”, ressaltou Tebet.

A secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento (Seaid) do MPO, Viviane Vecchi, destacou a importância do Focem e desses investimentos para integração regional. “Os projetos Focem para Ponta Porã e Corumbá, aqui representados por seus prefeitos, são exemplos concretos de como a integração regional pode gerar impactos reais na vida das pessoas. Em um mundo fragmentado, reafirmamos aqui nosso compromisso com as Instituições Regionais de Desenvolvimento”, apontou a Vecchi.

O prefeito Dr. Gabriel disse que o projeto é para a redução de perdas de níveis d'água do município, que o índice lá é alto e está dentro do projeto para redução. “Até 2033, eles têm toda uma programação a ser feita e esse dinheiro vem de fundo perdido e contrapartida do Governo do Estado”, detalhou.

O prefeito Eduardo Campos comemorou a aprovação e destacou o impacto positivo das obras para a cidade: “Este é um passo decisivo para modernizar a infraestrutura urbana, promover inclusão social e reforçar o papel estratégico de Ponta Porã na integração sul-americana. É uma conquista coletiva da nossa equipe e da população”, afirmou.

A discrição do Projeto de Redução nos Níveis de Água em Corumbá são as seguintes: 

Organismo executor: SANESUL/ Governo do Estado do Mato Grosso do Sul
Custo total do projeto: US$ 12.481.169
Valor doação FOCEM: US$ 9.123.410
Valor contrapartida local elegível: US$ 1.716.288
Valor contrapartida local não elegível: US$ 1.641.471

O Projeto de Redução nos Níveis de Água em Corumbá tem como objetivos reduzir as perdas de água por meio de uma rede de distribuição modernizada, implantar sistema de tratamento de resíduos da Estação de Tratamento de Água – ETA e sensibilizar a população sobre o uso racional da água em Corumbá. O projeto será executado pelo Governo do Estado do MS, por meio da Sanesul – Empresa Pública

Com valor total de US$ 12.481.169, dos quais US$ 9.123.410 serão aportados pelo Focem, na forma de recursos não reembolsáveis (doação), a obra irá promover o desenvolvimento e ajuste estrutural das economias menores e regiões menos desenvolvidas, por meio de implantação de obras de infraestrutura hídrica de saneamento ambiental.  

Com a realização das obras e ações de sensibilização, o contribuir para a sustentabilidade hídrica no Município de Corumbá, garantindo que a população urbana tenha acesso contínuo e confiável a água potável e minimizar as perdas de água no sistema de abastecimento. Além disso, o projeto permitirá o acesso equitativo à gestão sustentável dos recursos hídricos compartilhados aos países da região.  

O projeto terá impactos positivos para a erradicação de enfermidades epidemiológicas e endêmicas (doenças transmitidas pela água, como cólera e febre tifoide, que muitas vezes não respeitam fronteiras internacionais), e que são provocadas pela precariedade das condições de vida (acesso à água tratada). Além disso, atuará nas zonas mais afetadas pela pobreza e exclusão social, com ações que promovem a sensibilização sobre o tema e mais saúde para a população.

O projeto está inserido no âmbito das Rotas de Integração Sul-Americana, projeto liderado pela Secretaria de Articulação Institucional do MPO, mais especificamente da Rota 4 - Bioceânica de Capricórnio.

Já a discrição do Projeto de Desenvolvimento na Faixa de Fronteira em Ponta Porã são as seguintes:

Organismo executor: AGESUL/ Governo do Estado do Mato Grosso do Sul
Custo total do projeto: US$ 9.608.382
Valor doação FOCEM: US$ 7.000.000,00
Valor contrapartida local elegível: US$ 1.314.863
Valor contrapartida local não elegível: 1.293.519

O Projeto de Desenvolvimento na Faixa de Fronteira em Ponta Porã tem como objetivo contribuir para a melhoria da conectividade e integração da Linha de Fronteira com o Paraguai e o propósito de melhorar a infraestrutura, mobilidade e integração socioeconômica e cultural. O projeto será executado pelo Governo do Estado do MS, por meio da Agesul – Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul.

Com valor total de US$ 9.608.382, dos quais US$ 7.000.000 serão aportados pelo Focem, na forma de recursos não reembolsáveis (doação), a obra irá promover a melhoria da conectividade e integração da Linha de Fronteira com o Paraguai e o propósito de melhorar a infraestrutura, mobilidade e integração socioeconômica e cultural.

Para alcançar este objetivo, é contemplado um conjunto articulado de intervenções voltadas à qualificação da infraestrutura urbana e ao fortalecimento da integração fronteiriça entre Brasil e Paraguai, com foco na região sul do Município de Ponta Porã, próxima ao acesso da BR-463 e à Linha Internacional que delimita a conurbação com Pedro Juan Caballero.

As ações previstas compreendem, de forma integrada, a requalificação viária e o reordenamento urbano no Trevo da Cuia e seu entorno, a ampliação da capacidade de drenagem e a recuperação de vias na bacia do Córrego São Tomaz, bem como a implantação do Parque Linear da Fronteira, voltado à promoção de espaços públicos de lazer, mobilidade ativa e convivência social. Tais componentes são complementares entre si, apresentando funcionalidade autônoma e impacto direto sobre a mobilidade, a segurança viária, a resiliência urbana e a qualidade de vida da população local.

O projeto também está inserido no âmbito das Rotas de Integração Sul-Americana, mais especificamente da Rota 4 - Bioceânica de Capricórnio.
 

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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