Política

Eleições 2026

Com retorno das obras, nome de Miglioli se fortalece para disputar Senado pelo PP

Na legenda, o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos tem a concorrência dos deputados Gerson Claro e Dr. Luiz Ovando

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Com o início dos serviços de recuperação das ruas e avenidas de Campo Grande nesta semana e a viabilização de recursos para a retomada de grandes obras estruturantes para o município, o nome do secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ednei Marcelo Miglioli, ganhou força para disputar uma das duas vagas ao Senado pelo PP nas eleições gerais de 2026.

Titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), ele já tem concorrência interna do deputado federal Dr. Luiz Ovando e do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), Gerson Claro. Porém, por conta da proximidade com a senadora Tereza Cristina, presidente estadual do PP, estaria um pouco à frente dos dois colegas de legenda.

Além disso, diferentemente de Ovando e Claro, o secretário municipal, em razão do cargo, tem a possibilidade de estar mais próximo da população de Campo Grande, maior colégio eleitoral do Estado, mas por outro lado, não pode percorrer as cidades do interior.

Entretanto, Miglioli tem outro diferencial com relação aos dois, que é o fato de já ter disputado uma eleição para o Senado em 2018 sozinho e quase ter sido eleito. Agora, mais experiente, ele teria confidenciado a interlocutores que só sairá candidato no ano que vem se for a senador. Mesmo assim, se for com o aval de Tereza Cristina.

Inclusive, conforme apurado pelo Correio do Estado, o titular da Sisep teria dito à senadora que, na atual fase da vida em que se encontra, não tem interesse em disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados, muito menos a cargo majoritário (prefeito ou governador).

Ele ainda teria reconhecido para a parlamentar que não tem musculatura para construir uma candidatura sozinho, como ocorreu em 2018, e só será candidato se for para disputar uma eleição com chance de vitória. Como o PP está fortalecido e, com a viabilização de uma federação com o União Brasil, ficará ainda mais forte, tornaria, no entendimento dele, ainda mais viável o projeto de concorrer ao Senado.

Caso se confirme a candidatura, de acordo com pessoas próximas, Miglioli pretende trabalhar o legado político construído desde o tempo em que ajudou na eleição de Reinaldo Azambuja ao cargo de governador e também o período em que ficou à frente da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog). 

No entendimento dele, conforme apurou a reportagem, com todos esses adjetivos, seria possível construir uma candidatura competitiva e ele estaria à disposição da senadora Tereza Cristina.

Como a parlamentar não abre mão de o PP ter um candidato ao Senado no ano que vem em Mato Grosso do Sul, o período até dezembro será decisivo para Miglioli consolidar seu nome e ser o escolhido pelo partido. 

De acordo com amigos próximos ao secretário, se até o fim do ano tudo correr bem no comando da Sisep e for “céu de brigadeiro” até lá, há chances de ele ser o escolhido por Tereza Cristina para disputar o cargo no ano que vem.

No entanto, outro ponto importante nessa equação é a definição da questão partidária, pois, sem saber para qual partido o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja vão, fica praticamente impossível fazer uma conjuntura.

Se Riedel for para o PP, tira do governador a prerrogativa de definir um candidato ao Senado, cabendo ao partido essa condição. Porém, caso não seja esse o cenário e ele vá para outra legenda, terá total posição para impor um candidato de sua escolha ao cargo de senador.

Contudo, como tudo está atrelado à agenda política nacional, será impossível tomar qualquer tipo de decisão, pois seria como dar um tiro no escuro, e a análise que está sendo feita é que ninguém tem certeza de nada. As lideranças políticas estaduais também estão perdidas, pois não sabem muito bem como vai ficar esse tabuleiro e, no momento, tudo é apenas hipótese.

Saiba

Nas eleições de 2026, serão duas vagas de senador em disputa, diferentemente do que ocorreu no pleito de 2022, quando o eleitor escolheu apenas um nome para o cargo. Isso ocorre porque o mandato dos senadores é de oito anos, mas as eleições para o Senado ocorrem de quatro em quatro anos. Assim, a cada eleição, a Casa renova, alternadamente, um terço e dois terços de suas 81 cadeiras.

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NA CONTRAMÃO

Pollon se abstém de votar contra "barração" de pedido de Glauber Braga para parar cassação

A maioria seguiu o voto do parecer do deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP), que rejeitou solicitação do parlamentar da esquerda

24/04/2025 17h04

CCJ da Câmara dos Deputados adiasse para a próxima terça-feira (29) a votação do parecer sobre o recurso que busca impedir a cassação de Glauber Braga

CCJ da Câmara dos Deputados adiasse para a próxima terça-feira (29) a votação do parecer sobre o recurso que busca impedir a cassação de Glauber Braga Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

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Filiado ao PL e próximo de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal sul-mato-grossense Marcos Pollon deixou de acompanhar a direita em votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (24), que tentava “barrar” pedido do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) para impedir a continuação do processo de cassação do próprio mandato iniciado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

De acordo com fontes ouvidas pelo Correio do Estado, mesmo sendo membro titular da CCJ da Casa de Leis, Pollon se absteve de votar, o que poderia beneficiar o parlamentar da esquerda que tentava parar o processo de cassação na Comissão.

Felizmente para o deputado federal de Mato Grosso do Sul, o seu voto não fez falta e os outros parlamentares da direita conseguiram aprovar a continuidade, permitindo que o deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP), relator de recurso de Glauber Braga na CCJ contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar favorável à cassação do seu mandato, recomendou a continuação do processo

Com a vitória dentro da CCJ, Alex Manente leu seu parecer em que afirmou que a aceitação do pedido de Glauber Braga configuraria “verdadeira usurpação de competência do Conselho de Ética” e atentaria “contra a separação funcional dos órgãos internos da Câmara”. 

“Embora o Recorrente tente revesti-las da aparência de vícios constitucionais, o que se tem, na verdade, é a tentativa de reabrir discussão sobre a valoração dos elementos probatórios e a motivação da pena, o que escapa aos limites da competência recursal desta Comissão”, escreveu.

Apesar disso, um pedido de vista fez com que a CCJ da Câmara dos Deputados adiasse para a próxima terça-feira (29) a votação do parecer sobre o recurso que busca impedir a cassação de Glauber Braga. 

Se a CCJ votar a favor do relatório lido nesta quinta-feira por Alex Manente, ou seja, contra o recurso de Glauber Braga, o processo será encaminhado para a Mesa Diretora da Casa de Leis, que deve pautar a cassação no plenário. 

Lá, são necessários pelo menos 257 votos favoráveis para efetivar a invalidação do mandato, entretanto, se a CCJ aceitar o recurso protocolado por Braga, o processo de cassação volta para o Conselho de Ética para ser reavaliado. 

Em tempo, Glauber Braga foi acusado pelo partido Novo de ter faltado com decoro parlamentar ao expulsar da Câmara dos Deputados, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro.

O fato é que a atitude de Pollon em não votar com o restante dos deputados federais da direita na CCJ foi criticada, afinal, ele quase beneficiou Glauber Braga, que é um inimigo declarado da família Bolsonaro.

Parecer

O deputado federal Alex Manente leu seu parecer na CCJ e negou provimento ao recurso de Glauber Braga em itens como: Inépcia da representação: segundo o relator, a representação contém as condutas atribuídas a Braga, com indicação precisa de datas, locais, pessoas envolvidas e dinâmica dos episódios. Não haveria, portanto, inépcia;

Manente disse que as normas para a escolha de relator previstas no Código de Ética foram seguidas e que o Supremo Tribunal Federal (STF) já considerou os processos no Conselho de Ética como de natureza política, não cabendo a aplicação do regime de suspeições e impedimentos. 

A respeito do cerceamento de defesa pelo indeferimento do depoimento de quatro testemunhas, de acordo com Alex Manente, essa tese já foi analisada pelo STF e aguarda decisão quanto ao mérito e, portanto, não caberia manifestação por parte da CCJ.

Quanto a outras alegações de Glauber Braga, como a desproporcionalidade da penalidade imposta, a suposta violação da isonomia em relação a casos anteriores e a tese da legítima defesa, o relator disse que não cabia à CCJ essa análise. 

“Todas essas matérias exigem, necessariamente, a reanálise da conduta do parlamentar e da sanção aplicada, ou seja, envolvem juízo de mérito sobre os fatos e provas apreciados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar", explicou o relator.

"Embora o recorrente tente revesti-las da aparência de vícios constitucionais, o que se tem, na verdade, é a tentativa de reabrir discussão sobre a valoração dos elementos probatórios e a motivação da pena, o que escapa aos limites da competência recursal desta comissão”, avaliou Manente. 

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INVESTIGAÇÃO

Testemunha afirma que Neno Razuk foi vítima de 'armação' em investigação do jogo do bicho

Neno Razuk é acusado de chefiar organização criminosa que praticava roubos para assumir o comando dos jogos de azar

24/04/2025 16h00

Deputado Neno Razuk

Deputado Neno Razuk Foto: Luciana Nassar / Alems

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Nesta semana, o processo que acusa o deputado Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL), de chefiar uma organização criminosa que praticava roubos na intenção de assumir o comando do jogo do bicho em Campo Grande, teve novos desdobramentos. Conforme a defesa de Razuk, o acusado foi vítima de uma armação.

A informação foi confirmada após o depoimento de uma testemunha afirmar com riqueza de detalhes, que, mesmo com a investigação, a organização criminosa continua atuando. Essa testemunha alegou que foi membro do grupo criminoso, e ainda foi ameaçado de morte por diversas vezes.

A testemunha identificada como Ricardo, relatou que era responsável pelo recolhe do dinheiro, e no dia 16 de outubro de 2023, se encontrou com os supostos assaltantes, em uma residência no bairro Monte Castelo. Em seguida, o homem recolheu o dinheiro das apostas, aproximadamente R$ 10 mil, e foi abordado pelos falsos assaltantes. Depois, ele voltou na casa para e recebeu parte do dinheiro levado.

Nesse mesmo dia, equipes do Grupo de Apoio a Repressão de Roubos e Assaltos – (Garras), estiveram no local e apreenderam 700 máquinas de jogo do bicho, onde supostamente funcionava o QG do jogo do bicho liderado pelo deputado.

Após o depoimento da testemunha, o delegado responsável pelo caso Fábio Brandalise, da DERF (Delegacia Especializada na Repressão de Roubos e Furtos), descartou que a suposta organização criminosa comandada por Neno Razuk (PL), tivesse praticado roubos na guerra para assumir o comando do jogo do bicho em Campo Grande.

Conforme o delegado, os assaltos foram investigados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) porque aconteceram no mesmo dia, e tiveram como alvo, os responsáveis pelo recolhe de quantias do jogo do bicho.

Além disso, a investigação apontou que o grupo teria planejado os supostos crimes para impor o medo contra o grupo paulista e assumir o comando dos jogos de azar após a falência da família Name com a Operação Omertà, deflagrada pela primeira vez em 29 de setembro de 2019.

ENTENDA

A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, julga deste setembro de 2024, a ação penal de organização criminosa e exploração do jogo do bicho contra o deputado estadual Neno Razuk (PL).

Razuk foi denunciado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na Operação Sucessione. Conforme a ação penal, a suposta organização criminosa estaria usando da violência, inclusive com roubos de malote, para assumir o controle do jogo do bicho em Campo Grande, que ficou sem mandante após a Operação Omertà contra a família Name.

Como tem foro privilegiado, Neno Razuk poderia contar com o apoio dos deputados estaduais para se livrar da denúncia por organização criminosa e exploração do jogo do bicho. Diante disso, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado - (Gaeco) deflagrou duas fases da Operação Sucessione e denunciou Razuk em dezembro de 2023.

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