Política

Improbidade administrativa

Com uma canetada, desembargador suspende 78 ações contra Kayatt

Magistrado critica promotores por perseguição ao conselheiro

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Com uma canetada, o desembargador Amaury da Silva Kuklinski suspendeu 78 de 81 ações por improbidade administrativa contra o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, Flávio Kayatt, ajuizadas pelos promotores de Justiça de Ponta Porã, Gabriel da Costa Rodrigues Alves e Gisleine Dal Bó. As ações trancadas por Kuklinski incriminavam Kayatt de promover contratação temporária de médicos em Ponta Porã, na condição de prefeito, sem o preenchimento de determinados requisitos legais.

Na decisão liminar, Kuklinski fez duras críticas aos promotores de Justiça por perseguição a Kayatt. Para o desembargador, o Ministério Público poderia ter distribuído as ações em uma única operação, englobando todos os médicos temporários que prestaram serviços durante o mandato de prefeito (2005 a 2012).

Mas os promotores de Justiça preferiram individualizar cada ação para dificultar a defesa de Kayatt.
O desembargador observou essa manobra dos promotores de Justiça com intuito de incriminar Kayatt de toda maneira. Para ele, colocar o conselheiro 78 vezes no polo passivo revela “verdadeiro excesso acusatório, prejudicando claramente os princípios do contraditório e da ampla defesa do impetrante [Kayatt]”.

Com 81 ações ajuizadas contra Kayatt, Kuklinski anotou ainda, em sua decisão, a “total despreocupação” dos promotores de Justiça “com os princípios da boa fé processual, do devido processo legal, da celeridade e economia processuais e da paridade de armas”.

Além disso, prosseguiu o desembargador na decisão, os promotores publicaram “notícias jornalísticas em seu sítio eletrônico [do MPE], que revela atitude de perseguição ao impetrante [Kayatt], por meio da formação de uma força-tarefa com o único propósito de degradar a imagem do impetrante, violando o princípio de presunção de inocência”.

O desembargador advertiu que “o poder [do Ministério Público] de acusar não é ilimitado, irrestrito e irresponsável, cabendo ao Poder Judiciário exercer verdadeiro sistema de freios e contrapesos, para não prejudicar o exercício pleno do contraditório”. 

Kuklinski observou, também, o prazo de quinze dias úteis para apresentação da defesa prévia de Kayatt, que “correrá concomitantemente em relação a todos os processos, tornando-se impossível preparar a contento os documentos com o devido cuidado, atenção e seriedade que a situação exige, caracterizando disparidade de armas entre os litigantes”.

Na fundamentação da decisão, o desembargador destacou que os promotores de Justiça tiveram cinco anos desde o término do mandato de Flávio Kayatt, na Prefeitura de Ponta Porã, em 2012, “para ajuizar quaisquer ações visando apurar atos de improbidade, vindo a fazê-lo nos últimos dias próximos ao prazo prescricional das ações”.

A exceção, explicou o magistrado, se fosse “reconhecido o dano ao erário, em razão de sua imprescritibilidade, enquanto o requerido [Kayatt] terá somente quinze dias úteis [comparáveis aos cinco anos] para apresentar defesa nos processos”.

Diante da caracterização de abuso dos promotores de Justiça e perseguição a Kayatt, Kuklinski concedeu medida liminar para evitar risco de decisões conflitantes e contraditórias, além de assegurar o direito de ampla defesa, bem como aos princípios da economia e instrumentalidade das formas.
Mesmo sendo considerado abusivo o número de ações, os promotores podem recorrer da decisão.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

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