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Conselheiro Waldir Neves encaminha aposentadoria do Tribunal de Contas

Conselheiro está afastado desde 2022 do Tribunal por determinação judicial, após ser alvo de investigação por corrupção

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Afastado desde 8 dezembro de 2022 e usando tornozeleira eletrônica por determinação do ministro Francisco Cândido de Melo Falcão Neto, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão da suspeita de participação em uma suposta trama de corrupção dentro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), o conselheiro Waldir Neves encaminhou sua aposentadoria.

O Correio do Estado obteve, com exclusividade, a informação, junto a fontes de dentro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), que o Waldir Neves, que foi deputado estadual em 1991 na Casa de Leis, solicitou, de forma oficial, o pedido de contagem de tempo de serviço para fins de aposentadoria.

Segundo a reportagem apurou, o pedido formal de informações à Assembleia Legislativa foi há cerca de duas semanas e, na semana passada, o conselheiro recebeu a devolutiva, também de forma oficial, explicando que ele cumpre os requisitos necessários para entrar com a solicitação de aposentadoria.

Ou seja, o ex-deputado estadual contribuiu tempo suficiente para o regime de previdência social da Casa de Leis e também já tem a idade necessária para ingressar com o pedido de aposentadoria.

O Correio do Estado ainda foi informado que o conselheiro, de posse das informações oficiais, teria encaminhado para o TCE-MS a solicitação para se aposentar da Corte de Contas, porém, a reportagem não conseguiu confirmar até o fechamento desta matéria.

Caso se confirme a provável aposentadoria de Waldir Neves do cargo de conselheiro, seria aberta uma vaga no TCE-MS, que é composto por sete conselheiros, sendo quatro escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores de contas, outro dentre membros do Ministério Público e um terceiro a sua livre escolha.

Como Waldir Neves faz parte da cota escolhida pela Casa de Leis, com a aposentadoria dele, a vaga dele poderá ser preenchida por votação dos deputados estudais ou pela indicação do governador Eduardo Riedel (PSDB), sendo essa a possibilidade mais possível.

Nesse caso, o nome da vez seria do ex-secretário-executivo do Escritório de Relações Institucionais e Políticas no Distrito Federal, Sérgio de Paula, que no dia 22 de julho comunicou seu desligamento do cargo para se dedicar integralmente ao pleito eleitoral deste ano.

Dessa forma, o PSDB aumentaria seu poder de atuação junto à Corte de Contas, onde já tem os conselheiros Flávio Kayatt e Márcio Monteiro. Além disso, a chegada dele seria no momento em que os tucanos enfrentam uma queda de braço com o atual presidente, conselheiro Jerson Domingos, que é ligado ao MDB.
O motivo foi a divulgação e encaminhamento ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) de uma lista com os nomes dos políticos que tiveram as contas reprovadas em julgamento colegiado da Corte de Contas e, em razão disso, eles podem ficar inelegíveis.

Um dos nomes presentes da lista é do candidato do PSDB a prefeito de Campo Grande, o deputado federal Beto Pereira, o que teria causado revolta na cúpula tucana, que classificou a decisão de Jerson Domingos de política para prejudicar o candidato do tucanato.

CORRUPÇÃO

Na próxima quinta-feira, dia 8 de agosto, completa um ano e oito meses o afastamento dos conselheiros Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves Barbosa, investigados por suposta trama de corrupção, sem que a Corte Especial do STJ tenha analisado as denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (MPF).

No mês passado, o conselheiro Waldir Neves escapou de ser preso durante a “Operação Casa de Ouro” graças a decisão do ministro Francisco Falcão, pois a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do ex-presidente do TCE-MS nesta terceira fase da “Operação Mineração de Ouro”, mas o magistrado negou a medida.

Waldir Neves foi alvo da primeira fase e da segunda fase, denominada “Terceirização de Ouro”, deflagrada em 8 de dezembro de 2022. Em junho, ele teve o pedido de habeas corpus negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para a PF, o ex-presidente da Corte de Contas porque “prosseguiu na atividade criminosa, mesmo após tomar conhecimento das investigações, razão pela qual entende não ser possível a substituição da prisão por outras medidas cautelares”. 

De acordo com a PF e a Receita Federal, a nova ofensiva visa investigar a existência de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro por meio de transações imobiliárias ocultas, bem como movimentações financeiras envolvendo terceiros.

O MPF referendou o pedido de prisão preventiva de Waldir Neves e também de João Nercy Cunha Marques de Souza, ex-servidor comissionado do TCE e ex-assessor do conselheiro. O ministro Francisco Falcão, relator da “Operação Mineração de Ouro”, negou as prisões porque a suspeita é de que a lavagem de dinheiro com imóveis ocorreu antes da ofensiva de 2021.

“Na hipótese em tela, é forçoso reconhecer que os fatos narrados envolvendo o Conselheiro do Tribunal de Contas Waldir Neves Barbosa e seu assessor João Nercy Cunha Marques de Souza ocorreram entre os anos de 2016 e 2018, não havendo, portanto, a contemporaneidade que justifique a aplicação da medida de detenção cautelar”, trouxe a decisão.

A “Operação Casa de Ouro” teve o objetivo de “combater organização criminosa especializada na fraude de certames licitatórios e no desvio de recursos públicos, identificada na ‘Operação Lama Asfáltica’ e nas operações ‘Mineração e Terceirização de Ouro’”, informou na época a Receita Federal, sendo que foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na cidade de Campo Grande.

Saiba

Natural de Miranda (MS), Waldir Neves Barbosa nasceu em 31 de janeiro de 1963 é empresário, produtor rural e bacharel em História e em Direito. Atualmente, é conselheiro vitalício do TCE-MS, mas está afastado por decisão do STJ. Ele foi eleito vereador de Miranda em 1988, deputado estadual em 1991 e deputado federal em 2006. Em 15 de julho de 2009, renunciou ao mandato de deputado federal para assumir o cargo vitalício de conselheiro.

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Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

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Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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