Política

"não tenho conhecimento"

Depoimentos marcados por negativas e respostas lacônicas

Depoimentos marcados por negativas e respostas lacônicas

Redação

12/11/2010 - 04h02
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Os depoimentos dos onze réus denunciados por crimes apurados na Operação Owari, ontem pela manhã, foram marcados por negativas às acusações e respostas lacônicas. "Como era de se esperar, os acusados negaram qualquer envolvimento", contou o procurador de Justiça João Albino Cardoso Filho. Segundo o representante do Ministério Público, a principal resposta dos acusados foi: "não tenho conhecimento".

Questionado se considera ter provas suficientes para conseguir a condenação dos réus, o procurador disse que "primeiro tem de ouvir as testemunhas de acusação".

Os vereadores afastados Humberto Teixeira Júnior (PDT) e Sidlei Alves (DEM) foram transportados de Dourados em viatura da Polícia Militar para prestar depoimento. Eles estão presos, acusados de receber propina para aprovar projetos do Executivo – crimes apurados pela Operação Uragano –, mas também são réus no processo resultante da Operação Owari. Artuzi e a família Uemura teriam contado com a influência deles e do vereador Paulo Henrique Bambu (DEM) para aprovar a lei relativa à concessão dos serviços de saneamento básico, depois de negociar o direcionamento da licitação.

Além dos três vereadores e do prefeito afastado Ari Artuzi, prestaram depoimento o ex-secretário de Saúde, Sandro Barbara, o empresário Sizuo Uemura e seu filho, Eduardo, o então secretário de Governo de Artuzi, Darci Caldo; o ex-assessor especial da
Prefeitura de Dourados, Jorge Antônio Dauzacker da Silva; o ex-diretor de Departamento de
Habitação da cidade, Astúrio Dauzacker da Silva, e o engenheiro da Prefeitura,
Fabiano Furucho. Os depoimentos terminaram por volta das 11h30min.

O advogado de Artuzi, Carlos Marques, acompanhou todas as oitivas. "Como ele é acusado de formação de quadrilha, queria saber o que os outros réus iriam falar. Poderia haver, por exemplo, novas acusações", explicou.

O próximo passo será ouvir as testemunhas de acusação e de defesa. As datas das audiências, segundo o procurador, ainda não foram marcadas. (MM)

Política

Moraes manda PGR e defesa de Bolsonaro se manifestarem sobre laudo de violação da tornozeleira

A PGR deverá se manifestar primeiro, em até cinco dias, e depois os advogados terão o mesmo prazo para enviar ao STF informações que julgarem importantes

18/12/2025 21h00

Ministro do STF, Alexandre de Moraes

Ministro do STF, Alexandre de Moraes Divulgação

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quinta-feira, 18, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestem sobre o laudo da Polícia Federal que atestou a violação da tornozeleira eletrônica dele.

A PGR deverá se manifestar primeiro, em até cinco dias, e depois os advogados terão o mesmo prazo para enviar ao STF informações que julgarem importantes.

O laudo da Polícia Federal apontou "danos significativos" na junção da capa plástica da tornozeleira eletrônica.

"O aspecto físico e as análises realizadas na área danificada sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificado", diz o relatório da PF.

O ex-presidente admitiu que usou um ferro de solda no aparelho. Bolsonaro disse que agiu "por curiosidade". A defesa afirma que ele teve um episódio de "confusão mental" causado por "efeitos colaterais" da interação de remédios. Segundo os advogados, isso levou a "pensamentos persecutórios e distantes da realidade".

O episódio levou Moraes a decretar a prisão preventiva do ex-presidente, posteriormente convertida na execução da pena de 27 anos e 3 meses decorrente da condenação no processo da trama golpista. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Chapadão do Sul

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores por suspeita de fraude e "pacto"

Em decisão liminar, Juiz Silvio Prado acata pedido do vereador Marcel D'Angelis e aponta "robustos indícios" de acordo clandestino, promessa de emprego a suplente e violação do processo democrático

18/12/2025 18h00

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores de Chapadão do Sul

Justiça suspende eleição da mesa diretora de Câmara de Vereadores de Chapadão do Sul Divulgação

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O Juiz Silvio Prado, da 1ª Vara Cível de Chapadão do Sul, deferiu tutela de urgência e suspendeu a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, realizada em 6 de outubro de 2025.

A liminar, proferida em uma ação anulatória movida pelo vereador Marcel D'Angelis Ferreira Silva (PP), foi baseada em "robustos indícios" de esquema que teria fraudado o processo democrático interno.

As acusações, sustentadas por uma gravação audiovisual registrada em Ata Notarial, incluem a combinação prévia de votos, a promessa de um cargo em troca de apoio político, a antecipação inconstitucional do pleito e a criação de um "pacto plurianual" para dividir a presidência da Casa nos anos de 2026, 2027 e 2028.

O juiz advertiu que o descumprimento da suspensão acarretará multa diária, pessoal e solidária de R$ 50.000,00 contra os vereadores réus, além de possível comunicação por ato de improbidade administrativa.

A ação, ajuizada pelo vereador Marcel D'Angelis, alega que a eleição de 6 de outubro foi apenas uma "mera homologação" de um acordo selado em uma reunião privada ocorrida quase um mês antes, em 10 de setembro de 2025.

Uma gravação dessa reunião, cuja transcrição consta nos autos, revelou diálogos que, segundo o juiz, "evidenciam práticas absolutamente incompatíveis com o regime constitucional".

A eleição pública teria se tornado um "teatro institucional", como descreveu o magistrado, para formalizar um resultado já definido em segredo.

Uma das falas transcritas na ata notarial é categórica: "A sessão do dia 06 é só para confirmar. Não tem surpresa". Para o juiz, isso representa um "claro abuso institucional" e uma fraude procedimental.

A gravação revela um suposto acordo para garantir o voto de uma vereadora suplente. Em troca do apoio, ela teria recebido a garantia de um emprego por três anos.

A transcrição é explícita: "A Inês vai votar com a gente... mas ela pediu garantia de emprego por três anos. Já acertamos isso."

O juiz classificou a afirmação como uma "aparente compra ilícita de apoio político", que viola a moralidade administrativa e configura abuso de poder.

 

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