Os depoimentos dos onze réus denunciados por crimes apurados na Operação Owari, ontem pela manhã, foram marcados por negativas às acusações e respostas lacônicas. "Como era de se esperar, os acusados negaram qualquer envolvimento", contou o procurador de Justiça João Albino Cardoso Filho. Segundo o representante do Ministério Público, a principal resposta dos acusados foi: "não tenho conhecimento".
Questionado se considera ter provas suficientes para conseguir a condenação dos réus, o procurador disse que "primeiro tem de ouvir as testemunhas de acusação".
Os vereadores afastados Humberto Teixeira Júnior (PDT) e Sidlei Alves (DEM) foram transportados de Dourados em viatura da Polícia Militar para prestar depoimento. Eles estão presos, acusados de receber propina para aprovar projetos do Executivo – crimes apurados pela Operação Uragano –, mas também são réus no processo resultante da Operação Owari. Artuzi e a família Uemura teriam contado com a influência deles e do vereador Paulo Henrique Bambu (DEM) para aprovar a lei relativa à concessão dos serviços de saneamento básico, depois de negociar o direcionamento da licitação.
Além dos três vereadores e do prefeito afastado Ari Artuzi, prestaram depoimento o ex-secretário de Saúde, Sandro Barbara, o empresário Sizuo Uemura e seu filho, Eduardo, o então secretário de Governo de Artuzi, Darci Caldo; o ex-assessor especial da
Prefeitura de Dourados, Jorge Antônio Dauzacker da Silva; o ex-diretor de Departamento de
Habitação da cidade, Astúrio Dauzacker da Silva, e o engenheiro da Prefeitura,
Fabiano Furucho. Os depoimentos terminaram por volta das 11h30min.
O advogado de Artuzi, Carlos Marques, acompanhou todas as oitivas. "Como ele é acusado de formação de quadrilha, queria saber o que os outros réus iriam falar. Poderia haver, por exemplo, novas acusações", explicou.
O próximo passo será ouvir as testemunhas de acusação e de defesa. As datas das audiências, segundo o procurador, ainda não foram marcadas. (MM)


