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Deputadas são 15% dos parlamentares nas Assembleias

Deputadas são 15% dos parlamentares nas Assembleias

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Ainda que esta legislatura seja a de maior participação feminina nas Assembleias Legislativas, a proporção de deputadas estaduais ainda está longe de alcançar a representatividade do eleitorado brasileiro (52,6% mulheres e 47,3% homens, segundo dados da Justiça Eleitoral referente ao mês de junho). De cada 100 parlamentares estaduais brasileiros, somente 15 são deputadas - em 2014 o porcentual era de 11%. Dos 1.060 eleitos em 2018 para os legislativos nos Estados, apenas 163 são do sexo feminino. 

O Estado que reúne a maior proporção de deputadas é o Amapá. Ainda assim, elas são 1/3 do total de representantes no Legislativo estadual - em 2014, o Estado manteve o porcentual de 33% de mulheres deputadas, o maior do País. Este ano, são 8 deputadas de um total de 24. No Amapá, 51% dos eleitores são do sexo feminino.

Roraima elegeu 7 deputadas este ano, de um total de 24 vagas (29%) - a proporção de eleitoras no Estado também é de 51%. Os dois Estados ajudam a fazer da região Norte a mais feminina nas Assembleias: das 185 vagas de deputados estaduais, 37 são ocupadas por mulheres (ver mapa ao lado). 

Já a região Centro-Oeste é a que concentra a menor participação feminina nas Assembleias. São sete deputadas estaduais entre 113 possíveis (6%) - no eleitorado elas são 52%. Mato Grosso do Sul, por exemplo, não tem mulheres entre os 24 deputados estaduais. No estado vizinho, Mato Grosso, uma deputada divide espaço com 23 parlamentares homens. 

Para a pesquisadora Flávia Biroli, professora da Universidade de Brasília e presidente da Associação Brasileira de Ciência Política, a baixa representação feminina nos legislativos estaduais, bem como na política em geral, é um reflexo da dinâmica social. "É uma das muitas dinâmicas sociais em que a reprodução das hierarquias vai sendo justificada pelas posições, experiências e interesses dos que hoje estão em vantagem nessas mesmas hierarquias." 

Hoje a legislação eleitoral determina que os partidos devem reservar um porcentual mínimo de 30% das candidaturas ao Legislativo para mulheres - e o mesmo porcentual dos recursos para as candidatas. A definição de uma cota mínima para as candidatas contribuiu, segundo especialistas, para que elas protagonizassem o maior número de "candidaturas laranjas" nas últimas eleições. 

No Congresso Nacional, líderes trabalham com a possibilidade de reduzir de 30% para até 10% o porcentual o mínimo de candidatas mulheres a cargos no Legislativo. Também discutem um abrandamento das punições para legendas que não seguirem as regras. A deputada Edna Auzier (PSD), do Amapá, afirma que é preciso haver mais fiscalização para evitar fraudes como o uso de "laranjas". "As punições precisam ser severas", defende. Catarina Guerra (Solidariedade), deputada de Roraima, acredita que também cabe às parlamentares incentivar outras mulheres a entrar na política. "A gente pode mostrar que é possível chegar aqui e desempenhar um bom papel, impondo respeito", afirma. 

Cadeiras. Outras deputadas propõem que, em vez de impor um porcentual mínimo de candidaturas reservadas às mulheres, esta dinâmica seja aplicada nas cadeiras ocupadas. Ou seja, que haja cota feminina entre os eleitos. É o que defende Janaína Riva (MDB), a única deputada de seu Estado, Mato Grosso. "Há falta de novas lideranças mulheres", disse. 

A deputada de São Paulo Janaina Paschoal (PSL) concorda. Para ela, o crescimento do número de mulheres depende mais delas do que dos homens. "Ninguém cede o próprio espaço a ninguém", disse Apesar de ter sido a deputada mais votada do País nas eleições de 2018, com mais de 2 milhões de votos, Janaina Paschoal é uma das 18 parlamentares eleitas este ano, de um total de 94 representantes da Assembleia paulista. Ainda assim, São Paulo tem a maior representação feminina entre os quatro Estados do Sudeste - a média de participação da região é de 16%. 

Mais jovem. A deputada estadual mais jovem do País eleita na disputa de 2018, Cibele Moura (PSDB), de 22 anos, defende que, para além da definição das cotas, o crescimento da participação feminina na política passa por uma mudança nos costumes.

"A gente tem que disseminar que a política é, sim, lugar para mulher, para dona de casa, para a mulher que não se sente representada por quem está lá. E isso tem que ser de dentro para fora", afirmou a parlamentar, que é estudante de Direito. 

Ela é uma das cinco mulheres a ocupar cadeira na Assembleia de Alagoas - Estado em que o porcentual de deputadas eleitas este ano foi de 18%. No Nordeste, a média de deputadas eleitas este ano é a mesma do País: 15%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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