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Deputado apela ao MPF para reduzir pedágio da BR-163

Mesmo descumprindo contrato que previa duplicação integral do trecho concedido, a CCR MSVia conseguiu o aumento junto à ANTT, considerado injusto

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Após a Concessionária CCR MSVia – detentora da concessão de trecho da BR-163 em Mato Grosso do Sul – conseguir reajuste de 16,82% na tarifa de pedágio da BR-163, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) entregou denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), para tentar revogar decisão que ele alega ser sem fundamento.

À Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que aprovou o reajuste tarifário por meio da Deliberação ANTT nº 249/2023, o deputado pediu, no dia 28 de agosto, a anulação do aumento, justificando a inadequação do caso. 

Entre os problemas que envolvem o contrato da CCR e as permissividades da ANTT incluem-se: 

  • renúncia das garantias milionárias, previstas no contrato, por parte da Agência em favor da concessionária; 
  • isenção de penalidades; 
  • a desobrigação de a CCR cumprir o Plano de Investimentos, principalmente no que se refere à não duplicação de boa parte do trecho concedido; 
  • pagamento de indenização em favor da concessionária, entre outros.  

Após a solicitação de revisão do caso, a ANTT, que tinha pedido prazo até segunda-feira (4) para conversar com a CCR e avaliar a possibilidade de redução, não deu uma resposta positiva. 

Diante da negativa, o deputado explica que decidiu recorrer ao MPF, para que seja apurada a execução do contrato, bem como “os motivos pelos quais, apesar de todo o ocorrido”, ter sido permitida “a cobrança de pedágio em desfavor dos usuários”.

Deputado Pedro Pedrossian Neto - Foto: Marcelo Victor 

“Nós protocolamos uma denúncia e esperamos conseguir a tutela de urgência para a suspensão dos 16,8%. Esse contrato de concessão está absolutamente desequilibrado”, disse o deputado à reportagem. 

Segundo ele, a concessionária deveria ter feito uma série de investimentos, os quais não foram efetivados. 

“Dos 800 quilômetros de duplicação, ela fez apenas 150 e, além de da da ANTT não ter feito a aplicação das penalidades, as sanções previstas em contrato e ter liberado as garantias, não ter executado as garantias em favor da União e uma série de ilegalidades, havia também uma questão de redução do valor do pedágio no valor de 53% caso eles não fizessem os investimentos”, destaca Pedrossian. 

Mediante a iminente possibilidade da redução, a CCR conseguiu, junto à ANTT, a suspensão dessa redução de 53%, até que fosse julgado um pedido de reequilíbrio contratual, o que foi concedido por meio de uma câmara arbitral.

“Se está suspensa a redução dos 53% para baixo, então que se trate da mesma forma quando for majorado. Então, esses 17% deveriam estar suspensos também até que termine
processo de análise do reequilíbrio”, justifica o deputado. 

Com relação ao papel do MPF, o deputado alega que o órgão tem condição de, por meio de seu poder investigativo, modificar tal situação considerada injusta, principalmente para a população. 

“Se o Ministério Público acatar e aceitar a nossa denúncia, pode virar uma ação para reduzir esses 17% sim”, enfatizou. 

O deputado reforça, na peça entregue ao Ministério Público Federal, o principal ponto de descumprimento contratual por parte da CCR, que é a não duplicação integral do trecho concedido. 

Em resumo, o pedido do deputado Pedrossian Neto é para que, a partir da análise dos documentos apresentados, seja instaurado inquérito civil, para investigação das condutas tanto da ANTT, quanto da CCR. 

Relembre 

Apesar da reação negativa tanto de deputados estaduais quanto de senadores e deputados federais, os novos valores do pedágio nas nove praças de cobrança da BR-163 em MS começaram a ser cobrados no dia 18 de agosto. 

O reajuste, anunciado pela ANTT é quatro vezes maior que o IPCA dos últimos 12 meses, que está em 3,99%. A agência autorizou que a CCR MS Via aplicasse também o IPCA do ano anterior, de 11,89%, apesar da assinatura de um termo aditivo em 2021 que previa o congelamento da tarifa. 

Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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