Política

POSICIONAMENTO

Deputados de MS votam contra aceleração para tornar pedofilia crime hediondo

Vander Loubet (PT) e Rose Modesto (União Brasil) não votaram por problemas técnicos

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Em votação para decidir sobre a aceleração na tramitação do projeto de lei que pretende classificar a pedofilia como crime hediondo, cinco dos oito parlamentares federais que representam Mato Grosso do Sul na Câmara dos Deputados votaram contra a inversão da pauta proposta pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Dessa forma, foram contrários a dar celeridade na apreciação e votação do PL 1176, que tramita na Casa de Leis desde 2015, os deputados Beto Pereira (PSDB), Dagoberto Nogueira (PSDB), Luiz Ovando (PP), Loester Trutis (PL) e Tereza Cristina (PP).

Apenas o deputado Fábio Trad (PSD) votou a favor da aceleração do projeto. Vander Loubet (PT) e Rose Modesto (União Brasil) não votaram por problemas técnicos.

Ao Correio do Estado, Rose explicou que participou da sessão parlamentar remotamente e teve dificuldade de abrir o aplicativo de votação. Entretanto, a deputada esclareceu que é favorável a acelerar a tramitação do projeto.

“Sou favorável ao projeto e é uma das minhas bandeiras de vida: combater a violência contra a criança, principalmente o abuso sexual. Votarei favorável a matéria assim que for pautado.”, afirmou.

Quem também teve dificuldades com o aplicativo de votação na hora de registrar seu posicionamento foi o deputado Vander Loubet (PT), que votaria a favor da aceleração já que a sugestão partiu justamente da bancada do seu partido.

“Ontem tentei votar favorável ao requerimento de urgência para apreciação, que é de autoria justamente da bancada do PT, a minha bancada. Infelizmente, no momento da votação, tive um problema técnico na sessão que estava aberta no meu celular e não consegui votar”, afirmou.

Assim como Rose, o deputado ainda esclareceu que quando o projeto for finalmente pautado, ele votará a favor da aprovação da lei.

Por sua vez, Fábio Trad, único de MS a votar favoravelmente, disse que ficou surpreso com o posicionamento dos demais parlamentares e acredita que a matéria deveria ter mais atenção e importância por parte deles.

“Achava que para eles a matéria fosse mais importante que a questão envolvendo o Bolsonaro na campanha."

O parlamentar ainda lembrou que há muitos projetos nesta mesma linha tramitando na Casa de Leis e, por isso, não vê razão para que a votação não seja acelerada.

“Não vi nenhuma razão para deixar para outra oportunidade a votação da matéria já que é patente na sociedade a ojeriza a este tipo de crime”, pontuou

Em nota, o deputado Luiz Ovando (PP), afirmou que votou contra mudar a ordem da votação da pauta porque havia um acordo para votar outros projetos, inclusive um que iria caducar se não fosse analisado. 

"Obviamente não podemos ser contra um projeto que faz parte das nossas bandeiras, fomos contra apenas  a inversão da pauta. Assim que o mérito deste Projeto de Lei voltar a Plenário, obviamente, seremos favoráveis", afirmou.

ENTENDA

De acordo com informações do Congresso em Foco, a inversão da pauta para priorizar a votação do PL 1776/15 foi proposta pela bancada do PT, já que a proposta está parada na Casa de Leis há sete anos e está em pauta desde maio.

A proposta foi rejeitada por 224 deputadas, sendo aprovada por 135 deles. Assim, a sessão foi encerrada sem que o projeto fosse apreciado.

Matéria editada às 19h12 para acréscimo de informações.

Matéria editada às 11h53 para correção de informações.

Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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