Política

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Deputados governistas temem formar "grupo da morte" para as eleições 2026

Governo defende três chapas para disputar as 24 cadeiras da Casa de Leis, enquanto os parlamentares querem quatro chapas

Continue lendo...

Os deputados estaduais que integram a ala governista na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) já estão preocupados com a disputa pelas 24 cadeiras da Casa de Leis nas eleições gerais do próximo ano.

O Correio do Estado apurou que o grupo de deputados estaduais dos partidos aliados ao governador Eduardo Riedel (PSDB) e ao ex-governador Reinaldo Azambuja temem formar, em termos futebolísticos, um “grupo da morte”.

Ou seja, criar três chapas partidárias com vários nomes fortes, o que, em função da qualidade dos integrantes, tornará a disputa eleitoral muito mais difícil e acirrada, fazendo com que candidatos bons de votos fiquem de fora dos eleitos para a Assembleia Legislativa.

Na reunião realizada ontem na Casa de Leis, os deputados estaduais do PSDB, PL, PP, Podemos, PSD, União Brasil e MDB demonstraram esse temor e pretendem levar ao governador e ao ex-governador uma proposta de formar quatro chapas partidárias, acreditando que, dessa forma, as chances de os integrantes serem reeleitos deve aumentar.

CONTRÁRIO

O deputado estadual Marcio Fernandes (MDB), que participou da reunião com os demais colegas de Assembleia Legislativa, disse ao Correio do Estado que discorda da proposta, mas confirmou que a maioria defende quatro chapas.

“Eu penso que três chapas seriam muito melhores para eleger um número maior de deputados estaduais porque vão aumentar as votações de todos, em razão do número de candidatos. Em 2022, tivemos 388 candidatos a deputado estadual e, para 2026, com três chapas dos governistas, teremos 75 candidatos [25 para cada chapa]”, explicou.

Marcio Fernandes completou que o coeficiente vai continuar o mesmo, porém, com algo em torno de 271 candidatos a deputado estadual no total.

“Isso é matemática e, pela lógica, partido que fez cinco deputados estaduais poderá fazer oito, enquanto legendas que fizeram seis poderão fazer nove”, calculou.

Ele ainda reforçou que, no seu caso, vai para o partido que o governador Riedel e o ex-governador Azambuja pedirem, deixando claro que não deve continuar no MDB para as próximas eleições. 

“Quem teme perder, já está derrotado. Por isso, se Riedel e Azambuja pedirem, vou disputar em qualquer chapa, sem problemas. Pretendo seguir a orientação deles”, assegurou o parlamentar.

PREMATURO

Ao Correio do Estado, o ex-governador Reinaldo Azambuja declarou que o assunto ainda está muito prematuro, porque não se sabe como vão ficar as composições de partidos e nem quem estará na coligação com ele e com Riedel na campanha de 2026.

“Então, penso que seja uma discussão prematura, pois nós vamos ter de primeiro definir quais os partidos que vão compor a coligação com a gente para depois discutir as chapas. Acredito que, quanto mais chapas, em vez de aumentar, diminuem as possibilidades de reeleição para os nossos deputados estaduais”, declarou.

Azambuja citou como grande exemplo a eleição passada, em que candidatos com 17 mil, 18 mil e 24 mil votos ficaram de fora porque eram de legendas que não tinham capacidade de eleger mais do que um parlamentar, enquanto o PSDB elegeu a deputada estadual Lia Nogueira com 15.200 votos.

“A pulverização pode ser, em vez de benéfica, prejudicial a quem vai disputar um cargo eletivo. Entretanto, essa é uma discussão que vai se dar em um momento oportuno, após a data de filiação dos possíveis candidatos, em abril do ano que vem, para ver qual composição de chapa majoritária e proporcional vai ser feita”, concluiu.

Assine o Correio do Estado

Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

Continue Lendo...

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

Continue Lendo...

O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).