Política

lados opostos

Disputa entre governo Lula e direita racha PSDB de MS na Câmara dos Deputados

Nas duas últimas pautas polêmicas na Casa, Beto votou com os bolsonaristas, enquanto Geraldo e Dagoberto acompanharam o PT

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As duas últimas pautas polêmicas na Câmara dos Deputados – o requerimento de urgência ao projeto de lei que propõe anistia os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e o protocolo que pede a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – tornaram público um racha dentro da bancada do PSDB de Mato Grosso do Sul na Casa de Leis.

Nas duas pautas, o deputado federal Beto Pereira (PSDB) votou com os colegas bolsonaristas Dr. Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL), enquanto os deputados federais Geraldo Resende (PSDB) e Dagoberto Nogueira (PSDB) acompanharam os parlamentares da esquerda Camila Jara (PT) e Vander Loubet (PT), em uma clara divergência ideológica entre os três tucanos, que também revelou uma divisão na bancada federal do Estado na Câmara dos Deputados.

O fato também expõe ao público o tamanho da fratura dentro do ninho tucano em Mato Grosso do Sul, que dificilmente será sanada com a fusão encaminhada pelas lideranças nacionais do partido com o Podemos para evitar o desaparecimento da legenda em decorrência da cláusula de barreira criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE),

Na prática, a divisão entre os deputados federais do PSDB do Estado na hora de se posicionar com relação às pautas políticas mais polêmicas em nível nacional revelam o caminho que os três deverão escolher percorrer depois da oficialização da fusão.

Desde as eleições municipais do ano passado em Campo Grande, Beto Pereira ficou mais próximo dos parlamentares bolsonaristas, tendo, inclusive, recebido apoio do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) como candidato a prefeito da Capital, enquanto os colegas Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira faziam cara de paisagem, demonstrando publicamente o descontentamento.

Com o fim das eleições municipais e o início do penúltimo ano da atual legislatura da Câmara dos Deputados, os três resolveram seguir suas próprias ideologias, ignorando, em parte, as recomendações do ninho tucano.

NOVO LAR

A possibilidade real de o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, trocar de legenda para assumir a presidência do PL em Mato Grosso do Sul e, dessa forma, disputar uma das duas cadeiras ao Senado em 2026 pode provocar uma “revoada” do ninho tucano, tendo como um dos participantes o deputado federal Beto Pereira.

Nesse cenário, continuariam na fusão do PSDB com o Podemos os deputados federais Geraldo Resende e Dagoberto Nogueira, que sempre foram mais próximos das ideologias de esquerda do que das de direita.
Sobre a assinatura para a abertura da CPI do INSS, Beto Pereira disse que sua motivação foi o escândalo nacional de desvio de recursos dos aposentados. 

“Há um desvio preocupante de recursos financeiros dos segurados do INSS. A gravidade dessa denúncia evidencia a necessidade urgente de uma investigação”, explicou.

A respeito da pauta do requerimento de urgência sobre o PL da Anistia, o parlamentar disse ao Correio do Estado que não recebeu nenhuma orientação da executiva nacional do PSDB para não assinar ou mesmo para retirar a assinatura, portanto, seguiu sua consciência nessa questão, ou seja, pela libertação dos bolsonaristas.

SAIBA

Os deputados federais do PSDB na Câmara dos Deputados fazem parte da Federação PSDB – Cidadania, que tem como líder Adolfo Viana (PSDB-BA) e é composta por 17 parlamentares, sendo 4 do Cidadania e 13 do PSDB. Além dos três de Mato Grosso do Sul, quatro são de São Paulo, três do Rio Grande do Sul, dois de Minas Gerais e os outros cinco de Santa Catarina, Goiás, Bahia, Paraná e Amazonas.

INVESTIGAÇÃO

Beto assina o pedido para prorrogação da CPMI do INSS por mais quatro meses

A comissão termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas poderá chegar até julho com a possibilidade de alongamento

20/12/2025 08h20

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS Waldemir Barreto/Agência Senado

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Em razão da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira e que resultou nas prisões de Romeu Antunes – filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS – e de Éric Fidelis – filho do ex-diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) André Fidelis –, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve ser prorrogada por mais 120 dias.

A informação é do deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB), membro titular da CPMI do INSS, que assinou, na quinta-feira, o pedido de alongamento dos trabalhos, em função dos desdobramentos dos últimos dias.

“Assinei o pedido proposto pelo deputado federal Marcel van Hattem [Novo-RS] e acredito que a CPMI do INSS será prorrogada por mais 120 dias”, declarou.

O parlamentar explicou ao Correio do Estado que os novos fatos têm de ser fiscalizados pela Câmara dos Deputados e o Senado.

“Essa ação é necessária para que possamos desvendar e entregar à população o fim dos descontos aos aposentados e pensionistas de uma vez por todas”, pontuou.

Beto Pereira ainda apresentou o paradoxo de que o cidadão comum para aposentar enfrenta uma burocracia sem tamanho e para as empresas poderem aplicar descontos há uma facilidade sem precedentes. 

“Para aposentar é tão difícil, pois o trabalhador tem de apresentar tantos documentos, entretanto, para descontar é tão fácil, não precisa nem enfrentar nenhuma fila”, ironizou.

ASSINATURAS

A oposição ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já conseguiu obter o número mínimo de assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPMI do INSS. Foram obtidas, até esta sexta-feira, as assinaturas de 175 deputados federais e 29 senadores.

Segundo o deputado Marcel van Hattem, não houve assinatura de petistas dessa vez. “Em menos de 24 horas conseguimos obter todas as assinaturas”, disse o parlamentar pelas redes sociais.

“Protocolamos esse requerimento ainda nesta sexta-feira, para que nós possamos submeter à leitura do presidente do Congresso Nacional para que os trabalhos não parem”, declarou.

A CPMI do INSS termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas, com a possibilidade de prorrogação, ela poderia se estender até julho do próximo ano.

A operação da PF mirando o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e as revelações ligando Fábio Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, ao esquema de roubo de aposentadorias deram um novo fôlego ao colegiado. Tanto que o relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), pediu a convocação de Lulinha.

Durante a operação de quinta-feira, foram presos o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, o ex-chefe de gabinete de Weverton Rocha Romeu Carvalho Antunes, o filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.

Como mostramos, a CPMI do INSS apontava o senador Weverton Rocha como um dos chamados “peixes grandes” no esquema.

O outro nome na mira da comissão é o do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). Sobre Weverton, a esperança da CPMI era de que a PF pudesse desdobrar eventuais relações dele com o empresário Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor do senador.

Ele é apontado não somente como homem de confiança de Rocha, mas como quem teria assinado um documento que dava amplos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela PF como o “carregador de mala” do Careca do INSS.

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Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

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