Política

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

"É intolerância, preconceito e ódio; não é ironia", diz Passos

Procurador-geral de Justiça rebateu comentário de acusado por crime de ódio no Estado

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O primeiro acusado de crime de ódio na Justiça do Estado, Rafael Brandão Scaquetti Tavares, 34 anos, continua usando as redes sociais para criticar eleitores que vão contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e agora também para se defender da denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS). Assim como em sua defesa na ação, ele reafirma que, no comentário feito em 2018 sobre a possibilidade de fazer uma “limpeza étnica” após a vitória do então candidato do PSL à presidência, estava sendo irônico. 

Defendendo a denúncia do promotor Eduardo Franco Cândia e a instituição que representa o procurador-geral do Ministério Público, Paulo Passos declarou que não existe problema em ser irônico, mas que ironia não tem relação com preconceito, ódio, desrespeito e intolerância.

“Essa promotoria de Direitos Humanos cuida, entre um dos pontos do crime de ódio, de combater preconceito e intolerância. Na minha visão como ser humano, é preciso um pouco mais de respeito. Posso criticar, mas tem que ser feito com respeito”, disse Passos.

Nos comentários feitos em 2018 durante a campanha eleitoral, Rafael diz : “Não vejo a hora do Bolsonaro vencer as eleições e eu comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques. Ontem nas ruas de todo o País vi muitas famílias, mulheres e crianças destilando seus ódios pela rua, todos sedentos por apenas um pedacinho de caibro pra começar a limpeza étnica que tanto sonhamos”.

Em outro momento, ele ainda afirma já estar em um grupo para perseguir pessoas. “Já montamos um grupo no WhatsApp e vamos perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios e não vai sobrar ninguém. Estou até pensando em deixar meu bigode igual do Hitler. Seu candidato coroné não vai marcar dois dígitos nas urnas, vc já pensou no seu textão do Face pra justificar seu apoio aos corruptos no segundo turno? [sic]”.

Com o teor do comentário, o procurador-geral não concorda com a defesa do acusado de que estaria sendo irônico apenas. “As pessoas podem fazer crítica irônica desde que não veiculem ódio, intolerância. A fala dele e de tantas outras pessoas pelo Brasil afora é de intolerância, preconceito, ódio. Não é ironia. Falando que vai matar”.

Rafael usou o Twitter para criticar o ato do Ministério Público e postou parte do documento da denúncia em que o promotor destaca a falta de uma risada ou de um emoticon ou qualquer elemento que pudesse identificar a intenção de a publicação ser irônica. Em parte do texto que foi divulgado e posteriormente apagado, o eleitor do PSL pontua sobre “um procurador de Justiça que depende de emojis. O analfabetismo funcional mandou um abraço”. 

O procurador-geral destacou que a fala dele pode ser avaliada e que o MP não deve se omitir com as denúncias que chegam. “Os promotores, parlamentares e magistrados têm limites; todos têm limites, que é a lei. Não pode propagar intolerância contra negro, índio. A pessoa atrás do computador tem que entender que a internet não é terra sem lei. O Brasil não é terra sem lei. Se isso chega ao nosso conhecimento, temos que tomar providência. O MPE não pode se omitir”, reforçou Passos, que ainda disse que ele pode responder na Justiça por comentários feitos à instituição. 

“A partir do momento que há ofensa à pessoa [promotor] e à instituição que ultrapassa o limite da crítica, [o fato] pode se enquadrar em infração penal. O que as pessoas têm que entender é que a opinião é legítima, mas não pode existir o ódio, o desrespeito. Entender que a democracia existe no limite da lei”.

Rafael é réu por crime resultante de preconceito de raça ou de cor. O empresário foi ouvido em 12 de dezembro do ano passado pela Polícia Civil, negando pertencer a grupos racistas ou extremistas. E justificou o tom irônico de seu texto, alegando o uso da hashtag contrária a seu candidato.

Política

Avaliações positiva e negativa do STF crescem e mostram divisão da percepção da população

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano; percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%

19/12/2025 22h00

Supremo Tribunal Federal (STF)

Supremo Tribunal Federal (STF) Crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra que cresceram as avaliações positivas e negativas sobre o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrando uma divisão da percepção da população brasileira sobre a atuação da Corte.

O porcentual de brasileiros que avaliam positivamente o trabalho do STF subiu de 23% para 33% entre julho e dezembro deste ano. No mesmo período, a percepção negativa, que segue predominante, avançou de 32% para 36%. Já a avaliação regular recuou de 34% para 24%.

No intervalo entre os dois levantamentos, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Entre as duas edições da pesquisa, também houve mudança no comando da Corte. O ministro Edson Fachin assumiu a presidência do tribunal e o ministro Luís Roberto Barroso se aposentou. Fachin adota um perfil mais discreto e defende a chamada "autocontenção" do Judiciário, em contraste com o antecessor, que sustentava que o Supremo deveria exercer um "papel iluminista" e atuar de forma mais protagonista na definição de direitos.

No mesmo período, o secretário de Estado do governo Donald Trump, Marco Rubio, revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares, além de outros sete integrantes do STF. O governo dos Estados Unidos também aplicou sanções a Moraes com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir violadores graves de direitos humanos. Foi a primeira vez que uma autoridade de um país democrático foi alvo das medidas previstas na legislação. Neste mês, o presidente Donald Trump retirou o nome do ministro da lista de sancionados.

Outros poderes

A pesquisa também avaliou os demais Poderes. No Legislativo, a percepção varia conforme a Casa. No Senado Federal, a maior parcela dos entrevistados (34%) classifica o desempenho como regular, porcentual que empata, dentro da margem de erro (2 p p), com a avaliação negativa, de 33%. A avaliação positiva soma 22%, enquanto 11% não souberam ou não quiseram responder.

Na Câmara dos Deputados, a avaliação negativa predomina: 36% consideram o trabalho ruim ou péssimo. A percepção, porém, está tecnicamente empatada com a avaliação regular, que alcança 35%. A avaliação positiva é de 20%, e 9% não responderam.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas presenciais entre os dias 11 e 14 de dezembro de 2025. O levantamento tem nível de confiança de 95% e margem de erro de dois pontos porcentuais. Os entrevistados puderam classificar cada Poder como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo, com os resultados consolidados nas categorias positiva, regular e negativa.

Governo Lula

Em relação ao Executivo federal, 38% dos brasileiros avaliam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz um trabalho ruim ou péssimo. Outros 34% consideram a gestão boa ou ótima, enquanto 25% a classificam como regular. Já 3% não souberam ou não responderam.

Política

Ministro do Paraguai fala em disposição construtiva para avançar em acordo Mercosul-UE efetivo

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

19/12/2025 21h00

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais

Segundo Rubén Ramírez Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais Foto: Divulgação

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, reafirmou a "disposição construtiva" para avançar na concretização efetiva do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), durante a 67ª reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do Mercosul, órgão decisório de nível ministerial do bloco, nesta sexta-feira, 19, segundo nota do Ministério de Relações Exteriores do país.

"Em particular, o Paraguai confia que os mecanismos de salvaguarda serão abordados e aplicados de maneira compatível com respeito ao negociado e acordado, e também de acordo com as normas multilaterais preservando o equilíbrio de direitos e obrigações das partes", disse Lezcano.

O chanceler também afirmou que "o Paraguai acredita e aposta em um Mercosul que funcione para todos, capaz de traduzir seus princípios em resultados concretos e de responder com pragmatismo e visão aos desafios estruturais que ainda persistem" na região.

Segundo Lezcano, um dos desafios centrais para o Paraguai é a superação das assimetrias estruturais entre os Estados Parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente em 2024, Bolívia). "Não se trata de uma noção abstrata, mas de uma realidade econômica e geográfica que limita nosso desenvolvimento e condiciona nossa competitividade", disse, frisando que a condição mediterrânea do país impõe custos adicionais que encarecem as exportações e restringem a participação nas cadeias regionais de valor.

A reunião do CMC, em Foz do Iguaçu, nesta sexta-feira, foi majoritariamente fechada à imprensa.

No sábado, 20, o Brasil deve passar o bastão da Presidência Pro Tempore do bloco ao Paraguai, durante a 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, também em Foz do Iguaçu. 

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