As prévias do PSDB para a escolha do candidato à Presidência da República terão mais um capítulo na próxima semana.
Depois do governador de São Paulo, João Doria, será a vez de Eduardo Leite desembarcar em Mato Grosso do Sul para pedir votos dos tucanos nas prévias marcadas para 21 de novembro.
Por enquanto, os pré-candidatos do PSDB à Presidência da República são João Doria, Eduardo Leite, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e o senador cearense Tasso Jereissati.
Nos bastidores, há a expectativa de que os dois últimos renunciem em favor de Leite, que deve polarizar a disputa com Doria.
Em julho último, Doria esteve em Mato Grosso do Sul para pedir votos para os tucanos locais. O Estado terá um peso grande nas prévias, pois Reinaldo Azambuja é o único dos três governadores do partido que não é pré-candidato a presidente, e seu voto pode ser o fiel da balança.
Além disso, o partido no Estado conta com 35 prefeitos, 15 vice-prefeitos, três deputados federais, cinco deputados estaduais e 234 vereadores.
Tratamento igual
O diretório regional do PSDB adiantou que o tratamento reservado a Eduardo Leite será exatamente o mesmo dispensado a João Doria há pouco mais de um mês.
O governador gaúcho dará uma entrevista coletiva na sexta-feira (10), e no sábado (11) se encontrará com lideranças tucanas de Mato Grosso do Sul pela manhã.
“Nós vamos receber todos os pré-candidatos em um único formato. Não podemos diferenciar a importância e o peso político de cada um deles. Este é o nosso compromisso selado desde a visita do governador João Doria. O tratamento será equivalente, sem mais, sem menos”, destaca o presidente regional do PSDB, Sérgio de Paula.
Em sua avaliação, De Paula considera as prévias do PSDB um momento histórico, e reforça que dentro do seu partido o sentimento democrático é cada vez mais forte, uma vez que o quadro político nacional hoje inspira muita preocupação com a tensão institucional entre os poderes.
“Estamos vivendo tempos difíceis e precisamos sempre reforçar o apoio à ordem democrática em todos os níveis. A iniciativa do PSDB é a mais clara manifestação desse sentimento, e espero que a sociedade compreenda a sua importância pelo bem do nosso País”, pondera.
Poderão votar, em novembro, filiados (grupo um); prefeitos e vice-prefeitos (grupo dois); vereadores e deputados estaduais (grupo três); e deputados federais, senadores, governadores, vice-governadores, presidente e ex-presidentes da executiva nacional (grupo quatro).
TERCEIRA VIA
O PSDB, em nível nacional, tenta viabilizar uma terceira via para a disputa presidencial no próximo ano. Fora de Mato Grosso do Sul, a realidade dos tucanos é bem diferente da vista no Estado.
Por aqui, Reinaldo Azambuja faz uma administração pragmática e mantém uma relação cordial com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).
O governo de Azambuja também é marcado com pleno diálogo com partidos da esquerda e com espaços no governo para políticas públicas para as minorias e os mais desfavorecidos.
Não é o que se vê em São Paulo, governado por João Doria, e no Rio Grande do Sul, de Eduardo Leite.
Nessas duas unidades da federação, os governadores têm se posicionado contra o governo de Jair Bolsonaro e, sempre que podem, disparam críticas contra o outro presidenciável, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).




