Política

POVOS INDÍGENAS

Eloy Terena irá debater a ressocialização de presos indígenas em Mato Grosso do Sul

O secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas virá ao Estado para cumprir agenda em vários municípios

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O secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Eloy Terena, estará em Mato Grosso do Sul na próxima semana, para debater uma série de temas relacionados à demanda indigena no Estado, entre eles a ressocialização de presos indígenas. 

Em parceria com o Ministério da Justiça, o MPI planeja a implantação de um projeto pioneiro de ressocialização de presos indígenas na região de Dourados. A iniciativa busca promover a agroecologia e a soberania alimentar, oferecendo novas perspectivas e oportunidades para os detentos indígenas.

O secretário-executivo também vai discutir projetos de agroecologia e soberania alimentar com indígenas de Amambai, destinados aos povos Guarani e Kaiowá. A proposta visa fortalecer a formação acadêmica e o conhecimento ancestral dessas comunidades, contribuindo para a valorização e preservação de suas práticas sustentáveis.

Em Campo Grande, será instaurado um grupo de trabalho que abordará a situação do povo kinikinau. Participarão representantes da Funai Brasília, Sesai, Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU). O objetivo é discutir questões territoriais e ações de proteção social para esse grupo indígena que há tempos reivindica a demarcação de seus territórios.

Eloy Terena buscará, junto à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) a implantação de cursos de direito intercultural e agroecologia indígena em Aquidauana, com foco nos povos do pantanal. Essas iniciativas educacionais buscam fortalecer os laços entre os conhecimentos tradicionais e as perspectivas acadêmicas, fomentando o protagonismo indígena na construção de um futuro sustentável.

Implementação da Política Nacional 

O MPI visa iniciar atividades referentes à implementação da política nacional de gestão territorial e ambiental de terras indígenas em Mato Grosso do Sul, ainda no segundo semestre de 2023. Com o comitê gestor instituído por decreto assinado pelo presidente Lula, durante o Acampamento Terra Livre em Brasília, a iniciativa busca garantir a proteção e preservação das terras indígenas no estado.

A comitiva ministerial irá se reunir com lideranças Terena no município de Miranda, para iniciar as tratativas de construção do plano de gestão ambiental e territorial da Terra Indígena Cachoeirinha. A reunião está agendada para sábado, dia 29/07, às 9h. 

A comitiva ministerial, liderada pelo secretário-executivo, contará com a presença do coordenador-geral de promoção ao bem-viver indígena Leosmar Terena, do assessor do gabinete da ministra Gasparini Kaingang e do diretor de mediação e conciliação de conflitos fundiários, Marcos Kaingang.

Perfil

Eloy é indígena Terena e nasceu na aldeia Ipegue, situada no distrito de Taunay/lpegue, em Aquidauana. Formado em direito, começou a atuar no movimento indígena no que tange ao direito à terra indígena. Possui pós-doutorado pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, França, e doutorado pelo Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Política

Moraes autoriza cirurgia de Bolsonaro no Natal; internação ocorrerá no dia 24

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star

23/12/2025 14h56

Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta terça-feira, 23, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja internado nesta quarta-feira, 24, e faça uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral.

Bolsonaro será internado no Hospital DF Star, que fica a menos de três quilômetros de onde o ex-presidente está preso desde 22 de novembro. Ainda não foi informado o horário da chegada do ex-chefe do Executivo no hospital e nem o início do procedimento cirúrgico, previsto para ocorrer no dia 25, feriado de Natal.

Moraes também permitiu que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja a acompanhante principal de Bolsonaro no período em que ele estiver no DF Star. O ministro não atendeu o pedido da defesa para visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL).

O ministro do STF determinou ainda medidas de segurança no hospital. Uma determinação é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado.

"A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital", diz um trecho da decisão.

O ministro proibiu a entrada de celulares e outros equipamentos eletrônicos, determinando apenas a entrada de equipamentos médicos no quarto que receberá o ex-presidente.

JUSTIÇA

Juristas de MS aprovam criação de um código de ética para tribunais superiores

Proposta parte do presidente do STF, Edson Fachin, ao defender que magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade

23/12/2025 08h20

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário

O presidente do STF, ministro Edson Fachin, durante sessão de encerramento do ano judiciário Rosinei Coutinho/STF

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A proposta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, de criar um código de conduta para os tribunais superiores, por entender que os magistrados precisam ter rigor técnico e sobriedade, foi bem-aceita pelos juristas de Mato Grosso do Sul.

O advogado Benedicto Arthur Figueiredo Neto lembrou que, etimologicamente, a palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, caráter e modo de agir.

“Em meio às diversas críticas que alguns ministros do STF têm sofrido por receberem valores para proferirem palestras, o que é totalmente lícito à magistratura, Fachin se inspira no código de conduta da Suprema Corte da Alemanha para a criação de uma normatização ao modo de agir dos seus membros”, explicou.

Ele completou que o código de conduta da Suprema Corte alemã é bastante pragmático e objetivo, no sentido de sempre preservar em primeiro lugar a imagem da Corte e de que a conduta de seus membros sempre siga regras para que essa imagem venha a ser preservada.

“É o caso de como se prevê na Alemanha que os seus membros devem ponderar se o evento do qual vão participar não tem conflito com a reputação e com a honra da Corte. A normatização de um código de ética para tribunais superiores é a franca demonstração de reconstrução da imagem independente pela magistratura, afastando-se da política”, analisou.

Sandro de Oliveira, professor doutor da Faculdade de Direito (Fadir) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), acrescentou que um código de ética da magistratura é pertinente e necessário porque traduz, de forma clara e acessível, os valores que já estão consagrados na Constituição Federal e que devem orientar a atuação de todo agente público, mais especialmente daqueles que exercem a função de julgar.

“O código não cria obrigações novas, mas organiza princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, oferecendo parâmetros objetivos de conduta que reforçam a confiança da sociedade no Poder Judiciário. Além disso, a magistratura ocupa uma posição singular na estrutura do Estado, pois dela se espera independência, equilíbrio e compromisso permanente com os direitos fundamentais”, pontuou.

Sandro de Oliveira ressaltou que um código de ética funciona como instrumento pedagógico e preventivo, ajudando o magistrado a refletir sobre sua postura dentro e fora da jurisdição, à luz do interesse público, da dignidade da função e do dever de imparcialidade, que decorre diretamente do princípio republicano.

“Ao fortalecer a ética institucional, o código contribui para a transparência e para a legitimidade democrática do Judiciário. Ele reafirma que a atuação judicial não está dissociada da administração pública, mas submetida aos mesmos princípios constitucionais que exigem responsabilidade, probidade e prestação de contas à sociedade, elementos que são necessários à consolidação do Estado Democrático de Direito”, assegurou.

Para ele, é importante registrar que códigos de ética e de conduta não são estranhos ao ordenamento jurídico brasileiro. “Ao contrário, diversas carreiras de Estado e do serviço público, de modo geral, já contam com diplomas próprios que orientam a atuação de seus membros. Nesse contexto, a instituição de um código de ética da magistratura não apenas se mostra legítima, como também relevante, na medida em que contribuiria para balizar comportamentos, fortalecer a confiança social no Judiciário e servir de referência normativa e ética para as demais carreiras do Estado brasileiro”, argumentou.

O advogado André Borges citou que a proposta surge depois de fatos recentes, como esposa de ministro do STF com contrato milionário e advogando na Corte do esposo e ministro viajando no jatinho em que estava advogado que posteriormente teve pedido atendido, revelarem a necessidade urgente de ser atualizado o Código de Ética da Magistratura editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Judiciário é importante demais para que sobre ele recaiam dúvidas sobre a honra e a decência de seus integrantes. Proteção ética surge exatamente de um código de ética. Na Suprema Corte dos Estados Unidos isso já foi aprovado. Trata-se de algo que precisa ser aplicado no Brasil, incluindo ministros das cortes superiores de Brasília [DF]. Vivemos em uma república, que tem como característica principal a responsabilidade dos servidores públicos em geral, no que se incluem os magistrados”, comentou o jurista ao Correio do Estado.

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