Política

DEPUTADAS ESTADUAIS

Em 12 legislaturas, Mato Grosso do Sul teve apenas 11 mulheres na Assembleia; Confira

Gleice Jane tomou posse nesta terça e se tornou a 11ª deputada da história do Estado

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Com a posse da professora Gleice Jane (PT), ocorrida nesta terça-feira (11), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul passa a contar com três deputadas estaduais na atual legislatura, com Mara Caseiro (PSDB) e Lia Nogueira (PSDB) também ocupando uma cadeira na Casa.

Na história do Estado, apenas 11 mulheres já foram eleitas como deputadas estaduais ou tomaram posse por serem suplentes, ao longo de mais de 40 anos e 12 legislaturas, contando com a agora deputada Gleice Jane.

Apesar do eleitorado ser majoritariamente feminino, conforme dados do TSE, os homens ainda são a maioria dos eleitos para cargos políticos no Estado, assim como no País.

A 1º Legislatura estadual foi em 1979. No ano, dos 24 deputados, nenhum era mulher.

Na segunda legislatura, que teve início em 1983, também não foram eleitas mulheres.

As primeiras representantes femininas foram eleitas na terceira legislatura, em 1987, sendo Marilene Coimbra e Marilu Guimarães.

Durante os anos seguintes, sempre houve uma mulher na Casa de Leis, até 2019, quando, nas eleições de 2018, nenhuma mulher foi eleita. No entanto, na legislatura, em 2020, Mara Caseiro tomou posse na vaga deixada após a morte de Onevan de Matos, vítima de complicações da Covid-19.

Conheça as 11 representantes femininas que já foram eleitas pelo povo para atuar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Marilene CoimbraMarilene Coimbra

Marilene Coimbra (3ª e 4ª legislaturas)

Marilene Coimbra foi eleita em 1987 e doi deputada por dois mandatos, pelo PDS e PTB.

Ela nasceu em Campo Grande, em 24 de junho de 1948, e foi vereadora pela Capital antes de ser eleita deputada.

Estudou Letras e História e, quando se elegeu, cursava Direito, já atuando como professora.

Marilene também foi a primeira mulher a participar da Mesa Diretora, em 1993, sendo a terceira vice-presidente.

 

Marilu guimarãesMarilu Guimarães

Marilu Guimarães (3ª legislatura)

Marilu Segatto Guimarães nasceu em 15 de outubro de 1951, em Campo Grande.

Graduada em Educação Física, Marilu foi apresentadora de programa televisivo antes de se tornar deputada estadual pelo PFL, em 1987.

Na carreira política também atuou como vice-prefeita da Capital e deputada federal por dois mandatos.

Celina JalladCelina Jallad

Celina Jallad (5ª, 6ª, 7ª e 8ª legislaturas)

Professora e empresária, Celina Martins Jallad nasceu em Campo Grande (MS) dia 11 de fevereiro de 1947.

Foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), considerada a mais importante da Casa de Leis.

Também foi a primeira mulher no cargo de vice-presidente do Parlamento.

Durante oito anos, ela foi a única representante mulher da Assembleia sul-mato-grossense.

Celina Jallad morreu em novembro de 2011, vítima de um aneurisma da aorta abdominal.

Simone TebetSimone Tebet

Simone Tebet (7ª legislatura) 

Simone Tebet nasceu em Três Lagoas  em 22 de fevereiro de 1970.

Foi eleita deputada estadual em 2003. Formada em Direito, atuava como advogada, com especialização, mestrado e cursava doutorado quando se elegeu.

Também foi prefeita da sua cidade natal por dois mandatos, vice-governadora por Mato Grosso do Sul, senadora, sendo a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e atualmente é ministra do Planejamento do governo Lula.
 

Bella BarrosBella Barros

Bella Barros (7ª legislatura)

Francisca Felisbela Barros nasceu em Itaporã no dia 19 de maio de 1957 e ocupou o cargo de deputada estadual por 11 meses na 7ª Legislatura, com a suplência pelo PDT.

Foi vereadora por Dourados de 1988 a 2004, antes de assumir o cargo na Assembleia Legislativa, em 2005.

 

 

 

Dione HashiokaDione Hashioka

Dione Hashioka (8ª,9ª e 11ª Legislaturas)

Dione Marly Gandolfo Hashioka nasceu em Iacri (SP) em 23 de junho de 1957.

Começou o interesse pela política atuando pela administração da Prefeitura de Nova Andradina. Formada em Odontologia, dedicou-se aos serviços de saúde e assistência social na região.

Foi vice-presidente do Instituto Mulheres em Ação do Vale do Ivinhema e iniciou seu primeiro mandato como parlamentar estadual em 2006.

Presidiu a Comissão de Saúde da Alems e em seu segundo mandato ocupou o cargo como segunda vice-presidente da Casa de Leis.

Voltou a ocupar o cargo na 11ª Legislatura por um mês pela suplência.
 

Mara CaseiroMara Caseiro

Mara Caseiro (9ª,10ª,11ª e 12ª Legislaturas)

Mara Elisa Navacchi Caseiro nasceu em 28 de setembro de 1964 em Umuarama (PR).

Formou-se em Odontologia e mudou para o interior de Mato Grosso do Sul atuando em Itaquiraí e também em Eldorado, cidade em que se elegeu a vereadora mais votada na história.

Tornou-se a primeira presidente mulher da Câmara de Vereadores e primeira mulher eleita para a Prefeitura de Eldorado, cargo que ocupou por oito anos.

Foi eleita deputada estadual em 2010 e se reelegeu em 2014. Foi diretora-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e preside o PSDB Mulher. Retornou à Casa de Leis na 11ª Legislatura pela suplência e se tornou a líder do Governo.

Foi a deputada estadual mais votada nas eleições de 2022.

Grazielle MachadoGrazielle Machado

Grazielle Machado (10ª legislatura)

Grazielle Salgado Machado nasceu em 12 de dezembro de 1980, em Campo Grande.

Grazielle iniciou o caminho político sendo eleita vereadora da Capital por três vezes.

Empresária da Comunicação, formou-se em Publicidade e Propaganda e ocupou o cargo de deputada estadual por um mandato.

Antonieta AmorimAntonieta Amorim

Antonieta Amorim (10ª legislatura)

Maria Antonieta Amorim dos Santos nasceu em 4 de maio de 1962 em Palmeira das Missões (RS). Aos 12 anos mudou-se para Campo Grande com os pais.

Ingressou no movimento estudantil e atuou como promotora cultural na Capital, após aprovação de concurso público ao cargo no município.

Durante oito anos em que foi primeira-dama de Campo Grande, trabalhou junto à assistência social quando candidatou-se para concorrer à vaga de deputada estadual.

Elegeu-se em 2015, participando da 10ª Legislatura.

Lia NogueiraLia Nogueira

Lia Nogueira (12ª legislatura) 

Maria Imaculada Nogueira nasceu em 08 de julho de 1974 em Dourados.

Lia Nogueira é formada em Jornalismo e em Direito pela Unigran.

Foi a segunda candidata mais votada nas eleições para o legislativo municipal de Dourados em 2020, se tornando vereadora pelo Partido Progressista (PP).

Em 2022, já filiada ao PSDB, foi eleita na primeira disputa em que concorreu a deputada estadual, com mais de 15 mil votos se tornando a décima mulher que entrou para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, como parlamentar da 12ª Legislatura.

Gleice JaneGleice Jane (Foto: Marcelo Victor)

Gleice Jane (12ª legislatura)

Gleice Jane é professora, sindicalista, feminista e é a primeira mulher do PT a assumir uma cadeira de deputada estadual na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems).

Ela iniciou sua militância no movimento estudantil em 2003, quando foi a primeira mulher a presidir o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), na gestão 2003/2004.

Nesse mesmo período, foi diretora da União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso do Sul (UEE/MS) e presidiu o maior sindicato de educação do município de Dourados.

Assumiu a vaga de deputada estadual deixada por Amarildo Cruz.

 

ENTREVISTA

"Não demonizo a classe política, exceções e malfeitos estão em todas as áreas"

O ex-deputado federal também revelou que, caso seja confirmada a sua candidatura, a ex-primeira-dama do Estado Dona Gilda será a sua vice

20/12/2025 09h00

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal Marcelo Victor/Correio do Estado

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Após ser lançado como pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul pelo PT, o ex-deputado federal Fábio Trad concedeu entrevista exclusiva ao Correio do Estado para comentar sobre esse novo desafio político na sua carreira pública.

“Posso dizer que cheguei a este momento com certa maturidade política, experiência no trato com a coisa pública e conhecimento do funcionamento do Estado brasileiro”, declarou.

Ele também destacou que suas prioridades serão as áreas essenciais que mais afetam a vida cotidiana das pessoas: saúde, educação e segurança pública.

Já na área ambiental, Fábio Trad disse que o Pantanal é patrimônio ambiental e ativo econômico. “Preservá-lo não é obstáculo ao desenvolvimento, mas condição para que ele seja sustentável e permanente”, ressaltou.

Para a segurança pública, o ex-deputado federal disse que agirá com inteligência, rigor, integração entre forças, cooperação federativa e investimento em tecnologia.

“Segurança pública não se faz apenas com discurso, mas com estratégia, coordenação, legalidade e profissionalismo. Polícia valorizada é garantia de segurança para a sociedade”, afirmou o pré-candidato a governador.

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O que levou o senhor a disputar o governo de Mato Grosso do Sul neste momento da sua trajetória política?

Por enquanto, sou pré-candidato. Pré! Portanto, não falo como candidato, mas respondendo à sua pergunta, posso dizer que cheguei a este momento com certa maturidade política, experiência no trato com a coisa pública e conhecimento do funcionamento do estado brasileiro.

Entendo que Mato Grosso do Sul precisa dar um salto de qualidade na gestão pública, com mais sensibilidade social, planejamento e compromisso democrático.

Penso que, confirmada a candidatura, posso contribuir para um debate público com equilíbrio, diálogo e responsabilidade, até porque Mato Grosso do Sul precisa ter uma campanha eleitoral de verdade, honesta, leal, franca.

Caso contrário, os quatro anos do atual governador não serão submetidos a qualquer escrutínio público e isso não é bom para a população e para o Estado.

Qual é a principal diferença entre o seu projeto de governo e o da atual administração estadual?

Sendo confirmada a candidatura, proporei um modelo totalmente diferente da atual gestão. Isto porque a diferença central está na concepção de Estado.

Defendo um governo que enxergue desenvolvimento e justiça social como dimensões inseparáveis, com políticas públicas avaliáveis, transparência real e foco em resultados concretos para a população, especialmente nas áreas essenciais.

Quais serão as três prioridades do seu governo nos primeiros cem dias, se eleito?

Se confirmar minha candidatura, porque sou pré-candidato, as prioridades serão as áreas essenciais que mais afetam a vida cotidiana das pessoas: saúde, educação e segurança pública.

Na saúde, organizar a rede para reduzir filas e melhorar o acesso. Na educação, garantir condições adequadas de funcionamento das escolas e valorização dos profissionais. Na segurança, fortalecer ações integradas e inteligentes para ampliar a proteção da população.

Enfim, estabelecer um pacto institucional com os municípios para revisar prioridades orçamentárias e garantir que recursos públicos cheguem onde a população mais precisa.

Como o senhor pretende gerar emprego e renda em um estado fortemente dependente do agronegócio?

Se confirmar a candidatura, valorizando o agronegócio, mas diversificando a economia. Isso passa por incentivar cadeias produtivas locais, agregar valor à produção, fortalecer a indústria, a bioeconomia, a ciência, a inovação e apoiar pequenas e médias empresas.

De que forma seu governo pretende conciliar produção agrícola e preservação do Pantanal?

Se for confirmada a candidatura, com base na ciência, no cumprimento da lei e no diálogo. O Pantanal é patrimônio ambiental e ativo econômico. Preservá-lo não é obstáculo ao desenvolvimento, mas condição para que ele seja sustentável e permanente.

Mato Grosso do Sul vive conflitos históricos envolvendo terras indígenas. Qual será a sua postura como governador diante desse cenário?

Se for candidato, proporei uma atuação com firmeza institucional, respeito à Constituição e diálogo permanente.

Conflitos não se resolvem com omissão nem com radicalismo, mas com mediação qualificada, segurança jurídica e presença efetiva do Estado. Os direitos serão conciliados com muita escuta, diálogo paritário, respeito e estrito cumprimento da lei.

A saúde pública é uma das maiores queixas da população. O que o senhor fará para reduzir filas e melhorar o atendimento?

Sendo confirmada a candidatura, o tripé será: gestão, planejamento e integração. É preciso melhorar a regulação, fortalecer a atenção primária, otimizar o uso da rede existente e apoiar com muita força os municípios, que são a porta de entrada do sistema de saúde pública.

Como enfrentar o crime organizado e o tráfico nas regiões de fronteira do Estado?

Sendo confirmada a candidatura, com inteligência, rigor, integração entre forças de segurança, cooperação federativa e investimento em tecnologia. Segurança pública não se faz apenas com discurso, mas com estratégia, coordenação, legalidade e profissionalismo. Polícia valorizada é garantia de segurança para a sociedade.

Caso não tenha maioria na Assembleia Legislativa, como pretende governar e aprovar projetos?

Se se confirmar a minha candidatura, asseguro que haverá permanente diálogo institucional, respeito às diferenças e construção de consensos em torno do interesse público. Governar não é impor, mas construir o que é possível visando o bem comum. O Legislativo será respeitado e valorizado.

Não demonizo a classe política, exceções e malfeitos estão em todas as áreas humanas.

Só se avança em gestão se conjugarmos as ações na primeira pessoa do plural, nunca no personalismo. Será um governo de parcerias institucionais sólidas, transparentes e republicanas focadas nos interesses da população.

Por que o eleitor sul-mato-grossense deve confiar no senhor para governar o Estado?

Essa pergunta deve ser feita ao eleitor. De minha parte, só posso dizer que não proporei nada que não possa ser cumprido.

Como o senhor pretende contornar o fato de o seu irmão senador Nelsinho Trad disputar a reeleição apoiando a direita?

Com serenidade e respeito. Somos pessoas públicas com trajetórias, posições e responsabilidades próprias. O eleitor sabe distinguir relações familiares de projetos políticos. Não nascemos irmãos para sermos aliados na política, mas no afeto e no amor. Isso é inquebrantável!

Quem está cotado para ser seu pré-candidato a vice-governador?

Será a ex-primeira-dama do Estado Dona Gilda, esposa do deputado estadual Zeca do PT. A Dona Gilda é muito querida, respeitada, eticamente conceituada e trabalhadora, com experiência bem-sucedida em programas sociais de redistribuição de renda.

Ela dialoga bem com povos originários, quilombolas e indígenas, focando nos mais vulneráveis e na grande quantidade de pessoas pobres no Estado.

Como o senhor avalia a gestão do presidente da República?

O governo federal teve um bom desempenho, apesar de ser atrapalhado e sabotado por um congresso inimigo do povo. A conquista da isenção do Imposto de Renda para 58% da classe trabalhadora [até R$ 5.000, com benefício adicional até R$ 7.500] equivale a um 14º salário para muitos.

Essa medida é crucial para aumentar a renda da classe média trabalhadora e dos mais vulneráveis, embora possa não fazer diferença para salários mais altos”.

O senhor se sente à vontade no PT defendendo seus projetos de Estado?

Fui recebido com carinho e respeito pelos militantes do PT e do campo da esquerda, em virtude de minhas posições críticas ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) desde 2019.

Com relação ao preconceito que as pessoas têm em relação ao PT, posso desmistificar essa ideia dizendo que é um partido muito aguerrido e combativo.

O PT é uma legenda programática, propositiva, muito preocupada com a questão social e a maior da América Latina.

O Brasil, sob o governo do presidente Lula, experimentou profundas transformações econômicas. O País saiu do mapa da fome, retirou 2 milhões de famílias do Bolsa Família, reduziu a taxa de desemprego e controlou a inflação, que hoje está compatível com a meta.

Houve uma diminuição significativa da desigualdade social, um problema histórico no Brasil. Os indicadores econômicos apontam para uma era de prosperidade, aumentando a renda e a dignidade das pessoas mais vulneráveis no nosso Estado.

*PERFIL

Fábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federalFábio Ricardo Trad - Advogado, professor universitário e ex-deputado federal - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado
 

Fábio Trad

É advogado e professor universitário, com atuação reconhecida nas áreas de Direito Penal e Constitucional. Foi deputado federal por três mandatos consecutivos, período em que se destacou nacionalmente pela qualidade técnica de sua atuação parlamentar, sendo reiteradamente apontado como um dos melhores legisladores do País.

No Congresso Nacional, teve participação relevante em comissões estratégicas e nos principais debates sobre democracia, direitos fundamentais, justiça social, saúde, educação e segurança pública, sempre com postura independente, republicana e fiel à Constituição.

Na advocacia, atua no foro e nos tribunais, inclusive em instâncias superiores. Na docência, dedica-se à formação jurídica com foco na técnica e na função social do Direito. É palestrante e articulista, participando ativamente do debate público sobre temas jurídicos e institucionais.

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INVESTIGAÇÃO

Beto assina o pedido para prorrogação da CPMI do INSS por mais quatro meses

A comissão termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas poderá chegar até julho com a possibilidade de alongamento

20/12/2025 08h20

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS

O deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB) é membro titular da CPMI do INSS Waldemir Barreto/Agência Senado

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Em razão da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira e que resultou nas prisões de Romeu Antunes – filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS – e de Éric Fidelis – filho do ex-diretor de Benefícios do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) André Fidelis –, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve ser prorrogada por mais 120 dias.

A informação é do deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira (PSDB), membro titular da CPMI do INSS, que assinou, na quinta-feira, o pedido de alongamento dos trabalhos, em função dos desdobramentos dos últimos dias.

“Assinei o pedido proposto pelo deputado federal Marcel van Hattem [Novo-RS] e acredito que a CPMI do INSS será prorrogada por mais 120 dias”, declarou.

O parlamentar explicou ao Correio do Estado que os novos fatos têm de ser fiscalizados pela Câmara dos Deputados e o Senado.

“Essa ação é necessária para que possamos desvendar e entregar à população o fim dos descontos aos aposentados e pensionistas de uma vez por todas”, pontuou.

Beto Pereira ainda apresentou o paradoxo de que o cidadão comum para aposentar enfrenta uma burocracia sem tamanho e para as empresas poderem aplicar descontos há uma facilidade sem precedentes. 

“Para aposentar é tão difícil, pois o trabalhador tem de apresentar tantos documentos, entretanto, para descontar é tão fácil, não precisa nem enfrentar nenhuma fila”, ironizou.

ASSINATURAS

A oposição ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já conseguiu obter o número mínimo de assinaturas para prorrogar os trabalhos da CPMI do INSS. Foram obtidas, até esta sexta-feira, as assinaturas de 175 deputados federais e 29 senadores.

Segundo o deputado Marcel van Hattem, não houve assinatura de petistas dessa vez. “Em menos de 24 horas conseguimos obter todas as assinaturas”, disse o parlamentar pelas redes sociais.

“Protocolamos esse requerimento ainda nesta sexta-feira, para que nós possamos submeter à leitura do presidente do Congresso Nacional para que os trabalhos não parem”, declarou.

A CPMI do INSS termina seus trabalhos em 28 de março de 2026, mas, com a possibilidade de prorrogação, ela poderia se estender até julho do próximo ano.

A operação da PF mirando o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e as revelações ligando Fábio Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula, ao esquema de roubo de aposentadorias deram um novo fôlego ao colegiado. Tanto que o relator da CPMI do INSS, deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), pediu a convocação de Lulinha.

Durante a operação de quinta-feira, foram presos o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, o ex-chefe de gabinete de Weverton Rocha Romeu Carvalho Antunes, o filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.

Como mostramos, a CPMI do INSS apontava o senador Weverton Rocha como um dos chamados “peixes grandes” no esquema.

O outro nome na mira da comissão é o do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). Sobre Weverton, a esperança da CPMI era de que a PF pudesse desdobrar eventuais relações dele com o empresário Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor do senador.

Ele é apontado não somente como homem de confiança de Rocha, mas como quem teria assinado um documento que dava amplos poderes ao consultor Rubens Oliveira Costa, apontado pela PF como o “carregador de mala” do Careca do INSS.

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