Política

NOVOS RUMOS

Em entrevista, ex-governador admite assumir comando do PL no Estado a partir de 2025

Reinaldo Azambuja também destacou que a reforma política deve reduzir número de partidos

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Ao participar nesta terça-feira (1º) de uma entrevista para a Rádio Difusora Pantanal, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, no Estado, admitiu assumir o comando do PL em Mato Grosso do Sul a partir do próximo ano. Ele confirmou também que teve reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir a reforma partidária e, no encontro, foi convidado para comandar o partido no Estado.
 
"As eleições municipais deste ano serão o marco de uma grande reforma partidária, que vai enxugar as atuais 32 legendas para no máximo 10. Isso é bom para a democracia, o País não tem 32 ideologias", disse Reinaldo, para quem as eleições de 2026 terá um cenário político mais definido com os partidos se unindo e formando federações alinhados na esquerda, no centro e na direita.
 
Sobre a campanha eleitoral, o ex-governador, que lidera a mobilização dos candidatos do PSDB e partidos aliados em todo Estado, disse que nesses últimos cinco dias antes da votação deverá, ainda, percorrer 16 cidades e acredita no desempenho dos 69 candidatos do PSDB e do arco de alianças encabeçadas pelos tucanos.
 
Azambuja disse que a campanha no interior transcorre com bom debate, o que não acontece na Capital. "Ninguém acredita em promessa de terreno na lua. Campo Grande busca uma pessoa que resolva os problemas, tenha experiência e coragem para enfrentar os desafios. Acho que o eleitor vai escolher o candidato que tem capacidade, experiência administrativa, um gestor", pontuou.
 
Reinaldo lembrou da disputa de 2012, quando concorreu às eleições em Campo Grande e lamentou que muitos dos problemas continuam, como a falta de médicos e medicamentos nos postos de saúde, problemas no transporte, infraestrutura urbana, praças abandonadas, falta de asfalto e iluminação pública precária na periferia.
 
Como exemplo de uma solução definitiva e que só basta vontade política, ele citou a proposta do candidato do PSDB a prefeito da Capital, deputado federal Beto Pereira, de contratar plantões médicos para garantir atendimento 24h nos postos de saúde.
 
Reinaldo também criticou intervenções polêmicas na mobilidade urbana de Campo Grande, como as estações de ônibus no meio das vias, medida que estrangulou o comércio e atrapalha a mobilidade urbana. Por isso, na avaliação do ex-governador, apoia a proposta de Beto Pereira de derrubar e refazer as estações de embarque e desembarque do transporte urbano.

Estagnação

Reinaldo Azambuja destacou que não há explicação para a estagnação de Campo Grande, que não acompanhou o crescimento do Estado. Enquanto o Estado cresceu 30% nos últimos nove anos e meio, a Capital registrou uma taxa de apenas 1,4%.
 
Para o ex-governador, isso é reflexo de má gestão. "É preciso estimular o desenvolvimento, dialogar com o empresariado, buscar investimentos, por isso acho que a Capital precisa de alguém que tenha capacidade, experiência, vontade e coragem, o Beto Pereira reúne todas essas qualidades", assegurou.
 
Ele afirmou ser deplorável o nível da campanha eleitoral em Campo Grande e considera que a Justiça Eleitoral precisa coibir as notícias falsas e mentiras contra o candidato do PSDB. Segundo ele, os eleitores de um modo geral não acreditam em mentiras e falsas promessas, por isso devem optar pelas melhores propostas.
 
"É inaceitável que Beto Pereira tenha que perder tempo para rebater mentiras quando a população quer saber como o próximo prefeito vai melhorar a vida das pessoas, investir em programas sociais e mostrar o que pode ser feito. Beto está dizendo o que é possível fazer e tem como foco gastar menos com a prefeitura e gastar mais com o cidadão", argumentou.

reinaldo azambuja entrevista radio difusora 2

Novas lideranças

O ex-governador analisa que a política precisa de uma reciclagem e aposta em novas lideranças, citando o governador Eduardo Riedel. Reinaldo Azambuja disse que não se considera deslocado do poder. "Gosto do que faço. A boa política. Não tenho nenhum problema em percorrer o Estado e pedir voto aos nossos candidatos, criamos um círculo de amizade em que somos recebidos com carinho pelas pessoas, uma receptividade calorosa, tanto de aliados quanto dos adversários que respeitam nosso trabalho pelos municípios. Eu aposto em novas lideranças, como Eduardo Riedel, um governador moderno, arrojado. Renova a política. Tenho tranquilidade para dizer que temos o melhor e mais preparado candidato em Campo Grande", declarou.
 
Reinaldo Azambuja atribui a força política do PSDB nas eleições municipais como reflexo dos 9 anos e 10 meses de governo tucano no Estado. Ele disse que enfrentou muitas dificuldades, valeu a pena enfrentar as pautas impopulares, mas o Estado aprimorou as políticas públicas, fortaleceu os programas sociais inclusivos e avançou na infraestrutura e eixos estruturantes.
 
Para o ex-governador, a emergência climática é o grande desafio da atualidade, mas entende que é uma fase cíclica e os novos gestores têm que viver esse novo momento de estiagem severa com a perspectiva de mudança de ciclo, recordando que o seu bisavô atravessava o rio Santa Gertrudes sem molhar o pé, fato de 100 anos atrás, o que reforça a perspectiva para o futuro.

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Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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