Política

Protesto Dilma

Equipe da Abin a serviço da Rio 2016 vai monitorar protesto contra Dilma

Manifestação contra o governo está marcada para às 11h, no Posto 5 da orla de Copacabana

Folha press

16/08/2015 - 07h13
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Agentes da a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) integrados ao esquema de segurança dos Jogos Olímpicos vão monitorar neste domingo (16) o protesto contra a presidente Dilma Rousseff na praia de Copacabana, zona sul do Rio.

A manifestação contra o governo está marcada para às 11h, no Posto 5 da orla de Copacabana. A mobilização política alterou o horário da competição de ciclismo -classificada como evento-teste pelo comitê olímpico Rio 2016 -que teve a largada antecipada das 9h30 para 8h30.

O ponto de chegada, que antes seria no mesmo local da partida, foi transferida para a praia de São Conrado, zona sul do Rio. A própria Abin sugeriu estas alterações ao comitê organizador dos Jogos.

Frank Márcio de Oliveira, superintendente da Abin no Rio, justificou à reportagem a razão de ter agentes no meio da manifestação deste domingo.

"O protesto não é uma ameaça. Mas pode haver algum ato de hostilidade contra o evente-teste (organizado no mesmo local). Por isso, o uso de agentes de campo. Prefiro chamá-los de 'agentes espectadores'. O termo infiltrado é pejorativo", disse o representante da agência.

O trabalho dos agentes infiltrados é amparado por lei. No entanto, os mesmos devem somente observar, coletar informações e transmiti-las. Em julho de 2013, um agente da Abin, identificado como Igor Matela, foi preso por desacatar policiais militares durante um protesto no Leblon, zona sul do Rio.

Ele estava com a namorada, Carla Hirt, que segundo a polícia atirava pedras na vitrine de uma loja. Segundo Oliveira, o agente foi absolvido em uma sindicância, onde teria sido comprovado que ele não participou dos atos de depredação. "Foi tudo um mal-entendido", disse.

WHATSAPP DA ABIN

Além do protesto, os agentes de campo estarão presentes em todo o percurso da competição. Para monitorar possíveis ameaças, os arapongas (como são popularmente chamados os agentes de inteligência) dispõem de um aplicativo de celular chamado Athena, em alusão à deusa grega da sabedoria.

Apelidado de whatsbin, pela semelhança com o aplicativo de troca de mensagens do gênero, o software foi desenvolvido por técnicos da própria agência. Em uso desde a Copa das Confederações, é através dele que os agentes repassam fotos, vídeos e gravações para o Centro de Inteligência dos Jogos, sediado na sede da agência, no centro do Rio.

A diferença para outros programas do tipo está na transmissão, criptografada, considerada de alta segurança contra hackers.

"Em um horário de pico, como por exemplo na final do triatlo, recebemos cerca de 200 mensagens em 15 minutos. Essas mensagens são processadas e, quando sua veracidade é confirmada, repassamos aos outros centros de controle e à própria Rio 2016. Muitas mensagens são relacionadas ao bom funcionamento da segurança e não necessariamente de falhas", acrescentou.

Segundo Oliveira, as maiores ameaças observadas até o momento nos eventos-teste foram o uso de drones, sem regulamentação, além de facilidade de deslocamento das grades de segurança.

INTELIGÊNCIA

O Centro de Inteligência dos Jogos irá funcionar até o próximo dia 25 de agosto e une representantes da Abin, Forças Armadas e polícias. As informações dos agentes de campo são visualizadas em um telão de forma instantânea.

Caso não seja possível resolver a situação de forma imediata, a informação é repassada para os centros operacionais: Centro Integrado de Comando e Controle (esfera estadual); Coordenação Geral de Defesa de Área (esfera federal); além do Centro de Operações Rio, da Prefeitura, e para o próprio Comitê Rio 2016.

Durante o seu período de funcionamento, além dos eventos-teste, foram monitoradas todas as situações corriqueiras de segurança do Estado. Inclusive os boatos de ataques que se sucederam após a morte do traficante Celso Pimenta, o Playboy.

"Tivemos um trabalho extra ao monitorar esses boatos. Mas todas as gravações veiculadas, de sucessão, ou de ataques, não passaram de boatos. Inclusive uma gravação de um coronel que pedia cautela. Aqui no centro de inteligência é possível monitorar tudo isso", afirmou.

Política

Alckmin diz que é cedo para falar sobre eleições de 2026 e defende debate sobre escala 6x1

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes

19/12/2025 19h00

Vice-presidente, Geraldo Alckmin

Vice-presidente, Geraldo Alckmin Crédito: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou a jornalistas nesta sexta-feira, 19, que ainda é cedo para falar sobre as eleições de 2026 e não deu pistas sobre seus planos políticos. "Esse é um tema para o próximo ano. Está chegando", disse. Indagando se tem conversado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto, ele se limitou a responder: "É cedo ainda".

Alckmin é cotado para seguir como vice de Lula em 2026, mas seu nome começou a aparecer bem posicionado em pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Bandeirantes.

Escala 6x1

Sobre a proposta do fim da jornada de seis dias de trabalho e um de folga, a escala 6x1, muito criticada pela indústria, Alckmin disse que há uma tendência no mundo inteiro de redução de jornada. "Se eu consigo fazer mais, mais produtos, aumentar a produção, com menos gente, utilizando robô, inteligência artificial, digitalização, é natural. No mundo inteiro, a tendência é de redução de jornada de trabalho", sustentou.

"Se você faz isso para todos, ou vai fazendo por setores mais avançados da economia, essa é uma discussão que cabe ao Parlamento e à sociedade fazê-la. Mas é uma tendência mundial hoje, redução de jornada de trabalho", completou.

ReData

Alckmin ainda fez algumas ponderações sobre o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (ReData), alegando que a medida provisória (MP) que o instituiu não foi votada. "Porque esperava-se votar junto com o PL da Inteligência Artificial. Como não aprovou, ficou para o começo do ano. Mas esperamos que aprove, se possível, em fevereiro." Ele disse que o Redata vai trazer muito data center e investimentos de altíssimo valor para o Brasil.

 

Política

Justiça revoga tornozeleira de ex-vereador Cláudinho Serra, mas mantém restrições

Em decisão sobre a Operação Tromper, juiz de Sidrolândia nega pedido de pernoite em fazenda para Serra, citando gravidade dos crimes, mas autoriza deslocamentos diurnos para trabalho

19/12/2025 13h50

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara

Vereador afastado após ser acusado de corrupção, Claudinho Serra (PSDB), lê a Bíblia Sagrada durante sessão da Câmara Divulgação

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O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, revogou o monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o "Claudinho Serra” (PSDB) e de Cleiton Nonato Correia, proprietária da GC Obras, e Carmo Name Júnior, todos investigados no âmbito da Operação Tromper por crimes de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Apesar da retirada do equipamento, o magistrado manteve uma série de outras medidas cautelares, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, e negou pedidos mais amplos de flexibilização, citando a gravidade das acusações e o risco à ordem pública. A decisão também revelou que a Fazenda Divisa, de propriedade de Serra, foi identificada nas investigações como um "possível local de ocultação de valores ilícitos".

A decisão analisou pedidos individuais de Cláudinho e Cleiton Correia, que buscavam adequar as medidas cautelares às suas rotinas profissionais e pessoais.

O ex-vereador e ex-secretário de finanças de Sidrolândia solicitou autorização para pernoitar por até oito dias em sua Fazenda Divisa, em Anastácio, alegando que o deslocamento diário de mais de cinco horas a partir de sua residência em Campo Grande seria inviável. Ele argumentou que a medida era apenas uma adequação à sua atividade laboral.

Já Cleiton Correa fez dois pedidos: a extensão do horário de recolhimento noturno até as 22h30 para participar de cultos religiosos e a autorização para viajar e pernoitar em São Gabriel do Oeste, onde sua empresa, a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, possui contratos ativos.

O Ministério Público Estadual se manifestou contra todos os pedidos, argumentando que as flexibilizações comprometeriam o controle judicial e que a fazenda de Serra era um local suspeito na investigação.

O juiz indeferiu o pedido de pernoite, concordando com o MPMS de que a fazenda é um ponto sensível da investigação. Ele destacou que a administração de um empreendimento agropecuário pode ser “feita por prepostos” e que a conveniência pessoal do réu não pode se sobrepor à necessidade de vigilância rigorosa em um caso de "elevada gravidade e repercussão".

No entanto, o juiz autorizou Serra a se deslocar diariamente para a fazenda, desde que retorne à sua residência em Campo Grande até as 22h30 para cumprir o recolhimento noturno.
Para Cleiton Correia, o pedido foi acolhido parcialmente. O juiz estendeu o horário de recolhimento para as 22h30, reconhecendo o direito fundamental à liberdade religiosa e considerando que a ampliação de 30 minutos era "mínima" e não comprometeria a fiscalização.

O deslocamento para São Gabriel do Oeste foi autorizado apenas durante o dia, sendo vedado o pernoite fora da comarca. O juiz ponderou o direito ao trabalho com o risco de fuga, dada a proximidade de MS com fronteiras internacionais.

A surpresa da decisão foi a revogação, de ofício, do monitoramento eletrônico para Serra, Correia e Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho. O juiz argumentou que, com as flexibilizações de deslocamento entre municípios, a fiscalização via tornozeleira se torna "de execução operacional complexa", especialmente em áreas rurais.

"A imposição da monitoração em tais moldes, longe de assegurar o fim cautelar pretendido, pode gerar tumulto processual, mediante instauração de incidentes indevidos por alegado ou suposto descumprimento", afirmou o magistrado.

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